Encarei a folha á minha frente e comecei a ler, tentando digerir cada frase ali contida:

" Madu, sei que já fui um grande peso na sua vida, sei também que não me quer perto do bebê, do nosso bebê, tudo bem eu te respeito e aceito, até porque diferente de você, que desde o primeiro momento esteva sempre certa sobre ele, eu não passei de um covarde egoísta, chegando até mesmo a rejeita-ló, sei que nada que eu diga vai mudar sua opinião, mas de verdade se eu pudesse fazer tudo diferente eu faria, mas como não posso, pelo menos uma vez vou tentar fazer algo que você queira e vou deixa-los, você e o bebê, seguirem suas vidas sem um estúpido de brinde.

Espero que possa ser feliz, e que possa dar um pai de verdade para o bebê, pois eu não acho que possa ser o pai que você você gostaria pra ele, mas ainda sim quando me nos esperei você já havia me conquistado, pena eu ter um jeito estranho de fugir dos meus próprios sentimentos.

Bom então ficamos assim, cada um seguindo em frente, espero que me perdoe e que goste do presente, então é assim que termina nossa triste história.

Até algum dia, talvez, Matth" . 

Guardei a carta novamente, meio confusa sobre o que pensar, por um lado eu queria acreditar que era verdade e que ele estava sendo sincero, mas por outro tudo o que aconteceu até aqui me diziam apenas para deixar como esta, talvez ele tenha razão, talvez seja melhor apenas seguirmos em frente cada um em seu caminho. Suspirei passando a mão pelo embrulho do presente, esse era o primeiro presente que o bebê ganhava, desfiz o laço com cuidado terminando de desembrulhar e retirando um macacão azul bebê junto com uma toca e luvas, a roupinha de fato era linda e me encantou instantaneamente, acho que por conta dos hormônios meu lado sensível , pois só de olhar para roupa eu tinha vontade de chorar, guardei a roupa de volta na caixa e a carta junto com minhas coisas no guarda - roupa.

Não entendia o porque, mas eu precisava saber se ele realmente havia ido embora, juntei toda minha curiosidade e fui até o quarto dele, aparente mente tudo estava no lugar arrumado, porém, suas roupas não estavam mais no guarda - roupa assim como seus objetos pessoais.

- é realmente pela primeira vez ele fez algo pensando em nós. - falei para minha barriga, deixando uma lágrima teimosa escorrer. - malditos hormônios. - praguejei.

Voltei para meu quarto, tomei um banho e simplesmente me joguei na cama, deixando o sono, que já se fazia presente, tomar conta de vez.

POV Guilherme.

 Não conseguia acreditar que meu maior sonho estava em fim tornando - se possível , quando recebi a carta da Universidade de Oxford  não pude acreditar, já havia perdido a esperança quando fiquei para repescagem, mas felizmente consegui minha segunda chance e passei para Oxford, era muito empolgante, o ruim era que teria que me mudar para fria Inglaterra, deixar tudo o que conquistei aqui para trás, minha ideia era convidar a Madu para ir comigo, eu tinha medo da resposta dela, mas de qualquer forma em 5 anos estaríamos de volta.

Pouco mais de uma hora depois, já estacionava em frente a casa de Hele, precisava muito falar com a Madu, embora as aulas começassem mesmo só no próximo semestre, teríamos que nos acomodar o quanto antes, apertei a campainha, sendo recebido por uma Helena triste que me disse para subir até o quarto da Madu, bati na porta ouvindo um breve ''entra''.

 - Oi Baixinha. - sorri ao vê-lá tão concentrada em algum trabalho.

- Oi Gui, tudo bem?

- Tudo sim e você e o bebê como estão. -  me aproximei dando um beijo rápido nela.

- estamos bem, e a viajem como foi?

- Foi bem, na verdade bem demais, por isso vim direto pra cá precisava te fazer uma proposta. - suspirei procurando coragem ao vê-la me incentivar a continuar. - eu passei para Oxford, medicina. - esperei pela sua reação que demorou um pouco.

- Gui que bom, fico feliz por você, mas também triste você vai para Inglaterra . - soou mais como uma pergunta do que afirmação.

- é sim Baixinha, a minha proposta é que você vá comigo para Inglaterra, tenho que estar lá até o fim da semana. - Madu me encarava perplexa, tocando meu rosto algum tempo depois.

- Gui você é uma das melhores pessoas que já conheci  na vida, mas minha vida está aqui eu não posso simplesmente deixar tudo, muito menos agora com um bebê, Helena precisa de mim e eu não posso virar as costas para ela depois de tudo que ela já fez. - disse depositando um beijo em meus lábios. - e você também não pode deixar seus sonhos de lado, eu sempre irei me lembrar de você Gui, você sempre será meu anjo dos olhos gentis, mas de modo algum eu aceitaria que você deixe seus sonhos por mim. - falou com a testa colada a minha.

- então isso é uma despedida? - 

- é sim Gui é uma despedida, mas de preferência temporária. - sorri antes de beija - lá novamente, se aqueles seriam os últimos momentos com ela queria que fosse perfeito pelo menos.