Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 39
Capítulo 38 - Os Antecedentes


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Já completamente recuperados, os deuses do tempo e espaço saíram do templo da família da Kagome, congelando o tempo a cada passo que favam.

O plano era congelar a casa e os habitantes da família, matá-los e levar a pequena Hikari. Depois era só uma questão de fazê-la perceber que viveria melhor com eles. Iriam começar por cima e levá-la quando fossem a descer, por isso foram em direção ao quarto onde Rin e Mariah estavam.

No entanto, quanto entraram, viram Mariah desmaiada no chão e Rin de pé em cima da cama com uma flecha apontada à cabeça de Cronos. Quando eles entraram, ela semicerrou os olhos, preparada.

A expressão de confusão na cara deles, fez com que Rin falasse.

–Parece que congelaram a habitação inteira. - disse Rin - O que indica que não estão aqui com boas intenções.

–Mas este quarto foi protegido. - completou Aion, um pouco confuso - Porque tu ergueste uma barreira contra qualquer tipo de magia. É por isso que a bruxa desmaiou.

–Ela estava a tentar fazer algo que não é permitido. - explicou Rin.

–Mas a Rin que nós conhecemos, não conseguiria usar o seu poder tão facilmente. - continuou Cronos - O que quer dizer...

–Ela não é a Rin. - completou Aion - Essa bruxa fez alguma coisa à memória da Rin.

–Saiam daqui! - gritou Rin -Ou não vão sair de todo.

–Tu deves ser aquela.... - Aion olhou para Cronos como que para se tentar lembrar do nome - A Midoriko!

–Ah! - exclamou Cronos, com um sorriso - Estou a ver. Imagino como é que aconteceu.

–Avisei-vos para se retirarem! - repetiu Rin.

–Mas não queres saber? - perguntou Aion, divertido com a situação.

–Saber o quê? - perguntou Rin, confusa.

–Quem é realmente a Rin. - respondeu Cronos - Porque é que estás no corpo dela.

–Foi por causa desta bruxa...

–De todo. - interrompeu Aion, rindo-se - Há uma razão muito mais racional. Nós pudemos mostrar-te.

–E como é que eu posso confiar em dois demónios que me querem matar? - perguntou Rin.

–Oh, nós não queremos matar a Midoriko. - corrigiu Cronos - Nós queremos matar a Rin. A Rin que o Sesshomaru ama. Isso vai devastá-lo.

–Imagina se ele descobrisse que a personalidade da Rin tinha acabado de voltar mesmo antes de a matarmos? - sugeriu Aion a Cronos - Provavelmente tentaria matar-nos.

–Como se conseguisse. - disse Cronos - Só o pirralho e a rapariga são capazes disso. - ele olhou para Rin - E agora, a Midoriko-sama.

–Então? - perguntou Aion a Rin - Quer aceitar a nossa oferta?

Rin baixou o arco e a flecha lentamente. - O que é que me querem mostrar?

–A razão para estar no corpo da Rin. - respondeu Cronos - Também não está curiosa?

–Como deuses do espaço e do tempo, pudemos mostrar-lhe a razão. - continuou Aion.

–Muito bem. - concordou Rin - Também estou um bocado curiosa em saber porque é que vim parar logo ao corpo de uma mulher que ama outro demónio.

Cronos e Aion sorriram ao mesmo tempo e deslocaram-se a eles próprios a Rin no espaço e no tempo até ao momento em que Midoriko estava a dar à luz um bebé saudável, meio humano, meio demónio.

Infelizmente, como era demasiado perigoso andar com um bebé ao seu lado, ela deixou o filho com um casal da aldeia onde deu há luz.

–Deve lembrar-se desta parte. - disse Cronos, parando o tempo para Rin ver de perto o seu bebé.

Rin limpou as lágrimas e tentou aproximar-se para tocar no seu filho, mas foi imediatamente transportada para o futuro.

–Esperem...

–Peço desculpa. - disseram os dois ao mesmo tempo - Mas não gostamos de cenas sentimentais.

–Olhe. - pediu Aion, apontando para uma sacerdotisa ao lado de hanyou, quando pararam outra vez - Aquele é o seu filho. Como foi criado por aldeões desde o inicio, mesmo não sabendo que era seu filho, os aldeões trataram-no bem, e ele chegou a casar com a sacerdotisa que está ao lado dele.

–Ela está grávida. - reparou Rin.

–Com o seu neto. - disse Cronos - No entanto, caçadores vieram atrás do seu filho e, para além de o matarem, mataram vários aldeões. Estes já não viam o filho dele que a sacerdotisa carregava na barriga com olhos tão compreensivos.

–Pouco tempo depois de a mãe dar à luz uma menina saudável, morreu devido a complicações. - continuou Aion - Os aldeões só cuidaram da menina porque a sacerdotisa implorou-lhes, antes de morrer. Mas ela andou de lar em lar porque ninguém queria acolhê-la durante muito tempo. Quando descobriu que a mãe tinha sido uma sacerdotisa, decidiu tornar-se numa, também.

Eles deram mais um salto no tempo, onde a neta de Midoriko, já crescida, falava com um homem, com um sorriso no rosto.

–Foi no templo que ela conheceu o padre, de quem engravidou. - disse Cronos - No entanto, sabendo que ela ainda era parte demónio, ele negou que era o pai. Mesmo depois de implorar que ele confessasse, ele recusou e disse que ela uma mentirosa vadia. Foi expulsa da aldeia poucos dias depois.

Saltaram no tempo mais alguns meses e pararam numa pequena aldeia que parecia pouco acolhedora, sem sequer um templo.

–Sem mais escolhas, ela implorou ao chefe desta aldeia que a deixasse dar à luz aqui. - disse Aion, olhando para Rin de lado, perguntando-se se ela estava preparada para o que vinha a seguir - O chefe deixou que ela ficasse na vila mas, depois de dar à luz um rapaz pouco saudável que morreu poucas semanas depois, começou a viola-la repetidamente...como pagamento por ficar na aldeia.

–No entanto, um dos aldeões ajudou-a a fugir e eles andaram a monte durante algum tempo, até o chefe da vila os encontrar. - continuou Cronos - Matou o homem imediatamente, mas fez a mulher de refém, uma vez que ela estava grávida e o chefe pensava que era seu filho.

–Não era. - disse Aion, depois de saltarem outra vez no tempo - Desta vez, a menina nasceu perfeitamente saudável, mas a mãe morreu no parto. Apesar de saber que não era sua filha, o chefe estava determinado a criá-la como se fosse. No entanto, ele foi morto por demónios que atacaram a aldeia algumas semanas depois, deixando a bebé sozinha.

–O chefe que se sucedeu não queria a criança, por isso deu-a aos aldeões, para quem a quisesse criar. - disse Cronos - Infelizmente, ninguém a queria. Sozinha, a viver numa cabana velha, ela não falava de todo. Tentava obter o necessário para comer aqui e ali, mas era sempre apanhada pelos aldeões que a maltratavam.

Eles saltaram outra vez, para a frente da cabana velha, onde a rapariga com a cara suja e expressão triste comia algumas migalhas de pão.

–Ninguém se importava com a pobre Rin. - a cara de choque na cara de Rin agradou Aion - Mas ela importou-se com alguém.

Eles saltaram outra vez, para verem Rin a arrastar um par de peixes para a beira do ferido Sesshomaru, encostado a uma árvore. Quando ele resmungou, a pequena Rin sorriu.

–E, no fim...

Eles saltaram outra vez no tempo, onde Rin tinha acabado de fazer dezoito anos e estava a planear casar-se. Na noite em que Sesshomaru a visitou e pediu que não o fizesse.

–No fim... - continuou Aion - Alguém também acabou por se importar com ela.

–A Rin...é minha descendente? - perguntou ela, com as lágrimas nos olhos.

–Teve uma vida horrível antes de encontrar o Sesshomaru. - disse Cronos, abanando a cabeça.

–É por isso que voltou no corpo de Rin. - disse Aion, no momento em que Sesshomaru beijou Rin - Ela herdou os seus poderes.

Eles saltaram outra vez no tempo até chegarem ao momento onde a pequena Hikari levava flores a Rin, quase a dar à luz Yoru.

–Apesar dos seus antecedentes não terem vivido uma vida perfeita, ela era feliz. - Cronos voltou ao presente - Até a bruxa confundir as suas memórias e você se recusar a devolver o corpo a Rin.

Ela pegou outra vez no arco e na flecha. - Vocês só querem que ela volte para a matarem.

–Mesmo que seja esse o propósito. - disse Cronos, à porta do quarto de Kagome - Tudo o que lhe mostramos é verdade.

–Vocês têm de sair daqui! - exclamou Rin, apontando a flecha de novo à cabeça de Cronos.

–Nós vamos. - disse Cronos, virando costas.

–Mas vamos voltar. - murmurou Aion.

Porque sabiam que ela sentia-se culpada e iria deixar Rin voltar para o seu corpo, e Rin não sabia usar os poderes tão bem quanto Midoriko.

Eles atravessaram o poço e voltaram à sua dimensão.

Bastava esperar mais alguns dias.

Mariah ainda estava inconsciente, apesar de Rin já ter desfeito a proteção. Os outros não faziam a mínima ideia de que Cronos e Aion tinham estado lá, por isso continuavam a falar tranquilamente, no andar debaixo.

Rin encontrava-se sentada na berma da cama, com uma mão no peito.

–Eu tive a minha oportunidade de viver e morri a fazer o que achava que era certo. - murmurou Rin - Devolver este corpo, é o que eu acho que é certo...porque tu ainda não encontraste a tua definição de "certo". - ela fechou os olhos - Não sei se me consegues ouvir, mas eu estou extremamente orgulhosa de ti, porque criaste a tua própria felicidade. És mais bondosa do que eu alguma vez fui. Obrigada por me deixares ver o teu mundo...Rin.

Quando abriu os olhos, Rin deixou cair a mão e olhou em volta, confusa.

Porque é que estava no quarto de Kagome? Porque é que tinha um arco e uma flecha ao seu lado? Porque é que a Mariah-san estava inconsciente, no chão?

Ela levantou-se e foi imediatamente até à Mariah-san, que acordou alguns segundos depois e lhe contou tudo o que tinha acontecido seguido de um rio de "desculpe".

Tinha pena e sentia-se culpada por ter feito os filhos e o Sesshomaru-sama passarem por aquilo tudo. Mas Mariah-san disse que ela não se devia sentir assim e propôs uma brincadeira.

Seguindo o conselho de Mariah, Rin fingiu não se lembrar de nada, depois de Mariah dizer que tinha tentado fazer uma coisa e que tinha corrido terrivelmente mal. Quando Sesshomaru estava prestes a matá-la, Rin interveio e disse que estava perfeitamente bem.

Quando descobriu que a mãe tinha voltado ao normal, Hikari correu imediatamente para abraçá-la e fê-lo constantemente durante o dia inteiro. À noite, no entanto, quando já estavam quase todos a dormir, Rin juntou-se a Sesshomaru, à mesa da pequena sala da casa de Kagome.

–Eu não me lembro de nada. - confessou Rin - Peço desculpa, se fiz ou disse alguma coisa que o ofendeu ou magoou.

–O que importa é que estás bem. - disse Sesshomaru, enquanto afiava a espada com uma pedra que tinha encontrado no jardim.

–Mas...se puder fazer alguma coisa para me redimir. - continuou Rin - Sesshomaru-sama.

Sesshomaru olhou para Rin subitamente, assustando-a.

–A Midoriko tratava-me por "Sesshomaru". - disse Sesshomaru - Consegues fazê-lo?

–O quê? - perguntou Rin, confusa.

Sesshomaru levantou-se e guardou a espada.

–Foi a primeira vez que me trataste casualmente. - murmurou Sesshomaru - E parece que vai ser a última.

–Mas...não era eu. - disse Rin para si mesma, depois de Sesshomaru sair.

Voltaram para a Era Feudal e para a mansão no dia seguinte. Sesshomaru não falava com Rin...de todo. Foi Kagome que reparou, mas não disse nada.

A primeira palavra que ele disse foi "não", quando Rin estava prestes a ajudar Mariah a controlar os seus poderes.

–O que é que quer dizer com não? - perguntou Rin, chocada.

Sesshomaru decidiu que merecia ser um bocado mimado daquela vez, uma vez que quase tinha perdido Rin uma boa quantidade de vezes.

–Até fazeres o que eu disse... - concluiu Sesshomaru - Não vais ajudar a bruxa.


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Notas finais do capítulo

A maior parte de vocês já sabem porque é que demorei tanto tempo a postar.
Quem não sabe, está nas notas finais do capítulo anterior.
Peço desculpa.
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