Complexidade escrita por AnneWitter


Capítulo 1
Tão simples e complexo como a chuva...


Notas iniciais do capítulo

-Cap não betado.



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Tão simples e complexo como a chuva...

Os pingos caem de forma simples, molhando, mas sua formação complexa, seguindo padrões, confunde no fim aqueles que se vêem leigos diante das nuvens que simplesmente choram...

Os pingos grossos caiam desajeitados sobre os telhados, enquanto os pingos pequenos e finos repousavam com graciosidade, causando o menor barulho possivel, ao contrario de seus amigos que transformava a cada instante aquela simples chuva em algo barulhento e tempestuoso.

A ruiva observava esse espetáculo da janela da sala do terceiro ano, invadindo novamente o mundo do faz de contas, imaginando-se entre os pingos, dançando alegremente, enquanto seu uniforme grudava em seu corpo por estar completamente molhado. Orihime sorriu ao se imaginar assim, ensopada e dançando... Mas então mais alguém surgiu em seu pensamento, este parecia evitar de alguma forma mágica as gotas da chuva, e ao contrario dela, ele não aparentava feliz – ao menos não sorria – e também não dançava. O ser pálido estava parado diante dela, olhando-a com aqueles profundos olhos esmeraldinos e vê-lo ali somente aumentou a sensação de felicidade e desejo de dançar... A Orihime imaginaria então iniciou a dançar ao redor do Ulquiorra imaginário, ele se mantinha parado, mais virava o rosto de modo que conseguia seguir parcialmente a bailarina ensopada. 

Num certo momento ela parou na frente dele, sorrindo, ele como nas raras vezes que acontecia também sorriu... Tudo completamente perfeito... Como naquele dia debaixo na cerejeira desfolhada, no fim do inverno... Um dia que sempre estaria guardado em sue coração, como o beijo que aconteceu ali... Tão mágico...

-Inoue?

Pena que apesar disso, ambos não conseguiram iniciar um verdadeiro relacionamento...

-Inoue??

Embora essas coisas sejam simples, para eles não era, a simplicidade de um relacionamento, é tão complexo quando expressar num único beijo todo um completo sentimento...

-Inoue??!

Ela suspirou, algo estava a tirando da fantasia... Do beijo magnífico... Dele.

-Schiffer-san, cutuque ela! – ela ouviu de longe alguém falar.

`Cutucar?`Em sua imaginação Ulquiorra começou a cutucar a Orihime imaginaria algo desconexo para se acontecer numa cena tão bela. Mas a imaginação se tornara mais forte que as anteriores, pois segundos depois Orihime começou a sentir os cutucões, e rapidamente todo o cenário se desfez diante de si, e a única coisa que sobrou, foi o barulho da chuva, os seus colegas de classe lhe olhando com ar de riso e os cutucões.

Devagar a ruiva olhou para lado, não era Ulquiorra que incansavelmente martelava o dedo em seu ombro, era a Aisawa.

-Finalmente. – falou a morena. – Pronto professor, ela acordou! – brincou Aisawa voltando para seu lugar, atrás de Ulquiorra.

Orhime antes de se virar para frente, e visualizar o que já esperava, um professor carrancudo, ela olhou para o colega que se sentava ao seu lado, Ulquiorra. Ele tinha o semblante de sempre, uma indiferença que a ruiva aprendera tolerar, e como sempre o fez ela sorriu para ele, para então olhar o professor, e ignorar com louvou as risadas dos demais colegas.

-Sim Urahara-sensei.

-Hoje você realmente se desligou completamente. – falou ele num ar irritado, apesar da expressão amena. - A turma está decidindo o local do ensaio da peça, como você ficou de ajudar na direção da mesma, estava perguntando se tinha alguma idéia de lugar.

-Hmmm. – suspirou ela olhando para o teto. – Um local para o ensaio? Deixe-me pensar... – Ela fez ar de pensativa para logo sorrir ao se voltar para o professor. –Que tal a sua casa professor, ouvi dizer que ela é bastante grande.

O professor se mostrou sem jeito, enquanto os demais alunos concordavam com a idéia.

-Hmmm... Bem... Caso isso ajudará a todos, não vejo problemas.

-Aeee! – todos gritaram – menos Ulquiorra – devido a decisão do professor.

-Então amanhã ás 12 horas esperarei todos para então irmos para minha casa.

-Ok!!!

Orihime se sentiu feliz com aquilo, e sorrindo voltou-se para Ulquiorra, o moreno estava olhando para frente e portanto não a viu sorrir, isso não importava... Ou sim?

Desde o episodio do beijo que Inoue se via perturbada com o tipo de relacionamento que tinha com Ulquiorra, uma vez que este não assumiu nenhuma posição depois daquilo e ela sem saber o que fazer, também não o fizera. E ele simplesmente se mantinha daquela forma, indiferente. E embora ela aprendera com louvor a ignorar aqueles eventos, no fundo algo sempre a incomodava, era como se naquele dia do beijo não tivesse sido nada para ele e que a representação daquele beijo no fundo não tinha grande significado.

–Entendo. Talvez se caso eu deixasse o entendimento simples, você poderia me compreenderia melhor, e saberia disser o que eu sou para você, não?

O que no fundo ela tinha que compreender com aquele beijo? Que ele era indiferente ao sentimento dela? Que não significava nada? Porque ele tem que ser tão complexo?

Ela suspirou no instante que o sinal tocou, chegara a hora de irem embora... Ele sairia antes dela novamente?

A ruiva o olhou, ele se levantou, virou-se em sua direção, o rosto da ruiva involuntariamente ganhou uma coloração mais avermelhada e seus lábios curvou num terno sorriso. Tão natural como respirar.

-Tchau Inoue-san. Tchau Asaiwa-san. – e se retirou.

Outro ponto de diferença era aquilo, não a esperar mais para irem juntos e nunca mais a ter lhe chamado de Orihime, tudo tão terrivelmente estranho.

-Você deveria falar com ele logo. – a voz de Aisawa lhe puxou de seus pensamentos.

A ruiva ficou sem jeito e se levantou.

-Vamos Aisawa-chan.

-É serio Orihime, você tem que falar com ele logo, ou viverá a mesma coisa que antes!

Inoue a olhou sem entender.

-Como assim?

-Quando resolver se confessar propriamente ele já estará com outra!

Orihime sentiu um nó na garganta vendo nitidamente Ichigo com Rukia, como se estivesse naquele corredor, naquele dia, vendo-os chegando de mãos dadas. Era certo que não sentia mais nada pelo ruivo, até mesmo por isso que ao saber que ambos seria da sua nova classe, não lhe foi nada terrível, entretanto o sentimento que vivenciou naquele dia, foi horrível suficiente para ela se lembrar com clareza o tão desconfortável era aquela situação. Abalada com esta possibilidade a ruiva desabou em sua cadeira.

-Orihime, você está bem? – indagou Aisawa num tão de arrependimento.

Como num passe de mágica a ruiva se mostrou mais vívida, até mesmo sorrindo para sua amiga.

-Estou sim. Resolvi Aisawa-san, irei me confessar para ele! – disse ela determinada ao se levantar.

Aisawa animada com a amiga também se levantou.

-Isso mesmo Orihime! Dou o maior apoio!

A ruiva a olhou feliz... Ela só espera ter aquela mesma coragem ao chegar a hora...


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Notas finais do capítulo

-Não esqueçam de comentarem!