Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie
Notas iniciais do capítulo
Enjoy ^-^
Apesar de já ter visto o corpo nu de Sesshomaru por duas vezes, recusava-se a pôr ligaduras no seu estômago. Em vez disso, entregou-lhe as ligaduras respeitosamente e voltou-se para pôr as ligaduras na filha. Ela não tinha muitos ferimentos, mas Rin insistia em curá-la.
– Eu não preciso disto. – disse Sesshomaru, olhando para Rin com as ligaduras na mão – Amanhã já estou curado.
– Insisto que as ponha. – pediu Rin – Mesmo que esteja curado amanhã, vai continuar a perder sangue até lá, se não puser as ligaduras. E também preciso de lavar o seu casaco.
Tal como tinha pedido, Sesshomaru levantou-se, tirou a armadura e depois o casaco, fazendo Rin virar a cara subitamente. Hikari olhou para o pai com naturalidade e depois para a mãe, que estava a comportar-se como uma daquelas raparigas do colégio onde tinha andado no tempo de Kagome. Aquelas que falavam com o rapaz de quem gostava pela primeira vez e coravam intensamente.
Porquê?
Sesshomaru esticou o casaco manchado de sangue a Rin. Esta virou-se para ele mas manteve os olhos no chão. Quando pegou nele, virou-se imediatamente para a filha imediatamente e começou a enrolar ligaduras à volta da cabeça dela.
– Mãe…
– Não consigo atá-las sozinho. – reclamou Sesshomaru – Tens de atá-las nas minhas costas. A espada trespassou-me de um lado ao outro.
– Desculpe. – murmurou Hikari, enquanto a mãe acabava de a atar.
– Não tens de te desculpar Hikari. – disse Sesshomaru, fechando os olhos – Fizeste um bom trabalho.
– Mas podia ter-me matado facilmente se se tivesse transformado. – disse Hikari.
– Isso é uma lição que aprendeste. – disse Inuyasha – Eu podia ter-te matado, por isso deves ter mais cuidado quando enfrentas um daiyoukai. Ou até mesmo um youkai. Eles podem surpreender-te.
– Entendi, pai. – disse Hikari, enquanto a mãe se levantava e pegava no casaco de Sesshomaru.
– Eu vou lavar o casaco primeiro. – murmurou Rin, atravessando a sala – Depois volto para atar as ligaduras ao Sesshomaru-sama.
– Eu posso fazer isso. – disse Hikari, tentando ajudar a mãe – Eu posso atar as ligaduras.
– Rin. – chamou Sesshomaru, fazendo-a parar – Tenho um buraco no meu estomago. A Hikari pode tratar de lavar o casaco.
Hikari anuiu, levantou-se, tirou o casaco dos braços da mãe e saiu da mansão para ir para a fonte mais perto dali.
Rin virou-se lentamente para Sesshomaru e fez o seu melhor para evitar olhar para ele até se ajoelhar atrás dele. Começou a enrolar as ligaduras à volta da barriga dele, ficando mais uma vez impressionada com o facto de ele estar vivo depois de uma ferida daquelas. Fazia-a lembrar-se do dia em que o tinha visto pela primeira vez.
Também se lembrou de outras coisas e, quando se lembrou, parou de enrolar as ligaduras.
– Sesshomaru-sama, acho que já posso voltar para a vila. – disse Rin, vendo Sesshomaru levantar a cabeça – A Hikari já se sabe cuidar e o Yoru parece estar a dar-se melhor com toda a gente de dia para dia.
Não podia dizer que queria outro herdeiro, pensou Sesshomaru.
– Porque é que estás a dizer isso agora? – perguntou Sesshomaru, com o coração aos pulos – Já não queres viajar comigo?
– Bem, eu estou a ficar cada vez mais velha. – disse Rin – Se continuar assim, vou ser um fardo para o Sesshomaru-sama.
Sesshomaru agarrou-lhe os braços e puxou-a até ela estar encostada às costas dele.
– “Quando eu morrer, vai-me esquecer?” – lembrou-se Sesshomaru – Foi o que disseste quando eras pequena. É por isso que estás a dizer isto, agora?
– O Sesshomaru-sama é um demónio. Vai viver muitos mais anos do que eu. – disse ela, sem conseguir mover-se – Não seria melhor deixar-me morrer na aldeia e esquecer-me?
Sesshomaru não tinha pensado nisso. Estivera demasiado ocupado a arranjar desculpas para que ele ficasse com ele. Ele largou repentinamente os braços de Rin, fazendo com que ela se afastasse imediatamente e atasse as ligaduras nas costas de Sesshomaru.
– Isto deve chegar até estar curado. – murmurou Rin, levantando-se – Eu vou começar a preparar o almoço. Parece que só vamos ser eu, a Hikari, o Jaken-sama e o Sesshomaru-sama.
– O Jaken foi numa missão. – informou Sesshomaru, sem olhar para ela – Não sei se ele chega até hora do almoço.
– Então só três. – Rin sorriu – Tenho de ensinar a Hikari a cozinhar antes de voltar para a aldeia.
Ao ouvir isso, Sesshomaru voltou-se imediatamente, mas Rin já tinha saído para a cozinha. Ele suspirou e levou uma mão à cara.
Tinha-se esquecido de que ela era humana.
…
– Estou de volta. – anunciou Hikari, entrando para a sala com o casaco do pai a pingar nos braços – Já está lavado.
– Hikari, tens de pô-lo a secar. – disse Sesshomaru, como se a filha tivesse acabado de se esquecer de fazer a coisa mais estúpida do mundo.
– Ah! – Hikari olhou para as pingas que continuavam a cair para o chão – Esqueci-me!
– Hikari. – chamou Sesshomaru, fazendo a filha parar antes de sair – Sabes de algum tipo de medicina que pare o envelhecimento?
– Isso é impossível, pai. – respondeu Hikari, vendo a cara desiludida do pai – Na escola, ensinaram que não se pode parar ou reverter o envelhecimento das células.
– Também disseram que os demónios não existiam. – murmurou Sesshomaru, chateado – Preciso que vás chamar a tua avó, Hikari.
– Agora? – perguntou Hikari, surpreendida.
– Depois de pores o meu casaco a secar. – especificou Sesshomaru – Sim, quero que vás o mais depressa possível.
– Porquê eu? – perguntou Hikari – Não tem medo que seja atacada por um demónio e morra?
– Nenhum. – respondeu Sesshomaru – Agora, vai.
Hikari encolheu os ombros e saiu da sala.
– Rin, o almoço é só para dois. – informou Sesshomaru, fazendo Rin vir à sala – A Hikari teve de ir a um sitio.
– Só nós os dois? – perguntou Rin.
– Já comemos muitas vezes sozinhos. – disse Sesshomaru, olhando para Rin – Qual é o problema?
– O Jaken-sama estava sempre connosco. – corrigiu Rin.
– Eu não te vou comer, Rin. – disse Sesshomaru – Está descansada.
– Devo ir caçar alguma coisa para si? – perguntou Rin.
– Faz o teu comer. – respondeu Sesshomaru, levantando-se – Eu vou caçar alguma coisa. Não demoro muito.
Ele saiu, deixando Rin sozinha a pensar no que deviam falar durante o almoço constrangedor.
Entretanto, Sesshomaru abriu um buraco na kekkai e viu vários demónios mortos à volta da mansão. Rin não estava grávida nem prestes a dar à luz. O que significava que a teoria de ela ter um sangue que apelava aos demónios era verdade.
Esperava que Jaken encontrasse uma resposta rapidamente.
…
De volta à mansão com a sua caça, Sesshomaru voltou a abrir a kekkai e sentiu duas presenças a mais na casa. Como viu Ah-Hu à porta da mansão, deduziu que era Jaken com algumas respostas. Afinal, ele tinha-lhe dito para não voltar sem elas.
– Midoriko? – começou Sesshomaru. Depois de almoçarem, Sesshomaru tinha levado Jaken até o quintal na mansão – Quem é ela?
– Parece que ela é a criadora da Shikon no Tama. – respondeu Jaken.
– E o que é que essa tal Midoriko tem a ver com a Rin? – perguntou Sesshomaru, aborrecido com a conversa.
– A Rin é descendente da Midoriko-sama. – respondeu Jaken, obtendo a atenção de Sesshomaru – Ela era…é uma das mikos mais poderosas de todos os tempos.
– Essa miko teve alguma criança? – perguntou Sesshomaru.
–Que se saiba, não. – respondeu Jaken – Mas eu ouvi dizer que ela teve um bebé, mas deu-o a uma família de camponeses para que não corresse perigo de vida.
– Se os demónios soubessem que ela tinha uma criança…
– Iriam matá-lo num piscar de olhos. – completou Jaken – O filho dela teve outro filho e daí em diante, até chegar à mãe de Rin, também uma miko que deu-a a camponeses para a criarem.
– Mas a Rin não tem poderes de uma miko. – disse Sesshomaru.
– Já se passaram várias gerações, mas a descente da criadora da Shikon no Tama tem de ter poderes. – disse Jaken – O filho da Midoriko-sama tinha, a filha dele também…
– Já percebi! – exclamou Sesshomaru – É por isso ela é tão atraente para os demónios.
– Tenho medo que não tenha percebido, Sesshomaru-sama. – disse Jaken, com medo de enfurecer Sesshomaru – A Midoriko-sama era uma miko capaz de purificar youkais. Era tão forte quanto cem samurais e podia tirar as almas de quatro youkais e purifica-las de uma vez. Se a sua mãe ou alguém do seu clã sabe que a Rin é descendente da Midoriko-sama, vão querer matá-la.
– Mas não vão saber, Jaken. – disse Sesshomaru, simplesmente – Nem a minha mãe, nem o clã, nem mesmo a Rin.
– E se ela demonstrar poderes? – perguntou Jaken, assustado – E se ela tentar purifica-lo, Sesshomaru-sama!?
– Agora já sei que os demónios são atraídos para ela por causa disso. – Sesshomaru parecia mais descansado, quando se levantou – Não digas nada disto à Hikari. Principalmente ao Yoru. Penso que um demónio que devore uma descendente de tal miko fique mais forte, certo?
– Certo. – confirmou Jaken – Por isso é que o Sesshomaru-sama devia fazê-lo. Podia tornar-se no youkai mais poderoso do mundo, tal como sempre quis.
– Não sejas idiota. – disse Sesshomaru, virando costas – O que eu tenho de fazer é protege-la.
…
Hikari voltou um pouco antes de cair a noite, com Hana ao seu lado.
– É a primeira vez que pedes para falar comigo. – disse Hana.
Mais uma vez, Sesshomaru estava no quintal, deixando os restantes dentro da casa.
– Existe alguma maneira para parar o envelhecimento da Rin? – perguntou Sesshomaru, olhando para a mãe.
Hana começou a rir-se às gargalhadas até ver a cara séria de Sesshomaru. – Estás a falar a sério?
– Alguma vez brinquei com alguma coisa? – perguntou Sesshomaru – A Rin é a mãe dos meus herdeiros. Não quero que ela morra antes deles.
Hana suspirou. – Porque é que não admites que não queres que ela morra e prontos? Não tem nada a ver com os teus herdeiros. Os teus herdeiros já conseguem cuidar bem deles próprios…bem, pelo menos um deles. TU não queres que ela envelheça nem morra.
– Podes responder à pergunta que eu te fiz? – pediu Sesshomaru.
– Claro que não existe maneira de parar o envelhecimento de uma humana. – respondeu Hana – O que é que ela te disse?
– Ela disse que queria voltar para a aldeia para não ser um fardo para mim quando começasse a envelhecer. – respondeu Sesshomaru – Quando ela era mais pequena, perguntou-me se eu ia esquecer-me dela quando ela morresse.
Hana olhou para o filho e suspirou.
– A bruxa do nosso clã. – disse Hana, vendo os olhos do filho a encherem-se de esperança – Vou perguntar-lhe se ela consegue fazer isso ou se conhece alguém que conheça.
– Obrigado. – agradeceu Sesshomaru.
– Não devias ter-te apaixonado por uma humana. – disse Hana, vendo Sesshomaru virar a cara – Mas, uma vez que ela te traz felicidade, eu vou fazer de tudo para te ajudar.
Sesshomaru virou costas e entrou na mansão. Hana sabia que era a maneira do filho de lhe dizer para ela ir embora. Já não a incomodava. O facto de ele lhe ter pedido ajuda já era suficiente para o seu coração de mãe.
Jaken, que tinha ouvido a conversa, escondido atrás de uma árvore, abanava a cabeça. Sabia que Sesshomaru o tinha pressentido, mas não era isso que importava agora.
Uma descendente de Midoriko-sama imortal? Será que devia mesmo ficar calado acerca daquilo? E, se Rin era descendente de Midoriko-sama, o que eram Hikari e Yoru. Hanyou e Youkai, obviamente.
Mas a mãe deles já não era uma humana qualquer.
Rin era descendente da miko mais poderosa que já se tinha visto.
Jaken levou uma mão à testa. Não queria magoar Rin, mas também não queria que Sesshomaru-sama fosse “purificado”.
– Achas que depois de este tempo todo, a Rin vai mostrar algum poder? – perguntou Sesshomaru, aparecendo em frente a Jaken, fazendo com que esse desse um salto – Ela não vai fazer nada e, se não souber que é descendente da Midoriko, não vai tentar nada. Por isso, mantém a boca fechada.
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Comentários?
P.S.: todos conhecem a Midoriko, certo?
P.P.S.: eu adoro os teus comentários LarissaZG