Culminância. escrita por LittleR


Capítulo 3
Minha única certeza.


Notas iniciais do capítulo

Não era pra ser esse nome do capítulo, mas fiz umas pequenas mudanças e meus comentários estão na nota final. Porém, antes de tudo, vou avisá-los: Não esta corrigido esse capítulo, eu estou muito ansiosa e precisei postá-lo. Então se verem errinhos, me desculpem. Milayne não me mate por que não te enviei pra corrigir.



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O que era a realidade naquele momento? Minha mente traiçoeira,sempre me pregando peças. Fundindo os tempos. Passos errantes,desritmados, incostantes e imprevisíveis. Quando meus pés se alinharam sobre a madeira gasta, elas rangiram. Meus dedos dedilhavam as paredes, como um gesto automático, já que minha devida atenção não era isso.

Preciso deixar o passado? Essa maldita mentirosanão sabia de nada, nada!

Um risada ecoou naquele lugar mórbido, minha risada. Um tom descontrolado, ultrapassando as barreiras da minha garganta. Voltei minha atenção para a casa, analisei cada ponta, mesmo que já estivesse cravado nas minhas mais profundas memórias.


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–Tadaime. - ouvi sua voz impassiva de costume.

Larguei minhas Shurikens de brinquedo e passei por cima do dinossauro verde que estava sobre o chão. Corri e rodeei suas pernas:

– Seja bem-vindo, nii-san! - dei meu melhor sorriso - vamos brincar comigo?


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Ninguém nunca vai saber a minha dor, podem no máximo tentar me compreender. Itachi era o meu herói infantil e foi arrancado de mim. Minha infância foi arrancada, eu não pude vivê-la. Meus pais, meu irmão, minha vida...Não me restava nada.

E como uma pessoa pode viver sem nada? Sem rumo, sem família, sem conceito, sem ideais, sem carinho, sem amor.


Você é um nada, Sasuke.


Vingaça então foi minha única herança, um único legado. Itachi havia me dado isso e por meu amor à ele, a cumpri.

Eu sempre tive a certeza de que mesmo cumprindo esse legado, nunca retornaria. Nunca teria a chance de ser o Sasuke novamente, eu sempre seria a imagem fraturada em cada reflexo de espelho, uma personalidade montada pelo ódio. Só poderia voltar a ser o nada que fiquei no instante em que vi tudo.




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– Não, Sasuke, seu irmão tem deveres da escola para fazer - diz minha mãe, surgindo com um cesto de roupas em suas mãos.

Não satisfeito, porém, contentado abaixei minha cabeça e fiz menção de sair. A voz de Itachi me impede.

– Não tem problema, oka-san. Posso fazer depois, os deveres são fáceis. - e com isso logo voltei a sorrir.


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As imagens se projetavam perfeitamente a minha frente.

Meus olhos queimavam, mas as lágrimas não vinham.


Você nem é mesmo capaz de chorar , Sasuke. Você é realmente é um nada. Oco. Tão oco quanto essas madeiras em que pisa.


Minha têmpora começou a latejar fortemente, enquanto esses sussurros aumentavam e as vozes nítidas de minha mãe e Itachi estavam ao fundo. Cai sobre meus joelhos, minhas mãos estavam sobre minha cabeça fazendo pressão, uma tentativa inútil de parar a dor.

Minha vista começou a ser tomada pela escuridão e só de pensar meu corpo reagiu de súbito, minhas mãos foram rapidamente sobre um pequena estante que estava ali no canto, derrubando tudo o que tinha sobre ela, fazendo um estardalhaço. Usando todas as minhas forças para não deixar a escuridão me levar, vi no chão os cacos de vidros e dentre eles a foto da minha família.

Pernas bambas. Visão turva. Pés sobre os cacos. Sangue.

A cada passo minha pele ardia mais.

Sem cuidado nenhum mergulhei minhas mãos sobre os vidros e, as cortanto também, trouxe a altura de meu peito. A foto era velha e agora manchada de sangue.

O vermelho era o vínculo da minha família.

Transitanto em uma grande loucura, revivi toda cena de novo.

Corpos sem vida. Sangue. Espada suja. Sangue. Agonia em meu coração. Sangue.

Vermelho, sua fiel ruína, meu querido.

O medo. A raiva. O desespero.

O grunhido, e então tudo se quebrou.Cambaleando, sangrando e cego momentaneamente, destrui tudo que havia ali. Havia cacos para quase todos os lados, móveis em pedaços. Sangue nas paredes e no chão. Meus braços, pernas e joelhos com pequenos cortes. Meu peito subia e descia em uma velocidade fora do normal, respirava não só pelo nariz mas com o auxilio da boca.

"Por que você precisa deixar o passado." Era sua voz ali e por um breve momento toda tormenta se calou.


Nós nunca te deixaremos, querido Sasuke-kun. Você não quer nos deixar...


A têmpora voltou a pulsar e se possivel ainda mais forte.


Você é oco, Sasuke. Sem perspectiva. Somos a sua única certeza.


Meus pés reagiram rápido, correndo para fora daquela casa cheia de destroços. Fraco, extremamente fraco eu estava, mesmo assim não parei de correr por um só minuto.


Não pode fugir de nós...


E quando o meu limite chegou, eu estava no cemitério Uchiha. Consegui andar mais alguns centímetros adiante parando em frente a lápide talhada "Uchiha fugaku" em letras de forma. Me sustentei ali e com os dedos sujos e calejados, dedilhei letra por letra. Fiz a mesma coisa com a lápide ao seu lado. "Uchiha Mikoto".

Cai deitado entre uma e outra, já quase sem forças.

A face branda e os sorrisos de Mikoto faziam crescer uma felicidade descomunal em mim e os poucos e não tão claros elogios de meu pai, também. A dor queimava todo meu corpo e dos meus olhos vieram as lágrimas.

Eu estava chorando.


Você é oco.


Chorando...


Somos sua única certeza.


Olhei para os lados e vi sobre túmulo um delicado arranjo de flores orquideas brancas. A favorida da minha mãe.

Sakura esteve aqui.


Somos sua única certeza.


Ela sempre esteve aqui.


Não pode figir, somos seus.


Sempre.


Somos sua única certeza, sasuke, A ÚNICA!


– Sakura é minha única certeza! - Por meu rosto rolava as lágrimas, minhas lágrimas de libertação e minha voz trêmula levou consigo toda força restante. Então um breu me embalou.



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Notas finais do capítulo

O que dizer sobre capítulo? Muito, muito difícil. Mesmo. Foi um drama por que tinha que mostrar a dor do sasuke, mas não exagerar na dose. Foi realmente um desafio e tanto. Essa fic completa é um desafio e tanto. Refiz esse capítulo várias vezes, pensei em várias formas diferentes, pensei em fazer mais capítulos para completar, mas vi que só iria enrolar o término de um história que originalmente só teria dois capítulos, espero ter feito um bom desenrolar nesse capítulo. Espero. Estou muito insegura em relação a ele.
Comentem, comentem. Façam suas críticas, porém peguem leve comigo em?
E novamente peço desculpa se tiver algum erro grotesco.