–Ei, você está bem? Vou te levar pro médico ouviu?- Disse o homem, com aquela voz angelical que só me fez confirmar uma coisa: Sim, era ele, bem ali na minha frente. Bruno Mars. Eu não conseguia mover nenhum músculo e ele olhava fixamente em meus olhos.

Depois de um tempo desse jeito, finalmente consegui responder alguma coisa.

–Des...desculpa! Não precisa me levar no médico, eu...é só me levar pra casa, com ge..gelo melhora – Respondi gaguejando, repetindo palavras, enfim, não estava contendo o nervosismo.

–Beleza então –Sorriu, mostrando aquelas covinhas perfeitas- Vem, vou te ajudar a ir até o carro.

Eu estava mancando, então, coloquei o braço por trás do seu pescoço, e ele apoiou a mão na minha cintura. Eu estava quase enfartando, mas tinha que me controlar.

Sentei-me no banco do carona ao lado do motorista. Ele deu a volta na frente do carro e entrou.

–Desculpa, nem me apresentei, sou Bruno....

–Bruno Mars, eu sei quem você é, sei muito bem, eu sou Júlia. – Nesse momento eu comecei a pensar nele e o tal namoro. A raiva começou a reinar.

–Você é minha fã por acaso? –Perguntou dando partida no carro e sorrindo de lado

–Sou uma Hooligan desde os dezesseis anos – Disse olhando para frente

–Sério? Que estranho, você não me agarrou ainda –disse com tom surpreso e um sorrisinho safado no canto da boca.

–Acho que depois do que você fez com seus fãs eu não deveria te agarrar Bruno –Ele me olhou com os olhos arregalados. Aqueles lindos olhos castanhos, que me faziam arrepiar, e aquela carinha de confuso que...OK, FOCO JÚLIA, VOCÊ ESTÁ COM RAIVA DELE.

–O que? Como assim o que eu fiz?

–Você escondeu dos hooligans que estava com a Joyce.

–Aaaah é isso? Por que vocês ficam tão chateadas quando eu não conto algo? É só um namoro, nada de mais e...

–“É só um namoro” ??? Bruno, você não faz ideia da influência que tem sobre nós não é mesmo? Você sabe quantos fãs estão tristes por causa disso? Sabe, o problema não é a Joyce, o problema foi você esconder isso. Nós nos sentimos traídas, sei lá, é complicado de explicar.

–Onde é sua casa? –Perguntou mudando totalmente de assunto

–O que? –Respondi muito confusa. Eu acabei de falar dos sentimentos de hooligans do mundo todo e o que ele faz é perguntar onde é minha casa?

–Perguntei onde é sua casa, não sei o endereço.

–É naquela segunda rua ali – Disse apontando em direção a ela –Mas Bruno, você ouviu o que acabei de falar com você? Sobre o que os hooligans estão sentindo?

–Sim, mas o que quer que eu faça? Deixe de viver, de namorar, de casar, por causa dos meus fãs? Júlia, vocês pensam que as coisas são fáceis pra mim. Sabe, quando eu decidi dar uma nova chance a Joyce, escondi por medo disso, dessa revolta de todas as fãs contra nosso relacionamento. E respondendo a sua outra pergunta, não, eu não faço ideia da influência que tenho sobre vocês. –Nesse momento estávamos na minha rua, apontei a casa que era e ele foi estacionando.

–Na boa, eu não quero que você deixe de fazer suas escolhas Senhor Bruno Mars, o seu problema é achar que está sozinho, mas não está. Você tem milhões de pessoas que dependem de você. Fãs que dariam a vida por você, que apreciam você. Não queremos escolher com quem você fica ou deixa de ficar, só queremos que você nos respeite! Imagina uma pessoa que você ama, mais que tudo, esconder uma coisa de você? Sendo que mesmo depois de provas concretas que aquilo aconteceu, a pessoa não abre o jogo? Você se sentiria bem Bruno? Se põe no nosso lugar e veja se estamos errados em ter essa atitude. –Respondi saindo do carro e batendo a porta. Percebi que o Bruno ficou com uma cara de “Meu Deus, é verdade” enquanto eu saia.

Pois é, geralmente quando as pessoas encontram seus ídolos, abraçam, beijam, tiram fotos e pedem autógrafos, já eu, fui atropelada por ele e ainda brigamos. Por que essas coisas só acontecem comigo?