A Marca De Atena escrita por rivaille


Capítulo 30
A guerra final - Parte 1/3


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais.



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ANNABETH


Assim que a porta se abriu, o sentimento de preocupação e desespero desapareceu.

– Quíron! – Corri para abraçá-lo.

Eu estava ficando preocupada com o fato dele não ter chegado, mas agora me sentia aliviada. Mais do que aliviada, esperançosa, afinal, Quíron trouxera consigo centenas de semideuses e outros seres, como Luke, os semideuses novos, Grover e Juníper. Do seu lado havia uma loba enorme, imagino ser Lupa, e atrás dela também tinha uma fileira de pessoas.

– Annabeth, minha querida! Que bom te ver, sã e salva. – Quíron disse. – Sabia que conseguiria. Afinal, você é a minha campista mais inteligente.

– Obrigada. – Sorri para ele. – Por que demorou?

– Eu vou explicar isso agora. Temos um problema, Annabeth.

– E quando não temos?

– Isso é um pouco consolador. – Ele deu um meio sorriso.

Percy apareceu logo depois, acompanhado de Hazel, Frank e Íris. Os semideuses nos cumprimentavam e nos davam parabéns, impressionados com nosso desempenho na missão. Íris mandou uma mensagem para Héstia, que nos forneceu comida. Héstia disse que estava orgulhosa de nós, porém pediu para que nunca mais puséssemos fogo em Roma. Na verdade, esse recado foi dado diretamente para mim, mas eu deixei para lá.

Enquanto almoçávamos, Quíron aproveitou para passar seu anúncio.

– Semideuses, eu tenho uma noticia muito importante. E infelizmente, nada boa. Como veem, era pra termos chegado muito tempo atrás, porém, Rachel teve uma visão. E a mensagem que sua visão transmitiu foi: A batalha terá um prazo de validade.

Murmúrios de incompreensão encheram a sala. Quíron ergueu as mãos.

– Vocês devem estar se perguntando o que eu quis dizer, e eu estou tentando explicar. O que eu quero dizer é para vocês se prepararem o máximo possível, pois Gaia está se fortalecendo. Boatos diziam que a deusa Hécate estava lutando por sua causa, mas essa não é a verdade. Hécate fora sequestrada e está sendo usada para o despertar de Gaia. Sua missão só estará completa caso nós não consigamos derrotar seu exército, e então, Hécate conseguirá invocar seu maior poder. Porém, temos certo tempo para terminar isto, que será o por do sol de hoje. Nesse período, o período em que geralmente acordamos, será quando Hécate finalmente poderá usar todas as suas forças caso não consigamos detê-la, e Gaia despertará por completo. Sendo assim, se não derrotarmos todo o exército de Gaia até o por do sol de amanha, não terá mais sentido lutar. Gaia irá despertar e não dará piedade a ninguém, e depois disso, nem a morte será segura.

Silêncio absoluto. As pessoas lançavam olhares umas para as outras, com desespero evidente em seu olhar. Todos sabiam que teríamos que partir logo, mas... Não assim. Principalmente para mim e para os outros seis da profecia. Fizemos tudo correndo. E, pelo tom de Quíron, iríamos continuar correndo.

Olhei para Percy, que encolheu os ombros em um gesto de “fazer o que”. Suspirei baixinho e tentei absorver a mensagem. Afinal, não tínhamos mais tempo.

– O que faremos? – Perguntou uma semideusa.

– Arrumem suas coisas. Preparem-se para guerra. E façam isso rápido, pois partiremos agora.

– Agora!? – Exclamou Leo.

– Sim, Leo. Tem algum compromisso mais interessante? – Disse Reyna.

– Não, mas...

– Então, arrumem tudo. Antes de qualquer coisa, Reyna, você sabe onde estão as caçadoras de Ártemis? – Perguntou Quíron.

– Não sei. Elas não apareceram mais. Minha irmã e algumas de suas amazonas foram em busca delas, mas ninguém encontrou nada.

– Isso pode ser um problema. As caçadoras poderiam ajudar muito.

– Elas ainda podem aparecer, Quíron. – Falei.

– Também acho. Thalia é muito teimosa, mas não perde uma briga. – Disse Luke.

Quíron não pareceu muito convencido, mas assentiu. Os semideuses arrumavam suas armas e armaduras. Alguns confiantes, outros a quase um passo de desistir. Era triste de se ver. Quantas pessoas perderíamos? Por que tudo tinha que ser tão difícil?

Quíron e Lupa organizaram duas filas, uma de romanos e outra de gregos. Na frente da fila de Lupa estavam Jason, Frank, Hazel e Reyna. Quanto a nossa estavam Percy, eu, Leo, Piper e Luke. Clarisse estava mais para trás, reclamando.

Seguimos em frente, a caminho de um lugar que eu já conhecia: O Partenon. Reyna e Clarisse acreditavam que lá era base dos monstros. Gaia não queria que eles fossem para o Olimpo original ainda, porque ela mesma iria destruir, então escolheu esse monumento para representar seu exército. E quanto mais nós chegávamos perto, menos duvidas se tinha sobre isso: O chão tremia de uma forma inexplicável. Gaia devia estar avisando a nossa chegada.

O tempo também parecia péssimo. Nuvens enormes cobriam o céu, tornando impossível enxergar qualquer possibilidade de sol. Ventos gelados passavam por nossos rostos. Não haviam pessoas nas ruas. Parece que tudo estava preparado para batalha.

E então, eu vi.

Será que nosso exército seria tão grande quanto aquele? O exército que ali pairava era enorme. Haviam pássaros canibais no céu, pronto para o ataque. De longe, eu conseguia enxergar Medusa, com seus cabelos de cobra. Ciclopes imensos. Quimera. E o monstro mais terrível de todos para mim: Aracne. Eles estavam posicionados cada um em cada barra. Atrás era possível ver o resto dos monstros, mas não tanto quanto os que rodeavam aquele lugar.

Quíron e Lupa se viraram para nós.

– Heróis. Tomem cuidado. Primeiro, temos que deter Medusa. Com ela, será impossível vencer.

– Como faremos isso? – Perguntei. Os monstros do outro lado começaram a grunhir, ansiosos.

– Não sei, Annabeth. Mas inicialmente, teremos que lutar... Cegos.

– Quíron, isso é impossível! – Disse Percy.

– Percy, nada é impossível. Se fosse, não estaríamos aqui, certo? Enfim, semideuses, é a hora de provarem seu valor. É a nossa vida em jogo, nosso mundo. E nós vamos salvá-lo.

– De acordo. – Disse Jason. – AO OLIMPO!

– AO OLIMPO! – Gritamos todos, tanto na fila de Lupa quanto na de Quíron. Raios atravessaram o céu, tornando alguns dos pássaros em cinzas. Com isso, corremos para os monstros que nos atacavam.

Os monstros também gritaram, erguendo suas armas. Pude ouvir um barulho de petrificação atrás de mim, mas temi olhar para trás. Mais criaturas surgiam dos céus, como os monstros dos ventos. Quíron trouxera algumas ninfas que poderiam lutar contra, mas não sei se seria o suficiente.

Quando enfim alcançamos a batalha, foi como se tivéssemos nos chocado contra eles. Os barulhos das espadas, monstros virando pó e semideuses sendo lançados. Lutei contra um ciclope, enquanto me virei rapidamente a procura de Percy.

Ele e Jason tentavam combater a Quimera. Leo estava no céu, em sua forma de fogo. Era incrível o que ele podia fazer. Piper estava lutando contra dracaenas, com a corrente. Habilidades desconhecidas das filhas de Afrodite: a luta com correntes. Era muito boa, na verdade. Frank também estava no céu, em forma de águia, e Hazel lutava contra Equidna.

Dei um golpe final com a minha adaga no ciclope, que virou pó. Luke havia se juntado a luta com Jason e Percy, e juntos, derrotaram a Quimera. Percy correu em direção a mim, porém foi interrompido por uma mulher com um manto negro e cabelos de cobra. Ela estava de costas para mim, Percy fechou os olhos. Medusa se aproximou dele, e eu ergui a minha adaga. Quando braços frios me prenderam.

– Onde pensa que vai, mocinha? – Perguntou uma voz doce. Medusa tinha pegado Percy, pegando seu rosto nas mãos. – Não vai salvar seu namoradinho essa vez.

– Quem é você? – Perguntei, desesperada.

– Quíone. Já ouvi falar muito de você, garota. E tenho péssimas noticias: Percy Jackson morrerá, e você verá cada detalhe de sua morte.

Medusa apertava o rosto de Percy em suas mãos, virando para seus olhos. Percy tentava resistir, mas vi que ele não conseguiria.

– PERCY, NÃO! – Gritei.

Foi tudo muito rápido. Medusa soltou o rosto de Percy e preparou-se para virar para mim, quando uma sombra negra surgiu no céu, arrastando Medusa com ela.

– Sra O’leary! – Exclamou Percy.

A cadela infernal rosnava alto, mordendo a cabeça de Medusa e todas as suas cobras. Quíone afrouxou sua prisão em volta de mim, e correu.

– Precisamos ir atrás dela! – Gritei. – Ela pode nos levar a Nico.

– Espere, ainda tem muito que fazer. Onde está Luke? – Percy perguntou.

Olhamos para a batalha, e os resultados eram diferentes do que esperávamos. E tínhamos pensamentos positivos, o que quer dizer que os resultados não eram nada bons.

As amazonas lutavam contra o exército de ciclopes, até que Hylla levou uma rasteira, caindo no chão de maneira com que sua cabeça batesse em um pedaço de concreto. Reyna, que estava perto, correu até ela, enfiando sua faca no peito do ciclope que a acertou. As amazonas tinham se distraído, causando grande vantagem para os ciclopes.

Até que finalmente, o cenário foi invadido por milhões de flechas prateadas que surgiram no céu.

As caçadoras de Ártemis haviam chegado.

Fiquei feliz por um segundo, até que uma aranha gigante pousou do nada em minha frente, me deixando paralisada.

– Filha de Atena... – Ouvi sua voz estridente ecoando em minha mente. – Maldita Atena. Você é Annabeth Chase, não é? Não é tão esperta quanto deveria ser...

– O que quer dizer com isso? – Perguntei, em voz baixa. Eu tremia de terror. Percy não estava mais ao meu lado; Por que raios Percy não estava mais ao meu lado?

– Se fosse esperta, se juntaria a Gaia... Sabe o que vai te acontecer agora?

– N-não. – Gaguejei.

– Agora, criança, você pagará por tudo que Atena fez para mim um dia. Prepare-se para uma morte lenta e dolorosa.

Aracne investiu sobre mim, que não conseguia me mover. Fui lançada a uns oitenta centímetros de distancia, tremendo. Mal conseguia erguer a minha adaga.

Um garoto que reconheci do chalé de Atena entrou na minha frente. Reconheci-o de imediato: Breno. Ele tinha apenas 12 anos, era um dos campistas novos, e erguia desajeitadamente uma espada entre mim e Aracne.

– Afaste-se dela! – Gritou Breno.

Aracne deu uma risada sombria e enfiou uma de suas patas no meio do abdome de Breno. Ele ergueu os olhos, surpreso. Uma gosma verde pingava de seu ferimento, junto com o sangue. Breno tentou lutar contra a aranha, mas logo suas tentativas ficaram fracas, até que ele ficou imóvel.

Eu não conseguia acreditar no que via. Um garoto tão pequeno... Tão frágil. Arriscou sua vida para me salvar, morreu por mim. Meu irmão. Meu irmão que eu mal conhecia, perdeu a vida para me salvar. E o que eu fiz para impedir? Nada, fiquei parada olhando. Lágrimas encheram meus olhos, e a raiva tomou conta de mim. Comecei a me levantar, encarando Aracne furiosa.

Ergui a minha adaga, indo atrás dela.

– Você não vai matar a minha família. – Falei.

– Me contento matando você primeiro. – Ela riu, ainda com Breno em uma de suas patas.

Corri em sua direção, com a faca erguida. Ela preparou suas outras patas, que eu desviei com facilidade. Levantou uma para me acertar no rosto, e eu entrei por debaixo dela, colocando a adaga em cheio em sua barriga.

– Espero que você goste de saber como é a sensação. – Eu disse.

Aracne deu um grunhido alto, tentando lutar contra algo do qual não podia. Afundei ainda mais minha adaga. O veneno de Aracne escorria, junto com o pó.

– Não pode me matar! – Ela grunhiu. Até que se transformou em pó embaixo de mim, sobrando apenas o corpo jazido de Breno.

Chorei. Peguei Breno em meus braços e, por mais que eu não o conhecesse direito, sentia uma dor profunda por esse destino.

Piper apareceu ao meu lado, assustada.

– O que aconteceu, Annabeth? – Ela perguntou, olhando.

– Esse garoto deu a vida por mim.

Piper olhou para mim apreensiva, e tocou minha mão.

– Vamos colocar ele em um lugar seguro. Deixe isso comigo, Annabeth. Percy precisa da sua ajuda.

– Onde ele está?

– Lutando junto as caçadoras. Hazel é a que está desaparecida, desde que Arion surgiu.

– Ela deve estar ajudando. Vou ir atrás de Percy. Obrigada Piper. – Ela deu um meio sorriso. Seu rosto estava sujo de fuligem, cansado. – E, a propósito, você é ótima com as correntes.

Seu sorriso ficou mais confiante, e ela pegou o corpo do garotinho, levando-o para longe. Dei uma ultima olhada e parti para o local onde Percy estava.

Ele lutava contra uma Empousa, junto com Thalia. Percy convocou um furacão (isso já estava virando ritual), afastando todos que se aproximavam deles. Monstros, claro. Corri, com a adaga em minha mão coberta de sangue.

– Thalia Grace e Percy Jackson, acham mesmo que podem me deter? – Ela riu. – Mesmo que possam, Gaia vai voltar. E vai me trazer de volta. Mas antes de vocês tentarem qualquer coisa, devo acrescentar que...

Pulei em cima da empousa, colocando a adaga em seu peito. Meu surto de adrenalina estava funcionando, afinal.

Thalia olhou para mim, de olhos arregalados.

– Uau... Obrigada. – Ela disse.

– Não tem de que. O que faremos agora?

– Melhor irmos ver Reyna e Hylla. Não sei... Mas acho que Hylla não vai aguentar. – Percy disse, preocupado.

– Vamos.

Procuramos as meninas por toda a parte, quando resolvi seguir o caminho que Piper fizera quando levou Breno. De fato, Reyna estava lá, segurando o corpo de Hylla nos braços. Piper a consolava.

Chegamos perto, em silencio. Hylla estava com os olhos abertos, com o cabelo ensopado de sangue. Olhou fraca para nós, e deu um pequeno sorriso.

– Ora, ora, se não é Thalia Grace... – Ela disse com a voz rouca.

– Escuta, Hylla, você é a garota mais insuportável que eu já conheci. E você não vai me deixar lutando sozinha aqui, entendeu? Não vai! – Thalia falava como se revivesse aquela cena. Lembrei-me de Zoë, olhando vaga para o céu, na noite em que virou uma constelação.

– Eu vou sim, Thalia. É a minha hora... – Ela sussurrou.

– Não, não é! Você não pode morrer, Hylla, não pode me deixar! – Reyna gritou em desespero.

– Reyna, minha irmã, eu... – Hylla tossiu um pouco de sangue. – Eu te amo. Mas... Não posso.

Reyna chorava muito, e Piper abraçava seus ombros com os olhos cheios. Olhei para ela, pedindo ajuda, como se perguntasse se ela podia ajudar de alguma forma.

– Foi um corte profundo. Não posso impedir que nada aconteça. Hylla ainda está viva por minha causa, mas vai ter uma hora que ela não vai mais suportar. – Piper falou.

– Piper, por favor... – Reyna disse. Hylla moveu a cabeça negativamente.

– Xiu... Dói, Reyna... Eu não quero... Eu quero partir. Você sabe quantas aventuras eu vivi, e a morte será a mais emocionante dela.

– Hylla, por favor, não se vá. N-não pode... Você é a minha família, desde pequena, eu não sei viver... Tanto tempo ficamos sem nos falar. Hylla, fique comigo... Fique comigo...

Uma lágrima brotou dos olhos de Hylla, até seu olhar fixar no céu. E, nesse momento, Hylla estava morta.

– Não! NÃO! – Reyna chorava desesperadamente. Piper a abraçou ainda mais forte.

– Ela morreu com dignidade, Reyna. Ela... É uma heroína. Você tem que voltar pra guerra e mostrar que ela não morreu em vão. Reyna, olhe pra mim. – Piper disse. Ninguém dizia nada. Thalia chorava, pegando a mão de Hylla. Percy olhava entristecido, mas não disse uma palavra. Reyna se virou para encarar Piper. – Hylla teria orgulho de você. Ela tem orgulho. Ela foi uma das mais guerreiras e você também. Eu sei que ela ia querer que você voltasse lá. Ela se foi, mas... Ela sempre viverá com você. Em seu coração. Em nossos corações.

Reyna chorou ainda mais, e abraçou Piper. As duas ficaram abraçadas, chorando, enquanto ouvíamos o barulho da guerra atrás. Ficamos sentados lá, observando, mas sabíamos que teríamos que voltar logo.

Até que uma bomba de fogo caiu do céu com uma força estrondosa em nosso lado, abrindo um buraco imenso no chão.



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Notas finais do capítulo

Chorei lendo. Ficou triste, eu sei. Bom, eu queria pedir desculpas por ter demorado TANTO pra postar, mas é que eu fiz uma outra fic, e também tinha muitas provas... Enfim, to postando agora, e pretendo postar a parte 2 logo.
Minha outra fic deu pani então... #xatiada KK
Desculpa alguns erros, eu tava meio nervosa hoje. Ah, e eu tenho uma pergunta NADA A VER COM NADA, mas alguém podia me dar uma sugestão? To querendo mudar de nome aqui. PF me diga se alguem tem alguma sugestão.
Obrigada.
O próximo capítulo terá a última guerra, com o gigante, Hécate, e outras surpresas. Espero que tenham gostado.



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