O casal ficou horas deitado na cama, conversando, trocando carícias e se divertindo. Até que a loira finalmente tomou a atitude.

“A gente pode levantar? Eu to cansada de ficar aqui no quarto”- disse olhando para o loiro.

“Ai não Quinn...”- resmungou.

“É sério! É muito chato olhar pra o teto direto!”- disse frustrada.

“O que a gente vai fazer fora dessa cama que não podemos fazer nela?”

“Andar”- ela disse com um tom óbvio.

“A gente pode andar nela”- ele disse levantando-se.

“Nem pense em caminhar na minha cama”- ela disse séria e, o namorado logo tratou de deitar-se. De repente, os latidos do pequeno Arthur foram escutados pelo casal.

“Viu Sam? Ele ta do meu lado, agora trata de vestir uma roupa e vamo sair dessas quatro paredes!”- ordenou e foi obedecida.

“Certo Sra. Mandona!”- ele disse vencido, levantando-se e indo procurar sua cueca pelo quarto.

Assim que saíram do quarto, foram recebidos pelo cãozinho que pulava freneticamente na perna dos dois.

“Vem cá amigão”- Sam disse pegando o cãozinho no colo e recebendo 4 lambidas no rosto.

“Parece que ele gostou de você”- disse a loira rindo da cena.

“É interessante ele gostar do novo papai dele”- falou rindo.

“E é por isso que eu te amo”- ela falou e logo tratou de beijar namorado. Mas o momento não durou muito pois o pequeno Arthur ficou latindo para o casal; é que ele não gostava que as pessoas demostrassem afeto para outra coisa ,pessoa ou animal que não fosse ele.

“Parece que tem alguém muito ciumento aqui!”- Sam disse acariciando a cabeça dele.

“Acho que alguém ta com fome!”- Quinn disse alterando a voz para uma mais aguda, semelhante a voz que todos fazem quando falam com animais e bebês, fazendo Sam rir.

Logo a loira voltou com um pote cheio de ração. Sam botou Arthur no chão e ele logo tratou de comer tudo.

“Quinn, o que você acha da gente pedir comida chinesa?” sugeriu o garoto.

“Eu topo, to com muita fome!”- ela disse e ele logo tratou de discar o número do restaurante que conhecia, e dentro de 15 minutos a comida chegou.

“Vamo assistir Identidade Paranormal?”- sugeriu a loira assustando a rapaz que se engasgou com o macarrão.

“Sério Quinn? Você sabe que esse é um filme de terror bem pesado né?”- ele disse tentando alertar a namorada sobre o que ela tinha dito.

“Eu sei, mas eu comprei ele a umas semanas e agora to com vontade de ver”

“Então por mim tudo bem”- ele disse e ela foi buscar o dvd.

Eles assistiram todo o filme juntos, e Quinn não deu nenhum piti de querer tirar o dvd no meio do filme.

“Viu? Agora nada mais me assusta”- ela disse orgulhosa.

“Parabéns” ele falou animado, mas ao ler a mensagem que recebeu de um amigo do escritório a sua expressão ficou séria.

“Sam, o que houve?”- ela perguntou espantada.

“Um amigo meu mandou uma mensagem”- ele disse ainda analisando o texto escrito.

“E o que tem essa mensagem?”- ela perguntou.

“Ele tava me ajudando a ver as fitas do dia que você caiu das escadas, você lembra disso né?- perguntou e a loira confirmou- bem, ele disse que terminou hoje e viu que você não caiu, quer dizer, caiu mas não por obra do destino e sim por obra de uma pessoa.”

“Quem foi então?”- ela perguntou aflita.

“Foi o Rafael que te empurrou.”- ele disse a loira ficou estática ao lado dele, não demostrou nenhuma emoção sequer, apenas ficou parada olhando pra o chão.

“Quinn, Quinn! Você ta bem?”- ele perguntou olhando para a loira.

“Não; então quer dizer que o Rafael tentou me matar?”- ela perguntou.

“Não sei, talvez tenha sido o bebê ou coisa do tipo. Mas eu vou à delegacia, mostro a fita e ele vai ficar preso até o julgamento.”- ele disse.

“Sam, me promete uma coisa- ela pediu e ele concordou – não se mete nessa história.”- ela disse chochando o rapaz.

“Como é? Quinn você tem noção que esse cara é um assassino foragido?”- ele perguntou.

“Sam, eu já perdi uma pessoa, não sei se aguento perder outra”- ela disse e finalmente demostrou alguma emoção, ela chorou e chorou.

“Quinn...”- ele disse a abraçando.

“Por favor, Sam, me promete!”- ela disse e o rapaz se viu em uma situação que sua única possibilidade de resposta era um Sim.

“Eu prometo Quinn, mas a queixa eu tenho que dar. No julgamento eu não vou ser o Advogado, eu vou ser o seu namorado. Mas a queixa eu realmente preciso fazer, eu preciso porque vou saber que minha parte, pra o Nathan eu fiz”- ele disse tentando controlar as lágrimas ao pronunciar o nome do filho.

“Tudo bem Sam”- ela disse o abraçando forte.

Sam foi pra casa, e no dia seguinte passou na casa do amigo, viu as fitas, pegou as que realmente o interessavam e foi em direção à delegacia, ele precisa fazer isso pra sentir o coração livre de qualquer culpa de não ter tentado ajudar a colocar um ponto final em toda essa tristeza. Depois de 2 horas, recebeu uma ligação de Finn.

–Sam?

–Finn?

–Cara que história é essa que você não vai participar da audiência do Rafael?!

–Eu sei cara, eu queria muito chegar lá e destruir aquele cara, mas a Quinn me pediu chorando pra não fazer isso, ela disse que já perdeu alguém e que não sabia se aguentaria perder outra pessoa.

–É verdade cara, a Quinn já sofreu muito. Mas e ai? Quem vai te ajudar? Você sabe que eu não posso já que só atuo na defesa.

–Eu falei com o John lá do escritório, ele tava me ajudando a ver as fitas e ele disse que acabaria com a raça daquele imbecil por mim.

–Ok; mas onde você tá? A Quinn ta aqui super preocupada.

–Você tá na minha casa?

–Sim, a Rachel disse que o desejo do dia era comer a comida da Quinn, e que se eu não trouxesse ela, o nosso bebê ia nascer com cara de torta de mirtilo; eu não quero que ele sofra bullying da Santana.

–Diz que eu to em casa.

–Ok ( Quinn ele ta em casa!) ( Valeu Finn, manda um beijo!).

–Você ouviu? Por que não tô nem afim de dizer isso.

–Relaxa cara, manda outro. Agora eu tenho que desligar, o John chegou e vou ajudar ele a apresentar o caso.

–Ok, eu aviso.

Sam sentou com John e apresentou toda a situação ao amigo. Ele mostrou os exames que ela fez quando estava no hospital, o atestado de que ela tinha perdido a memória, os outros exames que ela fez depois que Rafael surtou e espancou ela e até o atestado de óbito do pequeno Nathan.

“Cara, pelo que você me apresentou, esse cara vai pegar no mínimo uns 50 a 60 anos de prisão, e talvez em um caso extremo, pegue prisão perpétua.”- disse John guardando os papéis de xerox oferecidos por Sam.

“As vezes eu até gosto que a lei aqui nos EUA seja extremamente severa com assassinos.“

“Se você quiser eu posso lutar muito por uma pena de morte.”- John disse.

“Não, pena de morte não, esse canalha merece sofrer tudo que ele tem direito!”

[Algumas semanas depois]

Mais um almoço na casa de Santana, dessa vez era pra comemorar o aniversário de Brittany. Essa data mostrava que a um ano Sam e Quinn estavam juntos, a um ano eles votaram a acreditar no amor verdadeiro, que aguenta qualquer coisa. Quinn brincava com Claire e Brittany com Arthur, Sam trazia algumas coisas pesadas para ajudar Santana quando o telefone tocou, ao atender ouviu a voz do amigo John dizendo que Rafael havia sido preso, e pela quantidade de provas o julgamento dele seria feito dentro de um mês ou até menos.

“O que foi bocudo?”- perguntou Santana.

“Meu amigo, ele ligou pra avisar que prenderam o Rafael, e que o julgamento dele vai ser dentro de um mês.”

“Sério?”- ela perguntou reduzindo a voz.

“Pois é, não sei como falar pra Quinn”

“Não fala isso agora. Talvez amanhã, mas hoje não, ela tá muito feliz, e isso mesmo sendo uma boa notícia, vai mexer com ela”- aconselhou.

Depois que o parabéns foi devidamente batido e a festa acabou Sam foi deixar a namorada em casa, até pensou em contar a novidade, mas como disse sua amiga Santana, isso acabaria estragando o dia dela; então apenas deixou a namorada em casa, despediu-se com um beijo e tomou seu rumo. No dia seguinte, Quinn reagiu bem com a notícia, ficou mais calma e até feliz ao saber que aquele ser , sentiria a justiça.

[3 semanas depois]

Finalmente o julgamento aconteceria, Quinn e Sam chegaram ao tribunal cedo, Quinn tinha se preparado psicologicamente para depor contra Rafael, assim como a maioria dos amigos que conviveram com o rapaz Durante todo o julgamento, Quinn se manteve seca e apática aos olhares de Rafael, ele sabia o que tinha feito e sabia que agora não teria fuga do seu destino, a prisão!

Quando John a chamou para depor, ela sentiu suas pernas estremecerem ao ouvir seu nome ser chamado. Ela foi ao local específico e contou tudo o que sabia, algumas vezes não conseguiu evitar lágrimas que insistiam em descer e as deixa escorrer, mas mesmo assim, se manteve “calma” até onde pôde.

Assim que acabou seu depoimento, notou que uma integrante do júri tina seus olhos marejados, antes de voltar para o banco olhou para Rafael, e esse foi o único momento em que notou no olhar do rapaz um profundo arrependimento pelo que fez. Depois seus amigos foram depor e falaram tudo que sabiam também, Sam foi o único que não depôs a pedido de Quinn que insistiu em que ele não se metesse.

Depois de todos depoimentos contra e a favor de Rafael , o júri se reuniu sozinho no tribunal e chegaram a um veredito: CULPADO. Culpado por homicídio doloso ( em que há a intenção de matar), tentativa de homicídio, homicídio qualificado (planejado) agressão à mulher e tentativa de estupro; sua sentença foram 3 prisões perpétuas ( uma por cada crime relacionada à homicídio) e mais 15 anos pelos outros dois crimes , e todos sem direito a condicional. O motivo da quantidade da sentença é que caso ele fizesse serviços em pró da cadeia, sua penas seria reduzida, e sem direto a condicional, pois não poderia recorrer a um novo julgamento após alguns anos.

A sentença foi tranquilizante para o casal, mesmo que não trouxesse o pequeno Nathan de volta, traria uma sensação de dever cumprido aos pais.