Um vasto manto branco recobria toda a extensão de terras. As árvores eram finas e suas copas eram sempre em formato piramidal, uma adaptação para que as mesmas não sofressem com o frio e pudessem sobreviver ao inverno. O branco se dava devido a neve constante que insistia em cair, não sabem dizer a quanto tempo tem sido assim naquele lugar. Os antigos contam essas histórias que a maioria das crianças acredita ser fabulas. Fabulas de um passado distante.

Embora pudéssemos imaginar um lugar pobre devido à cobertura de gelo este era um reino rico. Possuía vários pontos em que se podia enriquecer desde o tecido mais raro feito com o pelo das ovelhas que só nasciam e só sobreviviam naquelas condições climáticas; uma das maiores minas de carvão do reino e, só ali, naquele reino recoberto pelo gelo encontrava-se o diamante mais apreciado e admirado no mundo inteiro, o diamante Rukia.

Havia segurança, educação tudo proporcionado pela família real, um clã antigo e respeitado em todo o mundo, a dinastia Kuchiki.

A família real residia afastada da sociedade num imponente castelo bem no interior da cidade. Para a proteção de suas riquezas fora construída em torno de si treze pilares e em cada deles um capitão era responsável pela proteção da mesma. A posição do castelo era estratégica para a segurança da família real. Outra curiosidade sobre a imponente castelo era que ele fora considerado o mais belo dos castelos em todo o Império, isso devido a ser construído inteiro por gelo.

O chefe da família real, Byakuya, era alto tinha longos cabelos negros, ostentava um porto serio e não era de muitas palavras. Alguns criticam seu comportamento como frio, nada que não se se encaixa perfeitamente as características da cidade. A outra herdeira, a princesa Rukia, ao contrário do irmão era pequena, tinha olhos vivais com um azul que se ajustava perfeitamente a branquidão ao qual eram cercados, seus cabelos eram negros e do mesmo tamanho que a de seu nee-sama. Embora fosse pequena Rukia era imponente tal como seu irmão com aquela pele alva e, claro, pelos seus olhos que se transformavam revelando um lilás maravilhoso, por isso recebeu o nome de Rukia, porque sua beleza era tão exótica quanto a do diamante.

Em breve a princesa Rukia se casaria para dar continuidade a casa Kuchiki, uma vez que não houve filhos da parte do seu irmão que foi casado com a Rainha Hisana de Caus, mas que morreu ainda jovem. Embora fosse um homem frio, possuía um profundo sentimento por sua falecida esposa e não pretendia casar novamente. Rukia já sabia do seu destino, mas não ousaria ir contra o seu senhor, o homem a quem lhe deve a vida e tem a maior admiração, o seu irmão.

Ela aguardava em seus aposentos. Hoje seria um dia diferente. Uma das raras vezes que iria até o seu povo para o desfile em comemoração ao seu aniversário de 16 anos. Como de costume, no décimo sexto aniversário, as mulheres da família real eram homenageadas com um grande desfile e eram apresentadas aos seus súditos. Todos estavam polvorosos, seria a primeira vez em 10 anos que viriam à princesa e a curiosidade tomava todos naquele lugar.

Uma serviçal tentava ajeitar os cabelos de Rukia e notava-se que esta claramente não se sentia confortável com isso.

–Podem deixar eu faço isso sozinha.

–Não princesa, seus cabelos são muito compridos e não temos tempo a perder.

–Se eles fossem mais curtos eu poderia fazer isso sozinha.

–Mas seu cabelo é tão lindo assim, Rukia-san

–Pronto, já acabei.

Rukia se levanta da fina cadeira e caminha em direção ao enorme espelho incrustado de rubis, presente de aniversário do ano passado, e admira a sua figura por um tempo. Uma bela trança começando na frente pelo lado direito e terminando atrás no esquerdo deixando cair na frente do corpo. Um belo vestido branco, apenas alguns centímetros acima de seus pés e uma sapatilha azul escuro. - Fez um ótimo tramalho, Kemi. - disse a serviçal que se sorriu.

Nesse instante ouve-se batidas na porta. Era um dos vassalos anunciando que partiriam logo. Rukia deu uma ultima olhada no espelho e foi ao encontro do seu irmão.

...

– Ai velho, porque a gente tem que vir pra esse lugar eim? falava um rapaz nitidamente morto de frio.

–Ora, eu queria que você conhecesse suas origens.

–Bendito lugar que nunca chega já saimos de Misters há dois meses.

–Sim, mas em menos de uma hora devemos chegar. E não faça essa cara, você mesmo disse que qualquer lugar era melhor do que Misters.

–Mas tinha que ser um lugar tão frio?

–Karakuna é um lindo lugar e um dos mais ricos também.

–Não estou vendo nada de lindo.

Eles iam caminhando enquanto os cavalos puxavam a carruagem meio estrupidada na pequena estrada. Algumas panelas estavam penduradas. Dava-se para notar que estavam de mudança.

–Papai, gritou uma menina que ia lá na frente guiando os animais.

–Mas o que foi Yuzu - disse outra sonolenta saindo de dentro da carruagem.

os dois que conversam logo atrás foram até as meninas e seguiram com os olhos para onde o dedo dela apontava. E os olhos deles se arregalaram. Inúmeras bandeiras vermelhas e amarelas espalhadas por toda a cidade com o brasão da família Kuchiki, várias pessoas circulando e uma mais rápida soava, inúmeros vendedores de todos os tipos espalhados organizadamente pelos arredores.

–Mas o que é isso pai? Disse a menina que como num passe de mágica perdera o sono.

–Ora, parece que chegamos em dia de festa. - Disse com os olhos brilhando.

Eles seguiram até onde tudo acontecia todos muitos maravilhados, exceto o rapaz mais novo que se sentia incomodado com os olhares de reprovação que recebia.

Lugar novo, mesmos problemas...