Let Go Of The Past escrita por theshadowhunter


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Hei gente!
Então, como prometido, está ai o 2º Capitulo.
Espero que gostem!
aaah, e não me matem pelo atraso! afinal, tudo tinha que sair perfeito, não? muahaha.
D



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A atitude deles foi nobre, mas eu não conseguia aceitar. Não poderia deixar que eles se arriscassem desse modo por mim, ou que tivessem que enfrentar o meu passado.

Meu passado... até agora, tudo o que vinha à minha mente, era sobre as pessoas que eu iria reencontrar, mas nunca pensei que teria que rever meu passado. Mas acho que sim. Passei dois anos e meio fugindo de tudo o que me causava dor, acho que agora era a hora certa de acertar tudo isso.

“ Eu desisti de você. Amor acaba. O meu acabou “

Jurei a mim mesma, que não deixaria Dimitri, Natasha, ou qualquer outra pessoa me assombrar novamente. Não deixarei que os medos daquela antiga Rose volte, eu sabia que era muito mais que isso. Eu sei que posso suportar, que posso lutar. Eu posso vencer todos os demônios dentro de mim.

Mas é algo totalmente irônico que a minha razão para lutar, é a mesma que um dia, me faria abandonar tudo, e me render a paz. O amor. O amor louco e doentio que fervia dentro de mim, como se quisesse explodir, e agora, com esse reencontro, estivesse esperando o momento certo para fazê-lo.


Assim que acertamos os detalhes da viagem, eu subi para meu quarto. Viajaríamos no dia seguinte, então eu comecei a arrumar a minha mala. Senti que a minha “estadia” na Corte seria longa, então dei um jeito de colocar quase todas as minhas roupas em uma mala – que para minha surpresa, deu perfeitamente.

Assim que terminei, entrei no banheiro e fiquei olhando o meu reflexo no espelho. Decidi que eu não seria aquela garotinha de 18 anos que saiu da Corte, e sim a mulher de 21 anos que estava pronta para enfrentar tudo e todos. Então, fui tomar um banho frio.

Quando terminei, percebi que não havia pegado uma roupa, então me enrolei na toalha, mas quando abri a porta do banheiro, vi Luke de costas para mim, olhando minhas fotos.

–- Não sabe bater, não ? – Meu bom humor tinha ido para o espaço, primeiro o retorno a Corte, e depois, sou flagrada semi-nua no meu próprio quarto?

–- Na verdade, eu bati. – Disse ele se virando para mim. Pude sentir o formigamento em minha pele enquanto ele me analisava .

–- O meu rosto é aqui em cima. E será que você poderia fazer o FAVOR de se virar, afinal, eu quero pegar uma roupa.

–- Seu rosto pode até ser ai em cima, mas a visão do paraíso está embaixo.

Eu corei com a resposta dele, mas, pelo bem maior, ele se virou, antes que eu também perdesse o controle. Corri até o guarda-roupa e peguei a primeira roupa que vi na frente. Então sai correndo de volta ao banheiro, e bati a porta com a maior força que tive.

Vesti uma calça jeans preta e um tomara que caia bege. Por falta de opções, peguei a bota que tinha usado no parque e calcei. Vinte minutos depois, sai do banheiro.

–- Pronto, já pode falar. – Tentei soar fria, mas acho que minha expressão acabou me dedurando. Merda

–- Você tem certeza que quer voltar ? -- Quando Luke falou, vi a expressão dele mudando completamente. Seus músculos ficaram rígidos,e seu cenho, franzido.

–- É preciso! Luke, tente me entender. Ela quer que eu volte, ela acha que eu posso viver bem com tudo o que passou, mas não. Eu preciso colocar um ponto nessa história.

–- Tudo bem... então, acho que nós nos vemos amanhã.

–- Só não nos veremos se você fugir. – Logo após dizer, dei o meu sorriso mais sensual para ele, e ele sorriu de volta enquanto saia do quarto.

Senti um frio na espinha assim que ele fechou a porta. Amanhã eu retornaria a todo o meu passado. Inclusive para ele. Dimitri.


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Acordei cedo, já que não tinha conseguido dormir. Tomei um banho quente, e comecei a cuidar dos meus cabelos, depois, coloquei meu habitual jeans preto, com uma blusa de seda roxa e minha jaqueta de couro preta. Usei a mais leve maquiagem que tinha, apenas um delineador e um gloss. Demorei mais de duas horas no banheiro e quando sai, me deparei com uma situação conflitante.

Helena estava pálida, tremendo, sentada em minha cama. Quando me viu, ela me lançou um olhar suplicante, com medo. Pude ver a esperança em seus olhos. A esperança que tudo acabasse bem. Também pude ver o modo como ela confiava em mim, era algo que eu sabia que não poderia decepcionar, então decidi que faria tudo o que fosse preciso para protegê-la, e não deixaria que ninguém tocasse nela.

E nessa hora, eu vi. Eu realmente não era a Rose de antes, a menininha de 17 anos rebelde, encrenqueira e fugitiva. Eu era a mulher que iria até o inferno para salvar sua protegida, mesmo que ela não fosse Lissa.

Lentamente, me ajoelhei em sua frente, e segurei suas mãos. Estavam frias e suadas, ela estava a beira de um ataque.

–- Hey, vão achar que moramos no Pólo-Norte.

–- Rose, e se eles te tirarem de mim? E se ela te obrigar a ficar? E se você quiser ficar? -- Eu podia ver as lágrimas em seus olhos, tentando ser contidas.

–- Não vão. Eu prometo, não vou deixar ninguém tocar em você, não vou sair do seu lado. – Céus, eu queria fazer mais do que isso, queria poder reconfortá-la de verdade, mas eu sabia que isso era a mais pura verdade.

Então, de repente, seu rosto se iluminou, enquanto ela se ajoelhava do meu lado e me abraçava. Eu podia sentir os sentimentos vindo dela... Amor, confiança, medo, esperança, e saudades...

–- Helena Badica, isso não é um adeus!

Como se possível, ela ficou ainda mais pálida, enquanto me encarava.

–- Você vai comigo, não vai? – Agora era demais, o medo estava começando a me tomar.

–- Eu vou. Tenho medo do que vai acontecer com você, e s... – De repente, ouvimos batidas na porta.

Eu me levantei, enquanto ela enxugava as lágrimas secas que restavam. Quando abri a porta, me deparei com Luke sorrindo de uma forma, que fazia com que qualquer mulher perdesse o chão. Deus, eu estava prestes a voltar ao inferno, e pensava em como ele poderia ser simplesmente lindo. Simplesmente lindo, em hora errada.

–- O que foi, Luke? Veio fazer parte do momento fraternal ?

Foi então que ele olhou para dentro do quarto, e quando seus olhos se encontraram com os de Helena, ele travou. E então, eu percebi o quão rude eu havia sido, mas agora era tarde demais para voltar atrás.

–- Só...só vim avisar que está tudo pronto. – Ele falava isso com medo, mas eu não consegui decifrar o porquê. Pelo meu tom de voz? Pela expressão de Helena. Acredito que nenhuma seja motivo disso.

–- Tudo bem... diga que estamos descendo. – Antes mesmo de eu completar a frase, ele saiu.

Enquanto eu pegava minhas malas, estremeci ao ser tocada por uma mão gelada, mas logo relaxei, quando reconheci: Helena.

Desci rapidamente com ela e fomos para o carro. Acomodei Rupert e Helena no banco traseiro, Luke iria dirigindo até o aeroporto e eu no banco do carona. Joguei as malas dentro do carro e tomei cuidado para não bater a porta do carro. Não seria justo descontar no carro de Luke, que tinha batalhado tanto por ele. Mas Helena não foi tão sutil e bateu a porta com toda a força que tinha. Estremeci.

Olhei para a paisagem que se passava enquanto Luke dirigia, mas não prestava atenção nela. Estava submersa em pensamentos. Como será que meu amigos iriam me receber? Será que iriam me receber?

Tão rápido quanto vieram, empurrei esses pensamentos para fora da minha cabeça e me concentrei na minha viagem. Tínhamos chegado ao aeroporto, então peguei as malas e, após Helena e Rupert entrarem no avião, eu e Luke ajudamos a colocá-las no mesmo.

Depois, subimos e sentei, calada, ao lado de Helena. A tensão irradiava de mim para ela, e percebi que ela sentia o mesmo.

Toda a viagem foi silenciosa, e eu agradeci por isso. Ok, admito. Eu precisava relaxar. Toda a pressão, a expectativa estavam me esmagando.

Foi então que o avião pousou, e eu pude sentir uma náusea tomar conta de mim. Não era uma náusea que indicava que Strigois estavam por perto, era uma náusea que me dizia que essa era a hora.

Me levantei do jatinho rapidamente, e desci.

Me arrependi de ter tido tanto medo. A visão realmente me pegou desprevenida. Ótimo, eles tinham um ponto.

Antes mesmo de sair do avião, eu estava cercada por pessoas. Por amigos.

Para minha surpresa, Christian foi o primeiro a se aproximar, ele tinha um sorriso abobalhado e totalmente desconfortável. Assim que ele chegou a uma certa distância eu o abracei. Me surpreendi quando ele retribuiu o abraço com a mesma intensidade. Céus, como eu havia sentido fogo do garoto tocha.

Depois, um a um, vieram me abraçar. Adrian, Mia, Jill, Eddie. Assim que Helena saiu do avião, eles também a cumprimentaram. Mas quando as duas últimas pessoas se aproximaram de mim, eu travei. Pela expressão de Helena, pude ver que ela também gelou com a aproximação nada sutil.

Passei anos pensando sobre como seria o meu futuro, se eu sentiria falta desses olhos doces, e o cabelo loiro platinado. Se eu sentiria falta de Lissa.

Ela estava em trajes formais, um vestido verde – jade, que realçava seus olhos. O cabelo estava preso em uma trança embutida, e tinha o leve vestígio de maquiagem.

Ao seu lado, estava Natasha Ozera, a mulher que tinha tirado todas as possibilidades dos meus sonhos se tornarem verdade. A mulher que me odiou desde o primeiro instante que me viu perto de Dimitri. A mulher que fez de tudo para tê-lo, e que, finalmente, conseguiu. E que se esforçava para manter um sorriso, assim como eu me esforçava para não quebrar a cara dela em público.

Me afastei um pouco delas e analisei os guardiões que estavam formando um círculo em torno de nós. Muitos deles, meus amigos. Percorri todo o perímetro com os olhos, e parei em um par de olhos castanhos, os olhos que poderiam enxergar a minha alma. Os olhos que me encaravam, e me analisavam. Os olhos que um dia, com a mesma determinação de guardião, haviam prometido não me deixar, e que haviam ditos, repletos de ternura, que me amavam.

Percorri o corpo dele. Continuava com o mesmo 1,90 de altura, seus músculos estavam mais definidos, seu cabelo sedoso tinha crescido um pouco, mas agora estava preso em um elástico. A barba não fora feita, o que o deixava ainda mais sensual.

Lembranças começaram a se apoderar de mim, assim como na noite da cabana, assim como na Rússia.

O passado que eu havia tentado deixar para trás, finalmente havia chegado até mim. A pessoa que me causava pesadelos, noites sem dormir, dor e amor estava de frente para mim, e ao lado de Tasha.

Mas o que ele fez, me surpreendeu ainda mais. Ele estava sorrindo para mim.

Dimitri Belikov, meu ex-amante, meu quase-amante, o cara que despedaçou meu coração estava sorrindo para mim.




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Notas finais do capítulo

E ai? O que vocês acham que pode acontecer? Rose se jogar nos braços do Dimitri, ou jogar algo na cara dele?