POV'S LUISA FIORE.

Eu estava furiosa. Como ele ousou me beijar? Que ridículo, se ele não sabia jogar por que jogou?

Peguei o celular e comecei a mexer em qualquer coisa que tirasse minha mente daquela situação.

- Ei. - Lili me abordou. - Cê tá bem?

- Tô. -Blefei sem a encarar e mantive minha atenção no celular.

- Tem certeza? - Ela insistiu. - Nos duas sabemos que o Zayn exagerou, - disse encarando Zayn que estava bem ao seu lado. - e que o Harry se aproveitou disso... - Ela não conseguiu conter os risos. - Mas nos também sabemos que isso é só um jogo. Amiga!  - Rebateu ele.

Ela usou minhas palavras contra mim. Eu sei que tenho minha parcela de culpa, mas enfim isso foi maldade. E com certeza teria volta. Não só pro Zayn como também pra Lili.

Bufei enquanto revirava os olhos.

-          Ok. – A respondi sem tirar os do celular. Sorri, me virando pro outro lado. Dando a entender que iria dormir .

Me virei na intenção de dormir. Mas meu sangue estava fervendo, apertei meus olhos com força e tentei pegar no sono. Fato era, eu não estava conseguindo dormir, ainda assim me mantive ali, imóvel.

Dava pra ouvi-los conversando. E só de ouvir a voz do Harry, meu sangue fervia. Respirei fundo silenciosamente. Eles permaneceram conversando por um tempo. Depois senti falta da voz de Niall, que provavelmente devia ter dormido.  Ouvi Zayn e Lili discutindo por algo, mas não me centrei muito. Estava quase dormindo e ainda assim não conseguia tirar a cena de Harry me puxando e quando nossos olhares se esbarrando. Aquilo tirava meu sono. Mas aos poucos fui me pacificando. Depois de muito tempo peguei no sono.

Acordei ainda de madrugada, mas já não estava na sala. Estranhei, abri os olhos examinado o lugar. Ainda estava escuro mas pude reconhecer o lugar . Era o quarto do Harry. Senti uma respiração calma e serena perto de mim. Apertei os olhos me certificando que era ele. Ainda estava de madrugada, deviam ter passado uma hora e meia no máximo. E era impressionante pois as gotas ainda pareciam pesadas e fortes. Olhei em volta sem fazer barulho, e procurei o celular. Devia estar na sala. Eu precisava entrar em contanto com a Nathalie.

Meu celular devia estar na sala. Então sai da cama sem fazer barulho e fui caminhando na ponta dos pés. Desci a escada silenciosamente onde Niall dormida jogado em um colchonete no chão. O cobri com um cobertor ali perto e continuei procurando meu celular.

O achei no sofá onde estava. Ele ainda estava sem sinal. Eu não havia conseguido falar com ela desde tarde. Ela devia estar preocupada. Conformada, subi pro quarto novamente, sem fazer barulho.

Harry se encontrava ocupando todo o espaço da cama. Ele parecia estar em um sono pesado. Ele parecia um anjo, só dormindo mesmo. Pois acordado ele conseguia me tirar do sério. Tentei empurra-lo delicadamente, mas era em vão, ele era muito pesado e não se movia. Parecia um pedra.

Respirei fundo, sentando na pontinha da cama. O fitei por alguns segundos pensando. Sem dó nem piedade o empurrei brutalmente. Ele foi parar no chão na mesma hora. Acordou assustado e um pouco bravo.

-          Porque você fez isso? – Ele parecia confuso por causa do sono.

-          Você estava ocupando a cama toda. – Disse me ajeitando na cama, ainda sem o encara muito.

-          Você podia ter me acordado não era mais fácil? – Disse enquanto voltava pra cama, sentando-se ao meu lado.

-          Ops! Não pensei nisso. – Fui irônica.

O encarei bem de cima a baixo e pude notar que ele estava só de cueca. Não havia percebido antes por causa do escuro, só que reparando bem agora dava pra notar. Eu não estava muito afim de ser sutil, então sem enrolar muito o perguntei:

-          Você só esta de cueca? É sério isso? – Tentei não encarar sua box preta.

-          Estou acostumado a dormir assim. – Agiu naturalmente.

-          É mas, tem uma garota aqui. Você poderia ter mais ... hã, respeito talvez. – Tentei faze-lo colocar ao menos uma bermuda.

-          Olha quem fala. – Sorriu ironicamente. – A garota que tá usando só o meu blusão.

-          Ok, vou deitar lá em baixo então. – Disse me levantando da cama.

Ele me puxou de volta, quase cai em cima dele novamente. Ele sussurrou no meu ouvido “ Não vai não Lu, fica aqui comigo.” Um arrepio subiu de repente, porém disfarcei.”

-          Ok. – Minhas cordas vocais meio que ondularam, enquanto eu falei. E por um minuto eu havia me esquecido a raiva que estava dele. Mas isso havia voltado na minha mente. O empurrei me sentando de frente pra ele na cama. – Ei, não pensa que esqueci! Ainda estou com raiva, tá? – Disse enquanto sentia meu sangue voltar a ferver.

-          O que? Porque tá com raiva de mim? – Perguntou ainda confuso.

-          Você me beijou! – O dei um soco no braço. Nunca fiz o tipo delicada.

-          AI! – Exclamou ele, com a mão no braço. – Desculpa, não resisti.- Ele tinha um olhar apreensivo, e eu já nem estava tão preocupada em fugir dele assim. – Eu não soube jogar, entendi tudo errado.

-          ERA UM JOGO, E... – Minha voz estava começando a se alterar quando, respirei fundo e prossegui. – E não fazia parte do jogo você me beijar. – Quase soltei fogo pelos olhos. Ele sorriu.

-          Olha, não fica brava comigo não. Eu sinto muito mesmo. – Ele fez uma carinha de criança manhosa depois que faz besteira. – E alias se eu fizer de novo você pode me bater.

Sorrimos juntos. Aiii, que raiva. Eu odeio quando estou brava com alguém e essa pessoa me faz sorrir.

-          Ok. – Fui vencida por sua expressão angelical.

-          Aliais... – disse enquanto refletia. – Seu tapa dói, e muito por sinal.

Rimos mais uma vez.

-          Ei, isso não vai ficar assim. – Ele continuou abrindo seu sorrisinho do mal.

-          Como assim?

-          Ué, você me deu um tapa, e agora vai ter que rolar uma vingança. – Ele falava enquanto se aproximava.

-          Que? Vingança? O que? Como assim? – Perguntei enquanto o via começar a sorrir.

-          ATAQUE DE COSQUINHAAA! – Ele começou a me fazer cocegas na barriga.

 Eu tentava fugir dele, mas era um tanto que em vão. Rolamos na cama e ele não dando gargalhadas.

-          HAZZAN, Paraaaa! – Tentava dizer em meio as gargalhadas.

Ele parou por um segundo.

-          Hum... deixa eu pensar. – Pondo a mão no queixo, como se tivesse refletindo. –Não.

Continuou me fazendo rir alto. Tentei me conter, mas era quase impossível já não tinha mais folego pra rir e ele não parava. Fui chegando pra trás tentado escapar de seus braços. Porém o quanto mais pra trás eu ia, mas ele avançava. Eu não conseguia parar de rir, e eram gargalhadas altas, nem sei como não acordou todos.

Enfim fui chegando pra trás sem notar que a cama havia a acabado e continuará recuando. Resultado, fomos nos dois pro chão. Começamos a rir igual a dois patetas. Eu ria da cara dele e ele da minha.

Ele se levantou e me puxou.

-          Se continuarmos assim, vamos acordar todo mundo. – Disse fazendo sinal de silêncio.

-          Bom a gente pode ir pra cama, e ficar quietinhos. – Senti um tom de maldade, enquanto ele falava. Ignorei e me virei em direção a porta do quarto. – Ei, pra onde cê vai ? – Segurou me braço.

-          Tô sem sono. Vou pegar alguma coisa na cozinha. – Disse soltando minha mão de seu braço.

Ele veio me seguindo. E mais uma vez fiz sinal de silencio pra ele. Descemos as escadas na ponta dos pés, nos encaminhando até a cozinha. Peguei meu celular pra iluminar a geladeira. Peguei duas latas de refrigerante. Abri a lata e tomei normalmente, e então pude notar que ele me encarava.

-          Que foi. – Perguntei olhando pra baixo e sorrindo.

-          Nada. – Ele disfarçou muito mal. Apresentando um sorriso confuso e envergonhado.

-          Vamos subir. – Disse andando de volta a escada.

Chegamos no quarto, me joguei de qualquer forma na cama.

-          Então o que vamos fazer agora? – Perguntou ele.

-          Vai dormir ué.  – Disse dando os ombros.

-          E você? – Deitou-se de barriga pra cima ao meu lado.

-          Estou sem sono. – Expliquei.

-          A gente pode... – O interrompi.

-          Harry! – Exclamei já imaginando suas palavras.

-          ... conversar ué. – Sorriu.

-          Você é idiota! – Deitamos de frente um pro outro.

-          Sou nada.

Sorrimos e depois ele começou a fitar-me. O modo com eu sorria, como eu ajeitava o cabelo e etc. Ele me abraçou fazendo pequenas caricias no meu rosto. Conversamos sobre tudo sem falar sobre nada relevante, rimos, brincamos, tivemos nossas típicas brigas. Fomos dormir quando era umas 4 horas da madrugada. Com certeza peguei no sono antes dele. Minha respiração pesada se misturava com a dele, e aos poucos foi se tranquilizando. Ele fazia pequenas caricias no meu braço descendo pra minha cintura, e indo até a minhas costas. Deitei em seu peito, e pude ouvir seu coração bater bem forte. E por mais que a situação parece oportuna, não acontecerá nada além das caricias. Minha mão meio que involuntariamente foi dando fracos e arrepiantes em sei pescoço. E deu pra sentir que ele estava o arrepiando pois ele me apertava quando eu fazia isso. Eu lembro dele sussurrando “Eu cuido de você. Tá bom? ” Disse enquanto sentia um beijo carinhoso na testa. Sonolenta, apenas concordei com a cabeça. Depois disso não lembro de ter ouvido mais nada. Entrei em um sono profundo e pesado.