-Tudo bem, quem vai ser a sereia? –André pergunta e ele e Beck olham pra mim.

-NÃAAAAAAAAAO. Nem olhem pra mim. Nem em sonhos eu vou ser uma sereia. –Falo num tom agitado

-Tá, então vai ser a Cat. - André anota alguma coisa no caderno e volta a me encarar. –Hm, eu não quero ser o pescador.

-Tudo bem. Eu faço o pescador... –Beck fala.

NÃOOOOOOOOOOOOOOO. Ele não pode ser o pescador. Tudo bem que a Cat é minha melhor amiga, e sei que ela não gosta do Beck, e sim do Robbie. Mas mesmo assim, ele deveria declarar seus sentimentos pra mim. Mas agora não dá pra mudar de personagem, vai ficar muito na cara que eu tenho alguma intenção por trás dessa cena.

-Tá bom, então eu e Jade faremos os guardas ambientais. Beck, você vai ser o pescador e a Cat vai ser a sereia. –André lê o que tinha escrito em seu caderno.

-YAYYYY, eu adoro sereias. –Cat se anima de repente.

-Tudo bem. Jade... Será que consegue escrever um ato pra gente? – Beck pede, segurando as minhas mãos.

-Consigo. –Tento não ser indelicada e tiro minhas mãos das dele. Pego o caderno que está com o André, e sento na outra poltrona pra tentar escrever algo.

Uma técnica que eu uso, e sempre pensar que o casal principal da história, somos eu e Beck. Eu havia parado de usar essa técnica, porque eu estava muito decepcionada com o Beck. Mas vamos, foco no trabalho. O que Beck diria pra mim se eu fosse uma sereia prestes a ser levada pelos policiais ambientais?

Depois de uns dez minutos, termino e o resultado é mais ou menos esse:

Beck – Ó, mas o que uma criatura tão bela quanto você, faz aqui parada a beira mar?

Cat – Vim junto à correnteza. Não sei direito onde estou.

Beck – Você está na praia, ó doce criatura. Algumas pessoas já te viram e chamaram a polícia ambiental. Mas eu não deixarei que eles te levem.

Cat – Ah meu Deus, eu tenho que voltar para a água. Tenho que vol...

Beck – Não, não têm. Fique aqui comigo. Quando a polícia chegar, não vou deixar que te levem.

~ A sirene do carro de polícia~

Jade – Eu sinto muito meu senhor, mas teremos que levar essa criatura.

Beck – Que criatura? –Nesse momento, Beck se põem na frente de Cat, com o objetivo de escondê-la.

André – Esta que está bem atrás do senhor.

Beck – Não, vocês não podem levá-la.

Jade – Mas nós vamos levá-la. O senhor não vai nos impedir.

André – Se o senhor colaborar, tudo vai ficar mais fácil.

Beck – Não, por favor! Não a levem.

Cat – Não me levem, por favor.

Jade – Porque não deveríamos levá-la?

Beck e Cat se entreolham.

Beck – Porque eu a amo.

E a cena acaba com Beck beijando Cat de um modo doce.

-Uau Jade! Foi você mesmo que escreveu? –André perguntou, como se não soubesse a resposta.

- Vou mesmo precisar responder, André? –Uso meu tom irônico rotineiro

- Não quero levar mais uma “patada”... Por hoje já chega. –André faz aspas na palavra patada.

O caderno passa pelas mãos de Beck e Cat. Os dois se mostram interessados em representar seus papeis no ato que escrevi. Só eu que não estou nem um pouco animada com isso? Antes eu estava, mas agora não estou mais. Considerando o fato de que o garoto que eu amo vai ter que beijar, tecnicamente, a minha melhor amiga. Isso não é coisa que se faça.

Então nós começamos a ensaiar. Demoramos uns vinte minutos para que a cena acabasse, porque nós esquecíamos as falas e ríamos de tudo o que o outro falava. Eu tenho que admitir que essa tarde foi divertida. Graças a Deus que a Vega não veio, ela faria todo o meu dia se resumir a um caco de vidro.

Finalmente André foi embora, e Cat foi com ele, porque havia pegado carona. Finalmente mais um tempo pra que eu e Beck fiquemos juntos. Os olhos dele adquiriram um brilho enorme no momento em que André e Cat passaram pela porta de entrada. Ele sabia que alguma coisa ia acontecer se ficássemos sozinhos.

Subimos de volta para o meu quarto. Tranco a porta. Essa é a deixa para que Beck me agarre. Dane-se o meu plano, eu o quero. E ele também me quer, ninguém vai me tirar dele. Sinto braços me puxando para trás. Braços fortes. Viro-me de frente a tempo de encontrar um sorriso malicioso estampado no rosto de Beck. Ele se aproxima e fica me torturando, passando a mão nos meus cabelos, roçando a boca na minha. Não resisto. Puxo-o para perto de mim e o beijo.

Eu seguro seu pescoço, como se fosse a última vez que nós beijaríamos. Ninguém pode tirá-lo de mim agora. Ele é meu e eu sou dele. Não tenho mais nada a declarar.

As coisas estão esquentando, e incrivelmente desta vez eu decido ceder. Prendo minhas pernas em volta de seu corpo enquanto ele me leva para a cama. Ele não hesita na hora de tirar as roupas. E aconteceu. Nós transamos. Foi uma das melhores noites da minha vida. Deve ser porque eu estava esperando por isso. Ou porque faz tempo que não tenho o Beck só pra mim.

Só sei que meu humor ficou incrivelmente melhor. Eu deveria tomar um banho agora, mas Beck está me abraçando de um jeito tão romântico, que não resisto a ficar aqui e aproveitar mais um pouco. Eu o amo mais que tudo, e isso NINGUÉM vai me tirar.