Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 34
Capítulo 33 - Desaparecido


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Passaram-se semanas desde que se mudaram para aquela vila. Sesshomaru e Yoru já se tinham acomodado a caçar na floresta e Rin já se tinha habituado fazer compras na aldeia...apesar de ainda falarem nas costas dela. Ainda assim, Hikari seguia-a sem que a mãe soubesse, só por via das dúvidas.

Por enquanto, estava a correr tudo bem, mas o chefe da aldeia também ainda não tinha chamado Rin para fazer algum trabalho como sacerdotisa.

Eventualmente, claro, o dia chegou. O próprio chefe foi até casa de Rin porque um yokai estava a atacar a aldeia. Foi Yoru que foi à porta, surpreendendo o chefe e os dois guardas que ele tinha levado com ele.

–Pai! - chamou Youru, assustando ainda mais as visitas - Eles estão aqui!

Sesshomaru saiu da casa e olhou para o chefe da aldeia de cima a baixo.

–É cedo. - foi a única coisa que Sesshomaru disse.

–Bem, os yokais não escolhem hora para atacarem. - disse o chefe, rindo-se de maneira nervosa.

Fez-se silêncio quando o chefe percebeu que estava a falar mal de yokais para dois yokais mesmo à sua frente. Sesshomaru ergueu uma sobrancelha, fazendo com que o filho tomasse a iniciativa para falar.

–O que o meu pai quer dizer é que a minha mãe ainda está a dormir. - interrompeu Hikari, saindo de casa - Ela esteve a treinar ontem há noite e está bastante cansada.

–Mas precisamos dela. - insistiu o chefe - Os aldeões estão a entrar em pânico.

–Eu posso ir lá. - sugeriu Yoru.

–Eu acho que os aldeões sentir-se-iam mais seguros se fosse uma sacerdotisa a fazê-lo. - disse o chefe - Sem ofensa, é claro.

Yoru olhou para o pai em silêncio.

–Hikari, vai acordar a Rin. - ordenou Sesshomaru, sem tirar os olhos do chefe - Tenho a certeza que ela vai voltar sã e salva.

O chefe sorriu forçosamente e ficou ali à espera de Rin durante mais de quinze minutos. Quando ela saiu com Hikari ao seu lado, estava um pouco corada.

–Peço imensas desculpas por dormir até tão tarde. - disse Rin, pondo-se ao lado de Sesshomaru.

–Não precisas de pedir. - disse Sesshomaru, baixando-se para lhe dar um beijo na testa - Está um yokai na aldeia. Se não conseguires enfrentá-lo, volta imediatamente para casa e eu trato dele.

Rin anuiu com a cabeça, ainda mais corada e esperou que Sesshomaru erguesse a barreira para sair. Depois de já irem longe, Sesshomaru olhou para Hikari.

–Já sabes o que tens de fazer.

Hikari anuiu e saiu rapidamente, escondendo-se nas sombras da floresta enquanto seguia a mãe.

–Eu tenho de ir caçar. - disse Sesshomaru, ainda com a barreira aberta - Talvez tenha de ir às compras também. A Rin já não tem muita comida para ela.

–Porque é que não vai com o Jaken à aldeia comprar as coisas que a mãe precisa? - sugeriu Yoru, fazendo o pai olhar para ele - Assim está mais próximo da mãe se ela precisar de ajuda. Eu acho que já consigo caçar sozinho.

Sesshomaru pensou um pouco. Os olhares dos aldeões não o perturbavam e era um bom exercício para Yoru se fosse caçar sozinho. Os deuses já não apareciam há algum tempo e, mesmo que aparecessem, tinha a certeza que o filho tomava conta deles.

–Muito bem. - concordou Sesshomaru - O Jaken vem comigo. Leva o Ah-Hu contigo. Quero que estejas aqui antes de o sol se pôr.

Yoru esperou que o pai se afastasse para suspirar. O plano dele tinha funcionado.

–Bem, vamos caçar alguma coisa. - disse Yoru, virando-se para Ah-Hu - E depois vamos descobrir uma maneira de a mãe não envelhecer.

Tal como Sesshomaru tinha previsto, quando ele entrou na aldeia com Jaken ao seu lado, os presentes olharam para ele com desdém ou com medo. Uma vez ou outra, um humano era estúpido suficiente para dizer coisas como "Sai da nossa aldeia demónio!"

Normalmente, ele teria matado o humano mas, pelo bem de Rin, ele continuou a andar, em direção às lojas, onde os vendedores encolhiam-se ou começavam a tremer quando ele parava à sua frente.

–A Rin precisa disto? - perguntou Sesshomaru, olhando para Jaken, enquanto apontava para um pedaço de pão. Quando Jaken anuiu com a cabeça, ele olhou para o vendedor - Eu preciso disto. Quanto é que custa?

Mais uma vez, normalmente, Sesshomaru teria simplesmente tirado o pão sem perguntar nada, mas Rin tinha-lhe ensinado que não era assim que se fazia. Depois de pagar pelo pão, Sesshomaru continuou a sua jornada.

–Do que é que ela precisa mais? - perguntou Sesshomaru a Jaken.

–Fruta. - disse Jaken, uma vez que era ele que costumava ir às compras com Rin - Carne também.

–O Yoru foi caçar. - disse Sesshomaru.

–Não é desse tipo de carne. - Jaken parou em frente a uma bancada com carne - É este tipo de carne.

Sesshomaru olhou para a carne e suspirou - Não vejo qual é a diferença.

Mesmo assim, comprou a carne que Jaken dizia que Rin precisava, alguma fruta, peixe e algum tipo de ervas medicinais. Quando acabou, os aldeões já não pareciam ter tanto medo dele.

–Eu quero comprar alguma coisa para a Rin. - disse Sesshomaru, surpreendendo Jaken - Mas ela já tem demasiada roupa.

–Hum... - Jaken ficou a olhar, enquanto Sesshomaru escolhia um kimono para Hikari e o vendedor o ajudava a decidir.

–Ouvi que quer dar uma coisa especial à sacerdotisa. - disse o vendedor, apontando para um acessório para prender o cabelo, coberto de pérolas brancas e cor-de-rosa - As mulheres costumam gostar destas coisas.

–É o mais caro? - perguntou Sesshomaru, calmamente, surpreendendo o vendedor - Não quero dar coisas baratas à Rin.

–Bem, são pérolas verdadeiras. - respondeu o vendedor, com um sorriso na cara.

Sesshomaru olhou para Jaken e fez sinal para ele se aproximar.

–São realmente pérolas verdadeiras. - confirmou Jaken.

Sesshomaru anuiu, pagou ao vendedor e pegou no kimono e no acessório.

–A mulher do cachorro disse que se devia "embrulhar" o objeto quando é um presente. - disse Sesshomaru, enquanto caminhava ao lado de Jaken - Achas que devo fazer isso?

–Acho que isto já é o suficiente. - disse Jaken - Mas...e para o Yoru?

–O facto de estar a viver connosco já é um presente. - respondeu Sesshomaru.

Então ele ainda ressentia o rapaz, pensou Jaken enquanto olhava para o mestre.

Bem, aquilo não podia demorar para sempre.

Enquanto isso, Hikari via a mãe a lidar com o yokai ao longe. O demónio era fraco, por isso Hikari não via necessidade de intervir. Decidiu manter os olhos no chefe da aldeia que olhava para a mãe com um sorriso na cara.

Se o pai visse aquilo, provavelmente o homem já estaria morto, mas ele não estava ali. Devia reportar como ele olhava para a mãe ao pai? Talvez...se a situação ficasse pior mas, por enquanto, não via razão para preocupar o pai.

Quando Rin matou o yokai, ao contrário do que esperava, não estava contente. Talvez por ter vivido tando tempo com Sesshomaru ou por o próprio filho ser um yokai, quando ela guardou a espada manchada de sangue, não conseguia tirar os olhos do ser que tinha matado. Quais seriam as suas razões para atacar aquela aldeia? Seria ele realmente mau?

–Bom trabalho. - congratulou o chefe da aldeia, aproximando-se de Rin - A maneira como mata um yokai é incrível. Acho que percebo melhor porque é que se casou com um daiyokai.

–O quê? - perguntou Rin, olhando para o chefe.

–Bem, não tinha mais ninguém. É compreensível. - disse o chefe - Mas agora tem esta aldeia onde os habitantes a aceitam. Não precisa de continuar com eles.

–O quê? - perguntou Rin, novamente.

–Não quero apressar as coisas. - disse o chefe - Mas a minha esposa acaba de morrer e...

–Mãe! - exclamou Hikari, interrompendo o chefe.

–Hikari, o que é que estás aqui a fazer? - perguntou Rin, enquanto a filha se aproximava.

–Hikari. - repetiu o chefe com um sorriso na cara - É um nome bonito. Significa "luz". Aposto que foi a tua mãe que to deu.

–O pai pediu para que viesse. - disse Hikari, olhando para o chefe, que estremeceu quando ela mencionou Sesshomaru - Só para ver se tinha tudo corrido bem.

–Está tudo bem. - confirmou Rin, com um sorriso.

–Estiveste bem, Rin. - disse Sesshomaru, chegando alguns segundos depois. Ao ver o chefe a dar um passo atrás, teve um mau pressentimento - Vamos para casa. O Yoru foi à caça. Deve estar quase a voltar.

Mas Yoru ainda estava longe de casa.

Com os animais que tinha caçado às costas de Ah-Hu, agora ele procurava alguma pista para parar o envelhecimento da mãe. Mas nem sabia por onde começar.

Bem, tinha-lhe prometido que ia encontrar uma maneira de o fazer e não tinha intenção de quebrar a promessa.

Olhou para o céu e pensou na avó. Ela tinha dito que conseguia fazer com que a mãe parasse de envelhecer, mas tinha voltado com a palavra atrás quando descobrira que a mãe era uma sacerdotisa. Também não queria que a mãe fizesse um contrato com uma bruxa, uma vez que não tinha resultado muito bem, da última vez.

Também não podia contar com a tia. Tinha ouvido que ela queria que a mãe deixasse o pai e se juntasse a um humano para continuar a descendência da Midoriko. Também não ia deixar que isso acontecesse.

–Ah-Hu, volta para casa com a comida. - pediu Yoru - Eu ainda vou demorar mais um bocado.

E então lembrou-se. As sacerdotisas em geral tinham regras como a de nunca prolongar ou ajudar a prolongar a vida de outra sacerdotisa, mas deviam haver uma ou outra sacerdotisa que não seguisse essas estúpidas regras.

Seria essa a sua única opção? E, se fosse, onde é que encontraria uma sacerdotisa sem princípios?

E se não resultasse? E se a mãe morresse durante o processo?

Se isso acontecesse, ele seria o próximo a morrer, nas mãos de Hikari ou do próprio pai.

–Já se passou quase uma semana e ele ainda não voltou! - queixou-se Rin, enfrentando Sesshomaru, pela primeira vez - Ele é meu filho! Se não procurá-lo, eu vou!

–É perigoso. - disse Sesshomaru, calmamente - Ele sabe tomar conta de ele próprio.

Rin franziu as sobrancelhas, apertou a espada que tinha na mão com força e desviou-se de Sesshomaru.

–Aposto que nem se importaria se o Yoru não voltasse! - gritou Rin.

Para surpresa de Sesshomaru, Rin aproximou-se da barreira e quebrou-a sem sequer lhe tocar.

–Rin! - exclamou Sesshomaru.

–Não venha atrás de mim! - gritou Rin, continuando a caminhar em direcção à aldeia.

–Pai. - chamou Hikari, obtendo a sua atenção - Devo segui-la?

Sesshomaru anuiu com a cabeça e viu Hikari a correr atrás da mãe.

Enquanto recompunha a barreira, Sesshomaru pensava. Se fosse Hikari que estivesse desaparecida, não passaria dois dias para ele ir atrás dela, mas era diferente com Yoru. Por muito que tentasse, quando olhava para ele, via um pequeno demónio que tinha tentado matar uma das pessoas mais preciosas na sua vida, não como um filho. Mesmo quando ele dizia "pai", Sesshomaru tinha de se esforçar para olhar ou responder-lhe.

–Pai!

Sesshomaru olhou para a frente e viu Yoru com um grande sorriso na cara.

–Eu encontrei uma maneira! - disse Yoru, com a visão desfocada - A mãe...

Quando Sesshomaru viu Yoru cair, apressou-se a pegar nele e a chamar Jaken.

–Ele parece não se ter alimentado de todo durante o tempo que esteve fora. - disse Jaken, depois de Sesshomaru o ter deitado na sua cama - Ele disse que encontrou uma maneira. Do que é que ele andava à procura?

–Não sei. - respondeu Sesshomaru.

–O que quer que seja, deve ser importante. - disse Jaken, pondo um pano molhado na testa dele - Um demónio como ele não fica assim tão facilmente. Parece exausto. Quer que o leve para a cama dele?

–Não. - respondeu Sesshomaru, virando costas - Deixa-o estar aí até ter forças para se levantar. Vou buscar alguma comida.

Entretanto, Rin já tinha chegado à aldeia. Mais especificamente, à casa do chefe da aldeia.

–Não a chamamos. - disse o chefe, surpreendido.

–Gostava de saber se podia passar uns dias no Templo. - disse Rin, fazendo o chefe sorrir.

–Mas é claro. - respondeu o chefe - Sempre que precisar.


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Notas finais do capítulo

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