POV Narradora

            Os dias se passaram um pouco devagar, na opinião de Julie. No entanto, ela aproveitou ao máximo a companhia de Daniel. Namoraram muito, saíram um pouco... Os amigos de Daniel já até tinham se acostumado com a presença de Julie ali. Ela já era, praticamente, de casa.

            Julie e Daniel estavam na sala de TV, sentados num sofá-cama, comendo pipoca e vendo um filme, abraçadinhos. Julie estava sentada entre as pernas de Daniel, que também estava sentado. O pote de pipoca estava no colo de Julie. Daniel colocava pipoca na boca de Julie e Julie, na boca de Daniel. E intercalavam com beijos na bochecha e nos lábios. Eles estavam mais namorando do que vendo o filme.

            - Aqui está tão bom que não quero nem sair daqui mais. – Julie disse sorrindo e Daniel sorriu também.

            - ‘Ta mesmo. Ainda mais se eu puder ficar assim, agarradinho com você... Pra sempre. – Daniel disse fungando o pescoço de Julie, que arrepiou. – Eu adoro o seu cheiro. É quase uma droga pra mim... ‘To viciado em você, Julie.

            Julie sorriu sem jeito e corou, mas Daniel não percebeu.

            - Eu é que ‘to viciada em você, Dani. Agora, não consigo mais ficar longe de você. Não sei o que eu faria sem você daqui pra frente. Não quero te perder.

            - E quem disse que você vai me perder? Você é minha agora... E eu sou seu e de mais ninguém. – disse a apertando com vontade em seus braços.

            - Bom saber disso. – Julie disse virando de frente, sentando com as pernas em volta do quadril de Daniel.

            Ela tomou os lábios dele para si num beijo feroz, delicioso e viciante. As línguas estavam afoitas e sedentas por aquele toque. Julie o tocava de toda a forma possível e Daniel já estava arrepiado com isso. Julie sorriu entre o beijo por isso. O coração de ambos batia rápido, mas o de Daniel era o que parecia mais enlouquecido de tão rápido que batia. Julie parece ter notado isso e involuntariamente levou a mão ao peito de Daniel para sentir as batidas do coração dele. Daniel levou sua mão sobre a de Julie em seu peito e separou o beijo.

            - ‘Tá sentindo o meu coração? – ela assentiu. – Ele está assim por você, meu amor. – Julie sorriu e Daniel apertou sua mão na de Julie, ainda em seu peito. – Ele é seu, se você quiser. Você quer?

            - Quero.

            - É seu. – disse e Julie sorriu mais ainda.

            Eles voltaram a se beijar. O desejo foi crescendo e ficou tão grande, tão grande, que nem perceberam que ambos já não vestiam mais nada. Daniel a penetrou e Julie rebolava em seu colo. Daniel ajudou nos movimentos segurando na cintura dela. Ambos gemiam um no ouvido do outro, arrancando arrepios de ambos. Daniel deitou e Julie continuou em seu colo. Continuou cavalgando, subindo e descendo no membro dele. Ela arranhava o peito desnudo dele e mordia o lábio segurando os gemidos. Daniel continuava a segurar a cintura de Julie com firmeza. Ele reparou que os seios dela pulavam toda vez que ela cavalgava e mordeu os lábios por pura excitação.

            Ambos já gemiam alto, denunciando o orgasmo. Foram preciso só mais algumas estocadas para que eles gozassem. Julie soltou um longo suspiro de satisfação, saiu de Daniel e deitou em seu peito, dormindo logo em seguida, vencida pelo cansaço. Daniel ficou olhando para o rosto suado de Julie e não escondeu o sorriso. Estava feliz.

            Ouviu batidas na porta e depois ouviu a maçaneta girar, numa tentativa fracassada de abrir a porta, mas esta estava trancada a chave. Ele se levantou com cuidado para não acordar Julie, a cobriu, vestiu uma roupa, desligou a televisão, arrumou mais ou menos a bagunça e então, finalmente, abriu a porta.

            - Poxa, que demora. – Klaus reclamou. – Você estava “namorando”? – perguntou fazendo gestos e sorrindo maliciosamente.

            Daniel riu. – Desculpa, mas minha vida amorosa não interessa a ninguém. – disse rindo e Klaus fez uma careta.

            - Isso quer dizer que, Sim. – pausou e riu. – Não interessa, mas vai passar a interessar sim. A gravadora quer que você e ela respondam algumas perguntas de uma revista sobre o namoro de vocês. Não é segredo para mais ninguém. Todos já sabem... A impressa, as fãs... Todos querem conhecer a garota que roubou o coração do super astro da música.

            - Klaus... Não dá. – disse com uma voz indignada. – Ela e os “pais” vão a julgamento amanhã e não fica bem essa exposição deles... E eu não quero expor a Julie. Ela é minha vida agora. Vida... Tem noção disso? E você sabe que eu odeio misturar a carreira com minha vida pessoal. Talvez mais pra frente, quando essa poeira negativa baixar e nós tivermos num relacionamento mais firme... Ainda está tão no começo. – pausou. – E eu quero aproveitar essa fase de começo do namoro como todo mundo.

            - Ta. Você tem razão. Eu vou conversar com a gravadora e contar da sua decisão para eles. Tentar expor os seus argumentos. Espero que eles entendam. Eu vou lá. – e saiu.

            O resto do dia passou e logo já era o dia o julgamento. Julie se vestiu básica, uma blusa branca, uma calça jeans e um coturno. Desceu para a sala e encontrou Daniel arrumado para sair.

            - Aonde você vai? – Julie perguntou.

            - Ué... Aonde que eu vou? Vou te levar, ué.

            - Não Dani. Não quero que vá. Não se exponha tanto. Eu peço um táxi.

            - Tudo bem. – pausou. – Mas não quero que chame um táxi. Eu peço pro meu motorista te levar. Ok? – disse e Julie assentiu.

            Julie se foi e passou um bom tempo por lá. Quase o dia todo. Julie voltou um pouco desanimada e Daniel a recebeu com abraços e beijos.

            - E então? O que aconteceu lá?

            Julie respirou fundo. – Aconteceu um monte de coisas.

            - Me fala. – pediu acariciando o rosto da amada.

            - Como os meus “pais” são réus primários e ainda por cima se entregaram, o juiz foi bem “legal” com eles e eles foram condenados a 10 anos e 6 meses de reclusão. Segundo o juiz, os crimes que eles cometeram dariam motivos para condená-los por mais anos. – pausou. – E quanto a mim... – pausou outra vez. – Eu vou ser internada num abrigo para menores infratores por 6 meses e ainda foi ter que prestar 2 meses de prestação de serviço a comunidade. Trabalho comunitário. Saca? – Daniel assentiu.

            - Hum... 6 meses? Não é muita coisa.

            - É... – confirmou tristemente. – Pelo menos é em regime semi-aberto. Posso receber visita quando eu quiser. – disse sorrindo sugestivamente. – Mas você não precisa ir me visitar se não quiser. Não quero te envolver nisso mais do que já está.

            - Não tem problema. Visito-te sim. Faço tudo por você, Julie. Você é minha namorada. – pausou. – E quando você vai? E onde é?

            - Também faço tudo por você. – pausou. – Já vou amanhã... E o endereço você pega depois com os caras que vem me buscar. – pausou. – Contei para os meus “pais” que você e eu estamos namorando. E eles aprovaram. Disseram-me que você é uma boa influência pra mim e que me fará bem.

            - Hum... Bom saber. – Pausou. – Olha, eu disse que te visitaria, mas não garanto que será sempre. Amanhã eu volto à rotina da turnê. A gente ta com a agenda cheia e temos que cumprir os compromissos e roteiros o quanto antes. Serão longos 5 meses pela frente. Aí, a gente entra de férias de novo, depois começamos a escrever músicas e entramos em estúdio e... Enfim, recomeçamos um novo ciclo.

            - Tudo bem... Eu espero. – ambos sorriram.

            Mais um dia passou. Julie foi levada para sua internação e Daniel e a banda arrumaram tudo e partiram em viagem para finalizar a turnê.