Após alguns minutos fui forçada a sair de meus devaneios,
pois meu celular começou a tocar e eu tive que atender. Era a minha mãe.

Eu a atendi mas o sinal estava muito ruim. Falei rapidamente
para a Els que iria lá fora ver se o sinal melhorava e lá fui eu.

O estacionamento da Nandos  estava bem vazio. E o sinal do telefone estava
muito pior. Apenas consegui dizer para minha mãe que retornaria em breve e ai
tudo saiu do ar.

Tentando desesperadamente retornar a ligação, eu não vi
quando tropecei em algo.... Ou melhor, em alguém.

Num piscar de olhos eu fui parar no chão mandando o meu
celular para longe e puxando alguém comigo.

Quando abri os olhos eu estava deitada no chão do
estacionamento, e acima de mim havia um garoto. Seus olhos verdes me encaravam
meio assustados com a cena. Seus cabelos cacheados riçavam em minha face, sua
boca estava a centímetros da minha. Ficamos ali nos encarando tão de perto por
alguns segundos... Ou talvez minutos. Até que ele abriu um sorriso que de uma
forma estranha fez meu coração disparar.

Eu não consegui resistir a aquele sorriso e automaticamente
sorri também... Meu coração batia forte como nunca em meu peito.

Mas alguns minutos se passaram até que nos lembramos de onde
estávamos. Ele se levantou e ajudou-me a levantar.

- Você está bem? – ele me perguntou preocupado.

- S... Sim – eu disse tonta... Pela queda e pelo fato de ter
aqueles olhos me olhando.

- Tem certeza? Você parece meio tonta – ele acrescentou me
sentando na beira do estacionamento e se sentando ao meu lado.

- É... Eu estou um pouquinho – admiti escutando o tom doce e
rouco de sua voz.

- Bem vamos ficar sentados aqui então até a tontura passar –
ele disse colocando a mão em minha testa – Você bateu com a cabeça – ele completou.

Ao seu toque minha mente colocou tudo no lugar. A tontura
passou e eu só podia sentir suas mãos quentes em meu rosto.

Fechei os olhos. Eu tinha que me concentrar. O que ele
estava fazendo comigo que me deixava assim?? Eu não estava me reconhecendo.

Ele retirou as mão do meus rosto e eu abri os olhos. Ele me
encarava  preocupado.

- Se sente melhor?? - Ele perguntou.

- Para falar a verdade, estou um pouco melhor sim – eu disse
sorrindo para aqueles olhos livrando-os da preocupação.

Ficamos ali sentados nos olhando fixamente por mais uns
longos minutos, até que o silencio foi cortado pela voz da Els que vinha em
nossa direção:

- Gaaaaabbii!!!!!!!!!!!!!!! Ahh Gabi! Por que você sumiu?? Você
me deixou preocupada! Veio atender o telefone e não voltou!! – ai ela notou o
garoto ao meu lado – Vejo que já conheceu o Harry – ela comentou.

- Ela estava conversando no celular, só que ai agente
tropeçou e caímos os dois no chão – Harry disse para a Els explicando tudo –
Ela bateu com a cabeça.

- Sim... Mas eu já estou bem – tranquilizei-a.

- Que bom! – disse Els – Mas então venham comer! A comida já
esta sendo servida – e dizendo isso, ela voltou para dentro da Nandos.

- Bem... Então vamos?? – disse-me Harry levantando-se e
estendendo a mão para me ajudar a levantar.

Eu me levantei e ele foi pegar o meu celular que tinha caído
a alguns metros dali.

Então... Ele era o tal Harry, amigo de Louis. Mas o que ele
estava fazendo comigo? Eu não sabia... Só sabia que era muito bom e que eu
nunca tinha sentido aquilo.

- Hey Gabi!! – ele voltou ao meu lado – Você quer ajuda ou
consegue ir sozinha? – ele me perguntou sorrindo.

- Eu acho que consigo ou sozinha – falei tentando me lembrar
de como se respira ao olhar em seus olhos verdes novamente.