Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 36
Capítulo 35 - Explicações


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Enquanto Mariah e Rin conversavam sobre as várias razões de a primeira ter sido persuadida por Yoru, Hikari entrou com um sorriso quase maléfico na cara, mas mudou imediatamente de expressão quando Sesshomaru olhou para ela. Sorriu inocentemente e perguntou como é que a mãe estava e depois sorriu outra vez quando Mariah olhou para ela.

Mariah franziu as sobrancelhas, um pouco confusa, mas decidiu continuar a conversa com Rin. O sorriso na cara de Hikari desapareceu automaticamente quando Mariah se virou e foi substituído por um olhar perigoso de desdém.

Aquela mulher estava a tentar magoar a sua mãe com aquela conversa fiada. Pois, a ela não a enganava e, enquanto estivesse no controlo, não ia deixar que ela num cabelo de nenhum dos membros da família...principalmente a mãe.

–Hikari, o que é que se passa? - perguntou Rin, quando viu a filha com aquela expressão.

–Nada. - respondeu Hikari, correndo para o lado da mãe para conseguir olhar melhor para Mariah.

No entanto, quando passou pelo pai, ele olhou para ela, tal como Mariah tinha olhado. Confusão. Sentia algo que estava fora do normal, mas não conseguia dizer o quê.

Hikari sentou-se na cama, ao lado de Yoru, que ainda estava a dormir, e abraçou a mãe, enquanto olhava para Mariah com um sorriso falso.

–Então, importa-se de repetir o que tenciona fazer e o que quer da minha mãe? - perguntou Hikari.

Yoru permanecia no seu estado inconsciente, mas conseguia definitivamente sentir uma presença com intenções malignas. Se não a conhecesse melhor, não conseguiria dizer que era a irmã, mas Yoru tinha a certeza de que era Hikari e nem sequer estava com os olhos abertos.

Bem...não era a Hikari. Yoru chamava àquela metade, a Hikari negra, o que era um pouco engraçado, porque significava "luz negra". Hikari devia ter deixado a sua outra metade possuir o seu corpo. Yoru não via outra maneira de ela estar ali, já que não havia nenhuma ameaça iminente...ou havia?

Hikari podia ter pensado que Mariah podia ou queria fazer mal à sua família e então o seu outro lado tinha entrado em ação e convencido a irmã que ela não conseguiria proteger os seus amados por si só.

Era estranho que o pai não se tivesse apercebido da súbita mudança da própria filha, mas podia estar distraído. Quem sabia?

Pondo isso de lado, como era o único a saber que a Hikari negra estava no comando, Yoru tinha de acordar, por isso esforçou-se para abrir os olhos. Viu tudo à sua volta desfocado no principio mas não deixou de se sentir desconfortável quando Hikari o abraçou com toda a força, genuinamente feliz por o ver acordado. O objetivo da Hikari negra era proteger a família, afinal.

Quando foi a vez de a mãe o abraçar, esta fê-lo com mais carinho e com um leve "Porque é que fizeste isto?" Ao ouvido dele.

Quando eles tinham acabado, a visão de Yoru já tinha voltado completamente. Olhou em volta. Viu a mãe e Hikari sentadas ao seu lado na cama, o pai e Mariah à porta. Era um alivio estar em casa, uma vez que não sabia se Mariah o traria depois de ele desmaiar à porta dela.

Nem sequer sabia muito bem se ela podia ajudar a mãe mas, se alguém o conseguia fazer, devia ser aquele casulo de poder dentro daquela mulher. E, se ela era a sua única hipótese, não deixaria que Hikari lhe fizesse mal. Se chegasse ao ponto de se terem de livrar de Mariah, seria ele próprio a fazê-lo...uma vez que também tinha sido ele a trazê-la para ali.

–Então, já sabem como é que a mulher pode ajudar a mulher? - perguntou Yoru, referindo-se à Rin, uma vez que não queria tratá-la por "mãe"...ainda.

–Bem...as sacerdotisas têm um código que as proíbe de fazerem tal coisa. De tal modo que, se uma fizesse seria extremamente. - disse Mariah - No entanto, eu também tenho sangue de bruxa dentro de mim, por isso elas não me podem fazer nada quanto a isso.

–Não podias fazer isso só com o teu sangue de bruxa? - perguntou Sesshomaru - Era mais fácil e evitavas futuros problemas com sacerdotisas.

–Mas o sangue de bruxa é impuro e a Rin-sama tem o sangue da Midoriko-sama a correr nas suas veias. - explicou Mariah - Não vou usar sangue de bruxa no ritual. Nunca consideraria essa hipótese. Só mencionei o sangue de bruxa porque, uma vez que a minha avó era bruxa, as sacerdotisas não podem fazer nada contra mim nem intervir neste ritual.

–Mas a Rin é sacerdotisa. - lembrou Sesshomaru - E se descobrirem?

–É claro que vão descobrir. - disse Mariah - Quando os anos começarem a passar e ela continuar como está, as pessoas vão começar a fazer perguntas. Mas a Rin-sama tem três demónios poderosos a protegê-la.

–Porquê? - perguntou Hikari, do nada.

–Porquê...

–Sim. - continuou Hikari, interrompendo Mariah - Porque é que se recusa a usar sangue de bruxa no ritual?

–Bem, isso é porque o sangue da Rin-sama é puro. - explicou Mariah, olhando diretamente para Hikari - Não sei se uma criança como tu perceberia...

–Não por isso, pois não. - Hikari interrompeu outra vez - Tu precisas do sangue da minha mãe puro.

–O quê!? - perguntou Sesshomaru.

Mariah riu-se desconfortavelmente.

–Bem...o Yoru disse que a Rin-sama podia ajudar-me. - murmurou Mariah.

–Que tipo de ajuda seria essa? - perguntou Sesshomaru, dando um passo em frente.

–Eu...só preciso de um pouco de sangue da Midoriko-sama para fazer o meu próprio ritual. - disse Mariah, baixando os olhos - Dessa maneira, poderia controlar os meus poderes.

–Mas não podes fazer enquanto ela for mortal. - continuou Hikari - Pois porias em risco a vida dela. Por isso é que a imortalidade dela também é importante para ti.

–Todos ficavam a ganhar! - exclamou Mariah, agora olhando para Rin - Qual é o grande problema!? - passou os olhos para Hikari - Não vou magoar ninguém!

–Vais. - contrariou Hikari, mantendo-se calma - Irias tirar sangue da minha mãe. E não seria pouco.

Hikari levantou-se e pôs-se em frente a Mariah em dois segundos. Sorria, mas os seus olhos transmitiam perigo, lançando um calafrio pela espinha de Mariah.

–Aposto que não disseste isso ao meu pai. - disse Hikari - Talvez tivesses dado a entender que querias a ajuda da minha mãe para tirar esses poderes de dentro de ti.

Mariah levou as mãos ao peito, com medo de Hikari. Enquanto a filha continuava a falar, Rin levantou-se e caminhou lentamente até Hikari. Pousou uma mão, gentilmente, na cabeça de Hikari e apanhou-a quando esta desmaiou.

–Peço desculpa. - disse Rin, enquanto Sesshomaru avançava para pegar na filha - A nossa Hikari não normalmente assim.

Yoru levantou-se da cama para que o pai pudesse deitar Hikari lá. Sem ninguém ver, Sesshomaru passou a mão pela cabeça da filha e perguntou-se como é que Rin conseguia fazer aquilo tão facilmente.

–O que é que ela tinha? - perguntou Mariah, também impressionada com o que Rin tinha acabado de fazer.

–É uma coisa...complicada. - respondeu Rin - Mas ela só quer o melhor para a família. Não pode culpá-la por querer saber tudo sobre o meu e o seu ritual.

Mariah ficou em silêncio. Por curiosidade, queria saber o que é que tinha a filha de Rin-sama, no entanto, tinha medo de perguntar e estragar as coisas mais do que já estavam.

–Ela só a ajudou. - disse Yoru, aproximando-se - Ao sabermos o que realmente quer fazer, podemos considerar o que queremos fazer. No entanto, se tivesse mantido segredo, tinha perdido toda a nossa confiança.

–Vamos discutir os detalhes. - propôs Rin - Enquanto a minha filha está a dormir. E, mesmo quando ela acordar, preferia que não falasse muito sobre o assunto.

Sesshomaru e Rin nunca diriam aquilo em voz alta, mas tinham um pouco de vergonha por não terem notado mais cedo que a filha estava "possuída". Principalmente quando Yoru lhes dissera que eles deviam ter notado mais cedo. Claro que Sesshomaru mentira e dissera que tinha notado mas que não queria fazer nada em frente a Mariah para não a assustar.

Mentir não era um problema para ele. Mas Rin dissera a verdade, com aquela expressão envergonhada que a fazia corar um pouco e a deixava de cabeça de baixa e um pequeno beicinho nos lábios.

E, por alguma razão, Sesshomaru tinha começado a olhar mais para as expressões e os movimentos de Rin. A maneira como sorria gentilmente para os filhos, como corava quando olhava diretamente para ele...até a maneira como se vestia.

Isso irritava-o porque era um daiyokai e não devia reparar tanto no que uma humana fazia. E ainda o irritava mais pensar daquela maneira.

Também se irritava por querer tocar nela frequentemente, quando o único propósito de um daiyokai como ele devia ser criar herdeiros.

Para se afastar de Rin um pouco e porque só conhecia um "demónio" com que pudesse falar sobre tais coisas sem ser humilhado e sem se sentir humilhado, disse a Rin que ia sair durante alguns dias e avisou para não começarem nenhum ritual antes de ele voltar.

No entanto, quando chegou ao seu destino, um dia depois, Inuyasha riu-se na mesma, na cara dele.

–Eu sabia que vir aqui seria um erro. - murmurou Sesshomaru, levantando-se para voltar para casa.

–Não, não, espera. - pediu Inuyasha com lágrimas nos olhos. Kagome suspirava atrás deles, enquanto preparava o jantar - Isso não é natural, se pensares bem?

–Como assim? - perguntou Sesshomaru, ouvindo Kagome suspirar outra vez.

–Bem, isto é como falar com uma criança. - murmurou Inuyasha, rebolando os olhos - Ouve bem.

E depois explicou-lhe tudo várias vezes de várias maneiras, porque ele recusava-se a acreditar em Inuyasha. Fartando-se da conversa, Kagome sentou-se ao lado de Inuyasha.

–O que ele está a dizer é verdade. - disse Kagome, um pouco irritada - Comparados com os humanos, os demónios são mais...hum...como explicar? As expectativas dos demónios são maiores do que a dos humanos. Acontece a mesma coisa com o que estás a sentir. - Kagome olhou para Inuyasha - Expliquei bem?

–Como é que queres que eu saiba? - perguntou Inuyasha, encolhendo os ombros.

–Estás a ver... - Kagome remexeu nos cabelos e voltou a olhar para Sesshomaru - Um humano, quando está apaixonado por alguém, quer beijar e tocar nessa pessoa. Sendo um demónio, esse sentimento não seria mais forte?

–Mas porquê agora? - perguntou Sesshomaru, olhando apenas para Kagome.

–Será só agora? - perguntou Kagome - Antes estavas demasiado ocupado com...com tudo. Agora que tens mais tempo para olhares ao teu redor, os teus instintos estão a começar a se revelar. Isso não quer dizer que queres atacar ou magoar a Rin. Só quer dizer que queres ser mais...intimo com ela.

Sesshomaru levantou-se e saiu em silêncio. Kagome olhou para Inuyasha.

–Eu fiz o que pude.

Sesshomaru chegou a casa dois dias depois de ter saído. No entanto, quanto entrou e viu Rin com um kimono pelas cochas e um decote em V, desejava ter demorado mais um pouco.

Rin olhou para Sesshomaru, sorriu e corou um pouco.

–A Mariah-san disse que roupa mais larga podia ajudar no ritual. - disse Rin, passando as mãos pelo kimono que revelava as suas curvas - Por isso foi comprar isto ao mercado.

–Porquê uma coisa tão pequena? - perguntou Sesshomaru.

–Eu preciso de desenhar símbolos no peito, nas pernas e nos braços dela. Nenhum dos kimonos que a Rin-sama tinha era conveniente para esse propósito. - explicou Mariah, olhando para Sesshomaru enquanto preparava a cama para o ritual ao mesmo tempo - Depois vai mudar para roupas de sacerdotisa para o meu ritual. Espero que não tenha incomodado.

Mais uma vez, Sesshomaru não disse nada e limitou-se a ir ver se os filhos estavam bem.

–Ela vai estar morta durante alguns segundos. - disse Mariah, fazendo Sesshomaru parar - Porque tenho de transformar a alma dela numa imortal e para tal tenho de a remover do corpo.

–Não se preocupe, Sesshomaru-sama. - pediu Rin, enquanto se deitava na cama - Já passamos por pior.


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Notas finais do capítulo

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