— Estão preparados para morrer?

A voz de Marie era altiva, superior e sem nenhum medo. Ali estava uma anciã, despertada há pouco, matara diversos vampiros para se satisfazer. Um ancião, quando desperto, fica completamente sedento, e um mortal não é o suficiente para satisfazê-lo, por isso tantas mortes. E Marie estava ali, pronta para o combate final. Milena era um inseto perto dela.

— Sim. Estamos prontos para morrer.

Ela sorriu. Como eles podiam ser tão presunçosos?

Marie olhou para o alto. Sua respiração se tornou pesada. Ergueu os braços e os ventos vieram até ela. O céu parecia se fechar em nuvens negras, relâmpagos se viam entre elas. Seus olhos estavam fechados, e sua boca balbuciava feitiços, os mais terríveis, os mais antigos.

O medo se instaurou. Milena aguardava. Não havia o que fazer, se Marie resolvesse matá-los aquele momento. Ela poderia ser rápida. E seu feitiço seguraria a todos.

Mas, havia algo a ser feito ainda. Mas não podiam fazer sem receberem o sinal. E era isso o que estavam aguardando. O sinal.

— Eu vou me divertir muito com vocês! — Falou Marie, rindo. Sua gargalhada era sinistra, e praticamente fez tremer o chão abaixo dos pés dos vampiros presentes.

Mas Milena também sabia usar magia. Não era muito, mas nestes dias, desde que foi ressuscitada por Lázarus, leu e praticou bastante. Auspício como era, lia livros dez, quinze vezes mais rápida que um humano. Sua capacidade de compreensão e aprendizado após o abraço aumentou consideravelmente. Ela era outra mulher, outra vampira. Sua geração não era páreo para Marie, mas estava satisfeita em ser da sétima. Não era de todo ruim, só precisava usar a cabeça, ao invés dos músculos.

Um vento forte bateu e Milena caiu no chão, sendo praticamente arrastada para mar. Aquele vento era obra de Marie. Ela sabia que e a queria morta, então tentaria matá-la. Não sem antes um divertimento. O corpo de Milena era arrastado de um lado a outro pela areia.

Ricardo, sem poder ver Milena fazer isto, invocou a escuridão para velar os olhos de Marie, para que ficasse cega. O feitiço durou pouco tempo, pois Marie direcionou parte de seu poder a Ricardo, e ele foi arrastado para junto de Milena.

Sheyla pensou em atacá-la, mas não conseguiria, por mais rápida que fosse. A Tremere a veria, com sua visão auspícia amplificada. Pior, já tivera uma briga com uma tremere e saíra perdendo. Se ao menos ela se distraísse...

Rudolph olhou para Sheyla e os dois tiveram um insight. Talvez funcionasse. Ele e seus subordinados vampiros lançaram, de uma única vez, a Presença em todo o seu esplendor para Marie. Sua fascinação durou pouco tempo, mas foi o suficiente para que Sheyla, com sua velocidade inumana, a atingisse no rosto. Um rugido, como de leão, surgiu de sua garganta.

— Zían!

Os brujah se juntaram a Sheyla, e os Toreador lançaram, em diversos níveis e intensidades diferentes, sua Presença para atrair sua atenção, mas ela lutava contra eles. Aquilo era totalmente imbecil, pois a anciã poderia matá-los em questão de minutos. Qual sua intenção em se manter ali, numa guerra ganha, recebendo ataques dos demais vampiros, era um mistério.

Milena e Ricardo se libertaram do feitiço de Marie enquanto ela estava sendo atacada. Juntos, invocaram um feitiço, lançando-o sobre ela, em que ela era cercada de cadeias sobrenaturais e invisíveis, deixando-a presa.

E então, as coisas começaram a mudar. Os vampiros investiam nela com poderes sobrenaturais e poderes físicos. Milena olhou em volta: não estavam sozinhos. Os malkavianos se uniram a ela, e também os Tremere, que estavam sob a ordem de Marie.

Foi uma ocasião perfeita para dizimá-los todos.

E uma voz se ouviu, clara como cristal.

— Está acabado. Agora...

Respirou fundo. Ele apareceu. O príncipe da primigênie, líder do clã Ventrue.

— Agora vamos iniciar o ataque mais sangreto da história desta escola. E é agora.

O ventrue ergue os lábios num sorriso macabro mostrando seus caninos. E sorri novamente!