A Caçadora - O Início escrita por U R Trouble 4 Me


Capítulo 5
A Descoberta




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            Fazia quase um mês desde o inicio das aulas, e eu ainda não havia me acostumado com o horário.

            Fiz uma rápida refeição, comi cereais e tomei um bom suco de morango, foi quando percebi que papai havia esquecido sua mochila. Resolvi dar uma olhada, abri o zíper.

            O susto quase me fez cair. Dentro da mochila havia pedaços de madeira com pontas afiadas, uma arma, e vários papéis marcados com um tipo de brasão ou símbolo, tinha o formato de um escudo medieval, no centro havia duas espadas cruzadas, nos três pontos do escudo havia três estrelas e logo abaixo do escudo havia um nome, Yousut, aquilo definitivamente era estranho. Com cuidado, fechei o zíper.

            Subi as escadas, o que seria aquilo? “A pergunta não é: O que é? E sim, para o que ele carrega isso por ai?” disse a mim mesma.

            Consegui terminar o banho. Hoje eu iria como uma mendiga a escola, usaria meus velhos moletons.

            Quando já estava saindo, algo me disse para mudar de roupa, então subi ao meu quarto novamente, lá coloquei uma blusa branca e uma calça bege, os saltos presentes novamente.

            Desci as escadas, pensei estar exagerada, mas estava atrasada então fui do jeito que estava.

            O estacionamento estava totalmente lotado quando cheguei, tive que estacionar do outro lado da rua, fora dos limites da escola.

            Eu andava depressa, de repente, bato em algo duro.

            Meio atordoada pela batida, eu olho para a coisa que me acertou, quando percebo dois olhos azuis penetrantes sobre mim.

            Luke, um dos meninos que conheci no meu primeiro dia me observava.

            __ Você está bem? – pergunta ele preocupado.

            __ Não, digo tá sim, tudo bem. – disse sem graça.

            __ Você é a Joan né?

            __ Se preferir Jo. – comecei a corar.

            __ Tudo bem, Jo. – disse ele com um sorriso, que me deixou sem ar. – Ei, tava pensando, você não toparia almoçar comigo hoje?

            Quase desabei com o convite, me recompus e respondi:

            __ Topo sim. – disse com um meio sorriso.

            Ele sorriu de volta e se afastou.

            As aulas passaram como um raio, o Sr. Hoffman, mas uma vez passou muito trabalhos, porém na aula de história, narrei para Julia e Maggie sobre o convite de Luke.

            De acordo com Julia, Luke era o tipo de menino romântico, porém ele era meio esquisito, às vezes pedia o passe para o banheiro e sumia, tudo depois de uma simples mensagem.

            Eu podia sentir meu estomago me incomodando, pareciam borboletas.

            Entrei na cantina, e lá estava ele, Luke, sentado em uma mesa pequena ao canto, quando me viu acenou.

            Cheguei a mesa e me sentei.

            __ Como foram as aulas da manhã? – perguntou ele interessado.

            __ Meio chatas, física, eu gosto, mas às vezes a matéria enche. – disse meio sem graça.

            Rindo Luke respondeu.

            __ Pode falar, são as aulas do Sr. Hoffman não é? – disse ainda rindo muito. – São metódicas, eu sei.

            O almoço passou rápido, o que eu odiei, pois eu e Luke tínhamos uma conexão eu podia sentir, gostávamos das mesmas, coisas, fazíamos as mesmas coisas, e ele até me chamou para ir ao cinema.

            História americana e educação física foram um desastre simplesmente.

            Tinha me esquecido totalmente do dever passado e em educação física eu machuquei o nariz de Ana, o que me fez sentir mal.

            Maggie e eu não vimos mais o “clube dos excluídos” vagando pela escola após a briga com Carter.

            Ao fim das aulas, Maggie e Julia concordaram em fazer seus trabalhos de pesquisa sobre as historias de famílias em minha casa.

            Papai não apareceu para o almoço, mas deixou um bilhete que havia passado em casa para pegar a mochila e me desejar bom dia, mas eu não estava.

            Para o almoço, fiz sanduiches naturais, comi rapidamente e subi para meu quarto, dei uma rápida organizada e comecei a organizar as tarefas.

            Economia doméstica foi a primeira, uma lista detalhada sobre as formas de descontrole mensal, em seguida, foi física, energia potencial elástica, como aquilo era difícil. Em historia americana havia acumulado não sabia por onde começar, então fiz a redação sobre a guerra da secessão e depois o exercícios, eram quinze longas perguntas.

            “Número 1 - Dê uma explicação que justifique a vitória do Norte sobre o Sul na Guerra de Secessão”.

            Aquilo era a morte para mim, lentamente respondi: “Apesar de oferecer resistência, os sulistas não suportaram a superioridade de armas e toda a infraestrutura que colocavam os soldados do norte em vantagem. As armas, embarcações e ferrovias potencializavam os ataques militares organizados pelas tropas do norte”.

            “Aqueles olhos azuis penetrantes, eu adorava olhá-los.”    

            “Pare Joan, faça suas tarefas” disse a mim mesma. Eu teria que para de pensar em Luke, mas era difícil.

            “Número 2 - Por que, mesmo tendo características tão diferentes, os Estados do Norte não aceitaram a separação do Estados do Sul?”

            “Aquele jeito meigo de sorrir e logo em seguida abaixar a cabeça” eu estava mesmo com uma queda por ele.

            Essa resposta era realmente difícil, mas difícil mesmo era não pensar em Luke.

            Obriguei-me a continuar: “Os Estados do Norte sabiam que a unidade política e territorial seria de grande importância para que a economia do país se desenvolvesse. Com isso, a declaração de guerra era de fundamental importância para que as intenções econômicas dos nortistas fossem prejudicadas”.

            “Número 3 - Faça uma breve descrição sob...” então eu mergulhei no mar do sono, com sonhos profundos e reais.

            Eu estava sentada na cantina, e Luke vinha em minha direção, estávamos a sós, não havia mais ninguém na cantina.

            Foi quando Luke me alcançou.

            “Jo, como você está bonita hoje” disse ele, logo em seguida me beijou.

            Estávamos tão absortos no beijo, que logo foi se tornando envolvente, eu sabia que aquilo, ali na cantina era errado.

            “Luke, Luke, vamos para outro lugar” falei entre os beijos fogosos dele.

            “Tudo que você quiser” disse me pegando no colo.

            Então fomos para o armário onde guardavam os produtos para a limpeza. Deitamos no chão mesmo, sobre caixas de papelão vazias.

            Tudo aconteceu rápido demais, logo estávamos, completamente nus, ele dizia palavras como “eu te amo”, “agora você é minha”, eu não podia controlar, aquilo tava bom demais.

            Então ele colocou o preservativo e virou-se para mim.

            “Se eu te machucar me fale que eu paro, tudo bem?”

            “Tá certo” disse, eu queira aquilo tanto quanto ele.

            Ele começou a colocar seu pênis já rijo dentro de mim, eu sentia como se eu tivesse sendo rasgada ao meio. Eu comecei a gemer baixo. Então ele parou. “Tá machucando?” ele perguntou.

            “Não, continue.” Eu disse e era inteiramente verdade.

            Com isso, ele começou a se movimentar. Era uma estranha sensação, dor misturada ao prazer.

            Ele gemia e dizia que me amava, ele estava satisfeito.

            Então mudamos de posição, desta vez que estava por cima dele.

            Aquilo era fantástico, e eu começava a sentir um frio na barriga, ele estava me fazendo mulher naquele momento. Cada célula do meu corpo respondia aos toques dele, eu o amava, tinha certeza disso. Meu corpo todo tremia, ele gemia alto, até que...

            Acordei suada, aquilo não havia sido real. “Jo, sua estúpida, não foi real, apenas um sonho” eu repetia em minha cabeça.

            Ainda atordoada percebi que a campainha tocava, levantei de um salto, corri ao banheiro, minha aparência estava péssima, joguei água no rosto, penteei os cabelos e desci as escadas.

            Quando abri a porta quase morri novamente. Paradas na soleira estavam Julia e Maggie, ambas carregavam potes de sorvetes, caixas de chocolate.

            __ Oi Jo, algumas coisinhas para animar nosso trabalho. – disse Maggie animada.

            __ E então? Vamos ao trabalho? – perguntou Julia.

            __ Ok, vamos, Jo, seu pai está em casa? – perguntou Maggie com uma cara devassa.

            __ Não, ele foi trabalhar cedo, morar com ele é como morar sozinha. – eu ri da piada sem graça. - Vamos começar então? Que tal subirmos para meu quarto?

            Quando entramos em meu quarto, Maggie deu um chiado agudo.

            __ Que foi garota? – perguntou Julia irritada.

            __ O seu quarto é simplesmente, O QUARTO, eu amei. – disse pulando sobre a cama.

            Logo todas estavam acomodadas, Julia deitada de bruços no chão com seu notebook ligado pesquisando as origens de sua família, Maggie deitada na cama com os velhos diários dos avós, e eu no meu próprio computador, tentando acessar algo sobre a origem da família Rosenthal.

            __ Ei meninas, olha que interessante, meu bisavô lutou na 1ª Guerra Mundial, diz aqui que existe até um memorial com o nome dele e de outros que morreram na guerra. – disse Maggie interessada.

            __ Bom, eu não achei nada só que meus avôs foram campeões olímpicos, tudo bem que foram medalhas de bronze e prata, mas mesmo assim, isso não é novidade. – disse Julia aborrecida.

            __ Pelo que vejo a boa veia para esportes é de família. – disse Maggie.

            __ Com certeza, e a veia para ser encrenqueira também. – caçoou Julia com Maggie.

            __ Ah, cale-se sua vadia. – disse Maggie a Julia rindo.

            Era a primeira vez que eu ouvia palavras feias saindo da boca de meus novos amigos.

            __ E você Jo? Achou algo? – perguntou Maggie ainda rindo.

            __ Não, achei apenas registros de jornais, de concursos vencidos.

            __ Nossa que triste você é sem história. – caçoou Maggie. Hoje ela estava impossível.

            __ Maggie, não é bem assim eu só não encontrei nada. – respondi.

            __ Eu sei, sua boba, estou brincando com você. – riu Maggie e Julia.

            Fez-se barulho na porta de baixo.

            __ Meu pai chegou. – disse meio desanimada, não queria olhá-lo depois de descobrir sobre a arma e tudo mais.

            Voltamos à atenção para o trabalho. Papai abriu a porta e disse:

            __ Olá meninas, tudo certo ai? – disse descontraído.

            __ Olá, Sr. Rosenthal. – disseram Julia e Maggie em uníssono.

            __ Espero que tenham feito ótimos trabalhos, sobre o quê é?

            __ Pai, isso é bobagem deixa. – eu disse amargurada.

            __ Filha, estou apenas ajudando. – disse ele com simplicidade.

            __ Sr. Rosenthal, Jo não achou nada sobre sua família. – disse Maggie, a espoleta.

            __ Ela não pesquisou de direito. Depois darei algumas dicas. – disse e em seguida piscou para mim.

            Então saiu do quarto nos deixando sozinhas.

            Exatamente às oito horas, as meninas foram embora.

            “Tchau Jo, até amanhã.” Disse Julia.

            “Vejo você na escola, sua louca” disse Maggie rindo.

            Fechei a porta e virei para subir as escadas, foi quando papai disse.

            __ Suas amigas parecem legais. – disse.

            __ Elas são boas. – disse irritada.

            __ Tem alguma coisa errada Joan? – perguntou meu pai, percebendo meu humor.

            Então eu explodi.

            __ Tem sim quer saber o quê é? Fico me perguntando por que dentro da sua mochila de trabalho – ao mencionar trabalho fiz sinal de aspas com os dedos. – tem madeira para matar e uma arma.

            __ Joan Rosenthal, você mexeu nas minhas coisas, quantas vezes eu disse para você não fazer isso? São coisas de trabalho.

            __ Sei, trabalho, ah pai conta outra, trabalho, me poupe. – disse irritada.

            Agora papai estava realmente irado, a veia de sua cabeça estava estufada eu podia sentir a tensão no ar.

            __ Joan, eu estou muito decepcionado, você este de castigo. – disse por fim.

            __ Castigo? Castigo? Você que anda armado e eu que fico de castigo, essa é nova. – disse com ironia.

            __ Joan chega, ok?

            __ Não, agora é moda, vou colocar no meu trabalho “Meu pai possui armas” e isso é tudo o que eu sei dessa droga de família.

            Agora a coisa mudara de figura, eu sempre me perguntei o motivo da causa da morte de mamãe, o motivo de sempre nos mudarmos, o motivo do qual papai andava armado, o motivo não saber absolutamente nada sobre minhas origens.

            __ Jo, eu sei em que assunto você quer chegar, eu disse chega. – disse ele meio irritado.

            __ Eu não aguento mais, você sempre arruma motivos para não me dar respostas, grande pai você é. – era visível que papai estava ficando nervoso. – Mamãe me daria respostas...

            __ CHEGA, SUBA, AGORA. – gritou papai. É obvio que ao mencionar mamãe ele explodiria.

            Com lágrimas nos olhos eu subi, quando abri a porta de meu quarto com violência.

            Eu obteria as respostas que eu queria não importava como, eu as teria. Então tive a ideia de pesquisar sobre o tal escudo, mas as duras palavras ecoavam por minha cabeça.

            Deitei na cama e afundei a cara no travesseiro para abafar o choro, então eu dormi assim, com lágrimas.


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