Megan Strong e a Vingança De Sangue escrita por Lorena Martins


Capítulo 4
Entre frappuccinos e carros roubados


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Obrigada, Yasmim por acompanhar a história e obrigada ao pessoal do Twitter. Na boa, adoro vocês. Esse capitulo é decisivo para a FanFic. Boa leitura!



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-Por que esse relógio não anda mais rápido?- perguntou Kevin. Ele estava agitado, não parava de batucar o lápis na mesa. Eu fiquei de olho nele durante a aula de espanhol e ele roubou três cadernos, uma garrafa de água, um gabarito de prova da nossa professora e um celular novinho. James ficaria sabendo disso e ele devolveria tudo. Em breve. –Por que a gente não matou aula hoje mesmo, Meg?

Ele se virou e me encarou como se já soubesse que estava sendo observado. Senti a mão de James no meu ombro. Ele segurou mais firme e notei que ele estava se aproximando de nós dois.

- Kevin, a Meg não queria matar! Deixa ela. A gente pode comemorar o último dia de aula mais tarde. Acho que finalmente vamos abrir o presente da Meg! –disse ele enquanto de apoiava em mim e na mesa dele.

Sentávamos daquela mesma maneira todos os dias e já fazia uns dois meses. Kevin na minha diagonal e James atrás de mim. Já devia ter me acostumado com a mão de James, mas ainda tinha pequenas paradas cardíacas todas as vezes que ele me tocava.

Kevin se endireitou na cadeira e sussurrou xingamentos. Faltavam uns quinze minutos para a aula acabar e finalmente iriamos a Starbucks comemorar a chegada das férias de verão. Devo assumir que a mudança para Nova York foi algo maravilhoso para mim. A cidade tinha um ritmo próprio e apesar de ter encontrado algumas pessoas bizarras que reclamavam do meu cheiro e que diziam “olá, lanchinho” quando eu chegava, sempre estava acompanhada de um dos meus melhores amigos. Naquela mesma semana tínhamos fugido de uma mulher estranha no Central Park. Eu era a mais rápida, James o mais forte e Kevin o mais esperto. Era fácil me divertir em nossas aventuras esquisitas.

A senhorita Muñoz entregou os boletins e começou a escrever os nomes das pessoas que poderiam prestar o diploma de espanhol na lousa. Como sempre, nenhum de nós estava lá. A professora se virou, recolheu seus livros e guardou-os na bolsa. Quando ela colocou a alça no ombro, o sinal tocou.

- ALELUIA! –gritou Kevin e James em unissonoro.

Eu deixei meu corpo se afundar na cadeira e deitei a cabeça na mesa de James. Ele ficava lindo de cabeça para baixo. Sorri.

Nesses últimos meses, andei pensando muito em James. Não podia evitar. Ainda mais depois daquele dia na piscina da escola. Aquele cara enchia a arquibancada do Colégio Nickelson de garotas suspirando!

Depois que James obrigou Kevin a devolver todos os artigos roubados do dia, fui até na entrada do colégio. Pisquei para a águia de mármore e fui em direção ao beco que ficava entre a loja de artigos de jardinagem e o colégio. Lá estavam James e Kevin esperando por mim.

- Vamos! Estou louca para tomar um frappuccino de caramelo! –disse eu enquanto via uma expressão de surpresa na cara dos dois. – O que foi? Frappuccino de caramelo é muito bom! Eu sempre tomava em Washington.

Eles dois continuaram com as caras de bobos até que Kevin falou:

- Você nunca fala mais que cinco palavras e muito menos é simpática. Nem sabia que você vinha de Washington!

James concordou com o que Kevin disse. Comecei a rir.

-Por favor, hoje estou de bom humor. Posso até contar uma piada mais tarde, se vocês aguentarem. Já vou avisando, não sou boa com piadas. –assumi enquanto andava para fora do beco. Depois percebi que eles ainda estavam no mesmo lugar. –A gente vai comemorar ou não?

Os dois se entreolharam e correram para me acompanhar.  Fomos até a Starbucks da 188th Street a pé, quando chegamos lá, sentei com os garotos em uma mesa. James pegou um pedaço de papel de sua mala e uma caneta.

- Boa tarde, meu nome é François e serei o garçom de vocês nesse primeiro dia de verão. –disse ele com um sotaque francês falso. Ele parou e olhou para mim e para Kevin. Nós dois estávamos com aquela cara de quem não entendeu nada. –Vei, eu sou péssimo decorando pedidos, por isso eu anoto. Dá para vocês falarem o que vão querer?

Kevin pediu um frappucino de chocolate e eu um de caramelo. James anotou que pediria um de morango e foi para a fila. Enquanto isso, Kevin avisou que iria ao banheiro. Traduzindo: vou roubar algumas coisas enquanto o James está ocupado.

Aproveitei que os dois estavam fora e peguei o meu Walk Talk. Minha mãe trabalhava no Queens e não muito longe de onde estava. Apertei o botão.

-Estou na Starbucks com meus amigos. Câmbio. –disse e aguardei ansiosa.

Olhei para James na fila. Percebi que não tinha dado dinheiro para ele. O que faria: Aguardava minha mãe responder ou entregava o dinheiro? Decidi entregar o dinheiro.

Levantei, peguei dinheiro na minha carteira e fui até James ainda com o Walk Talk na outra mão. Assim que cheguei perto, a mulher que estava fazendo um Mocaccino com leite de soja olhou para mim com um sorriso estranho.

- James, esqueci de te dar o dinheiro e... –franzi a testa e continuei a falar, mas dessa vez com a voz mais baixa. –Não olha agora, mas tem uma mulher estranha encarando a gente.

Ele assentiu e virou seus olhos azuis em direção ao chão.

- Já tinha percebido. Ela passou aqui e deu uma fungada perto de mim. –ele sussurrou e fez uma cara de nojo. –Caramba, acho melhor pegarmos os frappuccinos e sair correndo daqui. Chame o K...

- Mensagem recebida, câmbio. –disse minha mãe no Walk Talk interrompendo James. – Aquele garoto loiro está ai com você? É um encontro? Câmbio.

Ops...

James olhou para mim e ergueu as sobrancelhas. Maldito Walk Talk. Devia ter deixado no mudo.

- Mensagem Recebida. Mãe, somos apenas amigos. Câmbio. –disse enquanto apertava o botão e tentava esconder meu rosto com o aparelho. – Tem uma mulher estranha aqui.

Com o canto do olho vi Kevin entrar na loja. Sua mão estava suja de graxa. O que aquela peste tinha feito agora? Ele parecia satisfeito. Pegou minha bolsa e a do James e saiu de novo da loja fazendo um sinal para mim de “vamos embora daqui!.

- James, acho melhor a gente esquecer os frappuccinos... –disse eu enquanto saia da fila em direção a porta.

- Mas, Meg! É uma tradição! – ele parecia uma criança falando isso. Encarei-o e então ele me seguiu.

Quando olhei para trás, a mulher não estava mais atrás do balcão. Congelei. Onde ela estava? Mas que raios estava acontecendo? O Walk Talk soltou um ruído.

- Tá bom. Câmbio. Não fique aí, fuja. Você vai completar doze anos amanhã! Câmbio. Será que você pode pegar carona com a mãe de um dos seus amigos? Tem um endereço escrito na última página do seu caderno laranja.

Caderno laranja, ok. Mas onde estava a minha bolsa? KEVIN! Ele tinha pegado minha bolsa!

- Mas o que? –disse James espantado. – Onde você arranjou esse carro, Kevin?

Kevin estava usando óculos escuros e segurando um canivete suíço. Sentava no banco da frente. Podia ouvir o som do motor ligado.

- Tenho meus meios, gafanhoto. – disse ele com um sorriso no rosto.

Ah, não. Dessa vez ele tinha ido longe demais.

- Kevin devolve esse carro A-G-O-R-A! Se a polícia descobre que você peg.. AH! – gritei de dor. Olhei para meu braço. Uma mão escamosa segurava-me.

- Vai aonde, docinho? –disse a mulher do Starbucks. Seus olhos tinham a pupila estranha... A dela não era redonda, mas sim em formato de fenda em vertical como as cobras venenosas tinham.

Olhei para meu braço e vi que havia sangue em minha jaqueta. As unhas dela estavam cravadas em minha pele.

- Ei! –gritou James enquanto pegava o canivete suíço que Kevin tinha roubado. –Não mexe com ela!

Ele investiu contra a mulher e cortou a no braço. Ela gritou de dor e me largou. Deixei me cair no chão e então vi. Ela não tinha pernas. Uma cauda de serpente saia de um buraco da calça. Ela era enorme.

Ouvi James gritar e então ele caiu no chão.  A mulher tinha o cortado na perna. Levantei-me e arrastei James até o carro, abri a porta e deitei-o no banco traseiro. Sentei ao seu lado.

- Pisa fundo, Kevin! –gritei.

- Para onde vamos? –perguntou ele quando já estávamos correndo.

Peguei minha bolsa. No caderno laranja estava desenhado um mapa.

- Vamos em direção a Long Island. Tem uma colina lá chamada “colina meio-sangue”.

Kevin me olhou pelo retrovisor ele ia protestar, mas então viu que eu estava brava. Em vez de me criticar ele apenas disse.

- Peguei água e um kit de primeiros socorros. Estão no banco do passageiro.

Olhei para trás, não via a vendedora do Starbucks. Por enquanto...


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Notas finais do capítulo

Bleeeeh... Eu sei. Tá bem estranho. Ficou muito confuso?



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