In Love With Her escrita por naty


Capítulo 7
Cabras são mais atraentes!


Notas iniciais do capítulo

oie
tô de volta com mais um capítulo
muito, muito obrigada memso pelos comentários de vcs, tõ mega feliz com eles



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Eduarda

Caramba! Minha cabeça andava mais bagunçada que meu quarto e mais embolada que meu fone de ouvido.

Eu ainda estava tentando assimilar o fato do Lucas ser gay. Eu não me importava com isso. Até porque seria uma enorme hipócrita se me sentisse incomodada. Se tinha uma coisa que eu odiava com todas a minhas forças, era preconceito, de qualquer tipo.

O que me deixava chateada era perceber que eu não estava dando a atenção que meus amigos mereciam de mim. Estava tão preocupada comigo mesma que não vi que o Lucas estava passando por toda aquela descoberta sozinho. Como eu fui idiota a ponto de não ver que meu amigo precisava conversar!

E agora tinha a Manuela, mexendo comigo de uma forma que eu não sabia explicar. Desde o primeiro momento em que a vi, senti algo de diferente com relação a ela, mas não fazia a mínima ideia do que pudesse ser. Desde aquela sexta-feira em que eu acidentalmente quase a beijei, a garota não saía mais dos meus pensamentos, sempre que eu não estava concentrada em algo específico, me encontrava perdida (se é que faz algum sentido) pensando nela. Vinha-me á mente coisas estranhas do tipo, como ela era fofa, como seu tamanho e delicadeza me despertavam instintos protetores que eu nunca tive nem mesmo com a minha irmã mais nova.

Ela sempre adquiria uma coloração vermelha no rosto quando eu olhava-a, o que acontecia com uma frequência assustadora. E eu não podia negar o quanto ela era atraente, do verbo “vou te seduzir com vigor”.

Estávamos ficando muito próximas, o que me causava certo receio porque eu não tinha certeza se aquilo era bom para ambas de nós. Eu sentia uma necessidade avassaladora de estar perto dela, de abraça-la, protege-la de tudo e de todos. Eu não queria sentir aquilo por ela, eu simplesmente não podia me apegar tanto.

E eu sabia, lá no fundo, que na verdade tudo o que eu tinha era medo. Medo de me aproximar demais dela. Medo de olhar para dentro de mim e ver que os meus temores tinham algum fundamento. O que mais me machucava, era saber que eu não tinha controle algum sobre aquela situação, saber que se as coisas continuassem no rumo que estavam (e sem sombra de dúvida continuariam) eu acabaria machucando as pessoas mais importantes para mim. E eu não queria isso, de forma alguma.

-- Ei Duds, o que aconteceu que você não está jogando? – Ana me tirou de meus devaneios e me trouxe de volta á aula de Educação Física

-- Hã? Nada, só não tô muito a fim de jogar hoje.

-- Hum... Entendi. Quer conversar? – perguntou e eu apenas acenei, precisava dividir aquilo com alguém, ou acabaria ficando louca.

Saímos da quadra e nos sentamos debaixo de uma das árvores que havia no pátio da escola.

-- Agora me fala o que tem nesse coraçãozinho que não tem me deixado ver um sorriso verdadeiro no seu rosto há dias?

-- Sei lá, são tantas coisas que tem me incomodado ultimamente que eu nem sei por onde começar Ana. Tanta confusão de sentimentos e pensamentos...

-- Eu sei como é, e imagino como deve ser mais complicado ainda para você né amiga?

-- Do que você tá falando Ana Maria?

-- Ai Eduarda, não apela pro meu sobrenome tenebroso que é sacanagem! E não se faça de desentendida, você sabe muito bem do que eu tô falando!

-- Não. Eu não sei do que você tá falando! – mas que droga, ela me conhecia bem demais.

-- Manuela Fernandes é o nome do seu problema, e a solução, se você deixar, é claro.

-- Ai não viaja garota! Que papo é esse? – fiz-me de rogada

-- Ok, se você quer fingir que não está atraída por ela, por mim tudo bem. Mas será que você consegue mentir pra si mesma, da mesma forma que está fazendo com os outros?

-- Tá tão na cara assim?

-- Não sei para quem é de fora, mas para quem te conhece até do lado avesso, tá claro como a água – respondeu sorrindo.

-- Ana me ajuda! O que eu vou fazer agora? Eu não posso gostar de uma garota, imagina o estrago que isso causaria!

-- Calma, vai ficar tudo bem, você vai ver, tudo vai se acertar.

-- Não vejo como tudo pode ficar bem! – disse e Ana me puxou para deitar a cabeça em seu colo enquanto ela mexia em meus cabelos, e assim ficamos por alguns minutos, em silêncio.

-- Ana?

-- Sim?

-- Porque isso tá acontecendo comigo? – perguntei com os olhos cheios de lágrimas não conseguindo mais contê-las.

Ana apenas me abraçou até que eu me acalmasse um pouco. Ela devia estar estranhando aquele tipo de reação da minha parte. Afinal, eu sempre fui a garota que não chorava, que estava sempre de bom humor, com um sorriso no rosto, aquela que nem rastros de TPM tinha. Pra quem olhasse por fora, eu era alguém forte, que não se deixava abalar por nada. A verdade era que de forte eu não tinha nada. Eu apenas guardava os meus receios e preocupações só para mim, porque todos têm seus problemas e ninguém é obrigado a lidar com os dos outros. Sempre deixava para desabar quando estava sozinha, á noite no meu quarto quando ninguém pudesse escutar meu choro, ou debaixo do chuveiro onde as lágrimas eram lavadas pela água quente.

Mas naquele dia, eu não aguentei mais e explodi em lágrimas. Já estava me sentindo sufocada tendo que guardar tudo no meu peito.

-- Vem Duda, vamos ao banheiro pra você lavar o rosto e a gente poder voltar pra aula – disse Ana nos levantando do chão – E não se preocupe com isso está bem?

-- Como não me preocupar Ana? Eu não posso fazer meus pais sofrerem mais depois do meu irmão. Você não sabe como doía ter que olhar nos olhos do meu pai e ver o quanto ele ficou mal com aquilo tudo. Eu não posso fazê-lo passar por isso de novo. E a minha mãe também, ela tem tanto orgulho de falar de mim e da Jéss... Ah, a Jéssica! Que tipo de irmã eu vou ser pra ela? Que tipo de exemplo? – disse abaixando a cabeça e deixando que as lágrimas frescas pingassem no pátio

-- Eduarda Ribeiro, olha pra mim – Ana chamou – Escuta o que eu vou dizer, porque eu só vou falar uma vez: sua família te ama, eu tenho certeza que eles vão te aceitar do que jeito que você é, seu irmão e você não fizeram nada de errado, entendeu? Não é culpa de vocês, aliás, não é culpa de ninguém. Então limpa esse rosto e vai atrás da sua felicidade, seja ela com uma garota, um garoto ou até mesmo um bode! – disse me arrancando um pequeno, mas sincero sorriso.

-- Como se eu fosse querer um bode! Cabras são bem mais atraentes! – resmunguei e ela riu me abraçando novamente

MANUELA

Tinha alguma coisa de errado acontecendo com a Duda. Na hora da Educação Física, os garotos estavam jogando basquete, um dos seus esportes favoritos, mas ela não se importou muito e se isolou num canto da arquibancada. Eu estava indo até lá para ver o que havia acontecido, mas Ana me parou.

-- Deixa que eu vou – ela disse sorrindo e foi até lá sem me dar chances de discutir, dei de ombros e fui até onde Rafa estava sentado escutando música em seu IPhone.

Fiquei sentada ao seu lado, observando Ana levar Duda para fora da quadra.

-- Tô preocupada com a Duda – disse para Rafa

-- O quê? – perguntou tirando os fones

-- Eu disse que estou preocupada com a Duda

-- Por quê?

-- Ela tá meio estranha hoje, muito calada, nem quis jogar basquete e agora foi se isolar lá no canto.

-- Não deve ser nada. Talvez ela só precise ficar um pouco sozinha

-- Não sei Rafa, e pelo jeito não sou a única porque a Ana foi lá ver o que ela tem.

-- Então não se preocupe, a Ana sabe o que faz, e ela conhece a Duda como ninguém.

-- Humph... – falei tentando não demonstrar nenhuma emoção

-- Ciúme Manuela? Eu já não disse que elas são só amigas?

-- Eu não tenho culpa se não consigo controlar! – disse fazendo-o rir

-- Não te entendo sabia? Você fica aí se remoendo de ciúmes da Eduarda mas não faz nada com relação a ela!

-- Você fala como se fosse fácil. E a Duda não deu nenhum sinal de que talvez possa corresponder meus sentimentos por ela. Eu não quero fazer algo que coloque em risco a amizade que nós fizemos, mesmo em tão pouco tempo de convivência.

-- Garota você é cega ou finge de surda? Tá na cara que a Duda também gosta de você. Eu só acho que ela deve estar confusa pra caramba com isso. Mas só você não percebeu o jeito que ela te olha, a química que rola sempre que vocês estão juntas... Talvez tudo que a Eduarda precisa é de uma iniciativa sua

-- Ou talvez isso seja tudo que ela não precisa

-- Sim, talvez... Mas eu não acredito que seja esse o caso. Porque você não a surpreende na festa dela? Seria a oportunidade perfeita – disse Rafael com os olhos brilhando, com uma cara de quem ia aprontar.

-- O que você vai fazer Rafael?

-- Nada, por que eu faria alguma coisa? A vida é de vocês, vocês que se resolvam – e levantou-se dando de ombros e indo em direção ao prédio para mais uma chata e entediante aula de Matemática.

Sério, como a Duda conseguia ser apaixonada com aquela matéria? Argh!

Fui atrás de Rafa e vi Duda e Ana abraçadas, no meio do pátio. Eduarda tinha o rosto molhado por lágrimas, mas surpreendentemente, exibia um sorriso doce e frágil nos lábios.

Olhei para elas, ali abraçadas e vi o quanto Ana cuidava de Duda. Eu não tinha percebido antes, mas apesar de ser quase dois anos mais nova, era Ana quem cuidava daquela criança enorme que era a Eduarda. Não pude deixar de sorrir daquilo e fui para a sala.

 Ver que a Duda parecia melhor, me deixou bastante aliviada, feliz o suficiente para não reclamar mais da aula sobre Trigonometria que estávamos tendo.

E foi olhando para Eduarda resolvendo todos aqueles problemas com a maior facilidade do mundo, como quem soma 2+2, e sorrindo bobamente quando recebia um elogio da professora, que eu resolvi seguir o conselho de Rafael e tomar uma atitude em relação a nós.

Se esse “nós” realmente existia, ou se era apenas coisa da minha cabeça, eu descobriria no Sábado, no aniversário da garota por quem eu estava perdidamente apaixonada. A minha Duda. Porque eu não aguentava mais olhá-la e imaginar como seria se ela gostasse de mim. Porque eu não sabia até quando me seguraria para não puxá-la para mim e tomar seus lábios. E principalmente, porque eu não tinha mais forças para ficar a uma distância segura dela, e nem queria ter.

-- Ei, Terra para Manu, tem alguém aí? – perguntou Duda passando a mão na frente do meu rosto

-- Tem eu, serve pra você? – perguntei colocando segundas intenções na frase

-- Claro que serve! É mais do que o suficiente pra mim

Ok respira Manuela, ela não disse isso no significado que você imagina, provavelmente nem percebeu que você estava falando de outra coisa!

-- O-o que você estava falando mesmo? – perguntei sentindo as bochechas esquentarem um pouco

-- Ah, nada de importante, mas e você? Tava sonhando acordada?

-- Uhum, pensando em vo... na v-vida, eu estava pensando na vida – gaguejei

Estávamos indo embora para casa juntas e já tínhamos nos despedido de Ana, Rafa e Lucas. Aqueles poucos minutos que levávamos para ir da escola até o ponto em que cada uma seguia a sua direção eram os melhores do dia em minha opinião. Eram os escassos momentos que eu podia ficar sozinha com ela e descobrir cada vez mais a respeito daquela menina maravilhosa que ela era.

-- Manu, o que você acha da gente sair no sábado á noite, digo chamar a Ana e os meninos?  Já que é meu aniversário e nós não vamos comemorar mesmo, pensei em irmos pra algum lugar legal sabe?

-- Desculpa Duda, mas no sábado eu tenho uma festa pra ir, não vou poder sair com vocês. Fica pra próxima tudo bem? – falei, o que não era totalmente mentira, eu apenas omiti o fato de ser a festa dela

-- Ok! – disse com um falso contentamento – Nós podemos sair outra hora! – a carinha de decepção dela era de dar dó, mas eu não podia estragar a surpresa.

-- Sim, sim, é só marcar

-- Bom, eu já vou indo pra minha casa, até mais – disse ainda triste

Eu fiquei com o coração na mão de fazer isso com ela, mas assim que ela se afastou, mandei mensagens para Ana, Rafael, Lucas e Matheus - que agora era praticamente namorado do Lucas.

De: Manu

A Eduarda vai chamar vcs pra sair sábado, inventem uma desculpa qualquer para não ir, mas não contem da festa!

Bjos, Manu


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Notas finais do capítulo

legal?
a tão esperada festa vem aí o/
bjos e até mais



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