Capítulo 16

-Tive saudades disto – admiti e enterrei a minha cabeça no seu peito nu.

-Eu também, sweetheart – afirmou ele e beijou o topo da minha cabeça. – Tive muitas saudades tuas.

-Então porque sempre me rejeitaste?

-Eu nunca te rejeitei – disse ele. – Eu tive que te afastar do Mikael. Não queria que ele te usasse para me atingir.

-Então preferiste ficar este tempo todo sozinho? E todas aquelas com quem foste para a cama? Sim, porque eu sei que…

Silenciou-me com um beijo.

-Foram puros momentos passageiros. Nenhuma delas se igualava a ti. Ninguém se irá igualar a ti – declarou ele, fitando-me seriamente.

-Eu amo-te, Niklaus – falei e voltei a beijá-lo.

-Eu também te amo, Samantha – retornou ele entre beijos. – Porém, Elijah está à nossa espera.

Levantou-se da cama e voltou a vestir-se.

-Também devias de sair daí, apesar de ficares muito linda só com um lençol a tapar-te – brincou ele e eu sorri. (N.B: Tenho um mau pressentimento em relação a isto… )

-Está bem – disse e peguei nas minhas roupas espalhadas pelo quarto que se situava numa das casas já mobiladas para venda. Vesti-me e calcei-me, e saímos os dois.

-Agora, temos que ir buscar Elijah – falou Klaus, unindo as nossas mãos e voltando a beijar-me.

Eu gostava dos beijos dele, eu amava-o e ele fazia-me sentir única, amada e com ele eu não precisava de ser outra pessoa, porque ele era o único que realmente me conhecia.

Encontrámos Elijah no meio da floresta, à nossa espera, e depois disso retornámos a casa de Alaric, onde Katerina estava.

Klaus abriu a porta e eu deparei-me com Stefan e Katerina lá dentro.

-Klaus, estás de volta! – exclamou Katerina. – Olha só quem decidiu fazer uma visita.

-Continuas sempre a aparecer, não é? – perguntou Klaus, sorrindo para Stefan, mas aquele sorriso fez-me eriçar os cabelos da nuca.

-Preciso da tua ajuda, para o meu irmão – afirmou Stefan.

-Bem, seja o que for vai ter que esperar um pouco. Tenho um compromisso com o meu irmão e isso requer a minha atenção imediata.

Klaus saiu da sala, e algo dentro de mim disse para eu não o seguir, ou fazer nada porque algo de muito mau estava prestes a acontecer.

Elijah deu um passo na direção de Stefan.

-Entendes a importância de família, ou então não estarias aqui. O meu irmão prometeu que me iria reunir com a minha.

-E assim farei – disse Klaus que apareceu de repente por trás de mim e Elijah e cravou-lhe a adaga com cinzas do carvalho branco no coração de Elijah.

-Não! – gritei e Elijah gritou de dor. – Klaus, por favor!

Comecei a chorar e Katerina afastou-me de Klaus.

-Não, Elijah!

Stefan assistia a aquilo tudo, sem acreditar. Elijah acabou por cair no chão inerte, morto, mumificado e sem vida. Ajoelhei-me ao lado dele, a chorar.

Katerina escondeu-se e Stefan gritou de dor, e eu olhei imediatamente para ele. Klaus tinha-lhe enfiado uma estaca.

-Sentes isso? É a pressão contra o teu coração. O movimento mais simples e estás morto.

-Ele só está a tentar ajudar o irmão dele – interveio Katerina.

-As bruxas disseram que tu tens a cura. Faz um tratado comigo: dá-me a cura e eu faço tudo o que tu quiseres.

Klaus tirou-lhe a estaca e ele caiu no chão, agonizado com a dor. Moveu-se elegantemente até à bancada e despejou um pouco de sangue num copo.

-A questão é que eu não sei em que me podes ser útil da maneira que és agora. Tu és completamente… inútil.

Levantei-me e sentei-me no sofá, quase não me aguentando em pé. Eu deveria ter percebido o que esperar de Klaus, aquilo não deveria de me ter surpreendido. Há séculos que Klaus queria matar Elijah e não seria um acordo falado que o iria fazer mudar de ideias.

E eu? O que ele faria em relação a mim? Iria matar-me? Iria obrigar-me a ficar com ele? (N.B: Yeep, estava comprovado! Ele era um player.)

Ajoelhou-se ao lado de Stefan e proferiu:

-Ouvi falar de um vampiro, em Crazy Bloke, louco e sossegado, sempre instável ao longo das décadas. Quando ele estava louco, ele era magnificente. Em 1917 ele estava em Monterrey e destruiu uma vila inteira. Um verdadeiro estripador. Parece-te familiar?

Eu tinha conhecido Stefan no seu pior período de vida vampírica, e tinha sido no tempo que Klaus mencionava. Porém, pelo que sei, Klaus não sabia quase nada da minha estadia em Chicago, e era bom que assim se mantivesse.

Olhei para Stefan expectante, mas disse apenas:

-Não sou assim há muito tempo.

-Bem, esse é o vampiro com quem posso fazer o acordo, esse é o tipo de talento que posso usar quando sair desta cidade. Katerina, vem aqui.

Esticou a mão para ela, e Katerina cedeu-lha. Eu assistia a tudo, sem forças para agir, o meu medo por ele era tão grande que eu só queria fugir, mas sabia que não podia, que tinha que o enfrentar, mas que preferia não ser ali e naquele momento.

Os olhos dele ficaram amarelos e ele mordeu Katerina. Olhei para ele, chocada. O que tinha ele feito?!

-Não! Não, não!

Mordeu o pulso e colocou-o na boca de Katerina, que bebeu contrariada. Levantei-me, toda a tremer, para ver o que lhe aconteceria. Por incrível que pareça, a mordida cicatrizou.

-Queres a tua cura? Aqui está.

-O teu sangue é a cura – afirmou Stefan o que tínhamos acabado de assistir.

-Temos que amar a Mãe Natureza – brincou Klaus, mas eu não achei piada nenhuma. – Agora, vamos conversar, tu e eu.

Levou Stefan para a parte destinada á cozinha naquele T0.

-Temos que fugir – murmurei para Katerina.

-Não posso. Ele hipnotizou-me a ficar – disse ela, no mesmo tom de voz. – Eu se fosse a ti, fugiria e não pararia.

Olhei para Klaus, que parecia encantado por Stefan estar ali.

-Não posso. Apesar de tudo, preciso de saber algumas coisas – afirmei e o meu lado calculista veio ao de cima.

©AnaTheresaC