Trunfo escrita por AnaCarol
Os sentimentos da maioria dos campistas em relação à Anna passeavam constantemente numa montanha russa. Durante aquele dia, eles se encontravam divididos em dois carrinhos: os que a olhavam feio e os que sentiam compaixão.
De acordo com os horários que Anna sempre matava por estar dormindo, ela deveria estar na Arena, treinando luta de espadas. Tentou tirar de sua face a expressão de confusão e derrota psicológica ao começar sua corrida até a Arena.
Não foi tão difícil encontrar o local – pelo menos não tanto quanto foi difícil ignorar os olhares múltiplos sobre si. Sua raiva começava a crescer graças a eles. Ninguém naquele acampamento tinha qualquer outra preocupação além das fofocas internas?!
Mal adentrando a arena, Anna parou todas as duplas e atraiu todos os olhares dos campistas. Nem mesmo as espadas produziam ruídos. Mas o fato apenas aumentou a raiva de Anna, que, reprimindo os lábios, não disse nada.
Algumas duplas voltaram a seus combates, tanto ignorando a presença de Anna quanto fingindo fazê-lo, porém alguns nem sequer tinham noção da vergonha que a faziam passar.
Irritada, Anna se encaminhou a passos largos até o arsenal de armas e pegou a espada que achou mais apropriada. Não demorou muito tempo até que todos se afastassem dela.
Girou a espada e sorriu para os colegas, examinando suas faces com certa maldade nos olhos.
-Para pessoas que já salvaram o mundo, eu esperava mais coragem. – Resmungou ela, parando de girar o instrumento e se dirigindo até um boneco de treino jogado perto das espadas.
-Ei, convencida. – Chamou uma voz às suas costas. – Espero que você tenha coragem suficiente para aguentar uma surra.
Anna mal teve tempo de observar a adversária.
A garota investiu pela direita com a espada deitada e bateu nas costelas de Anna com a lateral da arma. Anna engoliu uma reclamação, e se moveu rapidamente em função de parar a menina. As espadas tilintaram com o choque e Anna investiu força para afastar a outra de si.
Conquistado o objetivo, moveu-se e atacou a garota por cima. Ela desviou, e atacou Anna novamente pelas costelas. Anna grunhiu e atacou novamente, e novamente, e mais uma vez. A garota se mantinha na defensiva, obviamente repugnando o ato.
Sua oponente atacou na primeira oportunidade, mas para a sorte de Anna essa oportunidade não era a mais esperta. Anna se desviou do golpe, fazendo com que a menina tropeçasse para frente. Usando sua própria espada, Anna desarmou a inimiga durante sua queda e pegou sua arma.
A garota se levantou rapidamente, porém assim que o fez teve o pescoço tocado pela ponta da espada de Anna. Bufando e claramente brava, ela rugiu e – depois de tentar um novo ataque mal pensado – desistiu.
A multidão, mesmo aqueles que haviam disfarçado durante a entrada, voltava a se acumular à medida que a derrotada se movia para longe, e socava os que se encontravam a menos de 5 metros de distância.
E, quando os olhares se dividiam entre ela e a garota (que os sussurros indicavam se chamar Clara qualquer coisa), uma luz dourada começou a brilhar sobre sua cabeça.
“De novo não.” – Pensou ela, exasperada.
Sentiu seus olhos se encherem de água, como se as gotas representassem todo o peso acumulado sobre seus ombros. Tantos mistérios não respondidos e tanta confusão e tristeza já repousavam sobre sua vida! Difícil era pensar que Anna estava no acampamento há menos de seis dias.
-Argh! – Anna gritou frustrada, atirando as duas espadas no boneco de treino mais próximo.
-Hey! – Escutou da multidão. De lá saída um Jason atordoado, correndo em sua direção.
Ela abriu os braços, fechou os olhos e logo sentiu o corpo de Jason frear para junto ao seu, envolvendo-a imediatamente, e posicionando seu ombro para ela chorar a vontade.
-Que droga! – Reclamou ela em seu ouvido.
Em resposta, ele apertou-a ainda mais.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
*Neste capítulo Anna foi reclamada pelo Deus Ares.