Lembranças escrita por Lexx


Capítulo 11
Com bolhas nos pés...


Notas iniciais do capítulo

Demorei pra postar, mas ai vai um capítulo grande e maravilhoso...



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Logan me levou em casa. Durante todo o caminho houve um silêncio constrangedor. Eu não queria que ele me visse desse jeito. E eu estou muito mal-humorada para pronunciar alguma palavra agora. Eu posso ser grossa demais e ele dizer para os produtores da peça que eu não sou uma pessoa adequada para fazer a personagem principal. Depois da salva de palmas que recebi de todos que estavam presentes no teatro, fiquei mais confiante em relação a pegar um bom papel nessa peça. Aposto que o diretor da escola não deve ter aplaudido quando a Tori cantou ou encenou alguma coisa.

Logan é um verdadeiro cavalheiro. Ele me leva até a porta de casa. Sinceramente isso não é necessário, mas eu adoro tirar uma casquinha dos outros. Ele está nervoso, acho que está suando. Eu odeio quando as pessoas soam.

-Tem alguma coisa para me falar? –Pergunto, já sabendo a resposta.

-Jade... Tudo bem que eu prefiro que você fique solteira mas... –Ele faz uma pausa.

-Mas? –Agora eu estou curiosa. Pra que tanto suspense?

-Mas não foi Beck quem beijou aquela menina, e sim ao contrário. –Ele fala, como se estivesse tirando um peso das costas.

-Como você sabe?! –Pergunto desconfiada, levantando as sobrancelhas.

-Depois que você fez o teste, eu quis encontrar você para dar os parabéns.. Mas acho que cheguei mais rápido e vi claramente a menina o beijando. –Ele explica.

Ah! Isso muda muitas coisas. Mas porque Beck não me disse isso? Ah! Ele disse. Mas eu estava cega e surda pela minha raiva. Resultado: Eu não quis ouví-lo e agora estou sabendo da verdade pela pessoa mais improvável... Logan.

-Ah! –Digo, ainda imersa em pensamentos. –Desculpa Logan, acho que eu cometi um erro. –Corro na direção da casa do Beck.

Escuto Logan sussurrar um ‘Eu não devia ter dito nada!’. Sim, ele fez bem em ter dito. Seria injusto se eu culpasse Beck pelo o que uma líder de torcida tarada fez. Beck é uma ótima pessoa, ele não merece isso. Quem me ver correndo agora, pode achar que eu estou numa corrida. Estou ficando sem ar, mas continuo correndo... Preciso chegar a casa do Beck rápido. A minha sorte é que a minha casa e a do Beck não são muito distantes. Se fossem, eu estaria perdida.

A bandeira do Canadá estendida no jardim indica que estou no lugar certo. Toco a campainha e agradeço mil vezes por quem ter atendido a porta ser a irmã dele. Ela parece bem mais bonita desde a última vez que eu vi, uns seis meses atrás.

-Jade! Quanto tempo! –Ela diz e me abraça. Eu não retribuo o abraço. Não gosto de abraçar as pessoas.

-O Beck está em casa? –Pergunto.

-Não... Ele ligou dizendo que ia se atrasar porque ia passar na sua casa. –Ela diz e o meu coração acelera denovo.

-Ok, tchau Lexie. –Grito, enquanto corro o caminho denovo.

Estou cansada, mas nada de desistir. Sou quase atropelada por um carro que me parece muito familiar. Mas não me viro para ver de quem é. Me arrependo amargamente de ter colocado salto alto para ir pra escola, enquanto eu sinto as bolhas se formarem na sola do meu pé. Me apoio em uma árvore e tiro os sapatos. Jogo-os de qualquer jeito na bolsa e torno a correr.

Finalmente chego em casa. Ofegante e sem ar nos pulmões. Empurro a porta, que incrívelmente está aberta.

-Mãe?! –Chamo, num tom alto.

-Jade! Que conhecidência! –Ela fala, entrando na sala. –Beck acabou de sair daqui. Ele estava procurando por você.

-OQUE? –Grito, já me virando em direção a porta. –Me dá as chaves do carro.

Minha mãe joga pra mim o conjunto de chaves e eu as pego no ar.Ligo e dou a partida no carro. Faço isso do modo mais rápido possível. Estou a sei la, 140 km/h? Ótimo, uma curva perigosa. Mas vem vindo um carro. É aquele carro familiar. Tento freiar mas devido a velocidade alta, eu bato o carro de frente com o outro. Não me machuquei, mas... É O CARRO DO BECK. AH MEU DEUS.

Tiro o cinto de segurança e praticamente pulo do carro. Dou a volta no carro do Beck e abro a porta do motorista. Ele está com a cabeça apoiada no banco. Mas ele está dormindo? Ele não se mexe. Chego mais perto. Ele está respirando.

Sacudo seus ombros. –BECK! –Chamo-o.

Ele respira fundo e abre os olhos lentamente. AH! GRAÇAS A DEUS ELE ESTÁ VIVO. Eu não iria me perdoar se algo acontecesse a Beck. Ele é a minha vida, sem ele, eu não existo.

-Jade? –Ele diz, se afastando de mim.

-Calma... Eu não vou te bater. –Falo num tom calmo.

-Não?! –Ele diz. Depois olha em volta, analisando o estrago que eu fiz. –Eu sempre soube que você era uma péssima motorista.

Ele estende a mão para que e possa ajudá-lo a sair do carro. Ele bate e porta e me encara. Estou me apoiando na parte superior do carro. Eu estou muito nervosa. Olha só o que eu causei. Reparo que Beck está com um corte na testa. Passo o dedo, limpando o sangue.

-O que estava fazendo, praticamente voando no trânsito? –Ele pergunta, imitando a minha posição.

-Eu estava indo pra sua casa... Minha mãe me disse que você a pouco esteve na minha casa. Queria saber o que você queria comigo. –Falo, omitindo a parte do “Eu também fui que nem uma doida na sua casa. Eu tava te procurando que nem uma maluca“.

-Não mente pra mim. –Ele sussurra. Faço uma cara de desentendida. –Minha irmã me disse que você foi lá me procurar... Ai ela disse que eu não estava, e você veio correndo pra me achar... –Ele chega mais perto.

Nós estamos olhando nos olhos um do outro. A sintonia é nítida. Eu me aproximo mais. Nossos corpos estão colados, encaixados perfeitamente. Acho que ele precisa de uma explicação do porque que eu surtei lá no colégio.

-Hm... Você me desculpa? –Pergunto, admirando seus lábios.

-Pelo o que? –Ele ri.

-Por ser uma doida, que te ama e sente muito ciúmes... –Nós rimos. –Por fazer aquele escândalo na escola, e por... Bater no seu carro. Eu pensei que você tinha me traído mesmo, mas daí o Logan me contou q... –Sou interrompida.

-Calma... Quem é Logan? –Beck pergunta, transmitindo um alto grau de ciúmes na voz.

-O menino que vai fazer o papel principal na peça... –Tento não alarmar a situação.

-E o que você estava fazendo, conversando com ele? –Acho que ele já deve ter visto que Logan é muito gatinho.

-Não interessa. –Me aproximo mais dele. Como se isso fosse possível.

Colo minha boca em seus lábios e o beijo. Esperei a tarde inteira pra isso. Explosões momentâneas de prazer invadem meu corpo, que pede por mais. Decido parar o beijo, além do mais, eu preciso ligar para o seguro.

-Eu amo você... –Ele diz, acariciando meu pescoço.

-E quem disse que eu não? –Falo, deixando a felicidade invadir meu tom de voz. Não posso negar que esse sim foi um dos melhores dias da minha vida.


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Notas finais do capítulo

QUERO REVIEWS! ME CONTEM O QUE VOCÊS ACHARAM! BBJS



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