Eram umas 23:00 de uma segunda-feira em Death City; o movimento já tinha parado por causa da hora e do dia da semana. Todas as lojas já estavam fechando e todas as pessoas indo para suas casas; menos uma menina loira com cabelo longo cujos olhos verdes estavam vermelhos e inchados de tanto chorar. Estava usando uma saia jeans curta mostrando suas pernas grossas, com uma blusa preta que mesmo larga, conseguia marcar sua silhueta e seus seios.A menina saia andando; parecia não saber para onde estava indo, mas sempre olhava para trás como se tivesse algo perseguindo-a e tudo indicava que sim. Um menino de cabelos grisalhos e olhos vermelhos penetrantes estava atrás da garota; não parecia ser uma pessoa ruim, apenas alguém preocupado com a loira que não parava de chorar.

– Maka?! Onde você estava?! Tem noção de como você deixou todo mundo preocupado?!

– Não me importo, quero ficar sozinha por favor - falou a garota virando seu rosto para o lado

– Não vou deixar você ir, não vou mesmo

– Soul, por favor me deixe

– Você não quer conversar?!

– Conversar sobre o que?! Sobre como meu pai traiu minha mãe?! E por causa disso em uma missão eles se desconcentraram e isso custou a vida dela?!

A menina não conseguia parar de chorar por um minuto; mas não era um choro de tristeza e sim de raiva. Uma raiva imensa que inundava seu coração com todas as suas forças e que não sairia dela tão cedo

– Por quê Soul?! Por quê?!

– Maka...eu não sei o que te dizer

– Só me diga, por quê os homens são assim?!

– Não generalize Maka

– Me desculpe Soul, mas vou generalizar sim. Nenhum presta; são canalhas, vagabundos e todos deveriam morrer

– Esses sentimentos não vão trazer sua mãe de volta Maka, por favor pare com isso.

– Saia daqui agora, não quero te ver nunca mais. Você é igual a ele, igual a todos os outros.

– É isso mesmo que você quer Maka?!

– Sim

O menino de cabelo grisalhos deu as costas para ela e foi embora com uma expressão abatida e triste; o que quer que tenha sido dito pela garota, partiu seu coração em mil pedaços.

~X~

No dia seguinte a garota foi para sua escola, porém cheia de olheiras da noite anterior; a doce menina que adorava ir para a escola aprender foi substituída por uma amargurada e com ódio em seu coração. Ao entrar na sala ela pode vê-lo, sim, o menino que estava com ela ontem a noite, sendo que desta vez eles nem se olharam nos olhos.

– Maka, o que aconteceu com você ontem?! O Soul não quis contar nada

– Tsubaki, por favor...

– Só quero saber se você está bem e quero que você saiba que qualquer coisa eu estou aqui por você; mas pare com isso, de ficar se remoendo e sem pedir ajuda de ninguém.

– Obrigada vou ficar bem, vou pegar alguma missão para não pensar mais nisso

– Isso mesmo Maka-chan, se esforce

A amiga da garota parecia aliviada; mas ainda assim, não conseguira deixar de ficar preocupa com a amiga que sempre a ajudou quando preciso e que agora estava irreconhecível. Todavia elas não conversaram mais durante o dia; Maka escolheu uma missão e foi com o seu parceiro Soul para o local onde estava um ovo de Kishin esperando para ser derrotado pela dupla que era tão admirada por toda Shibusen.Seu oponente era uma criatura horrenda com garras e dentes afiadíssimos, mas nada que a dupla não conseguisse derrotar...

– Soul o que está acontecendo?! Minhas mãos foram queimadas ao te tocar

– Não sei Maka

– falou o grisalho tendo reações adversas ao toque da parceira

– Não consigo mais sincronizar nossas almas...

A frase da loira foi cortada por um ataque do adversário que parecia estar bem satisfeito com tudo aquilo; mas Soul logo foi contra-atacar sozinho, apenas para distrair o oponente e levar Maka para a enfermaria.

...

Maka acordou com dor de cabeça na enfermaria cercada por seus amigos, exceto um, Soul, seu parceiro, seu amigo. Seu corpo estava dolorido e pesado.

– Maka, ta tudo bem com você?! - disseram todos os seus amigos ao mesmo tempo

– Sim, mas cadê o Soul?!

– Maka...vai ser difícil falar - falou um menino de olhos dourados e cabelos pretos com três listras brancas em apenas um lado da cabeça

– Kid, fale logo de uma vez

– Ele foi falar com o meu pai

– E por qual motivo ele foi falar com o Shinigami-sama?!

– Para trocar de parceira Maka.

– Não acredito em você! O Soul nunca faria isso

– Acontece que ele está se culpando pelo que aconteceu com você hoje e acha que é melhor você ter uma arma que seja uma garota.

– Não entendo Kid, por quê ele falou isso?!

– Maka você partiu o coração dele, entendeu?! Sabe aquele dia que você sumiu?! Ele ia te pedir em namoro, tinha comprado as alianças e tudo mais

– Meu Deus...

– Aqui se você não acredita

O garoto tirou de seu bolso duas alianças e cada uma com um nome gravado; em uma estava gravado "Soul" e em outra "Maka". Aqueles anéis fizeram Maka chorar e perceber tudo que ela tinha feito; pensava se seria tarde demais para arrumar seus erros, mas ela tinha que tentar.Ela levantou da cama mesmo dolorida e machucada e foi atrás de seu parceiro; Maka sempre soube que sentia algo por ele, mas só agora percebeu que não queria ficar sem ele por mais nenhum minuto. Então cambaleando ela finalmente achou-o e falou logo o que ela não conseguia mais manter pra si mesma

– Soul...eu t-t-t-te a-a-amo - ela falou nervosa e de cabeça baixa

– Também te amo minha pequena

Ela ouviu aquela doce voz meio rouca que sempre a hipnotizou, dizendo aquelas palavras que ela tanto queria ouvir.

– Mas não podemos ficar juntos Maka

– Como não?! Eu te amo e você me ama; isso já não seria o bastante?!

– Seria se você confiasse em mim e se eu não tivesse deixado você se ferir hoje

– Mas Soul...

– E eu já falei com o Shinigami-sama e já arrumei outro parceiro então, boa sorte Maka Albarn.

Falou o garoto dando as costas para ela que teve um sentimento ruim no peito como se ela não fosse vê-lo nunca mais em sua vida. Gritou com todas as suas forças, mas sua voz não saia e ao tentar acompanhar o grisalho acabou caindo no chão e lá mesmo desmaiando de cansaço.


~X~

Tinham se passado três meses desde aquele episódio que assombrava a loira até hoje e assim como seu sentimento confirmara naquele dia, ela nunca mais vira o garoto de cabelos grisalhos. Tentou de todas as formas achá-lo, mas não conseguiu encontrá-lo; até que por causa da conversa de dois amigos desatentos ela teve uma pista sobre onde ele poderia estar e ela estava convencida de que iria até o fim do mundo por ele se fosse necessário. Voltou para sua casa e colocou algumas coisas em uma pequena mochila vermelha e foi em busca de seu amigo, parceiro e verdadeiro amor.Ao chegar no lugar sentiu uma pequena semelhança nele; aquele lugar a lembrara de algo que aconteceu, algo muito triste. A morte de sua mãe; aquele era o lugar onde sua mãe foi morta e onde ela achou seu parceiro. Ela correu para alcança-lo e assim que conseguiu o abraçou com força e lhe roubou um beijo; apenas um pequeno toque de lábios a fez sorrir e chorar.

– O que você ta fazendo aqui?! Por quê me abandonou?!- ela falava tentando não chorar

– Vim matar quem matou sua mãe, mas depois percebi que isso não levaria a nada e que eu não era digno de ficar perto de você; então me isolei aqui, pois pelo menos você poderia esquecer de mim e ser feliz novamente.

– Seu erro foi achar que eu ficaria melhor sem você; eu não quero, não consigo e não vou ficar sem você...Soul eu preciso de você, por favor não me deixe nunca mais

– Então eu não sou como os outros homens?!

– Não nunca, me perdoe por tudo que eu falei; eu que não sou digna de ter alguém como você do meu lado. Eu não te dei valor até perde-lo e por isso eu sinto muito, muito mesmo.

– Então, Maka Albarn, o que você deseja?!

– Que você Soul Eater Evans nunca mais saia de perto de mim

– Então, você gostaria de ser minha namorada?!

– Pensei que não fosse perguntar.

~X~

Maka acordou e olhou para o outro lado da cama e percebeu que Soul estava lá; olhou para sua mão direita e pode ver sua aliança e finalmente percebeu que tudo aquilo havia acontecido e que nunca mais iria duvidar de seu parceiro outra vez.

– Eu te amo Soul - ela falou sussurrando no ouvido dele

– Eu te amo mais Maka - ele falo puxando-a para perto dele e dando-lhe um beijo, que foi a prova concreta para os dois de que tudo aquilo realmente aconteceu.