Lembranças De Um Verão escrita por Sarah Colins


Capítulo 34
Capítulo 33 – Castigo


Notas iniciais do capítulo

Olá queridos leitores, como estão? ^^
Capítulo hoje com muito romance e humor pra vocês! ;)
Espero que gostem!
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Se não for pedir muito, visitem meu blog: http://triipe.blogspot.com.br/
Tenho certeza que vão gostar ;)



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- O que será que Quíron irá inventar para o nosso falso castigo? – me perguntou Percy enquanto esperávamos o centauro no refeitório como havíamos combinado na noite anterior.

- Shhhhhhh! – exclamei ao ver que ainda havia alguns semideuses ali por perto da mesa do chalé de Poseidon – Ninguém pode saber que esse castigo não é pra valer. Temos que fingir que estamos muito chateados com isso, lembra?

Ele fez um sinal positivo com a cabeça. Ou ele estava conseguindo fingir muito bem, ou ele realmente não estava nada animado com aquela história de castigo falso. Imaginei que deveria ser porque ele não queria ter hora certa para que pudéssemos ficar a sós. Essa ideia também não me agradava muito. Mas que escolha nós tínhamos? Uma coisa era certa, nenhum dos dois estava disposto a abrir mão desses momentos de intimidade.

Foi estranho passar a última noite sozinha em minha cama. Percy havia dormido ao meu lado apenas duas noites e eu já tinha me acostumado com aquilo. Era ruim demais ficar longe dele. Sentia falta do seu calor, dos seus braços em volta de mim, do seu corpo. Minutos atrás, quando tomávamos café, ele tinha me dito que também sentira minha falta. Eu já morria de vontade de fugir com ele novamente. Para o nosso santuário ou para qualquer outra parte, só para podermos ficar sozinhos. Eu sabia que não seria sempre assim. Essa vontade que parecia interminável era porque nós estávamos na fase de descobertas. Tudo era muito empolgante e tentador. Um dia isso iria passar, mas enquanto não passasse eu queria aproveitar ao máximo.

- Ai vem ele... – disse Percy que não parava de olhar para a porta ansioso.

Me virei naquela direção e avistei o centauro que dessa vez vinha sem sua cadeira de rodas. Ele adentrou o refeitório e veio ao nosso encontro. Ele trotava lentamente, olhando para os campistas que iam deixando o local. Provavelmente ele queria que não houvesse ninguém por perto na hora de falar conosco. Ele se aproximou e esperou pacientemente até que o último semideus tivesse saído. Eu e Percy nos colocamos de pé esperando para ouvir o que ele tinha a dizer.

- Certo, vamos direto ao assunto – disse voltando o rosto para nós e nos encarando de cima – O castigo que vou propor, digo impor a vocês é o seguinte: levar as armaduras usadas nos treinos até o rio e lavá-las. Uma das harpias da limpeza os acompanhará para ver se estão fazendo tudo direito. O trabalho deve ser feito a noite, para que não atrapalhe no treino de vocês. Para isso lhes concedo permissão para se ausentarem de seus chalés três vezes por semana. Alguma dúvida?

- Só três vezes por semana? Ai... – dei uma cotovelada nas costelas de Percy ao ouvir a pergunta que ele fazia.

- Não Quíron, não temos nenhuma dúvida – falei lançando um olhar de reprovação a Percy – Quando começamos?

- Quanto antes, melhor! – disse ele mantendo o tom autoritário que não combinava nada com ele – Bom, agora se me dão licença, tenho outros meio-sangues que castigar.

Ele deu meia volta e saiu do refeitório galopando. Percy ainda passava a mão no lugar onde eu o tinha atingido. Cheguei a sentir pena, apesar de ele ter merecido aquilo. Ele me fitou e eu percebi que ainda havia muito desânimo e desapontamento em seu olhar. Coloquei as mãos em sua cintura e lhe dei um selinho bem rápido. Depois olhei em seus olhos verdes que insistiam em me hipnotizar.

- Por que está com essa cara, cabeça de alga? Deveria estar feliz, acabamos de ganhar passe livre para nos ausentar dos chalés a noite três vezes por semana!

- É muito pouco – reclamou ele – O que vou fazer nas outras... – ele demorou alguns segundos enquanto fazia as contas mentalmente – quatro noites da semana?

- Olha, ele sabe contar! – zombei dele que me olhou com cara feia – Nas outras quatro noites vamos fazer o que sempre fizemos, ir para nossos chalés e dormir.

- Você diz isso tão tranquilamente porque não tem que ficar completamente sozinha em seu chalé – disse ele se fazendo de manhoso.

- Oh estou com o coração partido de tanta dó de você – falei ironicamente e depois cai na gargalhada. Ele me olhava fazendo sinal negativo com a cabeça e deixando escapar um sorriso. Coloquei as mãos em seu rosto e o olhei com afeto e compreensão – Você vai sobreviver, amor.

- Eu espero que sim. Ou então terei que sequestrar você e fazer o meu chalé de cativeiro durante essas quatro noites – ele ergueu as sobrancelhas ao falar aquilo. Não pude controlar o riso novamente.

- O senhor está me saindo um belo delinquente, Percy Jackson! Infração as regras do acampamento, batalha contra o próprio meio-irmão no fundo mar, um quase duelo contra outro campista, ameaças de sequestros... Qual será o próximo item na sua ficha?

- Perseguição a uma semideusa deliciosamente insuportável!

Arregalei os olhos quando ele me lançou aquele olhar de “serial killer”. Soltei um grito agudo enquanto saia correndo dali com Percy em meus calcanhares. A perseguição durou até chegarmos à arena de combate. Ele me agarrou pelas contas e me levantou no ar enquanto eu ria e tentava recuperar o folego ao mesmo tempo. Infelizmente tivemos que parar com a brincadeira, pois logo iria começar mais um dos exercícios de treinamento do acampamento.

Novamente tentei me concentrar o máximo que pude no treino, mas era extremamente difícil tendo Percy tão perto de mim. Todos os meus pensamentos estava nele e no nosso “castigo fake” que aconteceria mais a noite.

***

Nem preciso dizer que aquele dia demorou uma eternidade para passar. As horas se arrastavam, assim como eu para ir de um lado a outro do acampamento. Tentei me lembrar do que me fazia ficar tão disposta e empolgada durante os treinos nos anos anteriores. Cheguei a conclusão de que tudo se devia ao perigo iminente a que estávamos expostos. Mas agora não havia mais Cronos, não havia mais guerra se aproximando, não havia ninguém tentando tomar o poder dos deuses, pelo menos por enquanto. Mesmo que os monstros ainda estivessem a solta lá fora prontos para acabar com qualquer meio-sangue, eu sentia que já estava apta para dar conta de qualquer um deles. Por isso eu não sentia que aquele treino maçante e repetitivo estava contribuindo para alguma coisa.

Nem mesmo aquela maldita profecia me fazia querer estar em forma para uma batalha. Pelo contrário, ela me fazia querer cuidar da minha vida amorosa e fortalecer ainda mais o laço que havia entre Percy e eu. Afinal era disso que a profecia falava, da nossa relação e de como ela poderia ser abalada. Se tinha algo com o que eu deveria me preocupar naquele momento era em zelar pelo meu namoro.

Enfim o dia chegou ao final, eu me encaminhei para o meu chalé para poder me banhar e me recompor do dia cansativo. Depois me dirigi ao refeitório para jantar. Peguei a minha comida e me sentei à mesa de Atena. Tentei me manter o mais discreta possível para que ninguém me notasse ali. Provavelmente todos já estavam sabendo do “castigo” que eu e Percy recebemos assim como o motivo do mesmo. Eu não queria que ninguém viesse comentar comigo sobre aquilo, então tentava passar despercebida.

Percy, entretanto não havia se dado conta disso ainda e adentrou o salão do refeitório cumprimentando a todos que passavam por ele como sempre. Logo comecei a perceber uns cochichos aqui, umas pessoas rindo e apontando ali. Torci para que Percy continuasse sem se dar conta de nada daquilo. Não sei se ele conseguiria manter a calma e aturar aquilo como eu estava fazendo. Por sorte ele pegou seu jantar e foi a sua mesa sem mudar a expressão em seu rosto. Ele se sentou sozinho e se concentrou em sua comida, o que me deixou aliviada.

Terminei antes que ele e resolvi ir até lá ficar com meu namorado. Ele ainda terminava seu jantar então apenas me sentei ao seu lado e apoiei os braços sobre mesa olhando-o. Ele sorriu ao me ver ali e se inclinou para me dar um beijo sabor purê de batatas.

- Pronta para lavar algumas armaduras? – disse ele depois de tomar um longo gole de seu suco.

- Prontíssima – falei da forma mais irônica possível – Graças aos deuses que esse castigo não é de verdade. Não seria nada legal se tivéssemos realmente que passar a noite lavando armaduras.

- Não sei, talvez pudéssemos fazer com que ficasse divertido – disse ele com aquele olhar travesso que eu adorava – Fora que qualquer coisa que eu faça ao seu lado se torna muito mais interessante!

- Talvez você tenha razão, herói. Mas não precisamos tirar a prova não é? – já quis cortas as asinhas dele de uma vez. Não duvidava nada que ele quisesse inventar de fazer algo criativo e estranho com aquelas armaduras – Acho que podemos dispensar a fogueira e ir direto ao “trabalho” não acha?

Percy quase se engasgou com a comida ao me ouvir dizer aquilo. Talvez ele não esperasse que eu fosse tão direta assim. Depois de se recompor ele me olhou com o sorriso mais lindo do mundo e concordou com a cabeça. Ele terminou de comer o que faltava muito mais rápido que o normal. Antes mesmo de terminar o último gole de seu suco ele já se levantava e me segurava pela mão para me puxar com ele.

Deixamos o refeitório antes que qualquer outro semideus o fizesse e nos encaminhamos para a arena de combate. Lá uma harpia da limpeza nos esperava. Ela terminava de acomodar as armaduras em um imenso suporte com rodinhas. Ao nos ver ela emitiu um grunhido incompreensível e começou a empurrar o suporte para fora dali. Nos a seguimos enquanto ela andava a caminho do rio. Cheguei a pensar em oferecer ajuda, mas acho que isso acabaria deixando a criatura irritada. Ela já parecia bem frustrada com o fato de ter que nos aturar e não poder nos matar.

Ao chegar a beira do rio ela começou a tirar as amaduras do suporte e a coloca-las próximo a água. Depois ela pegou um pote que devia contar algum produto especial para limpar bronze celestial. Ela começou seu trabalho ignorando-nos completamente. Percy e eu nos entreolhamos um momento.

- Então é isso? – disse ele – É só deixa-la aqui fazendo o trabalho pesado enquanto nós escapamos de fininho? Acho que quero ser castigado mais vezes.

- Pare de tirar sarro porque esse castigo bem que podia ter sido verdadeiro – o repreendi enquanto segurava sua mão e o puxava para sairmos dali.

Fomos andando pela mata e quando percebi estávamos pegando o caminho que levava a cachoeira. Não sabia se Percy estava nos guiando para lá ou se eu instintivamente tinha me deixado levar para aquele lugar. No fim das contas não havia nenhum outro lugar onde poderíamos passar a noite juntos. Pelo menos não tínhamos tido tempo para pensar naquilo. Eu pelo menos não tive, mas Percy como sempre, conseguiu me surpreender de novo.

Ao chegarmos ao nosso santuário particular eu notei que havia algo diferente ali. A barraca que havíamos usado tinha sido substituída por uma bem maior. Poderiam dormir umas cinco ou seis pessoas ali tranquilamente. As cadeiras de praia e as madeiras para fogueira continuavam no mesmo lugar. Percy me conduziu até lá e abriu a porta da imensa barraca. Pude ver que dentro dela havia um colchão de casal e uma mesa ao lado. Em cima dela havia alguns petiscos e um rádio a pilha. Em baixo da mesa estavam nossas mochilas e eu fiquei pensando como elas tinham ido parar ali.

- Definitivamente você precisa me passar esses seus contatos – falei enquanto ainda olhava tudo aquilo maravilhada – Como conseguiu arrumar tudo isso?

- Isso não importa, o que importa é que estamos aqui e podemos aproveitar tudo isso – disse ele passando por mim para entrar na carraca. Ele foi até o rádio e ligou, sintonizou numa estação que tocava musicas lentas e românticas. Depois ele se voltou para mim e me estendeu a mão para que eu entrasse também.

- Um dia ainda vou descobrir os seus truques – sorri ao me aproximar e colocar as mãos sobre seus ombros. Ele também sorriu e se inclinou na minha direção para me beijar.

- Se lembra daquele presente que eu te dei da última vez em que estivemos aqui? – disse ele depois que voltamos a nos olhar. Claro que eu me lembrava, apesar de não ter mais tirado ele da caixa desde então.

- Lembro – respondi insegura já imaginando o que ele iria falar a seguir.

- Quero que o use essa noite.

- Tem certeza? Achei que não íamos precisar nos preocupar com o que vestir essa noite. Afinal de contas... a você sabe!  - disse sem conseguir concluir a frase.

- Sei sim. Mas tenho certeza que aquela peça ficará linda em você. Faz isso por mim vai? – ele fazia aquela cara de cachorro sem dono de novo a qual eu não conseguia resistir.

- Está bem – disse enfim, olhei para minha mochila imaginando que provavelmente a camisola estivesse ali – Pode me dar um minuto?

- Claro, fica a vontade.

Ele saiu da barraca e fechou porta que era como uma cortina que ficava quase transparente por causa da escuridão lá fora e a luz que havia lá dentro. Mas Percy se manteve de costas para mim, observando a cachoeira. Peguei a mochila e encontrei a tal da camisola ali. Tirei a minha roupa ficando apenas de calcinha e sutiã e depois coloquei a camisola. Ela mal cobria o começo de minhas coxas. Desejei ter um espelho ali para pode olhar como tinha ficado antes de chamar Percy de volta. Como meu desejo não foi realizado eu torci para que tivesse ficado razoável ao menos.

- Já estou pronta – disse em voz alta para que ele me ouvisse lá de fora.

Ele se virou e veio até mim. Seus olhos se fixaram onde a camisola cobria meu corpo e não saíram mais de lá. Comecei a ficar totalmente sem graça com ele me fitando tão intensamente.

- Você está incrível! Conseguiu ficar mais bonita assim – Ele se aproximou e colocou as mãos na minha cintura – Eu te amo!

- Também te amo, Percy – disse já totalmente envolvida por aquele clima de sedução e pela música que tocava se encaixando perfeitamente naquele momento.

Percy começou a me beijar lentamente enquanto me abraçava. Suas mãos subiam e desciam freneticamente fazendo com que a camisola saísse do lugar. Os beijos começaram a ficar mais ferozes e ardentes. Senti que ele levava as mãos até minhas pernas e depois ia subindo levanto junto a camisola. Ele a levantou somente até a altura do meu quadril onde se encontrava minha calcinha. Ele a segurou e tirou cuidadosamente aquela peça que caiu e alcançou o chão. Usei os pés para me livrar dela.

Tirei a camiseta dele de forma afobada e desajeitada. Ele chegou a rir naquele momento, enquanto se livrava do resto de suas roupas. Ele me pegou no colo e me deitou com cuidado no colchão. Veio para cima de mim voltando a me beijar. Continuei vestindo a camisola que havia ganhado de presente enquanto ele me amava apaixonadamente. Deixei que meus suspiros e suplicas ecoassem a plenos pulmões. Quando ambos havíamos alcançado a satisfação máxima ficamos deitamos lado a lado no colchão. Ele me olhava ainda com aquele ar travesso e sensual. Então veio até meu ouvido e disse em voz baixa que não me deixaria dormir tão naquela noite. 


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Notas finais do capítulo

Boa sexta-feira diva pra vocês! o/
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beijos ;**
@SarahColins_ (me siga no twitter para acompanhar as atualizações da fic)