Em Perigo escrita por bianoronha


Capítulo 15
Capítulo 15 - Feliz aniversário! PARTE II


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem! Tem capítulos que são extremamente difíceis de sair, e esse foi um deles, espero que gostem, e leiam as notas finais!



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"Bella?" A voz distante soava carregada de preocupação e surpresa, mas os meus olhos pareciam confortáveis demais fechados para vencer a curiosidade de descobrir de quem era o timbre irreconhecível. "Bella, olha para mim"


A voz, apesar de audível, parecia imposta cuidadosamente no menor volume possível, como se evitasse incomodar ou gerar desconforto. Com muita força de vontade venci a preguiça indomável e abri uma pequena fresta no olho direito.


"Rose?" Minha prima estava de pé olhando com o rosto cheio de espanto, não sabia ao certo porquê, mas imaginava que fosse apenas saudade ou uma daquelas oportunidades em que o parente sempre se mostra espantado com as mudanças físicas que lhe ocorreram. "Chegou cedo"


"Não, Bella" Continuou falando baixo. "Já são meio dia, você que dormiu tarde" Deu uma risadinha. "E aliás, com essa companhia ao seu lado, até eu dormiria tarde" Soltou mais uma risada baixa e me perguntei do que a louca estava falando.


O susto veio logo em seguida ao virar o rosto para o lugar da cama ao lado do meu e descobrir um mafioso extremamente folgado esparramado na maior parte da cama com um dos braços possessivamente ao redor de minha cintura, fato até então desconhecido por mim. Estava com a calça jeans de lavagem escura como única peça que cobria o corpo.


"Caramba!" Gritei tão alto, que até os vizinhos deveriam ter escutado, e empurrei o Cullen com toda a força que tinha, fazendo com que seu corpo despencasse no chão.


"Meu Deus, Isabella" Levantou irritado enquanto me localizava na pontinha da cama, com as mãos na cabeça, uma enorme pontada se instalando na parte superior de minha cabeça.


Ao virar o rosto para o lado notei uma enorme garrafa de vodka vazia.


"Não venha descontar seu mau humor matinal em mim" Até o momento ainda não tinha notado a presença de minha prima o observando, mas logo que o fez, a avaliou dos pés à cabeça. "Não fomos apresentados" Lançou um sorrisinho para mim.


"Rosalie Swan" Minha prima abriu o sorriso mostrando todos os dentes. "Ao seu dispor" Tocou a mão do meu inimigo, por um tempo que pareceu uma eternidade. "Vocês são..." Lançou a pergunta no ar e eu logo respondi.


"Não somos nada, Rose" Fiquei surpresa com a acidez que saiu em minha voz. "Ele é apenas meu chefe, e aliás, gostaria muito de saber por quê estava na minha cama" Lancei o pior olhar para o Cullen que apenas sorriu traiçoeiro, em resposta.


"Vou descer para vocês conversarem" O corpo esbelto de minha prima sumiu pela porta, não sem antes jogar um último olhar para o meu inimigo, carregado de segundas intenções.


"O que você estava fazendo na minha cama e por quê tem uma garrafa de bebida alcoólica vazia na minha cabeceira?" Não sabia se era pela raiva ou pela suposta bebida que havia tomado na noite anterior, mas cada movimento que fazia parecia mais lento e meu olhos, extremamente pesados, pareciam preguiçosos demais para alguém que dormiu muito mais que as oito horas recomendáveis.


"Não imaginei que gostasse tanto de vodka, foi interessante saber tantas coisas ao seu respeito na noite passada" Não conseguia identificar se meu inimigo estava blefando ou não, mas meu coração acelerou só de pensar no que realmente teria feito na noite passada, vasculhei minha mente com toda a determinação de uma pessoa que deseja ardentemente se livrar da culpa interior, mas foi frustrante perceber que não lembrava de nada. "Foi um pouco constrangedor quando você começou a pedir que eu abraçasse você, já sabia que era carente, mas não imaginava que fosse a esse ponto" Disse em uma careta, e minha raiva triplicou.


"Seu mentiroso!" Acusei. "Não pediria isso nem que me pagassem"


"Será?" Se aproximou, pegando sua camisa na cama e cravando um sorriso sacana para mim. "Se fosse você, nunca mais beberia uma gota de álcool sequer, acredite, você se transforma" Revirou os olhos e voou para o banheiro, onde escutei barulho de água, o choque ainda estava presente em meu rosto, lembrava muito bem do meu tempo de colegial em que sempre fazia besteiras.


Bastava uma gota de álcool entrar em minha boca e o estrago começava, terminava a noite em cima das mesas, dançando e cantando alguma música pateticamente ou com algum cara mal encarado, sorte que Steve, um de meus melhores amigos da escola, não bebia, então era fácil que ele me carregasse até em casa, pensar que poderia ter passado por uma dessas cenas patéticas na frente do Cullen me deixava ainda mais perturbada.


Quanto mais pensava, mais minha cabeça latejava, abri rapidamente uma das gavetas de cabeceira e tateei por alguns segundos, até finalmente encontrar um remédio, retirei um comprimido da caixa e fui até o andar de baixo, lentamente.


"Bom dia querida" Jamie surgiu do enorme sofá, vindo em minha direção. "Você parece péssima" Fez uma careta e eu sorri levemente.


"Dor de cabeça" Dei de ombros e segui até a cozinha, com ele em meu encalço. O cômodo estava vazio e me perguntei onde todos deveriam estar.


"Todos estão lá fora" Leu meus pensamentos. "Estão aproveitando o dia de sol na piscina, estou terminando o churrasco, vá se vestir e não demore a se juntar a nós com Edward"


Paralisei completamente e virei para meu avô.


"Como sabe do Cullen?"


"Ah, vi vocês chegando de madrugada" Disse com um pequeno sorriso cúmplice. "Tentei ajudar a carregá-la para cima, mas ele insistiu em fazer tudo sozinho" Estranhei a atitude do Cullen.


"Vovô, não tem nada entre a gente e..."


"Querida" Interrompeu-me, pousando uma das mãos em meu ombro direito. "Seu segredo está guardado comigo, não se preocupe" Lançou um outro sorriso para mim e logo sumiu pela porta, acusando que a carne estava queimando, o que duvidava muito, ele apenas queria me deixar sozinha, para que não ficasse constrangida, meu avô era um cavalheiro.


Apenas a hipótese de ter algum tipo de relação com o Cullen rondando a cabeça de minha família já me deixava irritada, não queria que imaginassem coisas que não existiam, principalmente com a enorme capacidade que minha mãe tinha desenvolvido de puxar o saco do Cullen.


Após tomar o remédio, subi as escadas com passos preguiçosos, procurando alguma roupa que pudesse usar, olhei para o lado, notando que o Cullen estava encostado na parede com apenas minha toalha enrolada em seu quadril.


"Essa toalha é minha" Acusei. "Você não tem vergonha na cara mesmo" Sorriu e me distraí com uma pequena gota de água que escorria entre seus vários músculos, mas voltei a mim antes que ele percebesse. "Vá vestir uma roupa" Virei de costa e passei a procurar, distraidamente, uma roupa leve entre as diversas roupas de frio que minha mala continha.


Mas minha mão foi paralisada com a mão do Cullen, que a tocou levemente, seu corpo se encaixou atrás do meu formando uma muralha de músculos em minha costa.


Meu corpo ficou tenso e odiei a mim mesma por gostar do toque suave do mafioso, ele passeou as pontas dos dedos por todo meu braço, tirando o rabo-de-cavalo de meu pescoço e dando pequenos beijos estalados no local, saber que tudo o que cobria seu corpo era apenas uma toalha me fez estremecer e tentei a todo custo ignorar qualquer tipo de pensamento que pudesse surgir em minha mente, além dos habituais "eu odeio o Cullen".


Algumas gotas de água que escorriam de suas madeixas goteavam em minha roupa, e o corpo úmido do criminoso gerava alguns choques diante do meu corpo ainda quente, sua mão esquerda desceu para minha cintura e acariciou o local dando uma pequena risada rouca em meu ouvido.


"Sabe que gosto de como minha mão fica em sua cintura" Em reflexo, também direcionei o olhar para sua mão. "É o par perfeito, seu corpo é perfeito, Isabella" Deu mais alguns beijos em meu pescoço e senti todos os pelos arrepiarem com a tonalidade da voz do mafioso.


"Você é pretensioso demais" Continuei de olhos fechados, ainda aproveitando do toque do meu inimigo. "Não sou sua" Mais uma risada abafada surgiu dos lábios pecaminosos.


"Isso é o que você acha" Passou a distribuir pequenas mordidas por meu maxilar. "Você é mais minha do que imagina" O braços fortes me tomaram em um abraço apertado, quase fundindo meu corpo ao dele. "Com o tempo você verá"


"Espere sentado" Deu uma última risada com minha rebeldia e logo os braços se foram, tive que segurar o protesto que desejou sair de minha boca, em relação ao corpo do mafioso estar distante do meu.


O Cullen logo saiu do banheiro vestindo apenas uma bermuda, confesso que era estranho vê-lo sem a jaqueta de couro que já parecia fazer parte de seu corpo, mas vê-lo quase sem roupas e com músculos tão bem definidos para qualquer pessoa ver fez meu estômago revirar estranhamente.


"Pode tocar se quiser" A voz arrogante me despertou dos pensamentos, me fazendo perceber que estava admirando o físico bem esculpido de meu inimigo por um tempo maior que o recomendado, revirei os olhos e passei por ele com ímpeto, trancando a porta do banheiro, mergulhando na água gelada do chuveiro. Não lembrava ao certo quanto tempo fazia que não tomava um bom banho gelado, devido ao frio de Londres, era praticamente impossível usar a temperatura ambiente do local.


A água extremamente gelada invadia cada poro do meu corpo, impedindo que outros pensamentos invadissem minha mente, a lembrança da noite anterior ainda era distante e simplesmente tinha medo do que poderia ter feito ou dito, mas era tarde demais para arrependimentos, estava decidido que não perderia nenhum milésimo do meu tempo me corroendo por ter feito algo exagerado, sabia muito bem do poder que o mafioso tinha de blefar e não daria o braço a torcer.


O maldito mafioso continuava preenchendo minha mente e me perguntava o que estaria acontecendo. Não era possível que eu nutrisse algo por ele, sabia que não, a noite anterior, o castelo e as lembranças do meu pai só me lembravam quem realmente era Edward Cullen, não podia esquecer que estava lidando com o maior criminoso da cidade de Londres e não podia me deixar levar.


Esfreguei com força o shampoo com um adocicado cheiro de morango nos fios castanhos, tentando tirar de minha mente, através da brutalidade, qualquer resquício do maldito criminoso, não o queria em minha mente, em meu quarto e muito menos em meio a minha família, precisava lembrar a todo momento quem ele realmente era e porque estava ali.


Edward Cullen não brincava no que fazia, não sabia ao certo o motivo, mas ele deixava claro que eu seria útil para seus planos em algum momento e apenas por isso ainda estava ali, não duvidaria que tentasse me matar logo após completar a missão, não duvidava do poder de sedução e da autoridade que ele certamente possuía no Cartel.


As palavras de Jasper ditas a mim nos primeiros dias em que havia chegado no Cartel me atingiam a todo instante, ele deixou claro que não poderia confiar em ninguém do Cartel, que o Cullen era o mais perigoso dos homens, pois ele estudava cada uma de suas vítimas para dar o golpe final e eu não duvidava  que estivesse fazendo exatamente o mesmo comigo.


Mas imaginar que o Cullen desejava me destruir ou qualquer coisa do gênero simplesmente me trazia uma estranha sensação de agonia, como se o fato de ter o Cullen como inimigo fosse absurda, sabia que não tínhamos uma boa relação, na verdade, mal sabia definir o que tínhamos, um enorme "nada" era uma boa definição para nós. Precisava que me treinasse e ele precisava de minha ajuda para algo que ainda não conhecia. Era exatamente isso que tínhamos. Absolutamente nada.


Continuei fazendo pressão em meu couro cabeludo, quase fazendo meus dedos latejarem, tentava a todo custo entrar na mente do criminoso, mas simplesmente não funcionava, não conseguia entender seus planos ao estar ali, nem, muito menos, o que ele desejava com minha família.


Ao mesmo tempo lembrava das diversas vezes em que me ajudou, fazendo com que minha mente embolasse tentando associar as ações antagônicas de meu inimigo, seria possível o mocinho e o vilão habitarem em um mesmo corpo?


Sabia que não. O meu inimigo não se encaixava nem de longe no papel de mocinho, o porte arrogante e as ordens nada gentis mostravam que o papel de vilão era mais dele do que de qualquer outra pessoa, porém, sabia que ele não era tão ruim quanto aparentava ser e prometi a mim mesma que precisava encontrar o motivo dele ser tão fechado para o mundo, descobriria, pesquisaria sobre a vida de meu inimigo até saber cada vírgula de sua história.


Mas enquanto isso não acontecia, enquanto o Cullen estivesse no mesmo ambiente que minha família e eu não soubesse quais eram suas reais intenções, me manteria em alerta e com uma única certeza: Precisava tirar acabar com aquela proximidade o mais rápido possível ou poderia ser tarde demais.





*



Abri a mala procurando por algum biquíni, mas constatei que não tinha nenhum, pois há muito tempo que não tínhamos um belo dia de sol em Londres e utilizar roupas de banho era cada vez mais raro. Me contentei em vestir uma short jeans e uma blusa clara leve, prendendo os cabelos em um coque mal feito.


"Está linda" Rose entrou no quarto exibindo seu belo corpo em um pequeno biquíni que com certeza era a última moda das passarelas de Milão. "Não imaginei que estivesse tão bonita Bella, você cresceu bastante" Era fácil identificar um certo tom de ironia em sua fala, como de costume, mas deixei passar. Rosalie era extremamente competitiva, e isso não era de hoje.


"Você fala como se fosse mais muito mais velha que eu" Dei uma risada. "São apenas três anos" Dei de ombros.


Rosalie e Rebecca eram minhas primas por parte de pai, moravam na Itália e vinham até a França sempre que tínhamos reuniões em família, como minha tia as deixava com frequência em nossa casa, cresceram acostumadas com a família de Reneé, como se fôssemos uma só. Rosalie era mais velha alguns anos e por isso, frequentemente se considerava mais sábia e tendia a ser arrogante, mas possuía um bom coração, apesar de ser extremamente competitiva.


"Conheci seus amigos, parecem realmente encantadores" Podia sentir um toque de interesse presente em todas as suas afirmações. "Principalmente o seu chefe" Abriu um sorriso. "Como é mesmo o nome dele?"


"Cullen" Afirmei, me sentindo um pouco incomodada. "Edward Cullen"


"Edward Cullen" Pronunciou o nome com interesse. "É um belo nome e ele tem uma moto incrível" Sentou-se na cama e lançou um olhar para mim. "Uma das melhores e mais caras do mundo"


Rosalie amava motoqueiros, por isso, sabia bastante sobre o assunto, apesar de não fazer o estilo roqueira, os longos cabelos loiros e unhas postiças mostravam justamente o oposto.


"Ele gosta de velocidade" Dei de ombros e passei a dobrar algumas roupas que estavam jogadas ao redor da mala.


"Estava me perguntando que tipo de relação vocês têm" Entrou no assunto com sagacidade. "Estávamos na piscina e ele me lançou uns olhares nada decentes" O incômodo aumentava a cada nova palavra despejada por minha prima. "Mas eu me odiaria se atrapalhasse alguma coisa entre vocês"


Jogou a fala para mim e sabia exatamente qual era a sua intenção: Ela o queria.


E se havia uma coisa que Rosalie odiava eram pessoas em seu caminho, com seu jogo de palavras tentava mostrar preocupação com meus sentimentos, mas no fundo, queria apenas deixar claro que estava interessada em meu inimigo e não queria que alguém atrapalhasse seus planos.


"Como já disse, não tenho nada com ele" Virei, vomitando as palavras com rispidez. "Não está atrapalhando nada, Rose" Sorri cinicamente e ela o devolveu com igualdade.


"Foi o que imaginei" Foi até mim e deu um pequeno tapinha em minha costa. "Não me leve a mal, mas você realmente não parece o tipo do Edward" Controlei o instinto de revirar os olhos ao vê-la chamando-o pelo primeiro nome. "Ele parece gostar das mais experientes" Piscou e desceu as escadas, voltando à piscina.


A raiva me atingia aos poucos e meu punho fechou-se, a arrogância de Rosalie me deixava ainda mais estressada, quem ela achava que era para saber do tipo do mafioso?


Ela não sabia de porra nenhuma!


Fechei a mala com força quase partindo o zíper, me xingando mentalmente por me importar com a opinião de uma prima que não sabia nada sobre Cartel ou sobre o maldito Cullen.


Não sabia que ele era o mestre, não sabia que era o idiota mais perigoso de Londres, não sabia que era um dos caras mais arrogantes do mundo e nem que possuía os estúpidos olhos azuis mais profundos do mundo. Não, ela não sabia nada sobre ele e com certeza não poderia afirmar sobre o tipo de mulher que ele gostava.


Desci as escadas com passos firmes e cheguei até o jardim, Jamie estava na churrasqueira fazendo um dos pratos que havia aprendido quando visitou o Brasil anos atrás. Marie, Reneé e Rosalie estavam deitadas nas espreguiçadeiras e travavam algum tipo de conversa em tom baixo enquanto Alice, Jenny e Jaz estavam na piscina e Edward conversava algo com Emmet um pouco mais distante.


"Ei, vejam quem resolveu aparecer" Jenny gritou da piscina, com exagero. "Vem pra cá, Bells"


Arrastei minhas pernas com lentidão até a piscina, enquanto notava os olhos do Cullen voltando para mim, os olhos azuis me irritavam pelo simples fato de serem tão azuis, e eu não sabia porquê estava tão incomodada.


"Ei Bella Adormecida" Emm chegou fazendo piada na borda da piscina, enquanto o Cullen falava algo no celular. "Até que enfim apareceu para recepcionar os convidados" Dei um sorriso forçado e sentei na borda da piscina com os olhos incomodados devido a luz forte do sol.


"Parece que acordou de mau humor" Alice comentou tocando em meu joelho, e apenas dei de ombros.


"Qual é Bella, é seu aniversário, você tem que co-me-mo-rar!" Jenny exclamou, dando ênfase na frase, enquanto rolava os olhos diante da animação da minha amiga.


Jasper lançou um olhar preocupado para mim e sorri para ele, não valia a pena estragar meu final de semana por causa de uma prima idiota e um criminoso estúpido, precisava aproveitar meu dia com as pessoas que realmente importavam.


Enquanto Jen imitava um dos guardas do Cullen, observei Rose sair do lado de Reneé e caminhar sorrateiramente até o mafioso que ainda falava ao telefone de um jeito estressado, quase ri da feição indignada que ela fez quando o criminoso a mandou esperar com um movimento das mãos, mas em seguida  terminou a ligação e os dois começaram uma conversa que parecia íntima demais.


O maldito Cullen observava o corpo semi-nu de minha prima e só pude pensar no quanto ele era estúpido, talvez Rosalie fosse exatamente o tipo de garota que gostava: com pouco cérebro e muita comissão de frente, assim pude fechar o diagnóstico: que eram o casal ideal, dois arrogantes.


Não entendi porque, mas a conversa dos dois me incomodou demais e me vi procurando desculpas para interrompe-los, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa a voz de minha mãe invadiu meus pensamentos.


"Bella, tem uma pessoa querendo ver você" A voz me atingiu cheia de expectativa e virei o meu rosto para o interior da casa, notando com surpresa o rosto conhecido.









*







As palavras de Rosalie vinham como enxurrada e eu me esforçava a fingir interesse no assunto que insistia em vomitar, tendo como gratificação suprema o olhar raivoso que Isabella me lançava de longe, não sabia o motivo da rebelde insistir em me odiar, mas adorava seus olhares raivosos.


Rosalie era muito bonita, mas extremamente entediante, praticamente se jogavam para cima de mim todo o papo furado que eu já estava acostumado a ouvir, o que tornava tudo mais entediante ainda. Entretanto, parecia que ela e Isabella tinham algum tipo de rixa, o que deixaria tudo mais interessante. Sentia que a qualquer momento Isabella levantaria, mas algo a interrompeu.


"Bella, tem uma pessoa querendo ver você" A voz empolgada  de Reneé atingiu meus ouvidos, e meu rosto automaticamente se inclinou para reconhecer quem seria o novo convidado.


Só precisei de dois segundos para o reconhecimento revirar meu estômago: logo atrás de Reneé estava o corpo do Black que carregava um pacote quase imperceptível nas mãos. O rosto constrangido do Black-estúpido só mostrava o quanto estava feliz em estar ali, revirei os olhos diante da cena patética, Isabella foi ao seu encontro trazendo-o para a piscina, e afirmando quanto era bem-vindo. Bem-vindo é o caralho.


"Edward" Rosalie moveu as mãos perto do meu rosto. "Você está escutando?"


"Vamos para a piscina" Puxei pela mão, pegando uma bebida no caminho e entrando com Rosalie na piscina, notei Isabella revirar os olhos com a nossa presença e as vozes foram morrendo aos poucos até ficar em silêncio completo.


"Vejam se não é o Black" O "estúpido" quase saiu como complemento. "Veio prestigiar minha funcionária?" Entrei na piada que era a versão de Isabella para a família, devolveu um olhar entediado para mim.


"Ele é meu convidado, Cullen" Isabella deu um sorriso sacana e notei a mão do bastardo tocar a cintura da porra da garota que não era dele, antes que pudesse me mover a mão de Emmet me segurou, sentindo minha irritação.


"Mestre, melhor não quer criar confusão aqui" A voz beirava o desespero e me segurei para não estragar meus planos, todos pareciam absortos demais para notar algo e logo Jenny começou a falar alguma estupidez.


Black falou algo no ouvido da rebelde e os dois sumiram pelas escadas, meu cérebro fervilhava e jurei a mim mesmo que se eles não aparecessem novamente em um minuto, procuraria para ver o que estava acontecendo naquele quarto. Um minuto era tempo suficiente para que muita coisa acontecesse, a porra de uma criança poderia ser feita em um minuto.

Cinquenta e nove segundos depois inventei uma desculpa qualquer para tirar Rosalie do meu pé e segui furiosamente pela cozinha, imaginando de quantas maneiras poderia matar o filho da puta, mas antes que pudesse subir a escada uma voz me parou.


"Com pressa, Cullen?" Marie estava encostada na bancada da cozinha e degustava alguma bebida estranha em suas mãos. "Penso que Isabella não deseja ser interrompida"


"Sei o que estou fazendo" Tentei virar de costa, mas a voz me impediu novamente.


"E eu sei quem você é" Virei para ela novamente, observando suas feições sérias. "Sei que é filho de Carlisle" Deu um passo em minha direção. "Sei que é líder do maior Cartel de drogas do país" Mais um passo. "E sei também que tudo isso de empresa não passa de uma farsa" A convicção exalava de cada traço de seu rosto, e percebi que não blefava, sabia exatamente sobre o que estava falando.


"Não sei do que está falando" Tentei me fazer de desentendido, e uma risada ecoou no ar.


"Me poupe de suas mentiras, Cullen" O divertimento sumiu ao poucos dando lugar a uma seriedade mórbida. "Você é idêntico ao seu pai, também era um maldito mentiroso" Quando olhos faiscaram para mim, notei que aquela mulher sabia demais.


Desci os degraus lentamente e a encarei mais de perto, porém, ela continuou firme.


"Se sabe tanto sobre mim, deveria ter um pouco mais de cuidado com o que fala" Os olhos sagazes da mulher me avaliavam. "Fico irritado com comparações e ninguém quer que um criminoso fique irritado, não é mesmo?"


"Não me importo se é um criminoso ou não" Tomou um gole de sua bebida. "Não me importo se mata pessoas ou se vende drogas" Repousou o copo na bancada. "Mas a partir do momento em que minha neta também está envolvida, sou obrigada a interferir"


Meus sentidos estavam aguçados e tentava a todo custo descobrir como a maldita mulher sabia sobre o Cartel e até mesmo sobre meu pai, minha primeira hipótese era que Isabella provavelmente teria contado a verdade sobre tudo, mas não faria o menor sentido que vivêssemos toda aquela farsa de chefe e subordinada, então deduzi que não haveria nada em relação à garota que me atormentava. Talvez a matriarca da família Swan possuísse segredos tão obscuros quanto os meus.


"E o que quer fazer?" Confrontei. "Espalhar para todos que sou o líder do maior Cartel de drogas de Londres?" Dei uma risada sarcástica. "Você realmente seria tão estúpida?"


"Sou uma mulher vivida, Edward" O rosto continuava intacto, nenhum sentimento exato passava por seus olhos, mas notei algo como nostalgia. "Sei que com criminosos não se luta decentemente" Deu uma risada mórbida. "Na verdade, para ganhar de um criminoso, é preciso ser pior que ele"


Caminhou mais um pouco, acabando com a distancia que ainda existia entre nós.


"Não sei qual a relação de minha neta com tudo isso, nem como ela foi parar lá, mas estarei com olhos bem abertos, Cullen" Os olhos raivosos me atacavam. "Se ela aparecer com um arranhão sequer, juro que não descansarei até ver você debaixo da terra, entendido?" Soltei uma gargalhada, realmente divertido com a ameaça e deduzindo que provavelmente as mulheres Swan não tinham juízo.


"Incrível, ameaçando um criminoso" Voltei a ficar sério. "Considere seu recado dado, Marie, mas não espere que Isabella volte para casa, ela faz parte do meu Cartel agora e não pretendo deixá-la ir"


"Vovó?" A voz conhecida surgiu, nos despertando dos pensamentos internos, e virei notando que Isabella e Black já estavam de volta à sala. "Está tudo bem?" O olhar de Isabella me acusava, e ao mesmo tempo analisava a matriarca, tentando encontrar algum machucado.


"Está sim querida, estava conversando com Edward sobre a empresa" Passou um dos braços por minha coluna. "Ele pareceu ser um chefe de ouro, deve ser muito querido por lá"


A garota abriu um sorriso frouxo, ainda indecisa em relação à resposta da avó, mas pareceu deixar para lá e voltou para a piscina acompanhada dos dois.


Um enorme ponto de interrogação se instalou em minha mente, não era possível que Marie soubesse sobre o cartel tão facilmente, ela deveria ter alguma fonte de informações, sabia sobre Carlisle e me perguntei até onde ela realmente tinha conhecimento. A própria família não conhecia Marie, apostava que nenhum dos presentes sabiam sobre a mente bem informada da mulher e anotei mentalmente que faria uma pesquisa sobre ela quando voltasse ao Cartel.


Deixei de lado o ocorrido e voltei meus pensamentos para a noite anterior, após o maldito guarda nos interromper. Paramos em uma loja de conveniência e Isabella abraçou uma vodka, afinal, aniversário, não é aniversário, se não houver uma dose de bebida para acompanhar.


Era engraçado ver o efeito da bebida em Isabella, ficava extremamente quieta e falando frases curtas e desconexas sobre os pais e como me odiava, mas tudo de um jeito excessivamente calmo e nostálgico, como se a bebida a fizesse ficar cheia de lembranças doloridas, mal havíamos chegado à moto e ela já tombava de sono.


O corpo era extremamente leve e a levei com facilidade, fazendo-a se encaixar na frente de meu corpo e confesso que vê-la tão tranquila, dormindo em meus braços, fez com que eu sentisse uma boa sensação, como se estivesse exatamente no lugar que deveria, como se o mundo finalmente estivesse conspirando ao meu favor.


Não entendia os malditos pensamentos que invadiam minha mente quando o assunto era aquele meio metro de mulher e espantei todos eles ao perceber que observar uma garota dormir era o tipo de coisa que o Black faria, não eu, não o maior traficante da atualidade!


O que aquela garota estava fazendo comigo?


Espantei os pensamentos e voltei para a piscina, rogando aos céus perdão antecipado caso viesse a matar o filho da puta do Black. Porque se ele sumisse mais uma vez teríamos uma briga naquela casa. De brigas eu certamente entendia bastante e não aceitava nada menos no que sair vencedor.


Principalmente quando o que estava em jogo era algo que eu queria, era algo relacionado a uma rebelde encrenqueira chamada Isabella Swan.





*






As horas voaram após o estranho incidente na cozinha e o Sol já estava se pondo, o cansaço do longo dia na piscina me pegou desprevenida e a noite caiu extremamente escura sobre a casa, os convidados estavam na sala após um longo jogo de tabuleiro comandado por Jamie.


"Acho que já vou para a cama" Alice pronunciou, puxando Jenny pela mão. "Boa noite para todos" Afirmou e subiu as escadas, meus avós já estavam dormindo, no dia anterior Jamie teria que fazer uma viajem logo cedo à capital devido alguns negócios, o que os levou a dormir antes de todos, Emm e Jaz subiram logo em seguida alegando que o dia fora puxado.


Olhei para baixo e notei o pequeno pingente que Jacob havia me dado, segundo ele era um protetor e trazia boa sorte para quem o usasse, me surpreendi pela presença do belo homem e até mesmo por seu presente inusitado e cheio de significado, de alguma forma parecia mais bonito aos meus olhos, talvez fosse realmente uma boa opção como namorado.


Mas faltava algo nele, algo como olhos em chamas e mãos quentes. Sacudi a cabeça, que parecia afetada devido o sono, meus olhos pesados clamavam para que fosse até a cama confortável e dormisse o máximo que pudesse, era péssima para me recuperar de ressacas, o que fazia com que passasse dias com dor cabeça e muita má vontade.


"Então, querido" Minha mãe foi até Edward. "Tenho um colchão no andar de cima, imaginei que pudesse dormir nele Rose"


"Claro" Minha prima assentiu de bom grado, sua mão passeava perigosamente perto das pernas do Cullen e me sentia irritada ao imaginar o que a maldita aprontava, coisa boa é que não era. "Edward pode dormir no sofá, se não houver incômodo" Lançou um olhar carregado de significados para meu inimigo que apenas deu de ombros.


"Talvez fosse melhor que Edward dormisse com Isabella, é mais confortável" Minha mãe cravou o olhar nada satisfeito em minha prima.


"Tenho certeza que ele não se importa, tia" Revirei os olhos para a luta patética travada à minha frente e me pronunciei.


"O Cullen não vai dormir no meu quarto" Afirmei com segurança e o Cullen continuou assistindo a televisão de um jeito monótono, enquanto decidíamos.


"Aliás, Jacob não tem onde dormir, poderia ficar no meu quarto"


Cullen virou o olhar indignado para mim, como se eu falasse um absurdo e levantou-se irritado do sofá.


"Não, não vai" Afirmou, enquanto minha mãe assistia chocada o acesso de raiva do criminoso.


"Sim, ele vai dormir no meu quarto" Desafiei, com ousadia, quem o Cullen achava que era para mandar em algo por ali? Poderia mandar no cartel e na cidade inteira de Londres, mas quem mandava nas minhas coisas era eu!


"Não somos obrigados a ouvir a pouca vergonha de vocês, estamos em uma casa de respeito" A veia visivelmente saltada de seu pescoço e os punhos fechados mostravam sua irritação, que só me divertia, diante da desculpa patética que ele arranjara.


"Se estou fazendo pouca vergonha no meu quarto ou não, é problema meu" Afirmei com um risinho e puxei Jacob, que parecia um pouco surpreso por minha afirmação, pela mão.


Ao subir as escadas, me diverti ainda mais ouvindo os xingamentos do mafioso, que parecia a beira de um colapso, mas ao entrar no quarto, tive noção do que havia feito, teria que dividir o quarto com Jacob, o que era bastante estranho para mim.


"Tenho um colchão em baixo da cama" Fui em direção ao local, puxando. "Se incomodaria em dormir nele?"


"Claro que não, Bella" Pegou o colchão das minhas mãos, ajeitando um longo lençol que havia dado, por cima dele. "Está ótimo"


Abri a porta do banheiro e logo estava me livrando do estresse do dia de baixo da água gelada, após alguns minutos, vesti uma das roupa descentes, considerando que havia um homem no quarto e fui até a cama, porém, no meio do caminho, paralisei. Jacob estava sem camisa e mostrava seus diversos músculos bem definidos para quem quisesse ver, onde ele escondeu aquilo tudo durante durante a minha ida a Clevee Hill?


Deu uma risadinha ao perceber que o observada e senti meu rosto esquentar, no entanto, três fortes batidas na porta me livraram de meu constrangimento, ao abrir dei de cara com o rosto furioso do Cullen que analisou velozmente o interior do cômodo, denunciando o corpo de Jacob coberto apenas por uma calça jeans.


"Quero falar com você" Decretou para mim, o que parecia mais uma ordem, do que um pedido. "A sós"


"Não posso agora" Fiz pouco caso, me divertindo com a fúria de meu inimigo. "Não tenho nada para falar com você" Ia fechando a porta, mas seu pé voou para o local e me puxou para fora batendo a porta em um estrondo.


"Você não vai dormir com cara sozinha" As palavras possuíam um tom de ameaça e o aperto em meu braço era forte, mostrando que não estava brincando.


"É mesmo, e quem disse?" Levantei o nariz, desafiando-o. "O quarto é meu, a vida é minha, e a noite é uma criança" Ri internamente da minha piada sem graça. "Você não tem nada haver com o que eu faço dentro do meu quarto ou não, agora me dá licença" Puxei o braço de sua mão. "Eu tenho mais o que fazer do que perder meu tempo aqui fora" Pisquei e voltei para o quarto, batendo a porta em sua cara.


Ouvi um grito de raiva e algo caindo no chão e simplesmente gargalhei com toda a força, não imaginava que ver meu inimigo tão irritado causaria humor tão positivo em mim.


"Ele parece bastante possessivo em relação à você, deve ser estranho ter que conviver com isso" A voz do Jacob saia com pesar, mas simplesmente não conseguia me sentir estranha com a situação, na verdade, parecia até bem divertido ver o Cullen tão fora de si. "Imagino o que ele vai fazer com sua prima, ela parecia bastante interessada nele e posso dizer por experiência própria que o Cullen não costuma dizer dispensar mulheres"


De uma hora para outra o sorriso simplesmente sumiu do meu rosto e lembrei de que a maldita Rosalie estava no andar de baixo se jogando para meu inimigo.


"Enfim, não é da nossa conta" Jacob deu de ombros e foi deitar com um meio sorriso, após desligar o abajur. "Boa noite, Bella"


Me cobri com a grossa camada de edredom e revirei na cama tentando achar alguma posição que finalmente me agradasse, mas todas pareciam geladas ou quentes demais, o céu parecia escuro demais, o quarto parecia pequeno demais e o andar de baixo parecia silencioso demais.


A curiosidade me corroía aos poucos e um enorme incômodo me atingiu, daria tudo o que tinha para ter uma pequena câmera me mostrando o que estava acontecendo no maldito andar debaixo. Lembrei de minha prima e me vi no dever de alertá-la sobre quem era Edward Cullen, sim, eu precisava ir até lá para dizer que deveria ficar longe dele, que deveria passar a metros de distância, que se o visse na rua, deveria correr para o lado oposto.


Porra, eu precisava ir lá em baixo!









*






O homem musculoso se remexia no sofá gerando um barulho incômodo, de dois em dois minutos murmurava algo desconexo e mexia mais uma vez e simplesmente não entendia o motivo de tanto estresse.


Buscava entender o motivo de estar tão furioso por Jacob dormir com Bella, eu não sabia qual era a relação da pirralha com o gostosão, mas de uma coisa eu sabia: Queria Edward Cullen pra mim e já!


Tinha que admitir que já estava em uma idade digna de casamento, e simplesmente não encontrava ninguém à minha altura e ver Ed-gostosão com a super moto, e saber que era dono de uma das empresas mais bem sucedidas de Londres, o fazia o cara exato para mim. Não que fosse interesseira, eu com certeza não era, mas precisava de estabilidade na vida.


Não era como Bella que possuía pais e avós ricos prontos para dar tudo que precisava, a pirralha havia crescido cercada de mimos e só de pensar em como a vida era boa demais com ela e completamente injusta comigo, me irritava.


"Edward" Passei a mão sensualmente por sua perna. "Estava pensando que a gente poderia se divertir, o que acha?"


"Vou dormir, Rose" Respondeu grosseiramente, e revirei os olhos, não desistindo.


"Qual é Ed, sei que gostou de mim" Dei um risinho, subindo minha mão, mas ele a paralisou com força.


"Não interprete minhas ações de forma conveniente" Os azuis transbordavam de fúria e era como se um tapa tivesse sido lançado em meu rosto. "É melhor ficar na sua cama e eu na minha, realmente preciso descansar, ok?"


Soltou minha mão e voltei para o meu lugar repleta de raiva, não era possível que não quisesse ficar comigo, tinha um dos melhores corpos da família e todos apreciavam a extrema beleza que carregava desde a maternidade, não conseguia entender a rejeição do maldito homem.


Passos surgiram na escada e de repente senti o corpo do Cullen prensado ao meu e sua boca procurando ansiosamente a minha. No começo não entendi e respondi ao apelo do Cullen, mas ao abrir os olhos, pude ver o rosto chocado de minha prima na beira da escada.


Por algum motivo, o Cullen queria fazer ciúmes na pirralha e apesar do ressentimento em relação às afirmações que tinha feito, simplesmente adorava ver a cara de idiota que Isabella fazia quando estava irritada, portanto, realcei ainda mais o teatrinho, passando as pernas por seu quadril, e passeando as mãos por toda a sua costa, se estava sendo usada para causar ciúmes, com certeza tiraria uma lasquinha com isso.


Os passos firmes foram ouvidos de volta e a porta do andar de cima bateu com tanta força que quase pude sentir a casa tremer, no segundo seguinte, o corpo do Cullen não estava mais sobre o meu e voltava ao seu lugar, soltando algumas risadas pelo o ocorrido, foi quando algo estalou em minha mente.


"Você gosta dela" Disse em choque, percebendo o que estava óbvio desde o momento em que havia chegado àquela casa.


"O que?" Respondeu, ainda com o sorriso no rosto.


"Minha prima" Falei quase indignada. "Você gosta da minha prima"


"Que merda é essa que está falando?" A irritação ganhou vez em sua voz. "O sono já está fazendo mal ao seu raciocínio"


"Como não pensei nisso antes?" Perguntei a mim mesmo, me sentindo completamente humilhada, uma coisa era ser rejeitada pelo motoqueiro, outra completamente diferente era ser deixada de lado por uma pirralha, uma maldita pirralha que sempre me ganhava em tudo. "O você viu naquela maldita bastarda?" Indaguei com raiva. "Você deve ser muito otário para ver algo de bom naquela garota estragada" Mal terminei e o olhar do Cullen já me fuzilava.


"Dobre sua língua para falar dela" A fúria parecia triplicada e pela primeira vez naquela noite senti medo da ameaça explícita que aqueles olhos traziam.


Ressentida, fechei os olhos, me forçando à dormir, pensando no casal completamente estranho que aqueles dois faziam.


Maldita pirralha!










*









A irritação me fizera passar a noite em branco e quando acordei no dia seguinte todos já haviam ido embora. O combinado é que partiriam sem mim, já que eu ficaria mais um dia com minha família.


Levantei, ainda sonolenta e voltei meu olhar para o jardim, a conhecida Suzuki não estava mais lá, o que mostrava que o maldito mafioso já havia ido embora.


Não sabia porque, mas me sentia extremamente ofendida pelo que havia presenciado na noite anterior, minha prima agarrando meu inimigo era uma imagem que havia perturbado minha mente durante toda a madrugada.


Tomei um banho e vesti roupas confortáveis tentando organizar meus pensamentos. O Cullen parecia cada vez mais perto de minha realidade, toda vez que tentava esquecê-lo por um segundo sequer, ele simplesmente aparecia, como se soubesse de meus momentos de fraqueza, como se exigisse que não fosse esquecido nem por um minuto sequer.


Revirei os olhos diante de minha suposição e agradeci aos céus pelo maldito ainda não ter poder de ler mentes, se não, eu certamente estaria ferrada.


Ouvi a voz de Marie no andar inferior chamando para o almoço e levantei para ir ao local, porém, uma pequena caixa de veludo repousava em minha cabeceira e me chamou atenção. Não lembrava daquele objeto estar lá no dia anterior.


Abri a caixa com muito cuidado e o susto veio logo em seguida: a caixa continha a pulseira que meu pai havia me dado.


O choque alojado em meu rosto misturou-se com a emoção de vê-la de novo, possuía alguns remendos e em meio aos vários pingentes já conhecidos, pendia um novo: uma pequena jaqueta de couro. Desenhada no metal, reluzente, magnífica.


Abri o pequeno papel que acompanhava a caixa notando a letra do mafioso:


"Vê se tenta ser útil nesse ano e obedeça seus líderes se quiser sobreviver"


Um enorme sorriso abriu em meu rosto, aquela era a forma do Cullen de me desejar feliz aniversário e por algum motivo, eu realmente havia gostado.


Pousei a pulseira no braço ainda mais confiante de as coisa realmente dariam certo no final.

 

 


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Notas finais do capítulo

Gente, sei que esse capítulo foi meio boiola, mas tinha que ter um desses né? Hahahah Enfim apareceu a famosa pulseira!
Parabéns às meninas que não esqueceram dela e viviam perguntando quando ela apareceria, vocês são observadoras!
PRECISO MUITO da opinião de vocês, do que vocês querem que aconteça, não em relação ao enredo, pq eu já tenho pronto heheeh mas em relação às atitudes do Cullen e da Bella, e dos outros personagens, o que vocês esperam deles?
Enfim, PELO AMOR DO PAI, digam a opinião nos comentários.
Pra quem vai fazer vestibular no sábado, assim como eu, um SUPER BOA SORTE, que todos nós confiemos em Deus, e possamos nos dar bem na prova!
To cansada, então não vou demorar muito.
Muito obrigada à todas que mandam comentários e recomendações, as vezes me sinto MUITO desanimada, imaginando se alguém realmente ta gostando do que eu escrevo (Pq sério, as vezes parece que o que eu escrevo tá uma grande bosta) e sei que ainda preciso melhorar muito, mas agradeço de coração toda a força que vocês me dão!
E prometo que nas férias terá capítulos GIGANTESCOS pra vocês!
Bia sem vocês não é Bia!
Um beijo, Bia.