A Marca De Atena escrita por rivaille


Capítulo 14
Desvendando sonhos


Notas iniciais do capítulo

Frank tem um sonho assustador com Nico, e tenta desvenda-lo junto de seus amigos.



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FRANK

- NICO? Onde você está? O que está acontecendo? – Perguntei aflito. Ele estava em um lugar vazio, uma sala grande e escura, no meio de duas barras que o prendiam com algemas.

- Gaia... ela me sequestrou. Não confie... – Ele parecia ter dificuldades para respirar. Seu rosto estava molhado de suor; ele parecia estar com quarenta graus de febre. – Ela quer Annabeth. Frank, Percy deverá tomar cuidado... Não... confie... – Nico estava desesperado.

- Cale-se! – Gritou uma voz estrondosa vinda de algum lugar ali por perto. – Fique quieto filho de Hades, ou sua hora chegará mais cedo. – A voz riu sombriamente.

Nico olhou para mim novamente de um jeito suplicante.

- Não posso... Frank... cuide de Hazel... não sei se consigo... – Nico agora chorava. Eu queria tira-lo dali a todo o custo. Ele era uma das únicas pessoas que não me achavam desprezível no acampamento (também porque eu era a única pessoa que também não o achava estranho). Mas ele estava morrendo. Eu tinha que salvá-lo.

- Aguente firme, Nico. Nós iremos te salvar, em breve. Sobreviva. – Eu disse. Queria parecer confiante, mas era impossível. Nico parecia ter um total de zero numa escala de 0 a 10 de chances de sobreviver.

- Não, é uma armadilha! As portas... feche as portas... me ajude... – A voz dele estava sumindo, e eu reparei que ele estava tentando resistir. Por que seus poderes não funcionavam? Onde ele estava, por que estava ali? Eu queria perguntar tudo isso, mas não conseguia.

- JÁ CHEGA! – A voz no fundo gritou, e uma porta se abriu, com um baque tão forte que tremeu toda a sala.

Acordei com o susto. Ainda estava escuro, e pelo que percebi eles ainda não tinham trocado o turno. Não sabia se iria conseguir dormir mais depois do meu sonho com Nico, e resolvi me levantar. Ia contar para Percy e Annabeth, mas não tinha certeza que queria que Hazel soubesse. Eu não queria que ela ficasse nervosa ou preocupada. Porém, ele era seu irmão. E esconder isso dela seria crueldade. Eu precisava contar.

Encontrei eles na sala do piloto. Percy estava sentado em um banco e Annabeth estava ao seu lado, a cabeça deitada no ombro dele. Hazel estava na cadeira ao lado, mexendo em um iPod, fascinada. Assim que me viram, pareceram surpresos.

- O que foi, Frank? Não passou nem duas horas. – Percy disse.

- Eu tive um sonho. – Parei, e eles esperavam. Hazel ainda estava focada no iPod, batendo na tela. – com Nico.

Depois que citei o nome de Nico, Hazel derrubou o iPod no chão, e me olhou esperançosa.

- Você o viu? Onde ele está? Ele está bem? – Ela perguntava tão rápido que eu não conseguia nem pensar nas respostas.

- Calma gente. Frank, por favor. Conte o que você viu. – Annabeth disse. Ela tentava manter a calma, mas parecia tão preocupada quanto nós.

Contei o sonho, em detalhes. Não era uma coisa que eu podia esconder deles. Nico dissera que Annabeth estava em perigo. Quer dizer, especialmente ela. Porque em perigo todos nós estávamos.

- Para que ela quer Annabeth? – Percy perguntou.

- Não imagino que seja para me usar. Eu não seria útil. – Ela disse. Eu acreditava nela. Desde minha ultima missão, algo nos dizia que era uma filha de Atena que encontraria as respostas. Porém, eu discordava no fato de ela achar que não teria utilidade. Annabeth era muito esperta, e muito engenhosa. Tenho certeza de que se ela liderasse uma guerra ao lado de Gaia, nós perderíamos feio.

Percy pareceu ter o mesmo pensamento que eu.

- Annabeth. Pense, Gaia tem um exército enorme cheio de monstros estúpidos. Ela quer uma líder inteligente. Não poderíamos travar uma guerra contra ela se você se juntasse ao seu exercito,  porque você conhece nossas estratégias, e também porque, bem, você é filha de Atena. Sabedoria e Guerra. Para mim parece de muita utilidade nessa situação.

- E, além de tudo, você será a chave, não é? – Eu disse. – Você é a única que pode encontrar as Portas da Morte, não foi isso? Juno nos disse algo parecido. Precisamos de alguém esperto o bastante se quisermos ter sucesso nessa missão.

Annabeth não parecia convencida. Ela olhava de mim para Percy, e depois olhou para Hazel. Eu não queria parecer desatencioso, mas não percebi como ela estava. Seu irmão estava a beira da morte, e eu nem parei para consola-la. Que tipo de namorado eu sou? Ela estava arrasada. Annabeth a abraçou. Fui para perto delas, e sentei ao lado de Hazel. Ela olhou para mim, e me abraçou, e eu retribuí. Annabeth se afastou um pouco, olhando para Percy.

- E quanto a Nico? Devemos avisar Quíron. – Ela disse.

- Sim. Vamos acordar os outros. – Ele falou para Annabeth. Os dois se retiraram, deixando apenas eu e Hazel na sala.

- Hazel... Eu sinto muito. – Falei. Eu não sabia exatamente o que deveria falar naquele momento, nem SE deveria. Mas era melhor que ficar em silencio. Eu estava inquieto com toda essa história.

- Frank, a culpa não é sua. – Ela falou. – Eu queria saber... eu queria ter tido eu mesma esse sonho. Nico é meu irmão, minha família. Eu tenho que salvá-lo. Não sei se há mais tempo.

Continuamos ali, sem saber o que dizer. Percy e os outros chegaram, Leo dando um enorme bocejo. Jason e Piper estavam de mãos dadas; eles não eram um casal, mas as vezes agiam como tal.

Annabeth fez um pequeno resumo de meu sonho para eles, que escutaram atentamente. Piper olhou para Hazel, solidária. Jason deu um olhar para ela significativo, e Piper agachou-se na frente de Hazel, olhando-a nos olhos.

- Hazel, eu sei que é difícil. Sei como é a sensação de ter um parente tirado de nós. Acredite. Gaia tirou meu pai de mim uma vez, e foi muito ruim. Fiz coisas que não queria, escondi segredos por muito tempo. Mas consegui salvar meu pai, assim como nós VAMOS conseguir salvar Nico.

Eu acreditei plenamente no que Piper dissera, e Hazel parecia mais confiante. Piper olhava para ela meio triste, com um olhar de desculpas.

- Confie em mim. – Ela disse. – Vá descansar um pouco.

- Piper tem razão. Não fique assim, tenho certeza que Nico vai aguent... O-QUE-ACONTECEU-COM-O-MEU-IPOD-NOVINHO-? – Leo gritou de repente. A hora era totalmente imprópria, mas eu não consegui deixar de rir. Os outros me acompanharam.

- Me desculpe! Não me dou bem com essas coisas! – Hazel disse. Ela mesma parecia se divertir um pouco.

Leo pegou o iPod e saiu resmungando.

- Claro, olhos dourados. Lá vou eu consertar ele novamente.

Eu dei mais uma risada.

- Bem, acho que é melhor trocarmos de turno. Frank, quer dormir mais um pouco? Acho que Piper e Jason conseguem segurar as coisas por aqui. – Disse Annabeth.

- Não, vou ficar por aqui mesmo. Podem ir.

- Certo. Agora deve ser umas três horas da manhã, quando for umas sete nós nos levantamos. Precisamos comunicar o acampamento urgente. – Ela disse.

- Sim. Acho que Leo deve ter algum relógio por aqui... – Eu falei. Perto de tudo que tinha naquele barco, era impossível não ter um relógio.

Annabeth, Percy e Hazel foram descansar um pouco, enquanto eu fiquei na sala com Jason e Piper. Piper fez a mesma coisa que Annabeth, deitou a cabeça no ombro de Jason. Ele não pareceu se incomodar, mas eu me incomodei muito. Não queria ficar de vela, muito menos cortando o clima. Fui para fora, procurar Leo.

Ele estava jogando em seu iPod, que estava quebrado a poucos minutos atrás.

- Uau. Já consertou?

- Sim. Sabe, é legal esses aparelhos. Não posso entrar muito na internet, mas mesmo assim é bem bacana. Hum, quer dizer, eu não posso entrar, mas eu entro. Fiz até uma conta no facebook, cara. Tenho várias amigas interessantes. – Ele disse, sorrindo. Eu dei uma risadinha, não sabendo o que dizer, até porque eu não fazia ideia do que era Facebook.

- Você não parece muito preocupado na missão. – Eu falei.

- As vezes é mais fácil imaginar que tudo é uma brincadeira. Não gosto de ficar tenso com as missões, geralmente isso não leva a nada. Então fico assim, mas não pense que não estou preocupado. – Ele falou. Essa foi a coisa mais séria que já ouvi Leo dizendo. Ele tinha razão, a sua seriedade acabou me deixando tenso. Mudei de assunto.

- Ei, você pareceu bem interessado em Reyna... – Falei. Ele riu.

- Ela é legal. O tipo de garota que normalmente nunca me aceitaria.

- E você gosta dela. – Deduzi.

- Claro. – Ele riu de novo.

Passei aquela manhã conversando com Leo, que não parava de fazer piadinhas sobre qualquer coisa que estivesse envolvida com aquela missão. Isso tornava as coisas mais fáceis. O sol finalmente estava nascendo, e Leo falou que ia preparar o café da manhã, me deixando sozinho. Fiquei ali, olhando para o mar, pensando em tudo que acontecia. Foi tudo tão rápido. Minha primeira missão, e agora, a profecia dos sete. Eu nem imaginava aquilo, nem imaginava que um dia eu seria alguém. Mas eu me sentia preso. Eu sei que eu nunca tinha feito nada na vida, mas queria um tempo. Eram informações demais para mim.

Olhei para o céu, desejando liberdade. Voar... Parecia uma ideia tão boa na hora. Me concentrei, transformando-me em uma águia. Voando em volta do barco, perdido em pensamentos.


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Notas finais do capítulo

EEEEEEEEEEI. Eu seeei que disse que ia demorar, mas arrumei um tempinho para escrever.! Amanhã tenho umas 3 provas, pra vcs verem como sou dedicada.... enfim, espero q gostem.
No próximo cap, Annabeth volta a narrar. Eles mandam uma mensagem ao acampamento, e recebem uma visitinha de um certo deus do mar...



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