Quase não dormi naquela noite, estava submersa em pensamentos que foi uma surpresa ver que estava na hora de tomar banho

Tomei um banho demorado e me arrumei sem pressa.

-Hermione!Eu falei com você! – Gina me chama

-O que? – olho pra ela – desculpa, não ouvi

-Você esta muito pensativa hoje, o que foi? – ela ri

-Nada, só estou indecisa do que acreditar, eu amo o Rony ou o Draco? – disse me jogando na cama – estou confusa

-Não posso te ajudar

-Por quê? – me levanto em um pulo

-Você tem que seguir seu coração, não da pra eu te ajudar

-Gina! Por favor... – comecei a falar

Ouvi uma tímida batida da porta e bufando a abri, olhei em volta, mas não achei ninguém, até que percebi um embrulho vermelho no chão

Sorri entusiasmada e peguei do chão, depois sentei na cama com o embrulho no colo, nele tinha uma carta, somente pela caligrafia já sabia de quem era e fiquei muito feliz

Oi Hermione, eu ia esperar pra te dar esse presente no seu aniversario, mas acho que é melhor agora, meu pai achou esse livro trouxa no trabalho, acho que você vai gostar, ele parece ser bem famoso e um clássico, você deve conhecer, se chama “Romeu e Julieta”, desculpe por ter sido um idiota por você ter ido com o Krum pro baile

Rony

-Não acredito! – disse desembrulhando o presente

-O que foi? – Gina pergunta – de quem é o presente?

-Do Rony – disse animada, peguei o livro e o abracei contra o peito – é um exemplar de Romeu e Julieta, você não tem idéia do quanto esse livro trouxa é famoso, é o livro romântico mais lido do mundo inteiro!

-Nossa quanta animação – ela riu

-Ai to muito feliz, ele não é um fofo?

-Que nojo! Ele é meu irmão!

Dei uma risada

-Bom, mas vamos logo – ela riu um pouco – ou podemos nos atrasar

-ta bem – bufei – não vou arriscar chegar atrasada

***

Dou outra gargalhada gostosa, os gêmeos estavam me fazendo rir muito hoje durante o espaço entre uma aula e outra

-É verdade, nossa loja vai ser um sucesso Hermione! – Fred diz animado

-Nós vamos ser ricos! – os dois dizem juntos

-Chega de algazarra turma! – Sra McGonagall diz entrando sala á dentro – vai começar a aula, bom... Srta Granger

Sento-me melhor na cadeira em sinal de mais atenção

-Quero que me faça um favor

Levanto-me e fico de frente a professora

-Quero que leve isso a Sra Trelawney – ela me da um livro grosso e vermelho

Simplesmente paralisei ao ouvir esse nome, não gostava nem um pouco dessa professora e muito pior ainda essa materia, era advinhação demais pra mim, que materia era essa que nem os livros ajudavam?

A Sra McGonagall deveria saber, mesmo assim fez, e é claro que eu não podia recusar o favor

Bufei e saí pra sala onde a Trelawney estava dando aula

Cheguei cerca de 7 minutos depois, mas antes que eu entra se na sala ela ja estva saindo, e não parecu nenhum pouco surpresa me vendo.

Não dei chance de ela dizer que era uma das suas advinhações, não queria ouvir isso e disse:

-A Sra Mcgonagall me pediu para vir trazer esse livro – dei a ela o livro – bom, preciso ir para não perder mais da aula do que ja perdi

-Não!Preciso que... – ela me puxou pelo ombro

Senti um arrepio percorrendo meu corpo e e eu fechei os olhos com medo daquela sensação estranha

-Não vai demorar muito. O bem e o mal se chocarão violentamente, o bem esta em desvantagem, cuidado Lady!

Não precisei nem me virar para a professora para saber o que se tratava, aquela voz grossa e rouca caia perfeitamente na descrição de Harry, quando a Trelawney fez a professia no ano anterior

-Bom querida – ela diz com a voz normal – diga a Minerva que devolverei logo

-Claro – digo tão baixo que na verdade eu nem disse nada, apenas mexi os lábios de tanto susto que eu sentia – vou dizer a ela – dio com voz mais audivel

Saí de paços firmes e rápidos dali, estava tremendamente assustada com aquela previsão, o que ela queria dizer? Com “O bem e o mal se chocaram?”, e por que “O bem esta em desvantagem”?

Dava paços cada vez mais rapidos e não olhei pra nada nem ninguém, até que eu choquei furiosamente com alguém e acebei caindo

O “alguém” me ofereceu uma mão e eu logo reconheci

-Oi Draco – sorri e pulei nele em um abraço

-O que foi Hermione? – ele pergunta preocupado

-Eu... Bom não da pra dizer agora... – me afasto dele recuperando o folego – não é nada, aonde esta indo?

-Pra aula de Advinhação, estou atrasado – Draco não pareceu acreditar em mim, apenas deixou a frase no ar por que eu não queria falar sobre o assunto

-Ah... – sorri – te vejo outra hora

Ele saiu andando apressadamente e eu fui em caminho a minha aula

“Não seja boba Hermione, ela é uma charlatã e quer te impressionar” pensei “esqueça isso completamente”

***

Era quase 17 h da tarde e eu voltava pro meu quarto depois de uma tarde longa conversando com Vitor na biblioteca. Caminhava por um dos corredores quando comecei a ouvir vozes vindas de uma sala vazia, pensei em ignorar, até ouvir o meu nome na conversa

-Não acredito que você conseguiu pegar a sangue-ruim – ouvi uma gargalhada – a Granger deve estar suspirando por você agora!

Demorei um pouco para processar o que tinha ouvido e quem estava dizendo, era o Zabini, melhor amigo de Draco

-é você cumpriu a aposta, pegar a Granger – outra gargalha do Zabini – diz aí! Ela beija bem?

-muito bem – ouço a voz de Draco – mas escuta Zabini é que...

-Fala, ela disse que ama você? – outra gargalhada – como ela é ingênua, essa sangue-ruim só podia ser amiga do cicatriz! E achar que pode ficar com um Malfoy sem não ter nada por trás, quero ver a cara que o ruivo vai fazer quando souber de vocês

-Escuta caramba! É que...

Nem pensei direito, abri a porta de supetão e disse em alto tom

-Eu devia saber, acabou Malfoy!

Saí a paços largos dali, não queria ouvir as explicações dele

Como fui tola, ele estava comigo por uma aposta, como eu a garota mais inteligente de Hogwarts fui me apaixonar por esse cafajeste? Burra!Burra!Não pude evitar as lagrimas que rolaram frias no meu rosto, ma não queria que ele me visse assim, não podia o deixar sentir o gosto da vitoria

Nem percebi que estava indo até “a nossa arvore” até me ver sentada de baixo nela, chorando amargamente. Logo percebi Malfoy vindo até mim, enxuguei rápido minhas lagrimas e me pus de pé pronta para encará-lo

-Hermione, me escuta, por favor... – ele começou

-Granger pra você! – o interrompi puxando minha varinha e apontando pra ele – sai daqui Malfoy, agora! Ou eu juro que vou matá-lo, mesmo que eu vá pra...

-Me escuta! – ele me interrompeu – ta bem foi sim uma aposta, mas...

-cala boca filhote de comensal! – berrei apertando minha varinha contra o peito dele – não quero falar com você, vai embora! Daqui em diante vai ser exatamente como era antes, não vamos ser amigos, apenas inimigos e nada mais que isso, vai ser exatamente igual, vai me xingar e me humilhar o quanto quiser, não me importo, mais juro que se tentar alguma coisa eu mato você!

-Deixa eu me explicar, Hermione...

O tapiei, deixando bem marcado minhas mãos no rosto pálido e perfeito dele

-Não tem o direito de me chamar de Hermione.

Corri floresta adentro não me importava nem um pouco se o local era proibido, no momento, só queria ficar sozinha, longe dele e de todos, precisava colocar minha mente em ordem

Sentei debaixo de uma arvore e me derrubei em lagrimas.

-NÃO! – gritei o mais alto com todo o fôlego que meus pulmões tinham, mas nada saiu da minha boca, em seu lugar o local pareceu estremecer sombriamente, o tempo se fechou em nuvens escuras, o vento estava forte e chicoteava meu rosto, mas nem me mexi, não ligava pra dor externa, a interna era bem pior

De repente eu começava a me sentir melhor, aquele “grito” parecia ter expressado tudo e minhas lagrimas pareciam ter cessado, deixando só as lembras com a solidão, havia perdido naquela tarde um grande amor, mesmo que meu tempo com ele tenha durado tão pouco tempo o que eu sentia supria o amor de uma vida.

Embora meu coração ainda o amasse eu teria de acostumar a o ver apenas como o Malfoy. No entanto, algo dentro de mim dizia que era só o começo.