Era bem cedo. Eu caminhava normalmente, pelo mesmo caminho que usava todos os dias, que me levava à escola.

Estava com os meus cabelos escuros e lisos sobre os olhos enquanto pensava na mesma coisa que pensava todos os dias... Sobre como o mundo é podre e injusto. E sobre como isso nunca muda.

Mas não importa, não havia nada que eu pudesse fazer. Então eu apenas suspirei e segui o meu caminho.

No caminho, passei por um beco onde havia um garoto um pouco mais velho que eu ameaçando um garoto de cerca de 10 anos. Eu fiquei observando eles por um tempo, sem que eles me notassem. E então, o garoto mais velho deu um soco no rosto do mais novo...

Eu simplesmente larguei minha mochila no chão e fui até eles.

- Por que fez isso? – Eu perguntei, encarando o garoto.

- O que você quer, otário? Ele mereceu, eu só pedi umas moedas pra poder jogar no fliperama! – Disse ele, se aproximando de mim.

- É por causa de imbecis como você que esse mundo não presta ma-

E antes que eu pudesse terminar a frase, ele me acertou um soco forte perto da minha boca, o que me fez sangrar um pouco. Então eu fui pra cima dele, enquanto o ódio estava tomando conta de mim, e lhe devolvi um soco mais forte e, antes que eu pudesse perceber, ele se esquivou, o que me fez perder o equilíbrio e cair no chão.

E então ele riu e pisou em cima de mim. Em meio a confusão, o garotinho correu, assustado. Bom... pelo menos alguém se deu bem.

O garoto mais velho começou a me dar chutes fortes enquanto eu estava no chão, e depois de um tempo foi embora, dizendo que se eu entrasse de novo no caminho dele, ele me mandaria pro hospital.

Eu me levantei, ainda com bastante ódio, mas de certa forma feliz pelo garoto menor. Enquanto eu andava meio que mancando até a rua, reparei em um caderno preto jogado no chão do beco. E isso me fez sentir algo, como se eu tivesse que ir ver o que era. Eu peguei o caderno e pude ler o que estava escrito em sua capa: “Death Note”.