Imagine a seguinte cena: 4 meninas escovando os dentes, trocando de roupa, penteando o cabelo e se maquiando tudo ao mesmo tempo. Nós tínhamos que estar as quatro em estado de perfeição quando os meninos chegassem.

 Depois de algum tempo e muita correria, estávamos todas sentadas nos sofás da sala, chacoalhando a perna, checando o cabelo, conferindo as horas, até que não aguentamos mais e saímos lá fora.

 - Ai, não vai ficar muito tipo "Oi estamos desesperadas"? - Perguntou Sam.

 - Oooi, nós estamos desesperadas - Falou Thalia.

 - Ai, shiu Lia - Falei - Relaxa gente, eles sabem que somos Rushers certo? E quem sabe eles também não estão super desesperados?

 Não demorou muito e um carro preto desses bem grandes de 7 lugares passou correndo, então ouvimos uma brecada, e o carro logo reapareceu dando ré, agora tinha todos os vidros abaixados, eu pude ver Kendall no volante.

 - Hey meninas! - Chamou Logan.

 - Entrem,  - Disse Kendall sorrindo e parecendo bem mais controlado com o assunto do gorro.

 Logan foi para o banco de trás para que Andy fosse ao lado de Kendall, entramos no carro e todas sentamos do lado de seu respectivo "pretendente".

 - Nossa que sorte que vocês estavam aí na frente. - Disse Kendall.

 - Por que? - Brinquei. Thalia tinha começado a dar risada.

 - Porque o Carlos imbecil não ageitou o GPS direito, agente se perdeu num matagal estranho aí, e demorou um tempo até encontrarmos civilazação de novo. - Disse James.

 - Ah a culpa não foi minha, essa mulher do GPS que é louca, eu não ageuntava mais "Virar a esquerda" - Carlos disse imitando a voz da narradora do GPS. Nos caímos na risada.

 - Mas agente só achou a rua por pura sorte também. - Falou Logan.

 - Ai meu Deus viu. - Thalia bateu na testa rindo.

 Alguns minutos depois, facilmente econtramos um McDonald's com um espaço legal com Andy dizendo a Kendall o caminho.

 Escolhemos uma mesa bem discreta e afastada para que os meninos não chamassem a atenção. Uma das partes mais engraçadas foi ir pegar o lanche. Os meninos estavam propositalmente todos de jaquetas, eles subiam o zíper até o último, colocavam boné e óculos e iam somente um de cada vez pegar o lanche. James foi o primeiro, nós estávamos sentados do lado de fora, quando ele entrou na lanchonete pudemos ouvir uma mulher gritar: "corram.. assalto". A vantagem era que todas as meninas que possivelmente reconheceriam eles, evitavam olhar muito e saiam de perto.

 E enquanto estávamos lá fora, por ser um local mais reservado os meninos podiam agir naturalmente, o que significa...

 - GUERRA DE BATATA FRITAAAAA - Kendall atirava muitas delas em Lia. Todos nós começamos a fazer guerra, menos Thalia, ela só ficava esperando as batatas caírem perto dela pra ela comer.

 Depois da 3ª vez em que o gerente veio olhar torto para nossa cara e que acidetalmente uma batata frita acertou uma adolescente que... Bom digamos que ela tinha uma tatuagem escrita "James David Maslow". Depois de pagarmos a garota para ficar calada, percebos que nosso plano de ser discreto estava falhando, Andy foi comprar mais bata frita, agora para comer, e nós ficamos em silêncio um pouco. Aí eu resolvi puxar assunto.

 - Mas, então meninos... Quanto tempo vocês vão ficar aqui no Brasil?

 Eles suspiraram, Kendall passou a mão no rosto e Logan deu um meio sorriso triste.

 - Bom, agente tem um show hoje a noite no rio e... - Começou Carlos.

 - A gente vai embora amanhã. - Disse James olhando pra baixo enquanto cutuacava o ketchup com a batata frita.

 - Como assim? - Disse Thalia olhando para Logan.

 - Pois é. - Ele suspirou - Não tem nada que nós possamos fazer, mas podem ter certeza que sentiremos saudades. Agora vocês podem entender porque qualquer famoso evita se relacionar com fãs.

 Naquele momento senti uma lágrima escapar e a sequei mas não rapidamente mas não a tempo, Sam teve que abrir a boca.

 - Calma Gabie, não chore.

 A fuzilei com o olhar, pedi licença e me levantei da mesa, Carlos veio atrás de mim. Eu queria ficar sozinha para chorar, mas ao mesmo tempo eu gostei de saber que talvez ele estivesse se preocupando comigo. Sentei-me me em uma mesa afastada da nossa, ele puxou a outra cadeira para o meu lado e sentou-se.

 - Gabie, não fique chateada.

 - Carlos, desculpa mas eu acho que você não pode entender.

 - Tente, quem sabe eu entenda.

 - Olha, você... Você não tem noção, eu, eu me sinto ridícula falando isso assim aqui pra você, você vai até querer sair correndo, porque se fosse comigo, eu o faria. Mas é que mesmo antes de te conhecer sabe, amor de fã é uma coisa muito além do normal. E... Eu sempre sonhei.. ai eu sou idiota, me ignora. Volta lá pra mesa, você não tem que ficar aqui comigo.

 - Hey, hey, hey. Eu te entendo tá legal... É mesmo muito difícil resistir assim a esse meu charme extraordinário - Disse ele. Eu olhei pra ele e tive que rir, ele riu também, abaixei a cabeça e ele a levantou me segurando pelo queixo. - Relaxa, se você acha ruim se apaixonar por alguém que você nem conhece direito, só sabe o que ouve falar, só vê o que aparece na internet, mas mesmo assim alguém que você tenta acompanhar cada passo, imagine só que loucura, se apaixonar por uma doida que invade seu quarto de hotel e sai carregando a melhor amiga dando piti? - Ele sorriu. Eu estava em choque.

 Então de leve ele puxou meu queixo para mais perto e me beijou. Tantas sensações me pegaram desprevinidas, borboletas no estômago, frio na barriga, mãos geladas e suando, coração batendo rápido e descompassado. Eu sentia aquele perfume suave e o sabor doce dos lábios de Carlos, ele começou a se afastar mas eu queria mais, eu precisava de mais, eu sentia como se não pudesse viver sem ele, sem aquela sensação..

 - Ah, me desculpa - Disse ele.

 - Você não precisa se desculpar. - Eu o beijei novamente - Agora nós estamos quites. - Ele sorriu.

 Sorri de volta, ele levantou e me puxou pela mão até a mesa do pessoal, eles já estavam ajeitando as coisas, os meninos teriam de ir para o Rio, então fomos embora.