She Is escrita por Haruhi Fujioka


Capítulo 1
Capítulo 1




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She is the girl, she is the one.

   

noite ainda estava quente como antes e, ao sair para a varanda, viu incontáveis estrelas sobre sua cabeça. Desiguais: Algumas, sendo tão claras; outras, meros pontinhos insignificantes de fraca luz branca. E as nuvens, cinzentas, se destacavam no céu preto, deslizando de forma a fazê-la cambalear.

A lua fora então descoberta, chamando para si a atenção da moça com o seu brilho prateado e desinibido, pomposa - mas por poucos instantes - logo outra nuvem veio para lhe cobrir a beleza exibida.

De ruído, apenas o da grama esmagada sob os pés de alguém no jardim.

Abaixou o rosto, afinando os orbes. Viu o rapaz caminhar apressado, cruzando o gramado e por fim diminuindo o passo, se encaminhando ao portão da Pousada. Havia ali um segundo a esperá-lo, tão pequeno e feínho, parecendo um monstrinho cabeçudo. Inconfundível.

Eles se cumprimentaram, trocando sorrisos. Porém, o sorriso do menor foi desaparecendo lentamente quando ergueu os olhos para o amigo e viu atrás deste, sobre a sacada, ela.

Em silêncio, ela apenas se debruçou no parapeito com os braços cruzados e viu os ombros do noivo subirem e descerem com um suspiro. Ele se virou para encará-la, abrindo um pequeno sorriso. Falso. E acenou.

- Eu vou sair com o Manta... – Ele disse, umedecendo os lábios com a ponta da língua e rapidamente acrescentando. – Tudo bem pra você?

- Não estava cansado? – Retrucou de maneira ríspida, e endireitou-se. – Faça como quiser... Mas sua rotina amanhã continuará a mesma.

E novamente um suspiro, por parte do rapaz. Ele desviou os olhos para o amigo, torcendo sutilmente os lábios e encolhendo os ombros. O menorzinho, por sua vez, ergueu as mãos. Abanou-as, dizendo “tudo bem”, e sorriu para o shaman:

- Amanhã nos vemos no colégio.

- ‘Tá bem... – Respondeu o outro docilmente.

- E vê se não se atrasa! – Aconselhou, franzindo o cenho.

O maior riu e assentiu com a cabeça.

- 'Tá bem. – Repetiu, acenando para o amiguinho e girando os calcanhares para fazer o caminho de volta à Pousada.

Ela o acompanhou com o olhar.

Bruxa”.

Ergueu então rapidamente os orbes em direção ao pequenino, quem a fitava, e ao se ver encarado, desviou rapidamente o olhar.

- O que foi que disse? – Perguntou alto o suficiente para que ouvisse.   Manta se sobressaltou de leve, arregalando os olhos.

- O que?!

Silêncio. Este que se estendeu durante todo o tempo que o menor permaneceu estático ali, durante todo o tempo que levou Yoh à entrar em casa. Anna já não mais olhava para a entrada da Pousada, encarava as próprias mãos que haviam sido – instintivamente – colocadas de volta sobre o parapeito, buscando por apoio.

Quando abriu a porta do quarto, o shaman - que já tinha a boca aberta pronto para despejar seus motivos para se livrar do treino no dia seguinte - parou.

Anna permaneceu quieta, correndo os olhos de um lado ao outro dentro do pequeno espaço entre suas mãos. Não era desespero, não em absoluto. Se acontecesse de novo? Acontecesse de sentir, novamente, aquele tormento, de se sentir fraca, incapaz de pensar de maneira coesa? As vozes inundando sua mente, abafando seus pensamentos e a deixando louca...

A repetição daquele fato. Bastava pensar nele para se sentir sufocada. Era apenas uma memória – e era desta que sentia medo.

- Anna?

Anna se sobressaltou ao ouvir a voz do noivo tão próxima de si que ao se virar – tão abruptamente – fez com que ele recuasse alguns passos.

- Que foi? – Perguntou com a voz arrastada, levemente preocupada.

- Não é nada. – Sussurrou, desviando os olhos para o chão.

- Nada mesmo? – Insistiu, cobrindo um passo da distância.

Negou novamente, desta vez com a cabeça. Não tinha sentido importuná-lo com algo que, muito possivelmente, não passava de uma impressão sua. Voltou a erguer o rosto.

- Não é nada, já disse.

O shaman soltou um suspiro.

- Anna, eu...

- Eu estou cansada, Yoh. – Cortou. – E com dor de cabeça.

Yoh mordeu o lábio inferior, apressando-se.

- Quer que eu faça alguma coisa para você? – Outro passo em direção à ela.

- Não quero.

Ele abriu a boca, franzindo de leve o cenho, pronto para dizer algo. Inspirou o ar para dentro dos pulmões como se fosse fazê-lo, mas não; Fechou a boca e assentiu com a cabeça, girando os calcanhares e dando as costas para a noiva.

- ‘Ta bem. – Disse, encolhendo os ombros.

Enfiou as mãos dentro dos bolsos e deixou o quarto.

Ela o acompanhou com o olhar - até que fechasse a porta –, e depois disso deixou que este corresse o cômodo.

Não queria, e não iria perder mais nem um segundo com aquilo.


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Notas finais do capítulo

Resolvi dar uma segunda chance à essa fic, por isso pedi pra Kiira betá-la. ): Ainda acho que as descrições estão meio fail, mas né... Espero que nos capítulos seguintes melhorem.



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