Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 5
Capítulo 5 - Memórias


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^
Créditos à Seriana por me dar a ideia de escrever sobre o passado...



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10 anos atrás (Época Feudal)

- Sesshomaru-sama! – Rin correu para Sesshomaru e abraçou-o com toda a força.

Mesmo que ele estivesse demasiado ocupado durante o resto do ano, Sesshomaru aparecia sempre no aniversário dela.

- R-Rin! – exclamou Jaken – Larga o Sesshomaru-sama!

Um pouco contrariada, Rin largou-o, mas manteve-se perto dele.

- Trouxe-te isto. – disse Sesshomaru, entregando-lhe um ramo de flores que tinha trazido. Levar um ramo de flores já era quase uma tradição.

No entanto, Rin nunca se fartava. Com um sorriso brilhante nos lábios, Rin aceitou as flores e cheirou-as profundamente.

- Obrigada, Sesshomaru-sama. – agradeceu Rin – Mas, depois de me ter trazido este kimono no mês passado, não era preciso trazer nada hoje.

Com um olhar letal, Sesshomaru olhou para Kagome que lhe respondeu com uma careta. A verdade era que Sesshomaru levava vários presentes para Rin durante o ano mas pedia sempre que não dissessem a Rin que tinha sido ele a dar. No entanto, depois da morte de Kaede, parecia impossível manter segredos naquela vila.

- A Kagome-san fez um bolo de cenouras, desta vez! – anunciou Rin – Eu vou buscar-lhe uma fatia!

Depois de soltar um suspiro, Sesshomaru sentou-se ao lado de Inuyasha.

- A tua casa é demasiado pequena. – protestou Sesshomaru.

- Isso é porque há pessoas a mais neste preciso momento. Porque é que tu e o teu servo não saem para vermos como é que fica? – propôs Inuyasha – A Rin fará a mesma coisa, não tarda nada.

- O que é que queres dizer com isso? – perguntou Sesshomaru, desconfiado.

- Nada de especial. Mas a Rin já tem 16 anos. – apontou Inuyasha – Já há alguns rapazes aqui que estão de olho nela. Não me surpreendia se ela já tivesse recebido algumas propostas de casamento.

Um pouco chocado com o que Inuyasha estava a dizer, Sesshomaru nem se deu conta de Rin a sentar-se à sua frente.

- Sesshomaru-sama. – chamou Rin, estendendo-lhe uma das duas fatias de bolo que tinha trazido – Sente-se bem?

Sem responder, Sesshomaru pegou no bolo e começou a comê-lo.

- Está bom? – perguntou Rin, com os olhos a brilhar.

- Não está mau. – foi a resposta de Sesshomaru, que ainda se encontrava a pensar no que Inuyasha tinha dito.

- Sesshomaru-san. – ao ouvir a voz de Kagome, Sesshomaru olhou para cima e viu-a de braços cruzados –Pode acompanhar-me, por favor?

Confusos, Rin e Inuyasha ficaram a vê-los saírem da cabana.

- O que é que se passa? – perguntou Sesshomaru, que só a tinha acompanhado porque conseguia perceber que aquela conversa seria sobre Rin.

- Tens de parar de aparecer. – disse Kagome, surpreendendo Sesshomaru – A Rin já está habituada à vida aqui mas, se continuares a aparecer, só vais confundi-la. Ela merece ter uma vida normal e ser amada apropriadamente.

- Eu não preciso de ouvir isso de uma humana que casou com um cachorro. – disse Sesshomaru, virando costas – E a Rin é que decide o que é mais apropriado para a vida dela.

Mesmo depois de dizer isso, Sesshomaru ficou a pensar no que Kagome lhe tinha dito e, quando se despediu de Rin no fim do dia, prometeu a si mesmo que aquele seria um “adeus” definitivo.

8 anos atrás (Época Feudal)

- Sesshomaru-sama. – chamou Jaken – Amanhã a Rin faz 18 anos. Tenciona ir visitá-la à vila?

- Porque faria isso? – perguntou Sesshomaru, ouvindo o servo a desculpar-se de imediato. De qualquer maneira, Rin estava a viver com aquela mulher e o rafeiro que diziam ser seu meio-irmão. Não havia razão para comparecer a uma celebração tão desnecessária.

- Mas já não vemos a Rin há dois anos. – murmurou Jaken, um pouco deprimido. Aliás, a última vez que a tinham visitado, tinha sido no seu décimo sexto aniversário. O Sesshomaru-sama tinha estado especialmente distante nesse dia, apesar de Rin tentar falar com ele durante várias ocasiões.

Enquanto Jaken se perguntava sobre o que tinha acontecido na altura para que o mestre mudasse, Sesshomaru parou repentinamente fazendo com que Jaken embatesse contra a perna dele e caísse.

- Jaken. – Sesshomaru olhou para ele, vendo-o embranquecer – Porque é que não vais?

- Não! – exclamou Jaken, imediatamente – Eu não quero ser deixado para trás!

- É uma ordem. – adicionou Sesshomaru, começando a caminhar – Partes imediatamente.

Apesar de querer opor-se, Jaken limitou-se a partir, enquanto chorava sem parar. Entretanto, Sesshomaru esperou que ele desaparecesse do seu campo de visão e começou a segui-lo.

Não queria ver Rin, pensou Sesshomaru. Só estava a ir na mesma direção porque tinha…uma coisa para fazer.

No entanto, quando passou por o mercado de uma vila que ficava no caminho e viu um vendedor a vender kimonos, parou durante alguns momentos, pensando que alguns daqueles ficariam bem a Rin.

Depois lembrou-se de que não iria ao aniversário dela e continuou a andar.

Quando o sol se ergueu no dia seguinte, Sesshomaru já tinha passado pelo poço e já via a aldeia ao longe, por isso decidiu ficar por ali e sentou-se ao pé de uma árvore.

Estava quase a adormecer quando sentiu o cheiro de peixe acabado de apanhar e o seu estômago começou a roncar. Curioso para saber de onde vinha o cheiro e pronto para saquear os peixes a quem quer que fosse, Sesshomaru abriu os olhos e, para sua surpresa, viu Rin ajoelhada ao seu lado. Ficou ainda mais surpreendido quando apercebeu-se que o seu coração começou a bater mais rapidamente quando a viu. Mais do que surpreendido, ficou dececionado.

O tempo tinha sido generoso com Rin, pensou Sesshomaru. Apesar de ter acabado de fazer dezoito anos, ele acreditava que nunca tinha visto uma mulher tão linda quanto ela. É claro que nunca o admitiria nem diria em voz alta.

- Foi exatamente assim que nos conhecemos. – disse Rin, com um sorriso. No entanto, apesar de estar a sorrir, este não brilhava como aqueles a que Sesshomaru estava acostumado – É um pouco nostálgico.

- Devias voltar para a vila, Rin. – avisou Sesshomaru, voltando a fechar os olhos – Eu só estou à espera de Jaken.

Sesshomaru só voltou a abrir os olhos quando ouviu os passos dela a afastarem-se e viu que ela tinha deixado os peixes lá

Um pouco relutante, pegou num peixe e começou a comer, perguntando-se porque é que ela parecia tão triste. Mas não demorou muito até pôr os pensamentos de lado e adormecer depois de acabar de comer os peixes que Rin tinha apanhado.

Ao imaginar Rin a capturar os peixes desajeitadamente, Sesshomaru adormeceu com um sorriso.

Só acordou quando Jaken o chamou. Quando olhou para ele, este parecia em pânico. No entanto, Sesshomaru levantou-se calmamente.

- Sesshomaru-sama! – gritou Jaken mas, mesmo assim, Sesshomaru não parou – Sesshomaru-sama!

- Vamos embora, Jaken. – disse Sesshomaru, simplesmente – Daqui a nada está a anoitecer.

- Sesshomaru-sama! – insistiu Jaken – A Rin vai-se casar…

Sesshomaru parou e olhou para Jaken, como que se quisesse comprovar que ele estava a dizer a verdade.

- É verdade, Sesshomaru-sama. – disse Jaken – Ele vai casar-se na próxima semana.

- Com quem? – perguntou Sesshomaru.

- O quê?

- Com quem? – repetiu Sesshomaru.

- C-Com… - Jaken só tinha visto Sesshomaru daquela maneira uma vez: quando Rin morrera pela segunda vez – Eu não sei! Com um rapaz qualquer da vila.

Com passos pesados, Sesshomaru começou a dirigir-se para a vida.

Atualmente (Hospital)

A carregar! – exclamou o doutor, com as pás na mão – Afastem-se!

- Vai ter que sair daqui, senhor. – pediu a enfermeira que já tinha levado Hikari até à sala-de-espera, puxando Sesshomaru. Bastou um olhar dele para que ela se afastasse.

- A carregar! – repetiu o médico – Afastem-se!

E repetiu os movimentos e as palavras mais três vezes, mas a linha continuava horizontal no fim. Com uma expressão pesada, o médico olhou para o relógio de parede. – Hora da morte, 7:32.

Com os dentes cerrados, Sesshomaru encostou-se à parede, levou uma mão à cara e começou a soluçar.

Tinha falhado.

8 anos atrás (Era Feudal)

Sesshomaru entrou na vila e foi diretamente à cabana onde Inuyasha, Rin e Kagome viviam. A lua já ia alta e brilhava no céu sem nuvens quando Sesshomaru se aproximou de Rin. Esta ainda estava cá fora, em frente à cabana e levantou quando o viu.

- Sesshomaru-sama.

- O Jaken contou-me sobre o casamento. – revelou Sesshomaru, vendo-a corar intensamente – Afinal é verdade.

- Sesshomaru-sama, eu não lhe disse porque…

- Gostas dele? – perguntou Sesshomaru, chocando Rin.

- Ele é simpático. – disse Rin – É meu amigo desde que vim viver para aqui.

- Então sempre é verdade que uma humana deve viver uma vida normal. – disse Sesshomaru – Mesmo depois de dizeres que querias ficar comigo para sempre quando eras pequena, no final de contas, continuas a ser apenas uma humana.

- Sesshomaru-sama! – exclamou Rin, quando Sesshomaru virou costas – Eu não quero casar com ele!

Sesshomaru virou-se – Então o que é que queres fazer?

- Quero ir consigo! – confessou Rin – Por favor, deixe-me ir consigo!

- Nunca serei capaz de te dar uma vida normal. – disse Sesshomaru.

- Não quero saber. – disse Rin – Porque eu gosto de si, Sesshomaru-sama. Por favor, leve-me consigo. Eu faço o que tiver que fazer para ficar consigo.

- Então, estás disposta a dar-me um herdeiro? – perguntou Sesshomaru, vendo que ela tinha ficado claramente chocada – Será mau se eu morrer sem deixar descendência.

Rin sorriu. Agora, a tristeza tinha desaparecido. – Se achar que eu sirvo, ficarei contente.

- Partimos amanhã. – informou Sesshomaru – Prepara as coisas.

- Sim. – concordou Rin.

Sesshomaru avançou e, num impulso, agarrou Rin e beijou-a. Um beijo que durou apenas dois segundos mas, para Rin, tudo aconteceu em câmara lenta.

- Vou estar à tua espera à beira do poço. – finalizou Sesshomaru, depois de a largar e foi embora, deixando Rin com um sorriso tão brilhante quando a lua.

Não conseguiu parar de sorrir durante aquela noite.

Atualmente (Hospital)

Enquanto os segundos passavam depois da morte de Rin e o seu cérebro ficava sem ar rapidamente, as últimas memórias dela eram daquela noite.

E depois ouviu os soluços. Sentiu alguém a pegar na mão dela e a murmurar “Desculpa”. Aquela era a voz do Sesshomaru-sama. Ele estava a pedir-lhe desculpa? Porquê? Porque é que estava a chorar?

As últimas palavras que ouviu foi “Eu também gosto…”. E depois a sua audição falhou e ela soube que estava prestes a morrer.

Porque é que ele estava a dizer-lhe aquilo agora, quando ela tinha decidido que ia desistir!?

Respira! ordenou a si mesma Respira!

Chocando o médico, a enfermeira e Sesshomaru, Rin abriu os olhos e inspirou violentamente.

Ao ver isso, o médico aproximou-se rapidamente para estabilizar o coração instável e achou que aquilo devia ser o maior milagre que já tinha presenciado.


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Notas finais do capítulo

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