Segundas Intenções escrita por Mieolchi


Capítulo 1
O início


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira Fic, não sou boa com isso e nem sabia como começar, mas aí está!
Um agradecimento especial às minhas MinYoung e MinHee ♥



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Não sei bem como começou, só sei que já estava lá. Fui para a Coreia tentar a vida de atriz, tinha feito testes em algumas empresas de entretenimento e havia passado na maioria deles. Ainda não estava aprovada em nenhuma, mas mesmo assim resolvi me mudar de vez para Seul e realizar meu sonho.

Fui morar com umas amigas que conheci pela internet. Em algumas viagens nos conhecemos pessoalmente e ficamos realmente próximas. Elas também tinham a ideia de morar sozinhas, então foi fácil arrumar um lugar. Me ajudaram muito na mudança, me ensinaram direitinho os costumes da região e me cuidaram. Shin YuRi é a mais velha, tem 24 anos, cabelos longos e pretos, alta e muito bonita. Park BoMin é amaknae, tem 18 anos, cabelos coloridos nas pontas, é mais baixinha e com aparência fofa.

Dividíamos um apartamento no centro de Seul, era perto de tudo, apesar de o aluguel ser um pouco caro. Mas valia apena pelo simples fato de que podíamos encontrar sem querer muitos ídolos e garotos bonitos! Precisava arranjar um emprego para conseguir me manter ali, eu fazia alguns bicos como modelo, mas não era o suficiente, então saí a caminho das empresas de entretenimento próximas.

Depois de andar vários quarteirões, resolvi voltar. Estava um pouco tarde. Fui a pé para casa, queria escutar música pelo caminho. Já estava no quarteirão do prédio quando um garoto passou correndo por mim, deixando cair um dos livros que segurava. Peguei o livro do chão e corri em direção a ele, que pareceu não notar a perda. Gritei algo como “garoto!”, mas ele não ouviu. Continuei correndo atrás dele e, para a minha surpresa, ele entrou no mesmo prédio que eu moro. Para esperar o elevador, ele precisou parar, e foi aí que o alcancei. Entramos juntos:

– Ah, com licença. Você deixou isso cair enquanto corria! – eu disse, um pouco tímida e esbaforida por causa da corrida.

– Ah! Onde eu estava com a cabeça! – disse enquanto pegava o livro da minha mão. – Muito obrigado! Se eu tivesse perdido isso, minha irmã me mataria! A propósito, você correu até aqui só pra me entregar o livro?

– Não, na verdade eu moro aqui. Surpreendi-me que você veio para cá. – disse, surpresa.

– Ah, então somos vizinhos! Eu me chamo Choi SungWoo, muito prazer!

– Muito prazer! Aqui na Coreia me chamam de DaeHyun. – sorri. – Ah, aproveitando, poderia apertar no 6º?

– Ah, vamos nos ver bastante! Eu também moro no 6º andar! Mudei hoje para cá com minha irmã. – apertou o andar correto e sorriu.

Sorrimos um para o outro, ele claramente tímido, até o elevador chegar ao destino. Para a minha tristeza, o apartamento dele não era defronte ao meu. Ele morava no 605 e eu no 612. SungWoo era um garoto alto, magro, de olhos grandes e cabelos castanhos, bagunçados pela corrida que dera mais cedo. Ele era realmente bonito. Vestia um casaco de moletom verde, uma calça jeans clara e um tênis preto, sem muitos detalhes. Carregava muitos livros nas mãos, além de uma bolsa transversal que deveria ter mais livros dentro. Fiquei curiosa para conhecer melhor o garoto que seria meu novo vizinho.

Cheguei em casa, retirei os sapatos e joguei a bolsa em cima do sofá. Eu estava sozinha, pois as meninas estavam trabalhando. Escutei as mensagens da caixa de mensagens enquanto pegava um suco na geladeira.

Olá, aqui é da SBS. Precisamos que a senhorita... DaeHyun retorne a ligação o mais breve possível. O telefone é .... – corri pra anotar os números e disquei correndo de volta. Certamente a pessoa que estava falando não sabia pronunciar meu nome verdadeiro e acabou chamando pelo nome coreano! Haha.

– Alô? Aqui é DaeHyun. Ligaram pra mim e pediram que eu retornasse!

Com isso, me chamaram para mais um teste em um drama. Seria no dia seguinte, à tarde. Fiquei muito feliz com a notícia! Era a minha chance! Na realidade, meu sonho sempre foi ser dançarina e cantora, mas começar sendo atriz, e num drama de grande popularidade, seria realmente ótimo!

Quando as garotas chegaram, contei tudo e ficaram muito felizes, principalmente pelo fato de termos um garoto bonito como vizinho! Fizemos uma pequena comemoração, com direito a bolo, preparado pela nossa unnie cozinheira, e refrigerante. Espiávamos o corredor do nosso andar de tempos em tempos para ver se o vizinho bonito não aparecia, mas pelo visto ele dormia cedo! Já eram 11 horas da noite quando fomos deitar. A melhor parte do apartamento é que tínhamos um quarto para cada uma.


~/ /~


Acordei cedo, mesmo o teste sendo à tarde, queria me preparar bem antes. As meninas já tinham saído e me deixaram bilhetes fofos de motivação junto do café da manhã. Mesmo elas sabendo que eu não conseguia me acostumar com os cafés que os coreanos tomavam, elas insistiam e não desistiam de me fazer comer! Eu sempre preferi leite e sanduíche! Alonguei-me e me preparei como podia.

Na hora do almoço a campainha toca. Era o menino bonito.

– Oi! Boa tarde! Desculpa incomodar essa hora, mas será que você não tem arroz pra emprestar? Minha irmã saiu e me deixou sem almoço! – sorriu. Meninos bonitos sorrindo sempre conseguem o que querem.

– Uhm, você está lá sozinho? Não quer se juntar a mim? Estou comendo sozinha também. – disse, já me arrependendo do fato de convidar um estranho para entrar na minha casa.

– Ah, eu não quero incomodar! Eu ficarei mal acostumado aos seus favores, noona! – quando ele falou “noona”, assustou-se e corou. Ele não sabia a minha idade, mas imaginara que eu fosse mais velha. – Desculpe, nós não somos íntimos pra eu te chamar assim, desculpe realmente. – e virou as costas em direção ao seu apartamento.

– SungWoo! O que aconteceu? – segurei o menino pelo braço enquanto falava. – Não tem problema me chamar assim, somos vizinhos! E para celebrar isso, vamos almoçar juntos. – pisquei e levei-o de volta ao meu apartamento. Ele corou mais ainda com as minhas palavras, apesar de que eu não entendi realmente o porquê.

Fechei a porta quando entramos e me dirigi ao armário da cozinha para pegar mais um prato e talheres. Eu desejei que ele gostasse de comida ocidental, pois era a única coisa que eu conseguia cozinhar. Arrumei um lugar na mesa para ele e estendi a mão para que sentasse. “Venha! Espero que goste da minha comida. Já comeu isso?”, eu disse, apontando para as panquecas recheadas.

Com o tempo ele foi relaxando e ficando mais confortável comigo. Conversamos sobre nossas vidas. Contei para ele toda a minha jornada desde que cheguei na Coreia e ele me contou que se mudara com a irmã porque os pais foram viajar para o exterior a trabalho e eles não queriam acompanha-los. Contou, também, que era irmão mais novo, tinha 20 anos enquanto a irmã tinha 32. Comentei que ele podia me chamar de noona, já que eu era mais velha, e que ficaria feliz se ele me chamasse assim. Ele corou novamente e sorriu, mas dessa vez não fugiu. Depois do almoço ele se despediu e agradeceu, dizendo que já devia dois favores a mim e que os pagaria com juros. Rimos da situação e ele foi pra casa. Arrumei-me para o teste e saí.

Peguei um ônibus e cheguei no local. Era grande e moderno, com grandes janelas de vidro e pilares de metal. Fui até a recepção e me apresentei. Logo me encaminharam ao local onde seriam feitos os últimos testes dos selecionados. Espantei-me com a quantidade de gente à espera, mas não dei muita bola, precisava estar bem preparada e tranquila. Sentei-me ao lado de uma garota de aparência simpática e esperei. Logo chegou a minha vez.

Como era meu segundo teste para esse drama, não precisei decorar textos, só me pediram para agir tendo algumas situações como referência. Precisei cantar e dançar também, o que não foi muito confortável. Não durou mais que 20 minutos. Eu estava um pouco apreensiva porque não esperava que os outros que já tinham feito o teste ficavam na “plateia” observando os próximos candidatos. Depois que fui dispensada, sentei-me junto com eles.

Foi cansativo esperar uma hora sentada, e percebi que algumas pessoas não precisavam esperar no auditório, estas eram dispensadas. No final das audições, disseram 4 nomes em voz alta e pediram para que voltassem ao lugar das apresentações, dispensando os outros – um deles era o meu.

– Muito bem, crianças – disse o diretor, levantando da cadeira e nos olhando de frente. – Vocês participarão do drama LoverHolic da SBS. Parabéns! Aguardem na sala de espera até que sejam chamados.

Meu coração quase parou. Era felicidade demais para um dia só! Além de almoçar com um vizinho muito fofo, tinha passado nas audições do drama, e com tanta gente participando! Mandei uma SMS para as meninas enquanto me encaminhava à sala de espera. Esperei.

Meu nome foi o primeiro a ser chamado, e logo fui para a sala onde me esperavam o diretor e algumas outras pessoas. Resolvi toda a papelada e me deram roteiro dos primeiros episódios com todas as minhas falas marcadas em amarelo. Eu não tinha tantas falas, então estava mais tranquila.

– Mas preste atenção, DaeHyun – disse o diretor. – Isso é um roteiro provisório. Se o drama der certo e for popular, suas falas aumentam e seu destaque no drama também. Esforce-se! Você sabe que ocidentais não têm muita chance com essas coisas aqui, não é? Estamos apostando em você.

Estremeci ao escutar essas palavras, mas prometi a ele que daria o meu melhor. Eu estava com muita responsabilidade nos ombros. Saí de lá radiante e distraída. Acabei pegando um caminho errado e me perdi no prédio, estava nas nuvens. Foi aí que vi outra pessoa mais distraída que eu saindo apressadamente de um corredor e esbarrando em mim, fazendo com que as folhas que estavam em nossas mãos espalhassem-se pelo chão.

– Ah! Desculpe! Perdão! Foi culpa minha, deixe-me ajudá-la! – disse o rapaz, abaixando-se e catando as folhas do chão.

– Nós dois fomos culpados, eu também estava distraída! Vamos fazer isso juntos! – olhei para ele e sorri. Só aí que notei quem era ele. Era um garoto alto, bonito, de cabelos até os ombros e sorriso infantil, usava óculos de grau e camisa polo listrada: era CNU. Logo que percebi, corei.

As folhas estavam muito misturadas pelo chão, era complicado separá-las ali, já que eram parecidas, inclusive. Ele pegou uma das folhas do chão e leu.

– Ei, por um acaso você faz parte do drama LoverHolic? – o garoto disse.

– Ah, sim. Eu acabei de passar no teste. Esse é o meu roteiro!

– Eu também! Seremos colegas! Mas... acho que vamos precisar de um tempo até que isso fique organizado! – disse, coçando a cabeça em sinal de estar pensando. – O que acha de comermos algo e aproveitamos o tempo para separar isso tudo?

Olhei para ele um pouco assustada, nós nem nos conhecíamos e ele queria comer alguma coisa comigo. Sim, eu nunca recusaria algo assim, principalmente de um garoto como ele, mas foi estranho. Acho que ele percebeu minha cara de espanto.

– Ah... desculpe! Eu sou muito atrapalhado. Nem me apresentei! Meu nome é Shin DongWoo, mas costumam me chamar de CNU, muito prazer. – estendeu a mão, sorrindo.

– Muito prazer! – estendi a mão e cumprimentei. – Me chamam de DaeHyun! Aceito o seu convite para comer, eu realmente estou com fome. – sorri e corei quando nos olhamos nos olhos. Ele parecia bem à vontade ao meu lado.

Pegamos todos os papéis que estavam no chão e fomos em direção ao restaurante do prédio. CNU conhecia o caminho, fiquei mais aliviada, pois eu estava realmente perdida! Logo entramos e procuramos um lugar calmo para sentar.

– Acho que aqui está bom! – CNU disse, sorrindo, puxando uma cadeira para que eu me sentasse.

– Está sim! – disse, agradecendo à gentileza.

CNU separava duas pilhas de papel de igual tamanho, para que pudéssemos separar as folhas juntos. Entregou uma delas para mim, sorrindo novamente. Seu sorriso era animado, ao mesmo tempo em que me confortava. Era estranho, para mim, ver tamanha sinceridade nos olhos e no sorriso de uma pessoa que eu acabara de conhecer – apesar de já ter lido tudo sobre ele nos sites de notícias, afinal eu era fã de B1A4, em contrapartida eu não me sentia uma fã enlouquecida, ele era apenas minha – bela – companhia daquela tarde.

– O que quer comer, DaeHyun-ssi? É por minha conta. – sorriu e sustentou a cabeça com uma das mãos, apoiando o cotovelo sobre a mesa. Com a mão livre, entregou-me o cardápio. – E eu não aceito um “não precisa” como resposta, antes que a senhorita diga qualquer coisa. Eu convidei, eu pago. – piscou.

Corei com a última cena que eu vira. Ele piscando foi demais para a minha cabeça, eu já estava ficando desconsertada com o jeito de ele agir. Corei novamente e respondi:

– Ok, você venceu, CNU! – sorri e peguei o cardápio. – Hum... Acho que vou querer um chocolate quente e um pedaço de torta. E não ria disso, estou com fome!

– Acho que vou te imitar no pedido! O chocolate quente daqui é muito bom. – chamou um funcionário e pediu o que comeríamos. – A propósito, me conte um pouco sobre você. Não é coreana, né? – ele me olhava com tanta profundidade que eu quase afundava na cadeira.

– Não, eu sou Inglesa. Vim para a Coreia faz pouco tempo. Uhm... o que mais quer saber de mim? Tenho 22 anos, moro em Seul com duas amigas, minha vida não tem tanta coisa a se contar. – sorri. – Sua vez.

– Antes de começar a falar de mim, tem uma coisa que quero saber sobre você, noona. – fitou-me. Estremeci um pouco e corei, sentindo receio em permitir a pergunta.

– Pode perguntar! – ele certamente sentiu o meu nervosismo e riu um pouco. Eu nunca ficava tímida assim na frente das pessoas. Ele tinha algo que me deixava assim.

– Uhm... Você... – antes que ele pudesse terminar a pergunta, a moça com os pedidos chegou, colocando-os na nossa frente. Ele agradeceu a atendente com um sorriso. – Onde eu estava? – perguntou, agora com um ar confuso. – Ah, sim. Noona tem namorado?

– Ah... sobre isso... não tenho. – foi aí que eu notei que não era só eu que corava a cada movimento. Ele corou e ria descompassadamente, bebendo seu chocolate devagar.

– Desculpe-me por ser indiscreto, noona. Eu estava apenas curioso.

– Não tem problema. Vamos trabalhar juntos agora, não é mesmo? – sorri.

Terminamos de comer para separar as folhas dos roteiros. Ainda não sabia direito qual seria o meu papel. CNU, que já tinha lido sua parte, entendeu a história e resumiu para mim.

– Ah, a história é bem clichê, na verdade. Começa com duas pessoas se conhecendo e brigando, até que no final elas resolvem as diferenças e ficam juntas. Meu papel é o de irmão do personagem principal. Pelo que eu entendi, eu serei da parte cômica, junto com mais uma atriz, que será a companheira de quarto da outra personagem principal. Nós vamos intermediar esse romance, ou algo assim. Você já sabe quem vai ser?

– Ainda não tive tempo de ver isso – peguei a capa do meu roteiro para tentar achar o nome da personagem. – Deve ser Sara Choi, é o que está escrito aqui, olhe. – mostrei a folha para ele.

– Você só pode estar brincando! Esse é o nome da personagem que interpreta junto comigo! Nossa, nós realmente demos sorte em nos encontrar, não? – sorriu satisfeito.

Rimos e conversamos mais um pouco, até que o trabalho de separar os roteiros terminou. Já estávamos mais à vontade conversando, não ficávamos mais tão corados e tímidos. CNU era questionador, curioso, comunicativo, aparentemente sincero e amigável: ele realmente parecia comigo. Gostei de ter encontrado ele antes das gravações, assim eu ficaria mais tranquila. Ele me levou até a porta do prédio e nos despedimos.



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Notas finais do capítulo

Minha primeira fic, perdoem os erros e a história simples!

Aguardem o próximo capítulo!



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