Diana's POV

O vento batia muito forte lá fora, assim como a chuva caia violentamente. Eu não teria como voltar para casa tão cedo desse jeito. Sentei em uma mesa do canto, já que o bar estava cheio. Estranho, considerando o tempo dessa terça-feira a noite. A única coisa que eu precisava, era beber pra esquecer tudo que andava acontecendo na minha vida. Mudança de continente, separação dos meus país... tudo num combo. Eu acho que isso chega a ser pecado. O que eu fiz pra pagar isso? Estava quase chorando, quando um garçom veio até mim e perguntou:

- Gostaria de alguma coisa para beber senhorita? E opa... está sozinha?

- Olha, pra você, eu to casada e com 3 filhos. Me ve, sei lá, um qualquer coisa

- Não temos qualquer coisa, moc...

Nem deixei ele terminar a frase. Olhei com uma cara de "Tá brincando comigo, né?" e acho que ele entendeu o recado, pois saiu.

Esperei um tempo, até que vi meu telefone vibrar no meu bolso. Era minha mãe... bom, ela deveria estar preocupada mesmo. Depois que eu saí de casa no mês passado devido as brigas, nunca dei notícias. Foda-se ela, foda-se meu pai, foda-se mudança que minha mãe quer por causa desse trabalho estúpido dela.

O garçom chegou com uma bebida vermelha. Parecia de morango, então dei um gole bem grande na bebida. Assim que tocou minha lingua, eu senti vontade de guspir tudo na cara daquele filho da mãe. Ele deu um sorrisinho, e em seguida disse:

- Gostou, gatinha raivosa?

Respirei fundo e contei até tres. Esse cara não ia me tirar do sério.

- Adorei. Amei mesmo. Mas sabe o que eu ia amar mesmo? - Levantei e peguei a gravata borboleta do seu uniforme e puxei, bem pra perto de meu rosto. Ele parecia tão feliz... mas claro, que eu não ia fazer isso. Simplesmente dei o chute mais forte que consegui na sua canela - Tu fora daqui.

Vi que o dono do bar vinha em minha direção. Ok, eu tinha que sair correndo dali, mas tinha muita chuva. Droga. Saí correndo pelo bar e bati de frente com um cara diferente. Gostei dele. Ele olhou intrigado pra mim, e me ofereceu uma carona até a casa de uma amiga de uma amiga minha, onde eu estava morando. Mas quando eu contei sobre minha história, ele simplesmente falou:

- Então é isso? Ta fazendo draminha porque os papais tão se separando? Sai daqui. - Ele abriu a porta do carro. Só que nós estavamos na estrada, voltando pra casa dessa amiga, que morava em uma fazenda afastada. Eu não chegaria lá andando nem sonhando - Agora.

Desci do carro, e a chuva gelada e a ventania me atingiram imediatamente. Eu olhei pra mim mesma, e na situação que eu estava. Meus pais brigando durante meses me tornaram assim, e a separação deles só contribuiu com o fato. Eu estava usando um vestido curto preto, um salto agulha da mesma cor, maquiagem borrada. Eu sempre fui rebelde, mas não ao ponto de fugir de casa e me vestir como uma vadia, beber até não parar mais. Deixar meus pais loucos de preocupação... mas agora não dava mais pra parar. 

Andei um pouco e achei um hotel pequeno e velho. Cheguei lá molhada, e não tinha ninguem. Peguei o celular na minha bolsa, e liguei pra minha mãe. Logo no primeiro toque ela atendeu.

- Mãe - Disse, com calma - Sou eu. Eu quero voltar pra casa.