Team Reset escrita por TheForgottenBoy


Capítulo 14
A busca pelo segredo da mansão assombrada.




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Akamatsu tomou uma grande decisão, na qual gerou um grande impacto na vida de seus companheiros, jurou lealdade à Organização em troca do retorno da vida de sua irmã Hanako. Alguns dias haviam se passado e a irmã do garoto ainda não havia acordado de seu coma, já que ele ia diariamente a sua antiga casa verificar se estava tudo bem. Foi até a sala de Rin para perguntar o que acontecia. – Rin-san... Minha irmã ainda não acordou, tem certeza que o Jikan Gaeshi funcionou? – A mulher se virou para Shishi e sorriu, colocou as mãos no braço dele e deu-lhe um tapinha de leve para confortá-lo. – Fique calmo, o feitiço demora um tempo pra agir, afinal, a energia vital precisa voltar ao corpo dela. É uma magia de grandes proporções, eu nunca conseguiria fazer algo do tipo sozinha. – O garoto suspirou e olhou para baixo, queria ver sua irmã viva novamente, pelo menos das sombras, já que no futuro seriam inimigos. – Rin-san... Espero que cumpra a parte do seu contrato. Você sabe o que acontecerá caso qualquer um de nós machuque a minha irmã. – A voz dele ficou em um tom sério, não estava brincando sobre aquele tal combinado... Estava claro que havia algo além.

– Então, Akamatsu-kun... Eu tenho sua primeira missão como Agente Zero, você está pronto? Provavelmente você encontrará os seus amigos... – Ela foi interrompida antes de terminar a frase. – Eles não são mais meus amigos, Rin-san, lembre-se disso.

A mulher fez um muxoxo, mas então fez um gesto com a mão e uma tela gigante surgiu do nada. Da tela, uma imagem apareceu, era um casarão antigo e abandonado. – Ouvi dizer que há algo escondido naquela casa que possa nos levar ao nosso item... Porém, a vida não é fácil, existem armadilhas naquela casa. Shishi cruzou os braços e olhou para ela. - Talvez eu consiga dar conta de tantas armadilhas. – Rin fez um “não” com o indicador, andou para perto do garoto mais uma vez, colocou o braço no pescoço dele. – Não, você não vai, Akamatsu-kun. As armadilhas são mágicas. É preciso algum feiticeiro para poder bloquear esse tipo de coisa. – Ele fez um gesto com a mão, não tinha escolha a não ser ir junto com ela.

– Pronto, Akamatsu-kun? Eu teleportarei nós dois agora. – O garoto assentiu enquanto a Chefe falava alguma linguagem antiga, então os dois sumiram dali e “brotaram” bem na entrada do casarão. Shishi arqueou uma sobrancelha ao ver aquela construção, estava bem mais conservada do que ele havia imaginado. – Isso parece mais uma mansão de luxo... Tem certeza que há algum tipo de armadilha, Rin-san? – A mulher suspirou, estendeu o braço de forma que ficasse apontando para a porta. – Experimente dar um chute na porta, Akamatsu-kun. – Ele realmente teve a estúpida ideia de chutar a porta, até teria derrubado se uma força invisível não o tivesse lançado para trás e fazendo-o cair de costas no chão, soltou um resmungo de dor e voltou para a chefe. – Agora eu entendi. – Ela sorriu e então fechou os olhos, em seguida apontou a mão para a barreira. Proferiu algumas palavras antigas e aparentemente nada acontecendo. – Experimente entrar normalmente agora, Akamatsu-kun. – Ela fez um gesto apontando a mão para a porta, Shishi foi andando com receio e abriu a porta. Uma expressão de alivio era vista em seu rosto. Rin olhou para ele e deu um peteleco em sua testa. – Eu não ficaria tão aliviado se fosse você, mais armadilhas nos aguardam. Atire um raio naquele ponto embaixo do lustre. – A mulher apontou para o objeto, e Shishi atirou um pequeno raio bem debaixo dele, caiu logo em seguida. O garoto arregalou os olhos. A chefe riu novamente, achando totalmente engraçada todas as reações dele, achava estranho alguém nunca ter visto mágica daquele tipo. – Você tem que tomar cuidado, Akamatsu-kun, senão... Aaah! – Conforme andavam, uma fenda se abriu bem no meio da mansão, não se podia ver o fundo dela, como se fossem trevas profundas. A mulher teria caído se não fosse Shishi agarrando sua mão em um reflexo muito rápido. Ela ficou bem surpresa, achou que pelos acontecimentos anteriores ele a deixaria cair. – Por quê? Se tivesse me deixado cair o nosso contrato teria acabado... – Shishi sorriu, enquanto a puxava de volta para cima. – É verdade, eu poderia ter deixado você cair... Mas, eu não deixaria alguém morrer na minha frente, principalmente você. Há algo em você, Rin-san, que faz eu querer te proteger, eu acredito que você não é má pessoa... Isso é o suficiente pra eu te defender com minha vida.

Rin ficou totalmente sem jeito e desviou o rosto, uma reação nada típica dela. Shishi sorriu brevemente para ela, ajeitou a sujeira que ficou nas roupas e voltou ao assunto principal. – Então, para onde iremos? – A mulher se virou, indicando com o rosto onde deveriam prosseguir. Aquela mansão realmente trazia grandes perigos. – Eu poderia dizer pra tomarmos cuidado, porém... Nunca saberemos quando algo vai ser uma armadilha. Esteja preparado para tudo, Akamatsu-kun. – O garoto assentiu e então os dois correram lado a lado, tentando desviar o máximo as armadilhas físicas, como machados gigantes, flechas vindas de paredes, entre outras coisas típicas de algo mal-assombrado. Assim que passaram por uma porta maior, Shishi sentiu o corpo ficando bem pesado e então sua visão pareceu sumir por alguns momentos... Quando tudo se clareou, estava em uma planície de trigo infindável. – Onde eu...? – Ouviu alguém chamar o seu nome, quando se virou, lá estava sua irmã. Parecia tão bem quanto antes, sempre radiante e pronto para fazer piadinhas com ele. – Nee-san? – Então por instinto, piscou o olho, e viu o campo de trigo ser tomado por um mar de chamar, levando primeiramente sua irmã mais velha e única pessoa que tinha como família, logo o medo começou a tomar conta dele. Era aquela mesma sensação de quando a viu morrer pela primeira vez. Sentiu suas forças abandonando seu corpo, sua vontade desmoronando a cada segundo que a forma de sua irmã queimava. Caiu de joelhos, apenas a área em sua volta estava normal.

Então, a voz que parecia chamá-lo mostrou-se como uma sombra. – Você é fraco, Akamatsu. Não foi capaz de proteger o que era mais importante para você. – Shishi sentiu a raiva subindo pelo seu corpo, tentou até golpear a sombra com um chute. – Quem é você? – Uma risada ecoou em meio às chamas, a eletricidade começou a percorrer o corpo do garoto, ao fundo uma canção começou semelhante à de uma Sereia começou a tocar, parecia chamar a atenção do garoto, acalmando-o. A energia que ele emanava logo foi se acalmando. Uma voz feminina surgiu no “sonho”. – Acalme-se, Akamatsu-kun. Isso tudo que você está vendo é uma mera ilusão criada pela magia desta casa. – Shishi olhava para os lados procurando a dona daquela voz, embora soubesse quem fosse. Um portal se abriu naquele mundo, extinguindo as chamas, da cintura para cima estava Rin saindo do portal, com a mão entendida para ele. O garoto segurou a mão dela e acordou da ilusão, havia voltado para a mansão, olhou para a Chefe e aparentemente ela ficou parada o tempo todo. Shishi chegou a abrir a boca para falar algo, terminou sendo impedido de falar. – Não diga nada, estou retribuindo o favor que você me faz anteriormente. – Os dois se entreolharam e voltaram a correr, aparentemente aquela era a ultima porta. Shishi deu um chute bem forte nela, só para o caso de haver algo a protegendo. Derrubou-a, surpreendendo as duas pessoas que estavam dentro daquela sala. Quem estava em pé e olhando para a porta eram seus dois antigos companheiros Kai e Kaya. A garota olhou para ele e sua expressão ficou triste, já o outro deu uma leve risada. – Se não é o traidorzinho... – Kai falava em tom provocativo, embora aquilo não fizesse tanta diferença.

– Por que nos traiu, Shishi-kun? – Ela perguntou em súplica, queria muito saber o real motivo de ele ter feito aquilo. O novo Agente logo desembainhou suas kodachis. – Não é da conta de vocês. – Rin deu um passo a frente, cogitando algum tipo de ofensiva, mas Shishi a impediu. Sinalizou um “não” com a cabeça. – Eu cuido desses dois, Rin-san. Siga em frente. – Conforme a Chefe ia em direção a porta que os dois Resets estavam, a mulher quase foi impedida de passar, se não fosse a interferência de Shishi. - Vocês não vão passar daqui.

Kai usou sua velocidade para atacar o Agente Zero, apesar de ter tentado desviar, não foi o suficiente. O loiro buscava pressionar o garoto de todas as formas possíveis para poder tirá-lo dali rapidamente. Shishi deu um pequeno salto para trás e recuou, abrindo os braços. – Eu não tenho tempo para brincadeiras. – Então, girou as kodachis no ar e sua armadura ia aos poucos se montando no corpo dele. Aquilo era a prova, não estava mesmo querendo perder tempo. A garota apertou os punhos, perguntando-se sobre a necessidade daquela batalha... Resolveu não hesitar, aquele Shishi ali na frente não era mais o mesmo que stalkeava. Liberou o “selo” para o segundo nível de suas habilidades e apontou a mão para Shishi, liberou imediatamente a energia invisível de sua palma para acertar o garoto, ele percebeu o movimento e cortou a rajada com a kodachi direita. Então, quando menos esperava Kai o atingiu com um soco no rosto, fazendo um pequeno corte no lábio dele. Limpou o sangue com o dedo e sorriu, cruzou as lâminas das armas e concentrou a eletricidade nelas, em seguida, desuniu-as causando um grande atrito, aumentando ainda mais os raios agora negros ali. Ele gritou e liberou a energia, fazendo com que os outros dois recuassem, embora não tivesse conseguido atingi-los, havia algo errado com sua habilidade naquele momento, talvez ainda sentisse algum tipo de hesitação em atacar seus ex-companheiros. – Achei que ia conseguir lutar com eles... Mas não vai ser tão fácil assim. – Assim que se distraiu nesse instante, sentiu um golpe com toda a força na barriga e outro no peito, Kaya havia atirado mais uma rajada de energia nele, assim como Kai o havia atingido com um soco. Shishi fora lançado na parede e a rachou. Tossiu um pouco de sangue e viu que parte de sua armadura tinha sido destruída naqueles ataques.

A garota de olhos cor de rosa apontou as duas mãos para o Agente e se preparou para disparar o “golpe final”. O garoto concentrou discretamente sua eletricidade nas armas que estavam no chão, se conseguisse ser rápido o suficiente o dano que tomaria seria um pouco menor. Apertou as mãos em volta do cabo da kodachi, estreitou os olhos esperando o momento certo para contra-atacar. Entretanto, quanto percebeu o golpe, algo explodiu nas costas dele, e uma projétil de luz atingiu os dois resets. Sentiu apenas alguém lhe puxando para outro lugar. Quando se deu conta, estava nos braços de Rin, e a própria apontava uma Desert Eagle para os inimigos. Shishi arregalou os olhos, não entendendo o motivo de ter sido salvo por ela. – Rin-san... Por que me salvou? – A Chefe limpou calmamente a poeira das roupas dele e sorriu. Para ela, os motivos de salvá-lo eram óbvios. Afastou o garoto de modo que ficasse um pouco na frente dele, apontou sua pistola para os resets. A aura dela fazia os inimigos sentirem um pouco de medo... Passava uma grande sensação de temor. E aproveitando a proximidade de seu corpo ao de Shishi, ela sussurrou no ouvido dele. – Nós já vamos embora, Akamats... – Ele a silenciou com o dedo e sorriu, não iria deixá-la cuidar de tudo sozinha. – Não, Rin-san... Agora nós somos aliados, lutaremos lado a lado. – A Chefe abriu um largo sorriso e deu um peteleco entre os olhos dele em uma brincadeira, aquilo pareceu irritar Kai. – O que estão fazendo? Ignorando seu inimigo? – O garoto de olhos verdes saltou para acertar um soco em Shishi, e surpreendentemente sem mesmo olhar onde ele estava, o atingiu bem no ombro e o lançando dois metros para trás. Kaya apontou a mão para eles, numa tentativa de atingir os dois membros da Organização, mas Rin atirou na mão dela e a desviou. Aparentemente, os projéteis dela não eram como os de uma arma convencional. – Fiquem quietos até que essa conversa em particular acabe. – O tom de voz dela era perigoso, os olhos dela passavam a mesma sensação de quando Shishi viu a irmã morrer... Mais parecido com um demônio sedento por sangue. – Rin-san... Eu tenho um favor pra te pedir. – A mulher fez um gesto, dando a entender algo do tipo “estou ouvindo”. – Atire na parte de cima da armadura até ela se despedaçar por completa. – A Chefe da organização sequer questionou o motivo da pergunta, apontou sua Desert Eagle para ele e atirou em cada parte que sobrava da armadura. O impacto dos projéteis era bem forte, então necessitou de suportar a dor dos tiros. Por fim, após mais ou menos dez tiros, a parte superior da armadura estava despedaçada, sobrando apenas abaixo da cintura. – Eu vou dizer algo para vocês, caso não tenham descoberto... Nosso power-up possui fraquezas e pontos fortes... Assim como os pontos fracos, os fortes também podem se tornar um incômodo... Mas, se a natureza deles for achada, pode ser facilmente revertida e ambos se tornarão um ponto forte. Sem enrolar muito, o que quero dizer é... O ponto fraco da minha armadura era o peso dela, assim como o ponto forte era sua proteção. Porém, se eu destruí-la... Posso aumentar minha velocidade e manter o meu poder. – Ele pegou apontou as kodachis para os resets e saltou, passando logo em seguida para trás dele, de fato, estava bem mais rápido. Ao mesmo tempo, Rin atirou com sua pistola nos garotos, lançando-os ainda mais longe.

Kaya e Kai se viraram assim que Shishi pulou atrás deles, no mesmo instante, puderam sentir a eletricidade percorrendo o corpo deles, desabaram no chão por terem seus movimentos paralisados. O Agente olhou para trás e embainhou as espadas novamente. – Vocês deveriam me agradecer por não acabar com vocês dessa vez. Na próxima, eu não terei piedade. – Ele saltou para perto de Rin novamente, ela sussurrava em seu ouvido. – Já consegui o que queria, Akamatsu-kun. Vamos deixar a pista daquela sala para eles. – A chefe olhou para o casal, tinha um sorriso zombeteiro na face por ter se safado mais uma vez de ser atacada por eles, dessa vez, graças a Shishi. – Eu espero, sinceramente... Que da próxima vez vocês estejam pelo menos um pouco mais fortes. – Por fim, estalou os dedos e sumiu com o garoto.

Kai socou o chão com muita força, sentindo-se totalmente frustrado por não ter conseguido fazer mais nada perante aqueles dois. Pensou que algo deveria ser feito, iria treinar para futuramente e derrotar seu “rival” a qualquer custo. Kaya apertou os punhos, também se sentindo triste por não ter sido tão útil quanto gostaria. Resumiu suas ações a ir até a sala seguinte e buscar o pergaminho que lá estava. Aparentemente, era uma peça chave para encontrar o tal item. Foram teleportados de volta para Shirahoshi, para ter seus pequenos ferimentos tratados e o conteúdo do pergaminho ser investigado.

Paralelamente, Shishi e Rin voltavam para a base da Organização, onde o garoto teria uma noticia na qual mudaria os rumos da sua vida mais uma vez. A chefe o parou e colocou a mão no ombro dele. – Akamatsu-kun... Sua irmã mais velha despertou...


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