Team Reset escrita por TheForgottenBoy


Capítulo 4
Determinação do Rei das Feras.




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Aproximadamente uma semana passou desde que Shishi recobrou a consciência após a luta com Daichi, um estudante do terceiro ano que fora manipulado por um homem encapuzado e que lhe deu o objetivo de eliminar Shishi e Akayuri. Depois de tudo o que passou os garotos deveriam se concentrar em aprimorar suas habilidades para então sair em busca da faca que traria Armageddon.

 Shishi estava com o braço torcido recuperado embora ainda tivesse o ferimento na cabeça e um na barriga. Ambas as partes estavam enfaixadas para que não entrassem em contato com qualquer coisa que pudesse infeccionar a ferida. Neste momento lutava com Akayuri para aprender a usar sua própria habilidade melhor, já fazia algum tempo que estava naquilo, ainda não conseguia convocar sua eletricidade corretamente.

- Vamos, Shishi-kun... Eu sei que você consegue... – Ela desferiu um corte contra ele, que bloqueou o ataque com a parte metálica das pernas. Sentia o corpo pesando por já fazer um bom tempo que estava ali lutando com Akayuri. Kaya, Miki e Kai apenas olhavam o treinamento dos outros dois. A mulher bateu palmas para chamar a atenção de todos. – Então, pessoal. Vamos dar uma pausa antes que o Akamatsu-kun morra por exaustão total. Duas horas de descanso, ok? E o próximo a treinar com ele será o Kai-kun. – Kai deu um sorriso largo, finalmente teria a chance que tanto queria para dar uma surra em Shishi. Já o outro garoto não ficava tããão feliz assim, sequer conseguia invocar sua habilidade... Seria impossível derrotar Kai sem ela, mas estava decidido a não fugir da luta, com habilidade ou não ele o enfrentaria sem medo. Akayuri correu para perto de Miki e esclarecer tudo sobre a decisão que fora tomada. – Miki-san! Porque vai colocar os dois para lutar? Você sabe que pode acontecer algo grave... – Miki colocou o dedo indicador nos lábios de Akayuri silenciando-a, provavelmente tinha algo em mente por estar fazendo aquilo. – Fique tranquila, Akayuri-chan... Eu sei o que estou fazendo. – E deu um sorriso que não era muito tranquilizante. A garota resolveu deixar para lá e esperar o rumo dos acontecimentos.

Passaram-se duas horas desde que o intervalo tinha começado e a hora havia chegado a hora da luta. Era impossível negar que Shishi estava bem hesitante com isso. Chegou à arena improvisada assim que Kai havia chegado, tinha um “sorriso maroto” que apenas esperava a hora de surrar a pessoa que mais lhe causava irritação em todo o mundo.

- Pronto Otaku? – Kai estralou os dedos das mãos a arma dele logo surgia em seus punhos, os espinhos cresciam nas falanges do punho dele. A arma de Shishi também surgia, a camada metálica cobria do joelho até o pé e também cresciam garras de metal como patas de um leão.  

Miki deu um sinal para que começassem, Shishi tomou uma posição de luta e estava correndo em direção a Kai para desferir um chute nele, o garoto das luvas tinha sumido de onde estava e Shishi estava voando na direção contrária a que corria. Tinha tomado um golpe bem no peito, tossia um pouco de sangue devido ao impacto do ataque em seu peito, sentia uma tremenda falta de ar e ficou até mesmo um pouco tonto... Não era possível que acabaria tão rápido daquele jeito. Levantou-se rapidamente e correu em direção a Kai novamente, que sumia... Tinha que achar um meio de rebater os golpes do outro, nem que fosse apenas um golpe... Não poderia se deixar apanhar sem que pelo menos revidasse uma vez. O garoto de olhos nublados tinha um olhar bem determinado, e por um instante a eletricidade correu pela perna dele. Aquele momento não poderia ter sido mais oportuno, pois em um movimento inconsciente da perna direita ele atingiu Kai com um golpe na boca do estômago, ele cuspiu um pouco de sangue com a força do golpe, mas nada que melhorasse a situação em que Shishi estava. – Um golpe de sorte, Akamatsu. – Kai se moveu muito rápido mais uma vez e golpeou o outro garoto com força no queixo, deixando-o zonzo na hora. O garoto de olhos cinza sentia suas forças sumindo... Isso era horrível, tinha que de alguma forma despertar sua habilidade ou não venceria de jeito nenhum. – Você não tem chance de me vencer, mesmo com a sua habilidade. – Dizia Kai cruzando os braços, e a “bronca” não pararia por aí. – E tem mais... Isso não é um mangá onde você sempre vai vencer no final, nossa luta não é nenhuma brincadeira! Só vou dizer isso: Desista antes que você morra.  – Kai foi andando para ir a algum lugar que só o próprio sabia, deixou Shishi ali com a mente totalmente em pedaços por  ter levado um sermão daqueles, mas no fundo era verdade, se tratasse aquilo como uma brincadeira poderia acabar morrendo de verdade, sem chance de ser salvo como na primeira vez. Kaya correu para a porta impedindo a passagem de Kai. – Você é terrível, Kai-kun! O Shishi-kun se esforçou tanto pra proteger a mim e a Akayuri-san naquele dia... Eu não... – O garoto a interrompeu antes que ela pudesse terminar a frase. – Eu só falei a verdade, Kaya. Sem habilidade ele não pode me derrotar, e ele tem que apanhar pra mim. – Seguiu andando para o local desconhecido, provavelmente a casa onde morava e que não havia revelado para ninguém onde ficava. Akayuri correu para onde Kaya estava, colocou a mão no ombro dela e sussurrou no ouvido da garota. – Espere Kaya-san... Agora não é hora para isso, vamos por enquanto tratar os ferimentos do Shishi-kun. – Akayuri puxou Kaya pela mão para onde ele estava, pegaram-no e o apoiaram nos ombros e assim levá-lo a enfermaria.

Os ferimentos dele foram tratados, Shishi ficou com algumas faixas na barriga, peito e cabeça. Mas algo que era impossível de não notar era a expressão triste no rosto dele, as palavras de Kai atingiram a mente dele como uma bigorna em um desenho animado, tanto que Kaya e Akayuri não sabiam o que falar para ele... Podiam piorar a situação, após cinco minutos passos eram ouvidos e Miki adentrava na enfermaria. – Akayuri-chan, Akimoto-san... Eu preciso ter uma conversinha em particular com o Akamatsu-kun... Preciso que saiam. – Miki tinha um tom sério como na maioria das vezes, as duas garotas entenderam o recado e se curvaram, com exceção de Kaya que foi dar um beijinho na testa no rosto de Shishi, ficando bem vermelho mesmo que estivesse bem deprimido. No momento em que elas saíram Miki fechou a porta e se aproximou do garoto e levantou o rosto dele usando o indicador e o polegar, depois soltou e deu um tapa no rosto dele, Shishi logo gemeu um pouco, foi um tapa bem forte. – Cadê o Akamatsu-kun animado de sempre, hein? – O tom de voz dela estava mais alto do que o normal, não queria ver o Shishi daquele jeito desanimador. – Vai se deixar deprimir só por causa de umas palavras bobas como aquelas? Você não é disso que eu sei! Então saia dessa logo, Akamatsu-kun! – Shishi olhou para Miki com os olhos arregalados, nunca a viu agindo daquela forma, mostrou que ela realmente se preocupava não só com ele próprio, mas também com os outros membros do time. – Miki-san... – Um som semelhante ao de um toque de celular cortou a voz de Shishi, Miki tirou um aparelho parecido com um celular e olhou para a tela dele e ficou um pouco espantada. – Só um momento, Akamatsu-kun. – Ela saiu da enfermaria e se afastou um pouco, ligou para informar aos outros três que estavam em condições de lutar sobre a informação do item que traria Armageddon. E que aquele inimigo encapuzado estava no mesmo local da informação que Miki havia recebido, então mandou Akayuri, Kai e Kaya para impedi-lo de conseguir qualquer coisa que estivesse lá. Após alguns minutos de conversa Miki voltou para o quarto. – Eu preciso te lembrar de algo, Akamatsu-kun... Por que você quis entrar para o Time mesmo? Não foi para proteger as pessoas que ama, e as outras pessoas do mundo inteiro? Então por que você está aí feito um bebê chorão se recusando a encarar a realidade? Se você está se achando fraco, treine para ser forte... Se ainda não for o suficiente treine mais e tente ficar mais forte ainda! – O garoto abaixou a cabeça por causa da bronca, sentindo vergonha de estar deprimido daquele jeito. Aos poucos a determinação da primeira luta que travou voltava. – Sim... Eu me lembrei. Eu vou ajudá-los... Foi por isso que eu decidi lutar, e é por isso que vou continuar a lutar até o dia em que eu morrer!

Ao mesmo tempo em que Miki e Shishi conversavam na Enfermaria, os outros três já estavam chegando onde o local da informação fora passada. Estavam em um rochedo que dava para a praia, de lá podiam ver uma pessoa que se destacava por vestir uma roupa negra e cobria a cabeça com um capuz. Parecia analisar algo na areia da praia com muito cuidado. Akayuri desembainhava a espada lentamente, não sabia o quanto aquele cara era forte... Mas ficar ali parada não adiantaria nada. – Eu e Kai-kun iremos distraí-lo. Kaya-chan, tente descobrir o que ele está fazendo ali. – A garota assentiu e ficou invisível indo por um caminho que não fosse possível ouvir qualquer passo dela. – Vamos, Kai-kun. – A espada dela logo pegou fogo e ela soltou uma lâmina flamejante em direção ao homem encapuzado, ele percebeu rapidamente o fogo que se aproximava e o extinguiu com um movimento de mão. Kai se aproximou dele em alta velocidade tentando golpeá-lo com o punho direito já envolto das luvas de batalha, outro golpe inútil, ele desviou como se o movimento estivesse em câmera lenta em vez de acelerado. Era outro nível de poder, mas não seria por isso que os dois desistiriam. Akayuri tentava cortá-lo com a espada em chamas e Kai acertá-lo com socos e chutes em movimentos sincronizados entre os dois, uma combinação ótima... Só que o homem os desviava e fazia movimentos evasivos facilmente, parecia ler os ataques deles, então lançou uma onda de energia para afastá-los de perto de si. Kaya visualizava um aparelho que parecia com um joystick de um videogame, porém com uma tela e um leito semelhante ao de um Marca-Passo, parecia monitorar algo ali na praia, mas o que exatamente? Era difícil de dizer. A garota apenas pegou o aparelho e se afastou para um local mais distante. O Homem percebeu de alguma forma saltou na frente de Kaya golpeando-a no rosto e fazendo assim ela soltar o aparelho.

- Kaya-chan!  - Akayuri correu para onde a garota estava abrindo o braço direito que segurava a espada, mostrando que iria protegê-la a todo custo. A lâmina entrou em combustão novamente, de uma forma mais intensa do que anteriormente, ela empunhou a espada com as duas mãos e desferiu um corte vertical liberando as chamas, dessa vez o ser teve de movimentar as duas mãos para extinguir o fogo. – Hmm, a sua habilidade é perigosa... Se ela evoluir mais do que isso dará muito trabalho para nós, Hana-chan. – Claramente deu pra entender que aquilo era uma abreviação de “Hanabi”, dito apenas de uma forma mais provocativa.

Shishi já estava correndo com a armadura na parte das pernas ativada, mas não conseguia usar a eletricidade. O garoto sentia bastante raiva por isso, parou um pouco de andar para se concentrar. – Isso não é hora de falhar, que droga! Funciona, funciona, funciona! Meus amigos estão em perigo, por isso funciona logo sua porcaria de habilidade! – Ele correu e gritou alto até que pode sentir a energia percorrendo o corpo, comemorou discretamente o fato de ter conseguido “ligar” sua habilidade. Concentrou mais a energia nas pernas e pegou impulso com a eletricidade. 

Shishi tentava voar o mais rápido possível, seus amigos já não conseguiam dar conta do inimigo mesmo que ele estivesse sozinho. A força dele era muito grande, outro patamar diferente do deles. Kai resmungava também frustrado por não ser capaz de combater aquele cara. – Ah, que merda! Como vamos derrotar esse cara se o nível dele é totalmente diferente de nós? – Akayuri reuniu um punhado de areia na mão, e o apertou, sentindo raiva por ser tão incapaz naquele momento. – Temos que pelo menos afugentá-lo daqui ou vai ser tudo em vão... – A sensei se levantou e pegou a espada novamente deixando-a pegar fogo mais uma vez. Fez vários movimentos rápidos disparando uma sequência de lâminas de fogo no homem, ele extinguiu todos e Kai veio rápido para golpeá-lo com chutes em uma boa velocidade. Foram todos desviados pelas mãos do adversário, e em seguida Kaya o prendia com seu chicote.  Um som de trovão era escutado e algo caía do céu bem na parte rasa do mar, levantando água e areia em volta. Eletricidade percorria totalmente em volta da pessoa que havia acabado de chegar. Era Shishi que estava um pouco agachado por tentar amortecer o impacto, mas logo se levantava e olhava diretamente para o homem. – Desculpa a demora, pessoal. Foi um pouco difícil fazer minhas pernas obedecerem. – Disse sorrindo olhando para Kaya e Akayuri ali na frente. O homem ria zombeteiramente e agora parecia estar empolgado. – Muito bom, Akamatsu! Já estava na hora de você aparecer, e agora que ele já apareceu eu posso falar meu nome... Eu sou Lyall, posso dizer que sou um Agente Especial da Organização inimiga de vocês. – Todos os garotos ficaram atentos, principalmente ao “Agente Especial”. Não faziam ideia do que poderia ser aquilo, mas era certeza que se referia a uma posição de alto nível na Organização. Akayuri vasculhava em meio aos próprios pensamentos algo que Miki poderia ter lhe dito sobre Agente Especial. E bingo! Ela conseguiu uma resposta, e ela não era nada boa. – Agente Especial... Você é um dos três Guardas Privados do Chefe da Organização, e pensar que um deles já está agindo. Suspeito que vocês estejam muito mais adiantados do que pensamos, não é?  Se for assim não vamos deixar você sair daqui tão facilmente. – Apontou a ponta da espada para Lyall, deixando o fogo que envolvia a lâmina ficar mais forte. Shishi dobrava um pouco o joelho direito e a eletricidade percorria a perna dele de forma intensa. Kai apoiava firmemente os pés no chão e Kaya preparava seu chicote para um ataque. – Então, garotos... Vão atacar ou não? – Eles aceitaram a provocação. Shishi e Akayuri liberaram as energias contidas fazendo o fogo e a eletricidade se unirem em um único ataque, empurrando Lyall para trás com o poder dele. Kaya prendeu as pernas dele com um chicote e puxou a arma para trás fazendo-o perder o equilíbrio, por fim Kai acertou-lhe um soco bem no rosto fazendo o voar um pouco e causar um corte no canto de sua boca. – Hooo, até que vocês melhoraram do que na primeira vez, hein? Meu tempo de testes acabou e já é hora de partir... Até uma próxima oportunidade... – Ele estalou os dedos e sumiu na luz do dia e para algum lugar desconhecido. – Agente Especial, é? – Sussurrou Shishi para si mesmo, mas por enquanto foi olhar os companheiros que estavam em condições piores que ele, começou por Kaya, até que ela ficou um pouco vermelha por ele ter se preocupado com ela primeiro. – Você tá bem, Stalker? Não se machucou gravemente? – Ela inflou as bochechas por não ter gostado de ser chamada de Stalker naquele momento. – Mou! Shishi-kun... Você quebrou o clima com isso. Mas tudo bem, saber que você se preocupa comigo já é um bom sinal... De que você está perto de se apaixonar por mim. – Ela deu uma risadinha provocativa para ele, que ficou vermelho num instante. – Não é nada... Eu só me preocupei porque vocês vieram na frente e... Ah, e eu não estou me apaixonando por você! – Dava para ver que Shishi tinha ficado nervoso por causa do comentário dela, mas então foi ver como Akayuri estava afinal ela também já havia se machucado por ele uma vez. – Akayuri-san, você também não se machucou muito, né? – Ela sorria e sacudia a poeira das próprias roupas. – Estou bem, Shishi-kun. Já levei surras piores... Mais importante do que isso é o aparelho que aquele Lyall deixou cair. – Akayuri foi em direção a algo que parecia um relógio de pulso personalizado, com um leitor cardíaco que indicava algo. – Não dá pra saber o que é isto apenas olhando... Vamos ter que levar para a Miki-san analisar.

Sem que pudessem perceber, Kai havia saído para ficar sozinho mais uma vez. Provavelmente iria treinar e da próxima quem sabe conseguir derrotar Lyall. – Por enquanto, vamos voltar para nos tratar e falar com a Miki-san. – Akayuri comentava e os outros dois assentiam, caminhando para voltar a escola e então falar com Miki sobre o aparelho.

À medida que o sol ia se pondo, uma figura feminina era notada no rochedo onde Akayuri estava com Kai e Kaya antes de atacarem Lyall. Ela usava uma blusa branca e uma minissaia roxa, estava com o salto alto em mãos por estar em cima de um amontoado de rochas, tirou os óculos escuros por estar quase anoitecendo, revelando seus olhos de cor cinza como nuvens nubladas e com a luz do por do sol em suas costas ela olhou especificamente para Shishi, deu um sorriso bem maroto. – Shii-chan cresceu e se tornou um rapaz bonito... – Ela deu uma risada um pouco mais alta, ainda que não fosse possível ouvir de onde os garotos estavam.  – Então finalmente chegou minha vez de aparecer. – Ela saltou de onde estava para a praia em si, olhando fixamente para Shishi como se esperasse alguma coisa dele.

Continua.


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