Complexidade escrita por AnneWitter


Capítulo 3
Tão complexo como o vento


Notas iniciais do capítulo

-Cap não betado
— Finalmente meu povo lindo, mais um cap dessa fanfic linda *-* E para alegria de vcs ou não, depois desse é o último cap!!!
—Espero que gostem e não se esqueçam de comentarem!



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Tão complexo como o vento

Seus uivares invade o silêncio e o transforma, esfria os calores trazido pela demasia do sol e causa tornados ao redor das áreas calmas.

O silêncio caiu cruelmente na sala, todos sem saber o que fazer ou dizer. Tampouco Inoue que tinha seus olhos direcionados a Ulquiorra, sentindo-se péssima pela forma como havia dito aquelas palavras. Mas ela não poderia voltar atrás.

Abriu a boca para ao menos lhe pedir desculpas, ele virou-lhe as costas, seguiu para longe do piano, seguindo para perto de uma das janelas, por qual começou a observar uma árvore próxima. As folhas farfalhavam, resmungavam diante ao vento voraz; mostravam toda sua infelicidade por ele simplesmente fazer o que quer, sem a autorização delas. Como inoue acabara de fazer.

–Bem. – começou Urahara. – Viemos aqui por causa de uma peça, não foi? Então vamos parar de xeretar em coisas que não nos interessa, e vamos com o ensaio. Todos trouxeram seus roteiros?

Rapidamente a atenção que era totalmente em direção a ruiva, foi tomada pelo professor e na tarefa de pegarem em suas coisas o roteiro que fora entregue no início daquela semana pelo Urahara.

Inoue tentou manter-se nessa tarefa também, mas seu olhar não queria desviar da figura melancólica próxima a janela; vê-lo daquela forma a fez retornar ao tempo que ela gostava de um certo ruivo e Ulquiorra não passava de uma imagem fantasmagórica dentro da sala de aula; um garoto de olhar triste. Aquilo apertou seu coração.

E embora saiba que as palavras que disse foram duras e que saíram de seus lábios por causa da situação que se armou ao seu redor, ela sabia perfeitamente que as mesmas eram totalmente verdadeiras, diante a sua concepção... Ele, em sua complexidade sufocante, a deixava daquela forma, fazia-a imaginar aquilo. Será que ele não consegui entender aquilo?

Ulquiorra tornou-se o garoto que era antigamente; e era aquilo que a deixava tão magoada e confusa.

Resolveu enfim desviar o olhar e seguir com o pedido do professor, e então pegou o roteiro que estava dentro de sua bolsa. Assim que a pegou aproximou-se dos demais, esses haviam se sentado no chão, formando um círculo.

–Ele não virá? – indagou uma das meninas a outra sentada ao seu lado, referindo-se a Ulquiorra.

–Acho que ele...

A conversa “secreta” foi interrompida com a aproximação de Ulquiorra, todos o olharam. Talvez na espera do que ele tinha a dizer. O que ficou somente na expectativa, já que ele simplesmente se sentou num espaço, que dois garotos abriram ao vê-lo se aproximar. Sem realmente mostrar qualquer reação de desconforto devido o ocorrido anterior, ele retirou do bolso traseiro de sua calça o seu roteiro.

A atenção ainda estava nele, que desdobrava o roteiro, quando Urahara pediu para que Aisawa iniciasse a leitura do texto.

Ela atrapalhou-se no início, mas logo dominou a leitura de sua personagem – que na verdade era o narrador. Todos voltaram-se para ela, a ouvindo atentamente.

Ou pelo menos parecia ser todo. Quando na verdade, dois alunos estavam somente a olhando, mas na verdade suas mentes prestavam atenção em outras coisas. Essas repletas de confusas interpretações de uma mesma cena.

–Droga. – praguejou Ulquiorra, quebrando a atenção de todos e a leitura de Aisawa.

O que mais os surpreendeu, entretanto, foi vê-lo olhar diretamente para Inoue; a tensão que os envolveu deixou todos desconfortáveis. Sem realmente saber o que fazer ou dizer diante daquela situação.

–Schiffer e Inoue, por favor, acompanhem-me.

Os dois olharam Urahara, surpresos. Mas sem protestos dois se levantaram e o seguiu, calmamente Urahara os conduziu para a porta dos fundos da casa, qual dava para o jardim.

O vento gélido os brindou assim que saíram. Urahara, com um gentil sorriso nos nós lábios, olhou de um par ao outro, quando pararam defronte a uma arvore.

–Não sei o que exatamente está acontecendo entre os dois, mas suponho, pela forma que estão se comportando hoje, que é necessária uma conversa. Por isso recomendo que fiquem aqui e conversem, enquanto continuo com o ensaio, caso ao contrario nem vocês conseguirão arrumar o que tem para ser arrumado e nem eu conseguirei ensaiar nada!

Os dois sem jeito fizeram que sim, Urahara mostrou-se feliz diante essa confirmação e então, com um leve tapa no ombro de cada um, os deixou ali.

Assim que ele saiu, somente o uivar do vento quebrava o total silêncio; ele pairava acima deles, bagunçando seus cabelos, farfalhando as folhas da árvore, trazendo-lhe frio.

Esse vento os levava a outro dia, o frio dessa tarde refletia outro dia gélido. E pelo olhar de ambos em direção a árvore, mostrava que essa também os fazia se lembrar daquela que foi testemunha o primeiro e único beijo que trocaram. Naquele tempo eles não esperavam que o desenrolar de tudo aquilo, seria o desconforto desse dia.

Inoue segurou uma mão na outra a mirar a árvore, sentindo o vento brincar com os fios de seus cabelos, que sobrevoava graciosamente. Ulquiorra foi quem falou primeiro.

–Acho que sou complexo demais, não é?

A pergunta a mergulhava ainda mais no passado. Tinha sido daquela forma que ela definira Ulquiorra naquele dia, uma pessoa complexa. Depois de tudo que aconteceu, nunca aquilo pareceu tão real.

–Para mim, realmente é. – confirmou ela.

Então ele sorriu, como a muito não fazia; entretanto não era um sorriso gentil e feliz como as vezes presenciara, era algo desdenhoso, até frio. Como o vento que cariciava seu rosto.

–Pensei que tinha lhe deixado o entendimento simples, naquele dia. O que foi tão difícil de entender?

Inoue franziu o cenho, confusa. Que tipo de resposta ela deveria lhe dar. O que foi tão difícil? O que ela deixou de entender?

Aquela tarde que sempre voltava a sua mente, mas uma vez se fez presente, tão vívida como se acontecera a pouco. Lembrou da conversa, dele lhe chamando pelo primeiro nome e do beijo. Tão delicado e cheio de sentimento. O que havia de difícil nisso?

Era claro o que ele queria dizer, não era? Aquilo tinha sido ficado simples para o coração dela, não era? O beijo significava que ele gostava dela, ou não?

–Você sempre me deixa confusa! – desabafou ruidosa.

–Eu? – a fala preenchida da indiferença fria de Ulquiorra a incomodou. – É você quem me deixa confuso. Achei que tinha sido simples para você naquele dia, mostrando-lhe através de um gesto o que sentia. Não conseguiu compreender?

Porque ele sempre lhe jogava aquele tipo de perguntas? Será que ele não podia entender que aquilo não lhe ajudava?

Olhou perdida pelo jardim, a delicadeza do vento em seu rosto e a voracidade desde nos fios de seus cabelos, a fazia compará-lo a Ulquiorra. Tão complexamente simples. Opostos numa mesma composição.

–Não, não consegui. E isso porque depois, pareceu que o beijo nunca tivesse acontecido. Você simplesmente se afastou.

Foi a vez dele franzir o cenho.

–Afastei? – fez a pergunta confuso. – Não, ao contrário, esperei pela sua resposta.

Novamente ela foi jogada ao abismo da confusão; lembrou-se de cada expressão de Ulquiorra em sua direção na sala de aula, nos corredores da escola, quando iam embora juntos e quando se encontravam no intervalo. Sentiu-se estúpida, algo que realmente combinava com ela. Todo aquele tempo, enquanto ela esperava que Ulquiorra falasse alguma coisa sobre o acontecimento; era ela quem deveria falar. Afinal ele foi quem dera o passo inicial, e assim sendo era ela quem precisava responder sobre aquilo.

Deixou involuntariamente um sorriso surgir. Todo aquele tempo o sentimento dele sempre foi o mesmo, aquele qual ele deixara claro – que em sua confusão se mostrou obscuro – somente a espera da resposta dela; para que então iniciassem oficialmente algo “ a mais”.

–Então... – começou incerta nas palavras. – Agora sou eu que preciso lhe deixar de modo simples a minha resposta.

–Sim. Pois a sua simplicidade é complexa demais.

Ela sorriu e delicadamente se aproximou dele, tocou-lhe o rosto ternamente, e então foi na ponta do pé que avançou mais. Seus olhos não se fecharam enquanto se aproximavam, a calmaria que aquilo finalmente trazia para dentro de seus corações e olhares tinham que ser transmitido um para o outro.

E como toda a confusões anteriores, foi o toque. Fios de cabelos de Inoue, junto ou uivar do vento que os rodeava, selou acompanhado aos lábios de ambos; que afastaram-se em meio a um sorriso brincalhão. Ulquiorra afastou os cabelos dela, e cautelosamente os colocou paras trás e então voltou a beijá-la.

Um beijo completamente diferente ao primeiro, esse repleto de uma necessidade palpável; haviam guardado demais todo aquele sentimento, que se afundara durante semanas em dúvidas bobas e em esperas sem fundamentos. Agora, finalmente, eles estavam livres para expressarem o que sentiam...


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