Catherine não podia conceber daquela idéia, não seria possível que Nick fosse capaz de tamanha crueldade, ele mesmo a disse que não machucaria a mais ninguém!

- Isso que você está me falando... Você tem certeza? – indagou Catherine, no fundo pedindo a Grissom que ele não tivesse tamanha certeza.

- Eu vi Catherine... Sinto muitíssimo ter que lhe informar isto, mas não podia deixar que se enganasse por ele! – ele disse a puxando para um abraço.

- Não posso acreditar Grissom! – ela dizia com olhos lacrimejando, ela tentava não chorar na frente de Grissom, mas era difícil, ele passava muita confiança, de forma que ela se sentia pronta pra qualquer coisa ao seu lado.

- Não vou deixar ele lhe fazer mal minha querida... Fique tranquila... – Grissom dizia afagando os fios loiros de Catherine.

- Não é essa minha preocupação Gil. – ela dizia separando-se dele e limpando as lagrimas que teimavam em descer. – não quero que ele se assuste com a imagem que ele fará de si mesmo! Não estou preocupada comigo! Ele pode machucar alguém e se arrepender amargamente!

- Mas é isso que quero dizer! – Grissom disse se levantando do sofá. – se por acaso, na tentativa de protegê-lo você se ferir, ele nunca me perdoaria por ter te deixado fazer algo assim!

- Vocês têm algum tipo de juramento ou algo assim? – indagou Catherine, agora um tanto curiosa, os dois viviam falando sobre a proteção dela, mas ela já não era uma criança, podia se defender!

- Mais ou menos! Na verdade como você sabe... Dividimos você, então, fizemos um juramento, não importa com quem você queira ficar o outro vai te proteger também! É uma forma de cuidarmos de você!

- Sobre isso só tenho a agradecer, de certa forma! – ela disse e sorriu. – mas ainda quero saber onde você o viu?

- Eu o vi perto da ponte Willson com duas mulheres.. – ele deu uma pausa pra ver a reação dela. – e você sabe...

- Eu sei! Eu sei! Mas quando foi isso?

- Quando eu estava vindo pra cá! – ele disse e baixou os olhos.

- Ok! Obrigada Grissom! Mas não fique falando isso com ele, por favor não diga que eu sei!

- Pode deixar! – ele disse e sorriu. – tenho que ir agora! Você devia vir também! Seu turno ainda não acabou! Eu preciso da sua ajuda com alguns papéis!

- Bem... Você não vai me deixar ficar em casa chorando não é mesmo?! – indagou ela pegando a bolsa no chão.

- Não mesmo! – ele disse e sorriu.

- Então vamos! – ela disse, foi até a porta, abriu e deu passagem para que Grissom saísse.

      O caminho até o laboratório foi silencioso, a não ser pelo rádio que estava ligado e quebrava um pouco do clima entre os dois.

      Os dois saíram do carro quando chegaram ao laboratório, ainda sem pronunciar nada.

      O casal caminhou até a sala de Grissom.

- O que vamos analisar mesmo? – indagou Catherine pendurando sua bolsa da cadeira.

- Relatórios dos CSI’s! – ele disse sentando-se em sua cadeira.

- Eu não podia fazer isso! Não sou supervisora! – ela disse sentando-se de fronte a Grissom.

- O seu eu vejo sozinho, eu prometo, mas vamos eu preciso da sua ajuda! – ele disse e abriu uma pasta de cor âmbar que estava a sua frente.

- Não tem jeito não é?! – ela balbuciou e pegou uma pasta parecida com a de Gil e começou a analisar.

      Os dois ficaram por horas assim, nesse silêncio constrangedor e ao mesmo tempo perturbador, mas se conseguia refletir com ele.

      Ficaram nesse antro de sentimentos de um para com o outro, mas nada disseram a respeito.

- Como está indo? – indagou Grissom, por um momento tirando os olhos das pastas pardas.

 -  Não é um trabalho tão difícil, só é... Volumoso! – ela disse e fechou uma pasta.

- Terminou? – ele indagou um tanto surpreso.

- Sim e você? – ela indagou levantando-se e ficando recostada na mesa dele.

- Não... É difícil se concentrar em alguma coisa com você me estonteando com seu perfume... – ele dizia se levantando. – me enlouquecendo quando você fica ansiosa... – ele disse se aproximando dela.

      Por mais que Catherine tivesse espaço para se afastar, ela não queria, ela queria sentir o sabor dos lábios de Grissom, e foi isso que ela fez.

      Ele se aproximou da bela mulher e lhe deu um leve beijo no canto dos lábios, mas depois começou a beijá-la de verdade.

      Ele pousou suas mãos firmes sobre a cintura dela enquanto ela apoiou seus braços em volta da nuca dele.

      E como um casal de adolescentes apaixonados, permaneceram ali por alguns minutos, o ar foi necessário a Catherine e Grissom a soltou, ela deu um leve ofegar e depois voltou a beijá-lo.