Naquela tarde fria Taemin voltava da escola, e apesar de ter revelado o seu sentimento por Onew, ainda estava muito preocupado com a aceitação dos outros. Aquele homem possuidor de um sorriso encantador não saía de seus pensamentos por um minuto se quer, e aquela agonia de não poder simplesmente amá-lo, sem restrição alguma só aumentava. Após andar um quarteirão, chegou até uma casa antiga, e com cuidado puxou a pequena chave do bolso. Deu um leve suspiro antes de abrir a porta e entrou, pois seria mais uma noite aguentando aquele sentimento.

– Onew-Hyung, cheguei! – Falou, fazendo o som ecoar por toda a casa, aparentemente vazia.

– Hyung? Você está aí?

Ao perceber que seu hyung não estava em lugar algum, subiu até o quarto, e curiosamente abriu a porta, fazendo seu coração parar de bater por um tempo. Seus olhos negavam ver o óbvio, Onew estava beijando uma garota. Uma...garota. O maknae ficou ali, estático, apenas querendo que aquilo tudo tenha sido um sonho bobo, e que logo ele acordaria.

– Onew-hyung... – Seu nome agora saíra com muita dificuldade da boca do menor, fazendo sua voz falhar constantemente.

O maior logo despertou, percebendo que Taemin estava ali. Rapidamente se desprendeu da garota que a pouco tempo atrás estava beijando, e passou a mão nos cabelos lisos, suspirando levemente.

– Olá Taemin...eu já estava de saída mesmo, aliás, eu adorei a casa nova. Talvez eu passe aqui amanhã...até mais, coisa fofa. – A garota seguiu até o pequeno e mexeu em seus cabelos, mas ele não respondeu.

Os dois ficaram em silêncio por um tempo, até que o pequeno seguiu até a cama e se sentou. Onew ainda estava estático, talvez pensando no que aconteceria com ele e o maknae depois desse momento tão inútil. A expressão do menor parecia normal, e seus olhos castanhos escuros agora apreciavam atentamente o chão. Sem que movesse um dedo, lágrimas compulsivas começavam a escorregar sobre sua face, fazendo gotículas se formarem em suas mãos, agora cruzadas.

– Taemin-ah, me deixe explicar...o que houve...ham... – Disse o maior, se atrapalhando completamente com as palavras.

– Então tudo o que você me disse era mentira? Eu...eu confiei em você, hyung. Como você teve coragem de me enganar desse jeito? – O maknae estava calmo, o que deixava Onew ainda mais preocupado.

O pequeno limpou as lágrimas do rosto e se levantou, indo em direção à porta, mas foi impedido pelo maior. Com as mãos pressionou forte seu ombro, fazendo-o gemer de dor. Ambas respirações estavam aceleradas, afinal, essa poderia ser a ultima vez que eles se veriam. Taemin colocou suas mãos contra seu peito, empurrando-o para que o deixasse.

– Por favor, hyung. Me deixe ir...eu...quero ficar sozinho. – Disse, encarando Onew em seguida.

De repente o maior puxou o pequeno para si, obrigando-o a abraçá-lo. O menor ainda estava lutando contra isso, apesar de estar muito magoado, ele sabia que seu hyung o amava, e que esse sentimento era recíproco, e muito maior do que qualquer angústia. O coração do menor estava completamente desregulado, ele estava nervoso e suando frio. Ele queria ser forte, mesmo que isso signifique se separar de quem ele mais ama. Quase involuntariamente, as mãos do pequeno agora estavam nas costas do maior, apertando-as.

– Eu te amo muito para deixar que você vá embora. – Disse Onew, ainda nervoso.

– Me deixa esclarecer tudo isso...o que aconteceu foi... – Sem que o maior terminasse, Taemin se desprendeu de seus braços, e ponto o dedo indicador sob sua boca, fazendo com que Onew ficasse assustado.

Com cuidado o menor acariciou os cabelos lisos de seu hyung, fazendo-o fechar os olhos em aprovação. Em seguida envolveu o pescoço do maior e carinhosamente o puxou para perto do seu rosto. Foram questões de segundos para que os lábios de ambos se tocassem pela primeira vez. Onew envolveu os braços na cintura do pequeno, fazendo com que o beijo se aprofundasse mais ainda. A língua de ambos estavam em harmoniosa sintonia, como se estivessem dançando ao som de uma música clássica. Quase sem fôlego, o maknae finalizou aquele momento tão especial para os dois.

– Eu não quero saber o que houve...eu amo você, e você me ama, então...está tudo bem. – Disse, ofegante.

O maior soltou o sorriso mais bobo e apaixonado, e carinhosamente puxou o pequeno para um abraço lento.