PERCY

Eu estava tão emocionado que não conseguia fazer nada além ficar abraçado com Annabeth. Pude perceber que Reyna estava fazendo o mesmo com o garoto loiro, imagino que seja Jason, por isso não nos obrigou a voltar para a sala onde o senado iria despejar milhões de perguntas para nós.

Podem ter se passado segundos, minutos ou horas, mas enfim, voltamos a nossas obrigações.

– Percy, temos que reunir o senado e ir para sala antes que isso fique impossível. Arrume os gregos e os leve até lá, enquanto Jason e eu vamos comandar o resto. – Reyna disse.

Eu e Annabeth estávamos de mãos dadas, conversando e nos apresentando ao novos grupos. Ela me contou que tudo isso era parte da profecia, mas isso eu sabia. Não queria lhe contar ainda sobre minha perigosa missão com Frank e Hazel, pois sabia que ela iria se preocupar com os comentários de Gaia. Eu não queria que ela soubesse que Gaia acha que eu seria um ótimo peão, até ela despertar, vencer a guerra dos deuses e me lançar diretamente para o Tártaro.

Chegamos ao senado. Eu ia me sentar ao lado de Reyna, mas o garoto Jason estava lá. Eu fui pretor por um dia e o cara que estava desaparecido por oito meses reapareceu e ainda roubou o meu cargo. Eu sei que era cargo dele antes, mas...

– Romanos. – disse Jason. – E gregos. Temos que nos reunir.

– Absurdo! – Gritou Octavian. – Não pode nos dizer o que fazer! Os gregos são uma ameaça! Não viram? Não viram o barco gigante deles? Estava voando! Isso é um desastre! Eles querem nos mat...

– Cale-se, Octavian. – falou Reyna. – Vocês, gregos. Contem para nós suas historias, e contaremos para vocês as nossas, se acharmos que é confiável.

E então, Jason, o garoto que conheci da foto de Hazel chamado Leo e uma garota bonita que lembrei que se chamava Piper foram até a frente e começaram a contar suas histórias. Eram tão apavorantes quanto as nossas. Havia um gigante que acorrentara o pai da linda garota, filha de Afrodite. Havia Festus, o dragão de ouro, que o filho de Hefesto, Leo, arrumou. Espíritos dos ventos. Ciclopes. Caçadoras de Ártemis...

– Quando encontrei com minha irmã, Thalia – Jason ia dizendo.

– IRMÃ? O QUE? – Eu disse, incapaz de me conter.

Annabeth me fez um sinal do tipo “cale a boca e espere, cabeça de alga”.

Enfim, as histórias deixavam claro que algo grandioso está por vir. Todos ouviam com atenção, e a parte que foi mais preocupante foi quando descobrimos que a deusa Hera havia sido presa, com influencia da própria Gaia. A deusa havia sido solta por Jason, Leo e Piper, mas ainda assim sabíamos que se Gaia, adormecida, foi capaz de fazer aquilo, imagina se ela despertasse.

– Sabemos que são semideuses poderosos. Mas como acham que vão derrotar Gaia e seus servos? Vocês tem o filho de Netuno e de Júpiter, mas uma filha de Vênus e de Vulcano? Não é o suficiente, não acham? – Disse Octavian, com um tom debochado.

Então, Leo foi a frente e chamou Piper.

– Piper, por favor.

– Com todo prazer, Leo. – Então ela olhou fixamente para todos da sala, e disse em alto e bom tom – Levantem-se.

Levou alguns segundos para todos perceberem que todo mundo presente na sala estava de pé, incluindo eu.

– É, hã... A persuasão as vezes é realmente útil... – Falava Octavian, sentando em sua cadeira. – Certo então. Mas e você, filho de Vulcano? O que sabe fazer, além de consertar coisas? – Era inacreditável que depois do que Piper fez Octavian ainda imaginasse que teria chance de ter razão.

– Em primeiro lugar, sou filho de Hefesto. Em segundo lugar, consertar as coisas é muito melhor do que você pensa, se não eu não estaria aqui agora. E em terceiro lugar...

Leo ergueu os braços. E na palma de suas mãos haviam chamas.