Twilight escrita por Nara


Capítulo 4
Terceiro Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Olá moçada!
Bem, primeiro eu queria dizer que eu realmente espero que voces gostem desse cap. pq eu tive que fazer ele 2 vezes. A primeira vez eu achei péssima e levei mais alguns dias até que eu achasse ele razoável.
Mas sem delongas, vamos ao capítulo! Notinhas lá em baixo, enjoy!



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Terceiro Capítulo

- Filha, como você está querida? – Charlie perguntou assim que entrou em casa. O sol já estava se despedindo e a lua tomava seu lugar no céu.

No entanto, Bella sequer prestou atenção na voz do pai. Ela estava imersa em pensamentos a respeito de seu dia no mínimo inusitado.

- Bella, está tudo bem com você querida? Responda-me, por favor. – chegou mais perto e se sentou ao lado da filha no sofá. Ela então piscou algumas vezes e encarou o pai aflito.

- Ah... Hm, eu não tinha visto o senhor aí pai. Desculpe-me. – respondeu um pouco distante.

- O que foi que aconteceu a final? O Cullen não trouxe você para casa? Você está ferida, por que não me disse que estava ferida? – fez uma enxurrada de perguntas.

- Não pai, não foi nada disso. – começou a se explicar. – O... Cullen... Ele me trouxe para casa, já faz... Que horas são? – perguntou atônita.

- Já é quase noite, filha. Eu não pude voltar antes, estava fora do posto, fiquei tão aflito. Você ficou sentada aí todo esse tempo?

- Bem, eu acho que sim. – corou um pouco.

- Sua cabeça está doendo? Está tonta? – ficou nervoso com a possibilidade de a filha sofrer consequências do incidente.

- Não pai, eu estou bem. Eu não me machuquei, vê? Foi só um corte na perna, nada mais. – tratou de tranquilizar o pai.

- Então por que você me parece tão distante? – ergueu uma sobrancelha.

- É que... – voltou a corar. – Eu estava cá com os meus botões, só isso.

- Está bem então. – puxou a filha para um abraço. – Eu estou feliz que você esteja bem, querida. – beijou o topo de sua cabeça. – A propósito... Nós estamos devendo uma aquele garoto Cullen, hein? Você não me contou que eram tão amigos, se lembrou de agradecê-lo, certo?

- Hm... Pai, eu... Nós não somos “tão amigos”, apenas nos falamos algumas vezes. Ele agiu apenas pela bondade e eu nem sei como vou agradecê-lo pelo que fez. O senhor sabe que se não tivesse sido ele eu... Nem sei se estaria falando com o senhor agora. Foi tudo tão rápido, eu só senti quando ele me empurrou para o lado, o van vinha direto na minha direção.

- Tudo bem, eu não quero mais ouvir você falar disso. – Charlie pediu desconfortável. – Mas quanto ao Cullen, Edward, certo? Ele foi mesmo tão bravo?

- Foi sim pai. Ele foi como um super-herói, aliás, não parecia vida real, parecia que era uma história saída da mente de Stan Lee, pai. Foi tão inacreditável.

Charlie não pode se segurar e caiu na gargalhada.

- Posso saber qual é a piada, pai? Não acha que eu estou inventando, acha?

Ele se controlou para responder. – Não Bella, eu não acho que é mentira sua. Só penso que você deve estar cansada, ainda nem trocou de roupa. Vá tomar um banho e descansar, eu vou pedir pizza! E... Talvez você devesse... Ligar pra sua mãe.

- Oh, não. O senhor contou para a mamãe? Pai, ela deve estar pirando agora!

Fez cara de culpado. – Eu sinto muito, estou arrependido. Mas que diabos ela estava fazendo que não ligou para você até agora? Aquela ali, sempre foi uma espaventada, será que não se preocupa com a própria filha?... – continuou resmungando enquanto descarregava sua arma, como todos os dias fazia.

Isabella resolveu deixar de lado a implicância dos divorciados e, pé a pé, subiu para seu quarto, sem sequer pedir ajuda a seu pai. Sua perna estava reclamando, mas ela não deu importância.

No silencio de seu quarto ela fechou os olhos para tentar assimilar tudo o que havia acontecido, mas a única coisa que ela conseguia visualizar quando fechava os olhos era a face de Edward Cullen. Bufando, tirou o casaco e a blusa e os jogou em qualquer canto do cômodo. Fez a mesma coisa com os sapatos e faria com a calça, se não tivesse sido impedida pelo ferimento.

- Droga! – esbravejou enquanto tentava ser cuidadosa com sua tão amada perna.

Quando conseguiu se despir, andou em direção ao banheiro e ligou a ducha. Olhou-se no espelho do banheiro, que começava a embaçar devido à fumaça do chuveiro, e analisou seu rosto. Ela não estava muito mais pálida do que de costume, apesar de que suas bochechas haviam perdido um pouco a cor. No entanto, seus olhos claros tinham ganhado um brilho diferente, irreconhecível e indecifrável. Balançou sua cabeça para um lado e para o outro, tentando espantar os pensamentos inúteis, mas aquilo foi difícil.

Entrou debaixo do chuveiro e deixou que a água quente aliviasse a tensão em seu corpo. E por algum tempo ela conseguiu. No entanto, ela tinha que sair do banho e tudo voltou. Bufou mais e mais, se enrolando em uma grande toalha, mas pensou melhor e decidiu deixar de fazer isso se não quisesse que seu pai, já preocupado, viesse até seu quarto para saber o motivo da filha estar bufando tanto.

Jogou-se em sua cama, olhando para os desenhos que se formavam no teto. – Droga, eu vou ter que ligar para a mamãe!

Buscou seu celular ao seu lado, onde ele costumava ficar, mas percebeu que ela sequer havia o tirado do bolso do casaco. Fez uma busca pelo quarto até encontrá-la abandonada perto da cama. Rastejou até lá e por fim conseguiu encontrar seu celular. Assim que o desbloqueou, viu uma quantidade absurda de chamadas perdidas e alertas de mensagens.

- Mamãe, mamãe, mamãe, mamãe... Operadora. Hm, bela promoção essa, mas não. Mais da mamãe. Ela deve estar louca atrás de mim!

Clicou na foto de Renée, na discagem rápida e não teve que esperar nem dois toques para uma voz aflita atender do outro lado.

- Eu não sei por que me preocupo com essa minha filha ingrata, que se acidenta por aí e nem sequer tem a consideração de ligar para uma mãe aflita. Será que você não percebeu que eu estava morrendo aqui, cheguei a entrar na internet para compra uma passagem para aí, se não fosse pelo Phil eu estaria em um avião agora mesmo, sabia? – Bella sequer teve a coragem de interromper o sermão da mãe. – E eu devia mesmo ter ido, por que assim eu ia te ensinar pessoalmente a não deixar sua mãe sem notícias, entendeu mocinha? Eu fiz de tudo para te criar da melhor forma possível, me virei em mil e você me apronta uma dessas. Agora será que você pode ao menos dizer qual o seu quadro médico? Está estável? O que os doutores disseram?

- Eu estou péssima mãe, não sei se vou passar dessa noite!

- Santo Deus! O que você tem meu amor? – gritou do outro lado da linha.

- Tem um arranhão que eu fiz na perna. Mas não é isso que vai me matar não, o que está me matando é que eu estraguei minha calça quando caí. – debochou da mãe. Ela bufou do outro lado da linha.

- Tá querendo morrer garota? – Renée perguntou incrédula. – Agora, sem mais gracinhas, será que você pode me explicar o que aconteceu? Sim porque o seu pai não sabe contar nada, não é? Fala tudo pela metade, só serve para me deixar ainda mais nervosa.

- Tudo bem, já chega de falar mal do papai. – cortou.

Então ela começou a contar tudo para sua mãe, que ouviu atentamente.

- Nossa minha filha, que perigo. Você não devia ter ido para esse lugar cheio de neve, é tão arriscado. – divagou. – Mas, então você encontrou um super-herói que te ajudou, é?

- Mãe, eu não disse isso...

- Ah não? E aquela história de HQ do Stan Lee foi o que? Bella, você está completamente encantada por esse garoto, como é o nome dele?

- É Edward, ma.

- Sim, o Edward. – riu da filha, fazendo com que ela corasse. – E então, o que você vai fazer para agradecê-lo?

- Mom, do jeito que a senhora está falando parece que eu vou agradecer com favores sexuais! – ralhou com Renée, que apenas gargalhou.

- Não falei nada disso. Mas você já deve ter ouvido aquele ditado da carapuça.

- Tudo bem, já chega. Eu tenho que desligar, Charlie vai pedir pizza. Tchau, ma. Eu te amo.

- Eu também te amo filha. Phil está te mandando um grande beijo. Não se esqueça de me ligar, te amo, te amo, te amo. – silencio.

Por um instante Bella apenas fechou os olhos e não lutou mais contra a imagem do rapaz de beleza inumana, após ter deixado o celular cair ao seu lado. Ficou imersa em pensamentos antes de ter que se vestir e encarar seu pai, apenas imaginando o que Edward estaria fazendo agora.

- Mas será que vocês não vão entender mesmo? Que coisa! – Edward estava ficando irritado com seus familiares.

- O caso é que nós não temos como entender, porque não há o que entender. Você foi um negligente e ponto final. – Rosalie insistiu.

- Você acha isso mesmo Rose? – perguntou incrédulo.

- Tudo bem, já chega. Eu não quero mais ouvir brigas, está certo? Agora, Edward, ao invés disso, por que você na tenta me explicar o que está acontecendo? – Carlisle pediu com o máximo de paciência.

- Eu já contei o que aconteceu. Eu acelerei o carro e saí antes que o van conseguisse acertar a Bella, eu a empurrei para o lado.

- Convenhamos, Edward. – Seus três irmãos disseram ao mesmo tempo, fazendo com que eles se encarassem.

- Qualquer aluno no campus poderia ter desconfiado de você. – Alice completou.

- Ninguém desconfiou. – ele assegurou.

- Como você pode saber? Você estava ocupado demais levando a Swan para enfermaria, nos braços, e depois levando ela até em casa. – Emmett debochou do irmão, fazendo com que Edward lhe mostrasse uma expressão austera.

- Você a levou nos braços? – Esme perguntou incrédula.

- Até tu, Esme?

- Eu não ia te criticar, na verdade eu ia dizer que esse é um gesto muito bonito. – ela se defendeu.

- Ah! – todos exclamaram ao mesmo tempo, devido ao romantismo da mãe.

- Eu aposto que Edward teve os motivos dele. – Jasper, ao contrário de todos, defendeu o irmão. O que fez com que o mesmo o encarasse desacreditando nas palavras do loiro.

- Nossa Jasper, muito obrigado. – Edward agradeceu, mas então se arrependeu ao ver o que o irmão realmente pensava sobre ele. – Não, não foi isso!

- Qual? Você ficou preocupado com a garota, é comum pensar que você tem algum afeto com relação a ela.

- Não foi bem assim, Jasper. Eu olhei aquela cena e foi um reflexo ir ajuda-la. Eu não gostaria de ver um acidente bem ali na minha frente, e também não sei se seria saudável para nós todos.

- Não, não seria. – Carlisle concordou. – Mas você poderia ter sido um pouco mais cuidadoso Edward, não precisava ter carregado Bella no colo, bastava ter chamado o socorro. Tudo isso só faz com que você se exponha cada vez mais, agora a sua imagem vai estar associada à dela.

Ele respirou fundo. – É você tem razão Carlisle. Não se preocupe, eu não vou mais me expor dessa forma. Desculpem-me. Desculpe-me Rose.

- Está desculpado, maninho. – ela riu, não conseguindo ficar com raiva do irmão.

- Certo, agora já chega de brigas. Eu ainda sou o pai por aqui.

- Menos Carlisle, bem menos. – Alice pediu, dando um beijo no rosto da figura paterna.

- Não vá ainda Edward. Eu acho que Carlisle quer conversar com você. – Esme anunciou fazendo com que ele se voltasse.

- Eu? Oh, sim. Podemos dar uma volta Edward? – propôs. Edward respirou fundo.

- Tudo bem. – caminhou até a porta da frente, por onde havia entrado há pouco, com Carlisle em seus calcanhares.

Ambos andaram em direção à floresta, adentrando-a mais e mais. Edward tentava ler algo na mente de seu pai que pudesse indica-lo qual rumo essa conversa tomaria, mas para sua confusão, Carlisle também não tinha seus pensamentos muito claros.

- Tudo bem Carlisle, sobre o que quer conversar? – indagou quando eles atingiram um ponto em que sabia que sua família não escutaria a conversa.

- Hm, bem. Para ser sincero, nem eu sei direito sobre o que essa conversa é. - riu um pouco. – Mas você sabe como é, se Esme diz que eu quero conversar com você, então eu quero. – Edward riu da submissão de seu pai. Era até cômico, quando se analisa só o exterior. Carlisle era um homem tão grande e imponente, já Esme era uma mulher frágil e doce.

- Certo, e o que acha que Esme gostaria que nós conversássemos? – perguntou impaciente, com medo de ter que encarar uma conversa desnecessária e constrangedora.

- Que tal se nós falássemos sobre Isabella Swan? – propôs.

- Oh não. – Edward falou bufando. – Eu sabia que a conversa tomaria esse rumo. – se sentou em uma pedra próxima. Carlisle sentou-se ao seu lado.

- E não há motivos para fugir do assunto, há? – ergueu uma sobrancelha.

- É claro que não. – Edward disse olhando para a relva.

- Então por que eu sinto que você não se sente completamente à vontade falando dela conosco, mesmo comigo notando que você gosta de falar dela?

- Você percebeu tudo isso nas poucas vezes que eu falei dela? – perguntou rindo.

- O que eu posso fazer se te conheço há séculos? Você se tornou uma pessoa muito transparente para mim. – isso soou como um aviso de que, mesmo se ele não abrisse o bico, Carlisle perceberia qualquer coisa.

- Tudo bem. O que eu posso falar da Bella? – fez uma pausa. – Eu posso dizer que ela é uma garota legal. Não tem muito senso de autopreservação, ela conversou comigo de igual para igual todas as vezes que nos falamos. Sabe, penso que se ela fosse uma vampira seria como um daqueles seus amigos de séculos que tem espalhados pelo mundo. Ela é uma boa pessoa. – concluiu.

- Quantos elogios. – Carlisle riu. Tomou algum tempo para organiza as palavras de modo que não assustasse o filho. – Sabe meu filho...

- Não Carlisle, eu vejo o que você vai me dizer, mas saiba que está enganado. Eu não tenho qualquer tipo de sentimento romântico com relação à Isabella. – se defendeu.

- Você nunca me deixa explicar mesmo, não é? Eu compreendo que você não acredita que um ser imortal possa desenvolver esse tipo de sentimento para com os demais. Porém eu afirmo que isso existe. Eu amo Esme e todos sabem disso.

- Disse bem Carlisle. Você ama Esme, eu não amo ninguém. Amei meus pais humanos, amos vocês todos, mas eu não sou capaz de sentir amor por uma criatura da qual eu não tenha qualquer parentesco.

O pai respirou fundo. – Mas eu não estou falando que você ama alguém. Tudo bem, você está certo. Contudo, esse não era o ponto que eu gostaria de abordar. Responda-me com sinceridade: o que você sentiu quando percebeu que Isabella estava correndo risco de vida? – Carlisle indagou erguendo as sobrancelhas, curioso pela resposta.

Edward olhou para baixo, para os lados, mas não encontrou nada que ele quisesse encontrar. Pensou por uns instantes. – Eu já expliquei isso. Eu já trabalhei em hospitais, assim como você. Pode fazer tempo, mas eu sei como os humanos são frágeis, alguns sequer saem com vida de acidentes desse tipo, outros não conseguem aguentar chegar ao hospital. Eu não poderia deixar que isso acontecesse com Bella bem na minha frente. Não é uma injustiça?

- Bella. – Carlisle revirou os olhos.

- Carlisle, eu já disse. Se continuar com essas suposições...

- Ora, eu sou um médico, não faço suposições, dou diagnósticos!

Dessa vez foi Edward quem revirou os olhos. – E esse é o seu diagnóstico Dr. Cullen?

- O que você acha Dr. Masen? – ergueu uma sobrancelha. – Você está louco por essa garota. Ou está simplesmente louco, lelé da cuca.

Eles riram bastante. – Não estou louco por ela e você sabe disso, não é a primeira vez que você me dá esse diagnostico.

- Mas as outras vezes não foram como essas, certo?

- Não. – concordou. – Das outras vezes, você tinha bases para fazer suas suposições. Ou melhor, seus diagnósticos. Agora nada faz sentido e esse parecer não tem lógica.

- Não precisa fazer sentido.

Edward bufou. – Você continua lendo Blake, certo?

- Não, não creio que o romantismo inglês se adeque nessa situação. Mas quem sabe se você buscasse por autores como Leconte de Lisle.

- Não estou compreendendo, Carlisle. Tente ser um pouco mais objetivo. – segurou suas têmporas.

- Mais objetivo? Admita Edward, você quer essa garota para você. Pensou.

- Sabe que pode perfeitamente estar equivocado, não sabe?

- Sei, mas pago para ver. – ele desafiou.

- Certo, então nossa conversa termina aqui. Foi bom ter essa conversa com você Carlisle, mas agora eu tenho uma vida adolescente para viver.

- Vida essa que você desdenha certo? – perguntou enquanto se levantava, sendo acompanhado por Edward. Ambos fizeram o caminho de volta se pressa.

- É só que eu realmente penso que, de todas as ideias que você já teve, essa foi a sua pior. Ainda mais sabendo que eu poderia estar em um chalé em meio à neve nesse exato momento, como nossos amigos do Alasca.

- Ora, admita que você está louco para mais um dia na escola, em meio a um monte de adolescentes afoitos.

- Com certeza eu estou...

 - Olhe só para você. Está viva! – Mike cantou quando viu Bella se aproximando, ainda no estacionamento da escola.

 - Pois é. Não foi dessa vez. – ela concordou, cumprimentando seu colega. De repente ele pareceu sem jeito perto da garota. – Algum problema? – ela indagou.

 - Não, nenhum. É só que... – limpou a garganta. – Eu queria trocar umas palavrinhas com você. – se explicou.

 - Ah, tudo bem. Mas poderia ser depois? Agora eu vou cumprimentar o resto do grupo e ir para sala. – se explicou.

 - Certo então. Mas, podemos conversar no intervalo? – ele perguntou corando. Bella achou isso estranho.

 - Até lá então. – respondeu simplesmente, deixando de lado as especulações.

 Caminhou até sua primeira aula. No chão a neve já estava quase que completamente derretida, devido à chuva que caíra de madrugada.

 - Olá Isabella! – Jessica, a tagarela, a cumprimentou na entrada do prédio. Elas teriam a primeira aula juntas.

 - Olá Jessica, como vai? – respondeu educadamente.

 - Eu estou bem, mas quero mesmo saber de você. Aquilo que aconteceu ontem foi tão surreal! – comentou.

 - Pois é, foi uma sorte nada de grave ter acontecido. – entraram na sala de aula e se sentaram.

 - Graças ao Cullen. Nossa foi tão incrível aquilo que ele fez.

 - Foi mesmo. – concordou. – Eu vou ser sempre grata a ele.

 - Hm... Acho que alguém está gostando de alguém. – falou com excitação na voz.

 - Eu não estou gostando dele, só vou ser grata por ele ter salvado a minha vida. – explicou-se.

 - Tudo bem então. Mas não se preocupe não te faltam pretendentes. – debochou.

- O que quer dizer com isso? – Isabella ergueu uma sobrancelha já irritada pelas palavras sem contexto de Jessica.

 - É só que eu ouvi falar que Tyler e Eric pretendem te chamar para o baile.

 - Baile? – indagou confusa.

 - Oh, por favor, não me diga que você não se ligou no baile. Vai ser esse final de semana, tem cartazes espalhados por todos os lugares.

 - Bem, na minha antiga escola tinham muitos cartazes e eu não lia todos. Você sabe agradecimentos do grêmio, notificações da direção, campanhas do agasalho... Quem para pra ler?

 - Certo, mas o caso é que as meninas estão todas sentidas com isso. Angela não demonstra, mas Lauren está louca para arrancar seus cabelos. – riu da cara que Isabella fez. Ela não acreditava nisso, ou pelo menos não na parte que envolvia Angela Webber.

 - Certo, mas eu não estou a fim de ir a esse baile, então, de uma forma ou de outra, Tyler e Eric serão dispensados.

 - Nós devíamos nos sentir aliviadas. Aliás, nós não, elas – riu novamente. A risada de Jessica estava começando a incomodar Bella. Ela então rezou para que o professor entrasse logo na sala.

 - Está garantida? – indagou levantando uma sobrancelha.

 - Eu tenho quase certeza absoluta. – Jessica se vangloriou. – Aposto que Mike vai me convidar para o baile hoje. Não é incrível?

 - Ah, com certeza é incrível. – se sentiu aliviada por não ter que se tornar “inimiga” de Jessica.

 - Mas o que vai fazer de tão importante para não ir ao baile? É um dos melhores eventos do ano. – perguntou curiosa.

 - Hm... Quem sabe jogar Dance Central. Eu estou doida para dançar Backstreet's Back.

 O professor entrou na sala de aula dando bom dia e pedindo silencio, pondo fim a conversa das duas. Os minutos foram se passando rapidamente e Bella não conseguia prestar atenção na explicação do professor. Ela pensava em Edward, em seu salvamento e como Jessica havia interpretado o relacionamento dos dois. Eles eram só amigos afinal.

O sinal da terceira aula havia acabado de tocar e Bella não entendia como o dia estava passando tão rápido. Angela estava ao seu lado, ambas se levantaram.

 - E então, você vai almoçar sozinha hoje de novo? – perguntou acanhada. – Eu não quero parecer intrometida, sei que você gosta de ficar um pouco sozinha. Mas é que seria legal ter você na mesa, alguém para me fazer companhia.

 - Ah, eu vejo que você não se sente muito a vontade com os outros. – Isabella apontou.

 - Pois é. As meninas conversam sobre coisas que eu não me identifico muito. – confessou.

 - E porque você não se senta em outra mesa, poderia se sentar comigo se quisesse.

 Angela sorriu. – Ah, isso seria ótimo! Mas eu não tenho certeza, poderia parecer indelicado com os outros.

 - E pela felicidade dos outros, você vai se tornar infeliz? Isso não faz nenhum sentido para mim. – riu.

 - É. Eu acho que você está certa.

 - Bem, mas de qualquer forma eu penso que terei de me sentar com o grupo hoje. Mike quer conversar comigo sobre alguma coisa.

 - Mike? Pensei que Tyler ou Eric fossem falar com você primeiro... – comentou enquanto elas se aproximavam do refeitório.

 - Ah, a história do baile. Jessica me falou que você e Lauren ficaram chateadas, eu não acreditei muito, mas não se preocupe, eu não vou aceitar o pedido de ninguém. Não gosto muito de bailes e aposto que não me divertiria com algum dos meninos. – ela se explicou.

 - Chateada? Jessica quer me empurrar Eric Yorkie, não é loucura? – riu – É serio? Você não quer ir ao baile? Bem, então você se livrou de uma boa. – gargalhou. Elas entraram no salão e Jessica acenou para as duas assim que as viu.

 - O que quer dizer com isso? – perguntou caminhando em direção à grande mesa.

 - Nós estamos escondendo isso da Jessica, porque senão ela iria aniquilar você. – disse baixinho para que só Bella ouvisse. – Mas Mike quer ir ao baile com você. A sua sorte é não ir ao baile, porque assim ele a convida e vamos estar livres da fúria da Stanley.

 Ambas gargalharam.

 - Do que estão rindo? – Jessica perguntou quando elas chegaram à mesa.

 - Não é nada Jess. – Angela falou.

 - Então Isabella... – Mike começou, chamando a atenção da moça.

 - Oh, não! – Angela murmurou, temendo pela fala publica de Mike. Ele não podia falar aquilo na frente da apaixonada.

 - Isabella! Ainda bem que você está aí, eu queria mesmo falar com você. – Tyler disse se aproximando da mesa, com Lauren em suas canelas. Ela estava espumando de raiva.

 - Agora não Tyler, eu estou conversando com a Isabella. – Mike repreendeu.

 - Qual é Mike? Eu pensei que estivesse claro que eu queria falar com ela. – ele se irritou. Lauren bufou e se sentou ao lado de Jessica.

 - O que está pegando? – ela indagou para a companheira.

 - Eu nem te conto. – Lauren respondeu.

 - Por favor, caras, não briguem. – Bem Cheney, um garoto do qual Bella não tinha aulas, pediu na esperança de apaziguar.

 - Ah, mais um não! – Mike se irritou.

 - Me deixem de fora. Na verdade eu não vim aqui para atrapalhar vocês dois, eu vim aqui para... Bem, eu vim para convidar Angela para o baile.

  Ela se engasgou. – Eu? – perguntou incrédula.

 - Claro que sim, quem mais eu poderia convidar? Quer dizer, eu acho que vai ser ótimo ter você como acompanhante. E, por favor, não diga não na frente de todas essas pessoas. – ele implorou.

 Isabella gargalhou, se divertindo com a cena. – Qual é Angela? Responda o pobre coitado.

 A morena corou um pouco, mas respondeu. – Tudo bem.

 Ben sorriu e pareceu muito aliviado por não ter sido rejeitado em público. – Certo, agora se decidam. – falou para os dois garotos que se encaravam.

 A família Cullen entrou no refeitório, e como era de costume, uma boa quantidade de alunos parou para vê-los.

 - Vejam só aquela cena... Que deprimente. – Rosalie chamou a atenção para a mesa dos jovens, na qual Bella estava envolvida.

 - Qual o problema? - Edward indagou olhando para a mesma direção que a irmã. Viu então do que se tratava. – Desde quando você se importa com os adolescentes dessa escola?

 - Não se incomode Edward, ela só está chamando a atenção para os dois meninos que estão praticamente se engalfinhando para decidir quem levará Bella Swan ao baile. – Alice explicou.

 - Baile? – ele perguntou confuso, encarando o grupo. Ele sentia um imenso desconforto em ver aquela cena.

 - E então Edward, agora eu é que pergunto: Qual é o problema? – Jasper levantou as sobrancelhas, encarando o irmão com uma expressão divertida em seu rosto.

 - É Ed, qual é o problema? – Emmett ajudou, debochando do irmão. Por fim, até riu dele.

 - Tudo bem, vocês todos fiquem aqui. Eu vou resolver uma coisa. – ele anunciou, não se dando ao trabalho de se sentar na habitual mesa.

 - Espera aí mano. – Emmett chamou a atenção dele, agora sério. – Você não acha que é um pouco demais?

- Você ai fazer coisa errada irmão. – Jasper alertou travando o maxilar.

- O que ele vai fazer? – Rosalie perguntou para a vidente.

- Eu acho que seria melhor que vocês vissem. – ela disse pretenciosa, com um sorriso em seus lábios.

Edward andou em direção ao grupo, todos olharam, mas ele não se importou. Parou atrás da cadeira ocupada por Bella Swan.

- Bom dia Bella. – ele cumprimentou, fazendo com que ela tomasse um susto.

- Bo... Bom dia Edward. Como você...? Tudo bem? – se enrolou toda na fala e sentiu vontade de dar uma bofetada em seu próprio rosto.

- Tudo sim, e você? Espero não estar atrapalhando.

 - Oh, por favor. – Mike reclamou.

 - É claro que você não está atrapalhando. – ela disse tomando a iniciativa de se levantar para poder conversar melhor com o rapaz.

 - Não, não precisa se incomodar. Eu só vim para dizer um oi. – ele interrompeu.

 - Certo. Agora, se não se importa, eu estava conversando com a Isabella. – Mike foi mal educado com Edward, do qual ele nunca gostou. A aparência de Edward o incomodava mais do que alguém pudesse imaginar e no fundo, Mike se sentia grato por Edward nunca ter tomado o “lugar” que sempre lhe pertenceu.

 Bella estava prestes a tomar a iniciativa de repreender o colega, mas Edward tomou a palavra. – Eu sinto muito, mas não podia mesmo deixar isso para depois. – fez uma pausa. – Antes de eu voltar para a minha mesa, gostaria de saber se você quer ir ao baile comigo, Bella.

 Ela arregalou os olhos e se engasgou com o ar. – Se eu quero ir ao baile? – sorriu.

 - Sim.

 - Hm... Nossa.

 - Bella não vai ao baile. – Jessica anunciou com um sorriso no rosto. – Ela vai dançar com Kinect nesse fim de semana.

 - Jessica! – Bella ralhou com a colega.

 - Oh, é mesmo? Bem, eu sinto muito então. – Edward se sentiu triste e aliviado. Triste por ter sido dispensado e aliviado por saber que, ao menos, ela não estaria na companhia de nenhum outro homem. A ideia o deixava incomodado. Ele então pensou que talvez fosse a hora de admitir que Carlisle estivesse certo.

 - Mas... – ele a encarou e ela pensou se pareceria uma assanhada em dizer que iria com ele, mesmo depois de Jessica ter dito que ela não ia ao baile. – Talvez seja legal. Você sabe, ir ao baile com você. – mordeu o lábio inferior de forma nervosa.

 - Mesmo? – ele indagou com os olhos semicerrados.

 Ela limpou a garganta. – É que, eu posso jogar outro dia. E também... – aumentou a voz. – Eu sei que Mike vai com a Jessica e Tyler vai com a Lauren, certo? - matou dois coelhos em uma só cajadada.

 Os dois garotos ficaram um pouco perplexos, piscando os olhos várias vezes. – Oh, sim. Nós vamos com elas. – Tyler afirmou, recebendo uma piscadela de Isabella.

- Ótimo, então nós nos falamos depois. – tomou uma das mãos de Bella entre a sua e plantou um beijo ali, saindo logo em seguida, após expressar um sorriso que fez com que todas as garotas suspirassem.

- Oh meu Deus! O que foi isso? – Jessica perguntou, deixando de lado qualquer incomodo com o quase convite de seu parceiro e se concentrando apenas na cena que acabara de se passar diante de seus olhos.

Bella segurou a mão que ainda estava formigando pelo contato, ela ainda podia sentir os lábios de Edward contra sua mão e a única coisa que ela conseguia pensar era “ele me chamou para o baile!”.

Edward fez o caminho de volta para sua mesa. Analisando a expressão de seus irmãos: Rosalie – como era de se supor – estava espumando; Emmett tinha uma expressão incrédula, assim como Jasper, a diferença era que o primeiro tinha até se divertido um pouco com a cena. Já Alice mantinha o mesmo sorriso de quem previa tudo o que iria acontecer.

- Pode-se saber o que significa isso? – a loira indagou assim que o irmão se sentou.

- Sem criticas, por favor, Rose. – ele pediu, olhando para o tampo da mesa.

- Em casa nós vamos conversar sobre isso. Você prometeu que não iria nos expor.

- Vamos deixar isso pra casa Rose? – Jasper propôs. – E você me deve 100 pratas Emmett, não fique com esse sorrisinho no rosto.

- Qual é? Aquilo não foi pra valer. E eu não pensei que Edward fosse tão maluco. – tento se defender e se livrar da aposta que os dois acabaram de fazer.

- Nem venha. Uma vez dito... – esticou a mão para receber o dinheiro.

- Eu vou fingir que não sei do que se trata e vou ignorar vocês. – Edward se pronunciou, não gostando de estar sendo alvo de apostas. Ainda mais com relação aos seus sentimentos.

- É melhor você não dizer nada mesmo Edward, eu estou vendo você sendo torturado. – Alice informou concentrada no futuro do irmão.

- Então, eu já estava pensando em ir à Port Angeles procurar um vestido para o baile. Já que você não vai jogar Playstation, talvez queira ir comigo. – Angela comentou enquanto as duas se levantavam e caminhavam pelo corredor até seus respectivos prédios.

 - Na verdade eu ia jogar no Xbox. Mas claro, eu preciso mesmo ir até Port Angeles, não encontrei nenhuma livraria boa aqui por perto, então.

- Ótimo então, não vou estar em casa no sábado, então nós podemos nos encontrar lá. Depois eu te ligo para marcarmos o local. Boa aula.

- Boa aula Angela. – Bella saltitou pelos corredores até encontrar sua sala de aula. Não prestou muita atenção na trigonometria, apenas ficou pensando e pensando no convite de Edward, tão espontâneo e tão inusitado. Talvez ele quisesse conhecê-la melhor, reforçar a amizade. Ou talvez ele só quisesse sair e se divertir um pouco, assim como Bella fazia com sua mãe no Arizona.

Inúmeras possibilidades passaram pela cabeça de Isabella e cada uma fazia com que ela se sentisse de uma forma diferente. Felicidade, tristeza, indecisão, certeza... Tantas emoções diferentes e complexas para uma só mente.

Era nessa hora que ela começava a compreender a insegurança dos colegas. Edward era um rapaz belo, inteligente e que atraía as atenções. Gostaria ele de ter Bella em sua companhia? Justamente ela que se sentia tão comum. Essas possibilidades lhe pareciam tão distantes.

- Srta. Swan? – o professor chamou pela milésima vez. Ela olhou assustada para o senhor Varner.

- Desculpe, eu não ouvi. – ela admitiu, corando. Toda a sala estava olhando para ela.

- Que valor eu devo usar para encontrar x na figura, segundo um ângulo de 22°? – ele repetiu irritado.

Ela pensou um pouco e chutou 0,37. A resposta estava certa, mas ela achou melhor tentar se concentrar na aula, ou do contrário se daria mal também na escola.

- Olá família! – Carlisle saudou ao colocar os pés em casa. – Nossa, que caras feias! Qual o problema?

- Eu aposto que nossos filhos têm mais reclamações a fazer Carl. – Esme falou baixinho, segurando na mão do marido.

- Não, eu quero resolver isso sozinho com Carlisle, por favor.

- Claro. Isso é bem oportuno já que todos vão caçar – todos olharam um pouco confusos, mas resolveram apenas sair, bufando. Os dois subiram para o escritório de Carlisle e a porta foi fechada.

- O que tem para me dizer hoje? – o médico questionou.

- Você sabe o que eu vou dizer. – revirou os olhos, se jogando no sofá de couro que havia em um dos cantos da sala.

- Desculpe, mas aqui a vidente é a Alice – riu alto. Edward apenas o encarou sério. – Tudo bem. – limpou a garganta.

- Você estava certo. Você sempre está certo, não é?

- Bem, eu costumo estar. Mas sobre o que, especificamente?

- Sobre a Bella. Eu... Hoje eu vi uma cena que me deixou mais do que intrigado: ela estava prestes a ser cortejada por um garoto. Um reles garoto. Eu não pude me controlar, fui lá e impedi que ele fizesse isso. Na verdade isso nem era necessário, porque depois eu fiquei sabendo que ela nem estava disposta a aceitar o convite do menino, mas eu me senti muito mal na hora. Você estava certo Carlisle, eu preciso dela, eu quero ela para mim.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?
Só algumas notas: Stan Lee (eu aposto que todo mundo sabe) é o gênio que criou Homem Aranha, Homem de Ferro, Thor e outros; William Blake foi um poeta ingles que foi um dos expoentes do romantismo; Leconte de Lisle foi um poeta parnasiano; Dance Central é um jogo de dança que se joga com o kinect.
Comentem e eu fico muito feliz pelos comentários que vocês fizeram no cap anterior.
Um grande beijo, Nara.
PS.: Pra quem está perguntando por Ainda, vou começar a trabalhar no capítulo agora! ;)



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