Moudres escrita por Raul Alves
Em seu sonho ele estava deitado no chão. Tudo era branco, como quando tocou a pedra, via as mesmas coisas, só que agora era possível distinguir melhor as imagens. Viu cidades em chamas, prédios desmoronando, edifícios explodindo, pessoas fugindo para se proteger, confrontos entre exércitos não humanos, criaturas que ele nunca tinha visto na vida – seriam dinossauros? – voando e se enfrentando, duas grandes estruturas de metal se erguendo em forma de um arco cercadas da areia dourada.
Sentou-se e olhou ao redor. Estava em uma grande sala branca. Ele ainda conseguia ver aquelas imagens nas paredes, no chão e no teto. No centro da sala havia algo que Jordan achou estranho ao extremo: o ar parecia que tinha sido rasgado. Uma rachadura dourada brilhava no meio do ar, emitindo uma luz que quase o cegou.
Ele se surpreendeu, pois podia controlar seu corpo perfeitamente, como se estivesse acordado, e que não era o único naquela sala. Mais cinco pessoas estavam sentadas no chão em volta daquela rachadura, todos com, aparentemente, a mesma idade que ele. Usavam pijamas, como se não fosse um sonho, como se eles tivessem sido raptados durante a noite. Havia mais dois garotos e três garotas. Todos se entreolhavam... quer dizer, tentavam.
Jordan não pôde descrever muito bem os outros, a luminosidade era muito forte. Só conseguiu ver direito os dois garotos, pois estava entre os dois. Ambos tinham cabelos castanhos claros e olhos escuros. Demorou um pouco para Jordan perceber que eram gêmeos não idênticos.
Tentou olhar para o outro lado, onde havia outras três meninas, mas não conseguiu vê-las. Mas pode reparar que todos tinham colares com pedras. Cada uma tinha um desenho diferente.
Estava prestes a tentar dizer algo quando algo atravessou aquela rachadura no ar. Após um segundo, um homem surgiu e a rachadura sumiu. Seus cabelos pretos e lisos chegavam aos ombros. Seus olhos azuis penetrantes foram passando entre os seis, indo do gêmeo à esquerda de Jordan para as meninas, depois para o outro menino e então pararam nele.
Jordan não tinha ideia do que estava acontecendo ou quem eram aquelas pessoas, muito menos por que o olhar do ancião se demorou tanto nele. A claridade diminuíra depois do surgimento do homem. Agora podia ver as garotas claramente, mas não prestou atenção nelas. Estava encarando aquele senhor, tentando entender por que ele ainda o olhava.
O senhor se virou e começou a falar.
- Sejam bem vindos – disse. Jordan reconheceu a voz que ouviu em sua visão – Sei que devem ter muitas perguntas para fazer, porém, o tempo é curto. Tudo que posso dizer-lhes neste momento é que meu nome é Águilus e que vocês seis formaram uma equipe, a sexta e última equipe dos Moudres.
O sonho começou a ficar fora de foco, Jordan mal conseguia enxergar. Melhorou após alguns segundos, mas a visão continuou trêmula.
- Não há mais tempo para falar – continuou Águilus –, vocês passarão por testes, preparem-se.
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