Acordei desorientada e com dores por todo o corpo, tinha esperança de que a noite passado tivesse sido apenas um sonho. Mas o corpo frio da minha mãe ao meu lado me fez voltar a realidade. O que eu iria fazer agora?

Procurei pelo celular da minha mãe, esperando que fosse encontrar algum contato na sua agenda que pudesse me ajudar. Nada feito, sua agenda telefônica era composta apenas pelo telefone do dentista, do hospital e do trabalho. Nenhum amigo ou parente, apenas um tal de Marcio e eu não fazia a mínima ideia de quem ele era. Não custava tentar, tentei ligar mas o saldo era insuficiente para completar a chamada. Ótimo!

Tentei ligar a cobrar mas vi que o número possuia um código diferente, provavelmente esse Marcio nem mesma era do Brasil, como ele poderia me ajudar?Não restava mais alternativas. Tive que ligar para a minha avó.

          - Alô?

- Oi, sou eu, Caroline. Talvez a senhora não se lembre de mim, sou sua neta.

- Sim, eu lembro. O que você quer? - Curta e grossa, totalmente desagradavel.

- Vó, eu preciso da sua ajuda. Na verdade eu preciso que a senhora venha aqui.

- Me dê um bom motivo.

- Sou sua neta, e preciso de você.

- Peça ajuda a sua mãe, afinal ela sempre sabe o que faz, não é mesmo?

Aquilo já era demais, eu não conseguia mais conter as lágrimas, e a onda de choro voltou com mais força do que nas vezes anteriores. Minha avó ficou em silêncio esperando que eu me controlasse. Demorou um tempo até que eu conseguisse encontrar forças para continuar a falar.

- Ela está morta.

O silêncio tomou conta mais uma vez, por um segundo pensei que ela tinha apenas desligado o telefone na minha cara. Até que escutei ela respirar fundo, e com a voz rouca disse:

- Estou indo praí.