Hormônios.

Estava muito quente.

Sai não sabia se era graças à massa de ar quente que assolava a região ou se era pelos movimentos de Naruto.

Os olhos negros viam a boca rosada curvar-se em um sorriso maroto, cheio de segundas intenções, mesmo que os olhos azuis estivessem límpidos e, até mesmo, inocentes. E foi quando a língua de Naruto passou a lamber toda a extensão fálica, para cima e para baixo, lentamente em movimentos cadenciados.

Sai prendeu a respiração; Naruto não percebeu, estava ocupado demais passando a língua por seus próprios lábios...

(para apreciar melhor o sabor)

...Os umedecendo antes de, sem nenhum aviso, abocanhar toda a superfície fálica lentamente, com a expressão tomada pelo deleite, suas  bochechas coradas pelo calor. Os olhos semicerrados e a expressão de quem estava gostando muito quase fizeram com que Sai gemesse. Sua garganta estava seca, incrivelmente seca e o calor era insuportável.

O calor estava dentro dele. Mas, talvez, só talvez, o calor viesse de Naruto.

E o Uzumaki continuava seus movimentos de forma dolorosamente lenta, abocanhando e sugando, lambendo toda a extensão com aquele mesmo sorriso maroto. Mordiscava de leve, depois sugava, como se sua vida dependesse disso. Seus olhos cintilando em deleite puro, como uma criança fazendo traquinagens.

Abocanhava tudo, depois sugava.

Lenta e dolorosamente.

Vai e vem.

E a calça de Sai nunca ficou tão apertada como naquele momento.

-Adoro picolé de morango! -disse Naruto com um sorriso satisfeito nos lábios. -Você realmente não quer um? O Sasuke paga!

Sasuke olhou descrente para Naruto, como se dissesse: "Até parece", mas nada verbalizou. Sai mal percebia a realidade ao seu redor, sua mente operava apenas com três fatos:

Primeiro: ele tinha um avantajado problema;

Segundo: ele precisava, literalmente, 'de uma mãozinha' para aquilo;

Terceiro: ele não poderia fazer aquilo ali.

-Tenho sim Naruto-kun. -respondeu com um sorriso falso, torcia para que os outros não reparassem em sua voz ligeiramente rouca. -Se me derem licença, preciso ir ao banheiro.

E muito desajeitadamente ele contornou a sala de estar e adentrou no primeiro banheiro que avistou. Mãos a obra, literalmente.

-Cara estranho. -murmurou Naruto fitando o amigo. -Você não acha, Sasuke?

Mas Sasuke não respondeu. Os olhos negros focavam-se desinteressadamente na janela, seus lábios entreabertos mordiscavam o picolé, para logo depois sua língua subir e descer lambendo...

Sugando...

Abocanhando...

E Naruto não pôde deixar de pensar: "Que calor!".