Sesshomaru - Luz E Escuridão escrita por Mirytie


Capítulo 16
Capítulo 16 - Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Enjoy ^-^



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Yoru suspirou e parou um bocado porque estava cansado. Já não comia desde que fugira do castelo e só tinha comido durante aqueles anos porque a avó tinha-o obrigado a comer…literalmente!

Segurava-o com dez guardas e enfiava-lhe comida pela garganta abaixo. Era verdade que só tinha sobrevivido até ali por causa dela, mas não conseguia esquecer aquela mulher e, sempre que se lembrava dela, crescia-lhe água na boca, como se a comesse pudesse descobrir o sentido da vida.

Era por isso que tinha fugido, mas ainda não os tinha encontrado e não sabia caçar. Os animais ou os humanos que ele atava, morriam automaticamente, deixando apenas pó para trás.

Sentou-se ao lado de um prado coberto de flores brancas e sentiu o cheiro da hanyou que tinha visto com a mulher há três anos.

Estaria por perto? Não, o cheiro não era recente. Mas não tinha a certeza de nada. A avó tinha insistido que ele não fosse minimamente treinado. Ele não sabia praticamente nada sobre o mundo dos humanos e isso incomodava-o. Entretanto, só podia concentrar-se em proteger-se e encontrar comida, rapidamente.

Yoru estava prestes a deitar-se quando sentiu uma presença estranha e levantou-se imediatamente. Era um hanyou, percebeu Yoru a olhar para ele. Mas não era um hanyou fraco como ele supunha que todos eram.

- Quem és tu? – perguntou Inuyahsa.

Alguns minutos antes

Inuyasha tinha acabado de acordar, mas Kagome ainda estava a dormir ao lado da criança, por isso ele decidiu ser o mais silencioso possível ao sair da cabana.

Apesar de as pessoas daquela aldeia já o terem aceitado, ainda olhavam-no desconfiadamente quando ele andava sem Kagome, por isso Inuyasha decidiu ir buscar algumas folhas medicinais –que Kagome lhe tinha ensinado a distinguir – para não ficar muito perto das pessoas.

Foi quando se estava a afastar da aldeia que sentiu uma presença abnormal. Uma presença parecida com a presença do Naraku. Apesar de ter a certeza que não podia ser Naraku, Inuyasha tinha de ir ver porque, se por mais nada, aquela presença parecia maligna.

Não deixaria que aquela coisa se aproximasse mais da aldeia.

Actualmente

Inuyasha tinha ficado surpreendido quando viu uma criança mas, por outro lado, o coração do Naraku também era uma criança.

- Eu perguntei, quem és tu!? – repetiu Inuyasha, empunhando a espada – E o que é que estás aqui a fazer!?

- E porque é que eu tenho de responder às tuas perguntas, hanyou? – perguntou Yoru, vendo Inuyasha ranger os dentes – Então não gostas que te chamem hanyou, huh? Porquê? É isso que tu és. Não és humano nem demónio e nenhuma das comunidades te aceita.

- Cala-te! – gritou Inuyasha, dando um passo em frente – Responde às minhas perguntas!?

- Bem, para começar, não sou um hanyou. – disse Yoru, irritando Inuyasha ainda mais – Mas tu cheiras a humanos. Vens de alguma aldeia que eu possa visitar? Estou esfomeado.

Inuyasha abriu a boca mas olhou bem para a criança e reconheceu a meia-lua na testa dele. Os cabelos brancos, as marcas na cara…

- Tu és o filho do Sesshomaru. – disse Inuyasha, um pouco confuso – Mas só devias ter três anos…

- Sessomaru? – Yoru aproximou-se – É assim que o meu pai se chama? Tu sabes aonde é que ele está? Como é que um hanyou como tu conhece o meu pai?

- Perguntas a mais. – disse Inuyasha – Mas porque é que não estás com eles? Não consigo senti-los…

- O meu pai deixou-me para trás. – Yoru ficou com as lágrimas nos olhos – Ele deixou-me para trás.

- Certo, certo. – disse Inuyasha, lembrando-se – Eles estão a fugir de ti. Porque tu és um demónio demasiado violento para andar com eles.

- Violento?

Inuyasha anuiu com a cabeça, correu até ele e espetou-lhe a espada no estômago. Quando a criança ficou inconsciente, Inuyasha pegou nele e levou-o para a vila.

Talvez pudesse convencê-lo a deixar a mãe em paz.

Yoru acordou com uma dor aguda no estômago mas, quando tentou levantar-se, não conseguiu mexer-se. Ainda ensonado, piscou os olhos várias vezes e apercebeu-se de que estava dentro de uma cabana…e de que estava preso.

- Peço imensa desculpa por ter de te prender.

Yoru olhou para o lado e viu uma sacerdotisa que encontrava-se de momento a passar uma mistela de ervas medicinais na ferida dele. Então era por isso que não conseguia mexer-se. Tinha sido preso por uma sacerdotisa. Nos pulsos, nos pés e no pescoço havia cordas enfeitiçadas por aquela humana horrenda.

- O Inuyasha disse que sentia uma presença maligna em ti. – continuou Kagome, enquanto colocava ligaduras há volta do estômago – Eu também sinto, mas não queria prender-te.

- Humana! – exclamou Yoru, tentando libertar-se inutilmente – Aonde é que está aquele hanyou!? Ele parecia saber algumas coisas sobre o meu pai! E afasta-te de mim!

Kagome suspirou e afastou-se quando Hayato acordou, para pegar nele e dar-lhe comer. No entanto, decidiu que ia ser franca com Yoru e contar-lhe o que lhe podia contar.

- O Inuyasha foi certificar-se de que o teu pai não está por perto. – disse Kagome, voltando a sentar-se ao lado de Yoru, com Hayato num braço e um biberão cheio de leite na outra mão – Porque o teu pai não quer estar perto de ti.

- Essa criatura. – disse Yoru, referindo-se a Hayato – Ele não é um demónio, não é um humano e também não é um hanyou. O que é que ele é?

- Ele é meu filho. É filho do hanyou que te fez isso. – disse Kagome – E é teu primo. O nome dele é Hayato. Espero que se dêem bem no futuro.

- Impossível! – gritou Yoru debatendo-se contra as cordas, fazendo com que estas lançassem pequenos fios de electricidade pelo corpo de Yoru – Se ele é meu primo, isso quer dizer que aquele hanyou é irmão do meu pai! Intolerável! Como te atreves a dizer tais mentiras, humana!

- Não são mentiras. O Inuyasha é irmão do Sesshoumaru. – disse Kagome, afastando o biberão já vazio – Meios-irmãos, se quisesse ser mais exacta. – ela sorriu – Eles dão-se muito bem.

- Eu não posso ter um tio como hanyou! – gritou ele, olhando para a sacerdotisa.

Sacerdotisa! Maldita sacerdotisa, pensou Yoru! Mas as sacerdotisas podiam mentir?

- Estás a ver as orelhinhas? – disse Kagome, enquanto apontava para a cabeça do filho – Mas são tão pequeninas que mal se dão para ver. Isso é porque ele só é um terço demónio.

- O-O meu pai… - gaguejou Yoru – O meu pai não é um hanyou, pois não?

- Não. – respondeu Kagome, vendo que o rapaz estava realmente preocupado – O teu pai é um daiyokai.

- Então porque é que ele não me quer ver? – perguntou Yoru – O hanyou disse que eu sou violento e é por isso que ele está a fugir de mim.

- Estás com fome? – perguntou Kagome, levantando-se para evitar a pergunta – A minha mãe mandou comida. A Hikari trouxe-a quando veio aqui.

- Não tens vergonha? – perguntou Yoru, surpreendendo Kagome, que estava a pousar Hayato – És uma sacerdotisa. No entanto, casaste com um hanyou, tiveste um filho com ele e tens um sobrinho que é um demónio violento.

Kagome sorriu. – Para começar, eu nem sequer era uma sacerdotisa. Era uma humana.

Yoru calou-se. Tinha uma tia humana, um tio hanyou e um primo que nem tinha classe. Sentia-se mal! Indisposto só por saber que tinha uma família assim. Pelo menos, o pai não era um simples demónio. Era um Daiyoukai.

Um Daiyoukai que o estava a ignorar, pensou Yoru, ficando outra vez deprimido.

- Aquela humana. – murmurou Yoru, vendo a sacerdotisa virar-se. Já que ela não parecia gostar de mentir, ele decidiu perguntar-lhe – O meu pai estava com uma humana. Aquela que eu quero comer mais do que ninguém. Quem era ela? E porque é que o meu pai a protegeu?

- Ela chama-se Rin. – respondeu Kagome, agora com uma expressão pesada – E ela é a tua mãe.

Sesshomaru levou uma mão à testa de Rin que parecia não conseguir aguentar o ritmo.

- Estás com febre. – anunciou Sesshomaru, afastando a mão – Talvez seja por termos caminhado durante tanto tempo.

- Eu estou bem. – mentiu Rin – Nem sequer vou a caminhar. Vou às costas do Ah-Hu. Por isso não pode ser da viagem.

Sesshomaru pensou um bocado no assunto e resolveu que ela tinha razão mas, se não era da jornada, devia ser de outra coisa. Sem sequer avisar, Sesshomaru pegou nela, surpreendendo-a.

- Sessho---Sesshomaru-sama? – gaguejou Rin, corando.

- Jaken, vocês ficam aqui. Não devo demorar. – disse Sesshomaru – Eu vou até à aldeia onde mora o cachorro. A humana costuma saber o que fazer nestas situações. Se a Rin tiver de ir a um dos curandeiros futuros, só a mulher do cachorro pode levá-la lá.

- Sim, Sesshomaru-sama! – exclamou Jaken, vendo-o a partir a grande velocidade.

- Sesshomaru-sama. – murmurou Rin, tentando não olhar para a cara dele – Tenho a certeza de que não é nada. Não precisa de ir tão longe…

- Os corpos humanos são mais fracos do que os nossos. – interrompeu Sesshomaru – Agora agarra-te. Vamos estar lá não tarda nada.

Inuyasha entrou no preciso momento em que Yoru se libertou e estava prestes a atacar Kagome. Sem hesitar, Inuysha tirou a espada e apontou-a à garganta de Yoru.

- Nem mais um passo! – exclamou Inuyasha, vendo Kagome a pegar nas flechas e no arco – Para trás!

Yoru sorriu. – Tens mesmo a certeza de que consegues matar o teu sobrinho, hanyou?

- Não só o meu sobrinho. – respondeu Inuyasha – Também quero matar o teu pai desde há muito tempo atrás. Se sou capaz disso, imagina do que eu seria capaz de fazer se tocasses na Kagome ou no Hayato?

- Volta para onde estavas! – ordenou Kagome, com a voz a tremer e uma flecha apontada à cabeça de Yoru – Podemos falar mais se te acalmares!

- Então a minha mãe é humana. – murmurou Yoru, deixando cair os braços – E provavelmente aquela hanyou deve ser minha irmã. Já sei porque é que o meu pai ficou tão chateado. Mas não faz mal. Se eu matar a parte humana na família, o meu pai vai ficar orgulhoso.

Yoru virou costas sob os olhares atentos de Kagome e Inuyasha.

- Não se preocupem. – pediu Yoru – Eu vou deixar-vos em paz, por enquanto. Primeiro tenho de tratar da minha mãe e da minha irmã.

- Yoru! – gritou Kagome, mas foi impedida de ir atrás dele por Inuyasha.

Yoru saiu da cabana, mas esbarrou-se contra alguém e caiu ao chão.

Quando olhou para cima, abriu a boca.

- Porque é que eu não posso entrar!!! – gritou Yoru, que estava refém de Inuyasha, à entrada da cabana – Eu só quero falar com o meu pai!!!

E era com o pai que se tinha esbarrado quando ia deixar a vila. Como ele trazia Rin ao colo e era demasiado perigoso deixar os dois na mesma sala, Kagome pedira-lhe para ficar com Yoru até acabar de falar com Rin. Portanto, ali estava ele, com a espada apontada ao sobrinho, que se encontrava encostado à parede da cabana.

- Se te mexes, morres. – avisou Sesshomaru – Posso não me importar com o meu irmão, mas a Rin é importante e parece estar doente. Portanto, porta-te bem e ficam todos a ganhar.

Yoru conformou-se, mas continuava à espera até que o pai saísse para falar com ele, porque tinha sido completamente ignorado da primeira vez. Quando se tinha esbarrado com o pai e caído, este olhara-o de cima de uma maneira que fez Yoru tremer. Depois passou por cima dele e entrou na cabana sem lhe dirigir uma palavra.

Com a humana ao colo.

- Parece ser só uma constipação. – concluiu Kagome, medindo a temperatura de Rin, enquanto falava – Normalmente, não é preciso ir a um médico por causa de uma constipação. Mas compreendo a tua preocupação, Sesshomaru.

Kagome olhou para o termómetro que marcava 38.7 e anuiu com a cabeça. Virou-se, tirou uma caixa de comprimidos da sua bolsa e entregou-os a Sesshomaru.

- Ela só precisa de descansar e a constipação vai embora sozinha. Mas esses comprimidos vão amansar os sintomas. – explicou Kagome – Ela tem de comer alguma coisa antes de tomar os comprimidos e…ah! Podes molhar um pano na testa dela para acabar com a febre. De resto, o corpo dela parece estar bem.

Sesshomaru anuiu com a cabeça e guardou os comprimidos.

- Se ela não melhorar dentro de uma semana, voltem aqui. – pediu Kagome.

- Obrigada. – agradeceu Rin, levantando-se – Eu disse-lhe que não era nada sério, mas…

- Mas podia tornar-se sério se não fosse tratado. – interrompeu Sesshomaru, pegando nela outra vez sem avisar – Vamos embora.

Como Rin não tinha visto Yoru, Sesshomaru queria ir embora antes de isso acontecer.

- Obrigado pelos conselhos. – agradeceu Sesshomaru.

- De nada. – disse Kagome, levantando-se. Sabia o que é que Sesshomaru queria fazer – Voltem quando quiserem.

Sesshomaru saiu, sem sequer olhar para o lado, ignorando completamente o filho.

- Pai! – exclamou Yoru, quando o viu.

Chocada, Rin olhou para baixo. – Yoru?


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Notas finais do capítulo

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