Capítulo 3 – Primeiro sintoma: Negação!

Hermione e Draco estavam sentados no enorme sofá da suíte presidencial que dividiam. A garota com a cabeça encostada no ombro do rapaz, que olhava para o nada e suspirava alto.

- Eu não acredito que a gente realmente fez isso. Como é que você me deixa beber até esse ponto e ainda aceita minhas ideias idiotas de bêbada, Draco? Que tipo de amigo você é? – Falava Hermione, totalmente nervosa e irritada consigo mesma. Draco que já estava acostumado com o clássico sintoma de negação que a amiga tinha todas as vezes que fazia algo errado não deu atenção às acusações que ela lhe fazia.

- Fica tranquila, Mione. Prometo que hoje mesmo vamos até o tal cartório em que nos casamos e vamos anular esse casamento. – Draco estava com uma dor de cabeça de matar, e digamos que o saco que tinha para conversas não estava dos melhores.

- Menos mal assim. Não sei como é que eu iria explicar para meus pais que eu me casei bêbada, com o meu melhor amigo e em Las Vegas? – Ela falou – Se bem que essa nem seria a pior das consequências pra mim. Explica-me, como é que eu vou pedir pra minha mãe me levar ao ginecologista assim tão do nada, quando eu voltar a Londres? O que eu vou falar? “Ah, mãe, eu e Draco chegamos bêbados no hotel e acabamos transando, nada demais, a gente nem se lembra do que aconteceu na verdade, mas eu preciso ir ao médico, sabe como é”. É lógico que eu não vou falar isso pra minha mãe! Pelo menos, não pretendo.

Draco concordou com a cabeça, lembrando-se do embaraçoso momento em que acordara naquela manhã, com uma dor de cabeça desgraçada e com Hermione deitada sobre seu peito, usando apenas uma calcinha rendada preta. As evidências e as camisinhas perdidas pelo chão não negavam o que havia acontecido.

- A gente pode esquecer esse pequeno detalhe. – Falou ele. Não gostava muito de pensar que a primeira vez de sua melhor amiga havia sido assim, do nada e com ela bêbada. Ele sabia que ela queria que fosse uma coisa especial.

- Claro que a gente pode. – Ela falou, corando. Draco riu levemente, e ela o encarou fazendo uma cara bem feia.

- Ah, qual é Mione. Pelo menos essa confusão toda rendeu uma boa recordação da viagem. Sem falar que agora eu sei que você beija mil vezes melhor que a Pansy... – Falou, arrancando uma gargalhada da garota.

- Se eu te falar que você beija bem melhor que o Rony, você vai contar pra ele? – Ela falou, baixo e envergonhada, fazendo o garoto gargalhar alto.

- Sério isso? – Perguntou e ela confirmou, sem olhá-lo – Uau. Bom saber disso... Fique tranquila, não vou contar pra ele. Diretamente, é claro. Por que eu pretendo postar no meu Twitter, e no Facebook também, sabe?

- Ai seu besta. – Ela falou, rindo e dando diversos tapas no braço do rapaz. Ele riu, tentando segurar as mãos dela para que ela parasse – Promete que independente do que tenha acontecido aqui nesse quarto, hoje durante a madrugada, nós vamos continuar a ser o Draco e a Hermione de sempre?

- Prometo pequena. Nada vai mudar nossa amizade, nem um casamento em Las Vegas enquanto estávamos bêbados. – Ele garantiu, sorrindo e a garota o abraçou.

- Te amo, Draco. – Ela falou com o rosto enterrado no peito dele – Acho que eu não poderia arrumar melhor amigo melhor que você.

- Também te amo, Mione. – Ele falou, enterrando a cabeça entre os cabelos da menina e a apertando com mais força. Ficaram assim por um tempo sem saber direito o que fazer – Agora me diz uma coisa, eu vou ter que dormir nesse sofá aqui ou tudo bem eu continuar dormindo na cama com você?

Hermione riu, fazendo Draco sorrir.

- Claro que você pode dormir comigo na cama. Quando estamos sóbrios temos o controle dos nossos atos então eu meio que duvido que a gente vá transar de novo. – Ela falou e ele concordou – Isso significa que você pode continuar me abraçando pra dormir, porque eu gosto.

Ele acenou positivamente.

- Sim senhora! – Ela riu – Então, o que vamos fazer agora?

- Hm, eu tava pensando em ficar por aqui mesmo. Durante o dia quase não tem nada de interessante pra se fazer aqui. Mas a noite a gente podia ir até aquele museu de cera né? – Falou com os olhos brilhando e Draco concordou.

- Vou tomar um banho. To me sentindo nojenta, não tomei banho desde que acordei. – Ele concordou.

Ela foi até o banheiro e encostou a porta. Alguns minutos depois Draco bateu na porta, olhando meio duvidoso para a garota que acabava de entrar no Box.

- Entra. Não tem nada que você não tenha visto mesmo... – Ela falou sorrindo e ele assentiu, entrando e sentando-se na borda da banheira vazia, evitando olhar para o Box onde a melhor amiga tomava seu banho.

- Eu tava pensando, a gente podia passar no cartório depois que saíssemos do museu né? Tentar anular logo esse casamento, afinal não queremos problemas com nossos pais né. – Ele falou e ela virou-se para ele, ainda meio com vergonha por estar totalmente sem roupa e no banho, com ele ali, mas logo se lembrou de que ele já havia a visto assim e que não precisava ter vergonha, pois ele era seu melhor amigo.

- Acho uma ótima ideia. Assim nos livramos logo do problema. – Falou, enquanto enxaguava os cabelos. Ele confirmou e continuou sentado ali, sem fazer nada. Logo a garota terminou o banho, saindo e enrolando-se em uma das muitas toalhas que haviam no banheiro.

- Acho que vou tomar meu banho agora. – Falou Draco, meio sem jeito enquanto tirava sua camiseta. A garota confirmou, e postou-se em frente a pia, pegando a escova de dentes e colocando a pasta. Draco constatou que ela não iria sair então terminou de tirar a roupa e entrou em baixo do chuveiro.

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- Cara, esse museu foi simplesmente demais. – Falava Hermione rindo, enquanto olhava as milhões de fotos que havia tirado com seu celular.

- É muito esquisito! Fiquei todo atento, vendo se aqueles bonecos não iam se mexer do nada, vir andando até mim. – Falou Draco, também rindo. Hermione concordou, enquanto eles começavam a caminhar. – Então, preparada pra se divorciar de mim? Digo, deve estar sofrendo muito por saber que não vai estar mais casada comigo, esse cara tão perfeito, educado, fofo...

Ela gargalhou alto, enquanto sentia Draco passar o braço por seu ombro, e passou a mão na cintura do rapaz. Apesar dos ocorridos na noite anterior, os dois continuavam amigos normalmente, como sempre foram.

- Eu sei que vai ser difícil, e que eu vou sofrer muito com esse divórcio tão inesperado, sabe? Mas eu me acostumo, tentarei não morrer sem você como meu marido, Draquinho. – O garoto riu ainda mais, enquanto eles caminhavam. Estavam perto da boate em que haviam ido ontem, então isso significava que estavam bem perto do cartório de placa amarela em que foram casados pelo cupido rosa.

Mais alguns minutos de caminhada e eles finalmente chegaram ao destino. Pararam e Draco suspirou, olhando a placa amarela luminosa.

- Então é isso. Preparada pra desfazer nossa burrada particular?

- Preparadíssima. – Falou, sorrindo. Soltaram-se e entraram, confiantes de que logo tudo aquilo estaria acabado. Ah, mas como estavam errados.

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- Como assim não podemos anular o casamento, seu moço? – Perguntou Hermione indignada.

- Não podendo minha querida. – O homem que hoje estava fantasiado de Elvis Presley procurava o pequeno documento que atestava que estavam casados em uma enorme pasta, enquanto os dois tentavam argumentar.

- É que o senhor não entendeu – Falou Draco, sorrindo descrente e tentando mais uma vez explicar a relação delicada ao homem – Eu e ela somos melhores amigos. Desde sempre! A gente nunca ia se casar! Aquilo foi resultado de muita bebida e umas ideias muito noiadas. Além do mais, acabamos de nos formar no ensino médio, ganhamos essa viagem de presente dos nossos pais por sermos extremamente responsáveis. Se eu voltar pra casa casado com a minha melhor amiga, cara... – Deu uma risadinha descrente e chegou mais perto, falando baixo e de forma engraçada olhando nos olhos do cara – Fudeu tudo.

O “Elvis” riu baixo do último comentário de Draco e, em circunstâncias normais Hermione também riria, mas estava tão preocupada com a noticia que o homem repetia que não tinha espaço para nada em sua cabeça.

- Problema seu, amigão. Deviam ter lido direito o contrato de casamento que temos aqui no cartório. – Ele estendeu o contrato para Draco, que leu as três únicas exigências.

Uma em destaque chamou a atenção do garoto. Estava lá, a última exigência em negrito: “O casal deverá permanecer casado por pelo menos um ano e meio. Caso peçam pela anulação antes do período determinado pelo Cartório das Andorinhas Azuis, terão que pagar uma multa de US$ 6500,00.”

Draco olhou indignado para o Elvis.

- Como é que você queria que nós lêssemos essa porcaria aqui bêbados, durante a madrugada meu amigo? Você cheirou? Andou se drogando camarada? – Perguntou Draco, se alterando.

- Cara, eu ainda pedi que vocês dois lessem esse contrato três vezes. Se estavam bêbados o problema é de vocês. Desculpe mas não posso fazer nada por vocês. Ou vocês permanecem o período determinado casados e felizes, ou pagam os seis mil e quinhentos dólares pra mim. Vocês quem sabem.

- Se eu tivesse o dinheiro aqui juro que eu pagava, mas adivinha? Eu não tenho dinheiro! Nenhum! Sou um vagabundo sustentado pelos meus pais que nem pra faculdade foi ainda.

- Então, como eu já disse, o problema é do senhor e da sua esposa. Agora, como não posso fazer mais nada por vocês, se me dão licença eu tenho outros casamentos para realizar. – E dizendo isso se retirou.

Draco se segurou para não gritar, indignado e totalmente raivoso. Como um cara tinha a capacidade de fazer isso? Não era meio óbvio que as pessoas que iam se casar ali durante a madrugada estavam fazendo loucuras e provavelmente estavam bêbadas? Mas que exigência absurda aquela.

Saiu de lá pisando forte, com Hermione logo atrás dele. A garota não se pronunciou desde que ele começara a discutir com o Elvis, e continuava muda até agora. Sua cabeça estava ocupada com as diversas maneiras de desculpas que poderia dar para os pais quando voltasse para Londres. De qualquer jeito, estaria ferrada.

Voltaram para o hotel em silêncio, sem saber direito o que fazer. Sem nenhuma palavra, deitaram-se para dormir.

- Eu vou falar com o tio Severo. – Falou Draco, após algum tempo – Ele é um dos melhores advogados de toda a Londres, ele vai conseguir dar um jeito nisso, tenho certeza.

- Eu espero que sim, Draco. Sinceramente espero que sim. – Mione disse, suspirando e virando-se para o lado, fechando os olhos e entregando-se ao sono logo em seguida.

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Um mês e meio depois...

Já fazia uma semana que os dois haviam voltado de viagem. Assim que entraram no avião de volta para Londres, Hermione tratou de esconder as alianças que ela e Draco usavam agora na bolsa, para que nenhuma suspeita fosse levantada, ainda. Eles tinham combinado que contariam para ambos os pais, Rony, Gina, Harry, Zambini, Luna e Neville, todos no mesmo dia, na casa dos Granger.

O dia que Hermione Granger, ou melhor, Granger Malfoy agora, vinha tentando adiar infelizmente veio rápido demais. Ela estava enfiada em seu quarto, olhando-se no espelho mais uma vez e preparando-se psicologicamente para o que iria enfrentar a seguir. Suspirou, ao ouvir as batidas na porta do quarto.

- Querida? – Jane falou, apenas com o rosto para dentro do quarto – Todos já estão lá em baixo. Estamos prontos para esse anúncio importante que você e Draco tem para dar.

A garota confirmou com a cabeça, sem nenhuma palavra e levantou-se, direcionando-se a porta e depois, descendo as escadas.

Chegou à sala dando de cara com todos. Rony tinha uma cara culpada e preocupada. Era óbvio que ele sabia que Gina havia mandado a foto para Mione e provavelmente devia estar pensando nas milhões de desculpas que contaria à garota.

Olhou apreensiva para Draco, depois para os pais e para os agora sogros. Respirou fundo e começou a falar, quando sentiu Draco chegar mais perto dela, que estava em pé encarando à todos.

- Antes de qualquer coisa eu quero pedir desculpas a vocês, mamãe e papai. Sei que fui uma irresponsável e depois dessa nunca mais vou beber. – Ela falou, e os pais arregalaram os olhos.

- Ah meu Deus você está grávida. – A mãe falou, boquiaberta e seu pai engasgou com o chá que bebericava, assim como Lucius, Rony, Harry, Zambini e Neville. As garotas arregalaram os olhos e se olharam surpresas. Narcisa olhou para Draco com cara de que ia matar um.

- Pensei que eu tinha falado que era pra tomar conta da Mione, Draco Black Malfoy! – Narcisa gritou e o pai já se levantava, roxo de raiva.

- NÃO, MÃE! Não, por Deus, eu não estou grávida. – Falou Hermione e seu pai adquiriu uma expressão aliviada e a mãe igualmente, assim como todos os outros na sala.

- Pois bem, menos mal assim. Então, o que foi? – Perguntou Narcisa. Draco e Hermione se entreolharam e a garota continuou a falar.

- Digamos que na primeira noite que passamos em Las Vegas, eu recebi uma foto da Gina que me deixou muito, mas muito mal. Afoguei minhas mágoas na bebida e em um momento de insanidade eu e Draco, que estava igualmente embriagado fomos até um cartório e nos casamos.

A sala caiu em completo silêncio. Gina olhava para os dois com cara de “eu sabia que vocês iam se pegar, só não esperava o casamento”. Harry dava risos maliciosos para Malfoy, assim como os outros garotos e Luna. Rony estava com o rosto da cor dos cabelos, provavelmente morto de raiva. Porém os pais de ambos estavam com sorrisos enormes e estranhos no rosto.

- EU SABIA! – Gritou Jane, mãe de Hermione, levantando-se e indo até os dois, abraçando-os de uma vez só – Eu falei, Narcisa. Era só uma pequena questão de tempo até esses dois resolverem juntar os trapos. Eu sabia que minha filha seria como eu, se casaria jovem.

- Vocês não sabem como fiquei feliz com essa noticia. – Falou Narcisa, aproximando-se deles e também os abraçando, mas um por um – Seremos uma família unida e feliz. Uma família de verdade, Jane! Tudo o que sempre sonhamos!

Jane sorria assim como Narcisa, olhando para os dois. Draco e Hermione estavam no mínimo assustados com a reação das mães. Logo os pais dos dois começaram a se cumprimentar e falar que agora sim estavam completos e felizes, com os filhos casados com as pessoas que sempre sonharam. Hello, será que alguém aí reparou que eles tinham apenas dezoito anos e que nem pra faculdade tinham ido ainda? Ou melhor, que eles tinham se casado bêbados em Las Vegas? Hermione pediu que todos se sentassem novamente, e então Draco começou a falar.

- Eu sinceramente não entendi todas as comemorações familiares e dos amigos, mas...

- EU TAMBÉM NÃO! – Gritou Rony, ainda vermelho.

- Ah cala a boca, Wesley, ninguém te chamou na conversa. – Falou Draco, irritado e Rony se calou, não por Draco ter mandado mas sim pela raiva ser tanta que nem o que falar ele tinha. – Voltando ao principal, não sei se vocês entenderam, mas eu e Hermione nos casamos bêbados, aos dezoito anos e nos Estados Unidos. Foi uma coisa totalmente não intencional e nós tentamos anular essa porcaria. – Falou e a mãe o olhou com reprovação pela palavra usada – Mas como nem tudo é perfeito, descobrimos que havia uma exigência no contrato do casamento que nós não lemos por estarmos muito embriagados, que dizia que deveríamos ficar casados por pelo menos um ano e meio, se não teríamos que pagar multa de seis mil e quinhentos dólares ao cartório. E é por isso que eu queria conversar com o tio Severo e ver se tem algo que possamos fazer para anular o casamento.

Os pais se olhara, compreendendo a situação e as mães se olharam com expressões tristes.

- Ele vai estar na cidade semana que vem, filho. – Falou Lucius – Ele estava na Austrália defendendo algum cliente importante mas já vai estar de volta. Falarei com ele e marcarei uma reunião entre vocês três. Tenho certeza que ele pode fazer alguma coisa, afinal ele é o melhor advogado de Londres.

Draco concordou e Hermione também. Os amigos começaram a cochichar, quando Wesley resolveu se levantar e caminhar a passos fortes na direção de Mione.

- Então é isso? Você volta de viagem, depois de um mês longe de mim e a primeira coisa que me conta é que está casada com o MALFOY? Você chega e conta que eu fui extremamente traído na frente da sua família e dos nossos amigos assim, naturalmente? – Ele falava com a raiva evidente na voz.

- Ou, pera. Que eu saiba estávamos dando um tempo. E isso não impediu você de beijar a Brown enquanto eu estava em Las Vegas com o Draco. E isso foi antes de eu me casar acidentalmente com ele. E nem adianta falar que você estava bêbado ou coisas assim porque a Gina estava com vocês dois na boate e viu. E o Harry também. E o resto da galera. Eles viram você ir xavecar a Lilá por vontade própria. Então era pra você imaginar que isso colocaria um ponto final na nossa relação, Ronald. Agora que esclarecemos tudo, será que você podia se retirar? Não to afim de ver sua cara assim tão cedo. – Hermione finalizou. Rony ficou vermelho e fez menção de se aproximar dela, mas Draco foi mais rápido e entrou no meio dos dois.

- Você tá surdinho, cabeça de cenoura? A Mione mandou sair. – Falou.

- E desde quando eu faço o que você manda em? – Perguntou para Draco, rudemente ainda tentando se aproximar de Mione.

- Desde quando eu casei com ela e agora sou marido dela, portanto eu tenho todo o direito de mandar você se mandar pra bem longe da minha mulher, não acha? Sem falar que agora ela não é mais solteira, muito menos sua namorada, então você deve um pouco de respeito a ela, não pode ir chegando perto assim, do nada. – Falou ele e Rony abriu a boca para responder, mas nada decente saiu dela. Todos os outros presentes na sala começaram a rir do que Malfoy havia falado e Rony saiu da casa totalmente irritado. Os gritos do garoto podiam ser ouvidos na casa mesmo com ele virando a esquina.

- Bom, avisos já dados, eu e a Gina vamos indo também. Estamos indo ao cinema então... Nos vemos amanhã? Podemos combinar algum programa para casais... – Provocou Harry, levando um tapa de Hermione e um olhar mortal de Malfoy, mas logo depois os dois começaram a rir junto com Harry. Nem Draco nem Hermione esperavam essa reação dos pais, muito menos dos amigos. Esperavam reações mais parecidas com a de Rony.

- Ok, combinaremos algo então. Blás, sinto lhe informar que você vai ser excluído dos programas por ser o solteirão de agora em diante. – Falou Hermione, enquanto Blás fazia careta e mostrava a língua, e Harry sorria, dando um beijo na testa da amiga e cumprimentando Draco com um aperto de mão.

- Cuida direito da minha amiga em, Malfoy. – Falou.

- Pode deixar, enquanto estivermos casados, o que espero que seja por pouco tempo, não vou deixar nenhum marmanjo chegar perto dela. – Sorriu, piscando e Harry e Gina gargalharam novamente.

- Quero ser madrinha do filho de vocês em! – Gritou Gina já da porta e Hermione mandou o dedo para ela, sendo repreendida pela mãe. Luna e Neville também estavam de saída. As aulas dos dois começariam mais cedo e eles já estavam se mudando para a Irlanda, cidade onde cursariam a faculdade. Blás também foi embora, sem motivo aparente, mas certamente ele iria se arrumar para mais uma das baladas que faziam a vida de solteiro dele agora.

Quando todos já haviam ido embora, Draco caiu sentado no sofá dos Granger exausto, e aliviado. Hermione sentou ao seu lado, apoiando a cabeça em seu ombro e suspirando, também aliviada.

- Muito bem, agora que todos foram podemos discutir os detalhes importantes aqui. – Falou Narcisa, sentando-se em uma poltrona de frente para os dois – Vocês já deixaram claro que querem se divorciar, sabe-se lá por que, já que vocês formam um casal muito lindo. Mas tudo bem, enquanto esse divórcio não sai, já que o processo é longo e nós nem sabemos se vocês de fato vão poder se divorciar antes de um ano e meio, vamos fazer as coisas direito.

Os dois se olharam, sem entender.

- Vocês sabem que eu e Lucius temos vários imóveis espalhados por Londres. Uma das mansões que possuímos fica perto da universidade de Oxford. Resolvemos dá-la de presente aos recém-casados! Nós pagaremos todas as contas, as compras e despesas relacionadas com a casa. Ela já está mobiliada e pronta para recebê-los. Iremos para lá hoje mesmo, e nem adianta argumentar, vocês já iriam sair de casa para morar juntos mesmo quando as aulas começassem, estamos apenas ajeitando melhor as coisas. – Narcisa fez uma pausa e os dois assentiram. Não havia porque ir contra, de qualquer jeito iriam dividir um quarto na republica da faculdade, se os pais de Draco estavam dando uma de suas mansões para eles, melhor ainda. – E a nossa segunda e última exigência: Enquanto estiverem casados vocês vão usar alianças e parecer um casal de verdade, pelo menos em público. Não queremos ter o trabalho de explicar aos nossos amigos que nossos filhos se casaram sem querer em Las Vegas. Muito mais fácil falar que se casaram por vontade própria e porque estavam apaixonados.

Os dois concordaram novamente. Não havia muito que fazer, certo? Os pais não haviam ficado bravos com eles, o que em si já era um grande prêmio, portanto fariam tudo o que eles quisessem a partir de agora.

- Pois bem, queridos, vamos arrumar as coisas de vocês, e leva-los para a nova casa! – Falou Jane, batendo palmas e indo até a escada. – Vêm filha, vamos arrumar suas roupas e o que mais você quiser levar.

Hermione sorriu para Draco, e se levantou, caminhando até as escadas e subindo com a mãe.

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- Gostaram mesmo da casa? – Perguntava Narcisa – Podemos mandar reformar, se vocês quiserem...

- Não, Narcisa. A casa está ótima, de verdade. – Falou Hermione, agradecida por constatar que teria uma casa limpa e equipada enquanto estivesse na faculdade, e não um quarto apertado e provavelmente bem bagunçado na república.

- Fico feliz. – Ela sorriu, e logo depois seu celular começou a tocar, ela atendeu, falando rápido e logo depois voltando-se para Jane, que era sócia de Narcisa no escritório de arquitetura que as duas tinham – Jane, querida, os clientes noruegueses chegaram. Vamos?

- Claro, vamos sim. – Falou, sorrindo – Passaremos aqui amanhã para ver como vocês estão.

E dizendo isso as duas se foram. Assim que a porta foi fechada, Hermione largou-se no confortável sofá da sua nova e enorme sala de estar.

- Não acredito que elas gostaram de ideia de nós dois casados. – Falou, enquanto olhava a aliança que fora colocada de volta em sua mão esquerda. Draco sentou ao seu lado, também brincando com sua aliança.

- Eu também não acredito. – Riu de leve – Eu esperava que meu pai me deserdasse, não que ele me desse parabéns e dissesse que foi a melhor decisão da minha vida.

- Pois é. – Ela falou, e logo ergueu o rosto, virando-se para Draco – Draco, agora que estamos vivendo como, hm, casados, temos que estabelecer algumas regras.

- Concordo. – Falou, esperando que a castanha continuasse.

- Se conseguirmos anular esse casamento o mais rápido possível, ótimo, continuaremos morando aqui como os bons amigos que sempre fomos, certo?

- Certo.

- Caso não consigamos anular o casamento, e tenhamos que ficar um ano e meio casados, nós vamos manter o casamento apenas de aparências. Afinal, não estamos casados pra valer, não é? Isso quer dizer que tanto eu como você teremos permissão para sair com pessoas diferentes e até namorar pessoas diferentes. – Concluiu.

- Concordo plenamente. – Falou ele, sorrindo – Mais alguma regra?

- Não... Ah, como a casa tem dez quartos, acho que não precisamos dormir no mesmo quarto né?

- Não precisamos não.

- Ótimo, então tudo estabelecido! – Falou sorrindo e Draco sorriu também – Fico feliz que tudo esteja resolvido.

- Eu também fico. Menos mal que nossos pais não tenham surtado totalmente. – Falou, aproximando-se de Mione e a abraçando. Ela enterrou o rosto na curva do pescoço dele. – Tá com fome, Mione?

A resposta foi um ronco no estomago da garota, seguida de uma risada.

- Vou pedir comida pra gente, já que isso foi um sim. – Respondeu ele rindo, enquanto levantava-se e ia até a enorme cozinha. Pegou o telefone e voltou-se para Hermione, que continuava na sala.

- Pode ser comida japonesa? – Perguntou, em dúvida.

- Mas claro que sim! Minha favorita, você sabe. – Sorriu. Ele sorriu de volta.

- Claro que sei, estava apenas confirmando.

Enquanto Draco fazia o pedido, Hermione foi até a sala de jantar e arrumou a mesa. Alguns minutos depois os pedidos chegaram. Eles jantaram juntos e logo depois se retiraram para seus novos quartos, indo arrumar tudo, tomar banho e com sorte dormirem o mais rápido possível.

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- Entra! – Hermione respondeu, ao ouvir as batidas fracas na porta de seu quarto. Draco entrou sorrindo no quarto, vestindo seu típico pijama: Calça de moletom cinza e nenhuma camiseta.

- E ai, ainda arrumando as coisas? – Perguntou.

- Infelizmente. – A castanha riu – Demorei um pouco demais no banho e pra completar tenho muita roupa pra guardar.

- Ah, você consegue. – Ele riu – Sorte a minha que não tenho roupas demais então guardei tudo rapidinho. – concluiu, sentando-se na cama de casal da garota.

- Ah, do jeito que te conheço deve ter guardado daquele jeito né Draco. – Falou, olhando desconfiada e ele fez cara de quem não entendeu, rindo e tentando fugir do assunto – Pode deixar que amanhã, quando eu acordar descansada e relaxada, eu vou arrumar seu guarda-roupa, como toda boa amiga.

Ele sorriu agradecido. Ficaram jogando conversa fora, enquanto Mione terminava a organização de seu armário. Quando terminou, já passavam das duas e meia da manhã. Sorte que ainda estavam de férias.

- Bom, vou indo deitar. Deixarei minha princesinha dormir. – Falou ele, levantando-se.

- Tudo bem, príncipe. – Falou ela, levantando-se do chão e caminhando até ele. Draco sorriu quando a menina pronunciou o apelido que deu a ele quando tinham uns dez anos. Fazia tempo que ela não o chamava assim.

- Boa noite, Mione. – Ele a abraçou, dando um beijo em sua testa.

- Boa noite, Draco. – Falou, beijando a bochecha dele. Draco saiu do quarto em seguida e ela jogou-se na cama, exausta.

Não passou nem meia hora desde que Draco saiu e Hermione não conseguia pregar os olhos. Sabe-se lá por que, a garota sempre estranhava lugares novos e tinha certo receio  de dormir sozinha. Rolou mais algumas vezes na cama, até que desistiu. Levantou-se, bufando. Pegou o celular e saiu do quarto, caminhando em direção ao quarto em frente ao seu, e entrando sem ao menos bater.

- Eu estava meio que contanto quanto tempo você ia demorar pra vir pro meu quarto. – Falou Draco, divertido enquanto deixava o livro que lia de lado, olhando para a amiga parada em frente a cama dele.

- Você sabe desse meu medo irracional de dormir em lugares desconhecidos sozinha. Por mais que eu vá morar aqui agora, ainda tenho medo. – Falou, justificando-se.

- Não precisa se explicar, Mione. Vem cá, vem. – Falou, batendo a mão no lado vago da cama. A garota não hesitou e logo estava deitada embaixo das cobertas quentinhas da cama de Draco.

- Estamos realmente parecendo um casal agora, reparou? – Falou o garoto, e Mione sorriu.

- Realmente, estamos dormindo na mesma cama, abraçados... – Falou, enquanto sentia o garoto passar os braços em volta da cintura dela e chegar mais perto. Sorriu com aquilo.

- Bom, agora que você já está aqui, acho que eu posso realmente dormir né?

- Tava esperando pra ver se eu vinha, pra depois ir dormir Draco? – Perguntou, incrédula.

- Claro né, bobinha. Sou um amigo exemplar. – Falou, cutucando o nariz dela. – Sei dos medos que você tem, eu não ia deixar você dormir lá sozinha. Se você não viesse, eu ia te buscar.

A garota sorriu, concordando e não disse nada. Olhou para ele com atenção, e mais uma vez se pegou pensando em como Draco era bonito. Bonito até demais.

Não reparou como nem quando, mas seus rostos se aproximaram quase que naturalmente, e logo os lábios dos dois estavam juntos e os olhos estavam fechados. O beijo que começou inocente logo foi ficando mais urgente e logo a camiseta de Hermione foi parar no chão.

Essa noite ia ser agitada, com certeza. E toda a história de “continuaremos amigos normalmente e queremos nos divorciar”, onde é que foi parar?