Lutando Por Mim escrita por MyAraújo


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oii meninas, como prometido o capítulo já está disponível...
Graças a ajuda de minha diabinha da guarda Tha Lutz Winchester, obrigada mais uma vez gatona...
Enfim, APROVEITEM...



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Capítulo 2




A garçonete trouxe os pedidos e se foi, Melanie parecia se concentrar em não demonstrar a sua dor, mas sabia que seja lá o que ela passou ainda não estava totalmente curado.



- Eu vivia com meus pais em Seattle, meu pai era um inútil e sobrava tudo para a minha mãe. Ela trabalhava todos os dias. Eu ficava com o meu pai e cuidava de tudo na casa, quando completei 13 anos ele começou a me olhar de uma forma estranha e aí um belo dia quando a minha mãe saiu para trabalhar ele me trancou no quarto e me violentou – Ela colocou a mão no peito, respirou fundo e continuou a falar – Depois da primeira vez ele passou a fazer frequentemente e uma vez eu até suspeitei que estava grávida, mas foi alarme falso. Minha mãe decidiu tirar folga do emprego que ela mantinha a tarde e chegou mais cedo. Pegou meu papaizinho me batendo e me obrigando a fazer sexo oral nele. Eles brigaram e ela foi bater nele, eu saí do apartamento pedindo ajuda. Para encurtar a história ele a matou e fugiu. Alguns meses depois ele apareceu morto, mas ninguém sabe o que realmente aconteceu, e fui morar com uma tia que já era muito velha. Ela morreu faz uns dois anos. Tinha ações em uma empresa e  vivo com o dinheiro que recebo dessas ações. Antes dela morrer me emancipei; cansei de ser aquela menina boazinha que todos sentiam pena, não queria que se aproximassem de mim por terem pena, queria ser alguém que fosse lembrada por ser forte e ter superado todas as pedras que colocaram no meu caminho. Eu aprendi que se a vida te fode você dá as costas e segue em frente. E quando te vi você parecia perdida e sem saber o que estava fazendo... Eu meio que me vi em você, ou pelo menos como eu era.




- Nossa, nem sei o que dizer – Por um instante me dei conta de que nada do que passei chega perto do sofrimento dela.




- Diga apenas que vai concordar com o que vou propor. Esqueceu? Nada de sentir dó de mim. Você tem que curtir a vida, você tem que, acima de todo o seu sofrimento, viver. Várias pessoas passaram pelo o que você tá passando agora e nem por isso se deixaram de lado como está fazendo. Eu sei que sou uma completa estranha para você, mas realmente quero te ajudar. Se dê essa chance e tudo isso vai passar... Então como é mesmo seu nome?



- Eu sou Isabella Swan, também tenho 18 anos e eu sinto que devo confiar em você mas ainda não estou pronta para te contar o que aconteceu realmente.



- Olha aquela picape lá fora é sua? – ela perguntou com um certo desdém.




- É, ganhei do meu pai.



-Ótimo! Vamos começar por ela. Eu conheço um cara que compra carros velhos, ele vai te dar a maior grana por essa lata velha. Tem um bazar que tá comprando roupa usada para doar à caridade, a gente vai na sua casa pega suas roupas e vende. Iremos montar seu novo visual, você vai se sentir mais segura depois de se livrar de algumas coisas que a lembram da menininha que você é. A partir de agora você será um mulher bonita e gostosa. Fica tranquila que cuido de tudo.



Ela era louca? Como assim vender meu carro e minhas roupas? Eu não podia, eu queria ser diferente, mas não desse jeito. Só queria passar pelo sofrimento e não mudar quem eu era. Ela estava tomando seu café como se me desse tempo para pensar no que ela disse. Eu não era assim radical, mas estava começando a gostar da ideia de ser um pouco revoltada. Será que se tivesse mais atitude ele teria me deixado? Será que poderia ser fashion como a Alice e até um pouco bonita com a Rosalie? Quer saber? Dane-se o mundo, vou aceitar.



- Tá legal! Eu devo estar louca por concordar, mas eu estou precisando de uma mudança.



Eu estava me lixando para a opnião dos outros, mas se fossem falar que falassem de como sou e não de quem me deixou. Agora entendia o que Melanie queria dizer, estava pronta para virar o jogo. Aquela Bella boazinha acabou de viajar para bem longe e acho que ela não volta tão cedo.



Melanie era alguns centímetros mais alta que eu, ela não era do tipo mulherão, mas chamava atenção. Seus olhos eram verdes intensos e seu cabelo era castanho claro, sua pele era pálida assim como a minha. Assim que terminamos o café fomos ao lugar que ela disse que poderia vender minha picape; o cara parecia ter saído de um daqueles filmes de rock, era barbudo e um pouco baixo. Melanie parecia mesmo conhecer ele, disse que tinha algo pra mostrar e o trouxe para onde meu carro estava.



- Cara, essa é boa! Faz tempo que não vejo uma dessas rodando por aí. Uma Chevy 58! Com uma boa reforma eu consigo uns 30 mil dólares. Mas vai dar trabalho, essa lataria não está na melhor condição. Por você ser amiga da Melanie te compro por 12 mil – Eu tinha medo desse cara, a voz dele era rouca quase como se ele fumasse um maço de cigarros por dia.




- Ah! Fred qual é! Eu sei que você pode me dar 15 mil. As calotas e o parachoque são originais, e a lataria você sabe que vai ser fácil. Você não me engana.



- Beleza então te dou 15 mil, mas é minha oferta final – Ele falou coçando a cabeça.




Melanie me puxou pelo braço para dentro do galpão em que o tal de Fred entrou, parecia mais um ferro velho. Tinha vários carros velhos, ele parecia fazer um belo trabalho adquirindo eles. Ele ia passar um cheque, mas Melanie pediu dinheiro vivo; ela era esperta. Também, vivendo por conta própria tinha mesmo que ser. Ele nos deu o dinheiro e Melanie se despediu prometendo que voltava em breve, eu iria de carona com ela para casa pegar minhas roupas e ela disse que com o dinheiro do carro eu poderia comprar um de segunda mão muito melhor.



- Sabe você deve gostar de carros imponentes, te diria para você ver algumas picapes, embora ache que 15 mil não seja suficiente. A gente pode fazer negócio. Eu sou boa em enrolar os caras. Sua casa fica muito longe? – ela era mais legal do que pensava e tínhamos até alguns gostos parecidos.




- Não, siga na rodovia e vire a esquerda quando chegar no quilômetro 5 – respondi simplesmente.




- Você vai estar sem carro para ir a escola na segunda. Posso ficar por aqui e te levar para escola, quando você largar a gente vai atrás de um. Vou falar com uns amigos meus, tentar achar uma picape que esteja dentro do preço. Qual é a sua casa?



- É aquela ali na frente. Não sei se é uma boa ideia, meu pai é policial ele demora um pouco para gostar das pessoas – Nunca tinha pedido para alguém dormir aqui não sabia a reação de Charlie.




- Hey, fica calma, os coroas me curtem – Disse ela piscando para mim em um tom sarcástico – Sério, ela vai me amar.




Fomos para dentro da minha casa. Charlie estava assistindo, como sempre, com uma cerveja na mão e salgadinhos na outra. Melanie entrou logo após e meu pai a olhou de cima à baixo como se procurasse algo. Ele sempre agia assim com desconhecidos, sempre desconfiado.



- Pai essa é a Melanie, a minha amiga de Phoenix – Olhei para ela como se pedisse para não falar nada. Ainda não tinha contado sobre a pequena mentira – Ela veio me acompanhar, vou fazer compras.




Meu pai olhou-me como se estivesse com um buraco na testa, ou um terceiro olho nascendo na minha bochecha. Claro, quem iria advinhar que um dia eu diria a frase "Fazer compras"? Talvez a Alice prevesse, mas ela não estava aqui.



- Oi, senhor Swan. Muito prazer, fazia tempo que não via a Bella – ela foi até onde meu pai estava sentado, ofereceu a mão; ele limpou a que estava com salgadinhos e apertou – Quem está jogando? Tomara que os Jets ganhem esse ano...




E com isso ela ganhou o meu pai. Eles conversaram por um tempo sobre baseball, me ignorando completamente. Chamei a Melanie e ela foi me ajudar a separar as roupas que iria vender para o bazar, lhe contei que havia dito que já a conhecia e ela concordou em sustentar minha mentira. Eu esperava que ela encotrasse uma picape dentro do orçamento, eu gostava da Chevy. Mas eu tinha que me livrar de tudo, ou quase, que lembrasse momentos com ele.



Deixei ela arrumando as sacolas com as roupas, fui conversar com o meu pai sobre a Melanie dormir aqui em casa e sobre ter vendido a picape.



- Pai posso falar com você um instante? – perguntei e ele virou-se para mim assentindo – Bom, eu tenho que te contar que eu vendi a Chevy. Eu a adorava, mas ela merecia um futuro melhor, então vendi para um colecionador amigo da Melanie. Não se preocupe, consegui dinheiro e vou comprar outro carro.




- Nossa, Bella, não esperava por essa! Você tem certeza que conseguiu dinheiro suficiente? Eu posso te ajudar a comprar outro carro...



- Não, não, tudo bem, tenho dinheiro. Eu queria te perguntar se a Melanie pode dormir aqui amanhã, ela vai me ajudar a procurar outro carro. Por favor, pai.



- Bells você sabe que não gosto de muita gente em casa, mas ela me parece ser uma boa garota – hesitou – Ok, ela pode sim. Mas onde ela vai dormir?




- Ela fica comigo no quarto, arrumo tudo pode ficar tranquilo – me preparava para subir as escadas, quando ele me chamou.



- Bells é bom ver você tentando, estou feliz por você estar reagindo.



- Obrigada, pai.




Ajudei a Melanie a descer com as sacolas e fomos às compras, surpreendi-me por estar começando a gostar dessa mudança. Eu iria mostrar a todos quem era a verdadeira Isabella Swan. Conseguimos 500 dólares por minhas roupas, fomos a várias lojas, compramos várias peças que eu, com toda certeza, ficaria com vergonha de usar, mas concordei com tudo o que ela disse.



- Bella seu estilo vai ser sexy comportado. Você é uma vadia só que com mais classe e menos vulgaridade – ela piscou para mim e rimos.




Melanie definitavemente era uma ótima companhia, fazia tempo que não ria com essa facilidade. Ela me levou para casa e meu pai não estava, arrumei tudo e fiz o nosso jantar, ela comeu comigo e conversamos mais um tempo até que ela foi embora dizendo que voltava no domingo a tarde e que talvez até com a certeza de que conseguiria uma picape para mim.



- Fica bem, tá! E não vá se masturbar sem mim – Ela me deu um abraço e foi embora.




Certo, agora estava em choque. Nesse curto tempo de convivência com a Melanie eu já sabia de seu humor negro, porém ela me deixava extremamente envergonhada. Sentei-me no sofá pensando no que estava fazendo; será que era certo? Eu estava tentando ser feliz de novo, já que ele me destruiu por completo. Resolvi não pensar nisso pois aquela dor me rondava de novo.



Fui dormir torcendo para que amanhã fosse um dia melhor, meu corpo já não aguentava tanto sofrimento e minha mente precisava de noites bem dormidas.






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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado... Desculpe se foi demorado para postar!
Quem ficou com dó da Mel? EU FIQUEI... Curiosas sobre a Melanie e o modo como ela enfrenta sua dor?! Oh é mesmo?!
Então só irão saber no próximo capítulo.
Beijinho. beijinho e até mais...
!AAAAAA DEIXEM REVIEW!



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