Trunfo escrita por AnaCarol


Capítulo 10
Captura à Bandeira falida




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No mesmo fronte que eles estavam mais três campistas.

–Meu nome é Porsche, filho de Atena. – Um garoto mais novo que ela a recebeu.

–Eu sou a Ferrari de Hermes. – Brincou outro.

–Eu sou Piper, e na verdade esse idiota é Kurt. – Uma menina de tranças marrons explicou. – Sou filha de Afrodite.

–Eu sou Courtney. – Anna fez piada em retribuição a Kurt, mas logo os contou seu verdadeiro nome (mesmo sabendo que eles já sabiam).

Esperaram o sinal da trombeta e, quando ele soou, dispararam em direção ao tal riacho. Kurt foi à frente, mas apenas por ser mais rápido. Atrás dele, Porsche sussurro-gritava as direções. Percy os alcançava sem problemas, e logo atrás vinha Piper.

Anna, vendo que o jogo devia ser levado a sério, botou-se a correr lado a lado com Kurt; prestando atenção à Porsche para não se perder.

Um sorriso surgiu nos lábios de Kurt ao ver a capacidade de Anna para a corrida, e ele pôs-se a correr mais rápido. Ela, aceitando o desafio, foi atrás.

Porsche desistiu dos sussurro-gritos e passou a gritar para que os dois voltassem e desacelerassem. Acabou usando sua voz à toa, pois nenhum deles ouviu. Percy e Piper tentaram correr até eles, mas acabaram desistindo em pouco tempo.

Os três restantes já chegavam ao fronte combinado, enquanto Anna e Kurt continuavam a competição, sem noção do que estava ao redor. Rápidos como a luz, Kurt provava ter escolhido o falso nome Ferrari, enquanto o os dois desviavam de árvores no caminho e faziam voar as folhas do chão.

Anna não fazia ideia de onde estava, mas podia sentir seus pés tocando o chão por pouco tempo e então se elevando ao ar novamente. O colega parecia sentir o mesmo, pois fechou os olhos e deixou seus sentidos o desviarem dos obstáculos.

Coisa que não funcionou para Anna, que logo se encontrou perdida na floresta escura.

Foi desacelerando aos poucos quando perdeu o parceiro de time da visão, mas do mesmo jeito continuava muito rápida.

Blam!

E, pela milésima vez aquele dia, Anna deu de encontro com outra pessoa.

As duas partes do trombo foram jogadas um pouco para trás, com cabeças doloridas e mentes confusas.

–Ai! – Eles reclamaram ao mesmo tempo.

Anna se levantou rapidamente, abaixando o visor do capacete. Assim como o atingido, que era do time contrário. Lamentando ter deixado sua adaga com Percy, ela deu passos leves para trás.

O oponente vestia armadura completa no tronco, exceto por suas mãos e pulsos, que permaneciam expostos. Aquilo não fazia sentido algum para Anna, porém ela estava vestindo apenas uma placa de armadura sobre o peito e costas, juntas com o capacete.

–Hey... – Ele pensou alto. – De onde você está vindo, hã?

Anna permaneceu calada, com a sensação de que já ouvira aquela voz antes. Esperou dois segundos e atacou, sem arma alguma.

Num milésimo de segundo correu até o outro, que se surpreendeu e pulou para trás. Bateu em suas costas, e este virou para tentar achá-la e atacar, mas Anna foi mais rápida e se abaixou, empurrando a dobra de seus joelhos.

Ele caiu sobre os joelhos na terra da floresta, dando tempo para Anna tentar sair correndo. No entanto ele pensou mais rápido naquela vez, pois logo que ela deu o primeiro passo, um círculo de fogo queimou a grama ao seu redor, deixando-a presa.

–O que?! – Ela exclamou brava e surpresa.

Porém o menino não parecia saber controlar o fogo a que deu origem, porque este começava a queimar cada vez mais perto de Anna, como se quisesse engoli-la.

–Droga. – Ela praguejou, pensando em possibilidades.

Correr era muito arriscado, já que mesmo sendo rápida ela poderia se queimar passando por ele. Pular era impossível, sendo que as chamas viajavam cada vez mais altas. Implorar por perdão era uma possível, mas não acreditava que o garoto pudesse fazer qualquer coisa sobre isso.

Olhou para trás e viu o menino fazendo gestos loucos com as mãos, inutilmente, já que as chamas não o obedeciam mais.

“O que apaga fogo?” – Sussurrou uma voz masculina em sua mente, mais clara do que nunca.

Uma pequena flâmula pulou sobre ela, queimando seu ombro em segundos. Anna gritou, batendo no membro para apagar o fogo.

“Vamos, Anna, o que apaga fogo?!”. – Reforçou a voz.

Outra chama a atacou as costas, fazendo-a cair de joelhos na grama quente. Tentou se levantar o mais rápido o possível, mas seus joelhos já haviam sido queimados, e ela mal aguentava seu próprio corpo em pé.

“Água.” – Anna respondeu mentalmente. – “Água!”

–Percy! – Gritou, com todas as suas forças, pensando sobre o ridículo que estava passando.

Provavelmente metade dos campistas inimigos já estava se dirigindo ao riacho naquele momento. Vendo que as tentativas seriam inúteis, começou a sentir o ar se afastando de si. Segurando firme a respiração, foi se preparar para correr.

Porém o fogo pareceu perceber suas vontades, e aumentou de altura.

–Ele disse sem matar! – Anna gritou para o menino; porém ele já havia corrido para longe.

Desesperada, Anna resolveu tomar o conselho da voz.

–Água. – Ordenou ao nada. – Água! Água!

A cabeça de Anna pareceu explodir, e suor brotou ainda mais forte de suas têmporas. Suas mãos queimaram e formigaram, seu corpo foi atravessado por uma sensação gelada de lâminas e sua mente deu uma pirueta.

E, enfim, “nada” a obedeceu.

Assim como o fogo do menino, litros e mais livros de água foram jorrados de suas mãos. Aliviada, Anna apagou todo o fogo em volta de si.

Mas as surpresas não acabaram aí.

Acabada, tonta, suada e confusa, Anna se jogou de costas na grama molhada. Enquanto buscava ar para seus pulmões e tossia sem parar, lá voltou o garoto, puxando Percy rapidamente pelo pulso. O filho de Poseidon conduzia uma grande quantidade de água, viajando pelo ar, e gritava com o garoto.

De outras direções vinham vários outros campistas, e ao longe Anna podia ouvir um galopar sobre a terra.

Metade do acampamento a encontrou naquele estado degradável.

O céu embaçado pela fumaça da queimada apagada tornava o ar abafado e quente e a noite ainda mais escura e sombria. Ela ainda via as chamas pulando sobre ela, e seu coração ainda batia no ritmo do desespero.

Quando, como uma lanterna, começou a brilhar sobre Anna um símbolo dourado.

E ele deveria ser muito poderoso, porque mesmo estando como estava – ainda jogada no chão, sem força nem para abrir direito os olhos e observar o brilho sobre sua cabeça – Quíron fez uma reverência, sendo seguido por todos os outros que se encontravam à sua volta.

Anna só teve tempo de uma satisfação antes de ser vencida pelo cansaço e temor: quase no fim da multidão, uma menina se relutava em reverenciá-la. Quíron parecia esperar que todos o fizessem, e ela parecia sentir a pressão.

Finalmente, contrariando seus instintos naturais, Marilyn se dobrou como os outros.

E os olhos de Anna pareceram pesar toneladas ao mesmo tempo em que Quíron começava a pronunciar o esperado discurso.

–Saúdam Anna, - Iniciou ele.

Mas Anna, a saudada, não ouviu o final da fala.



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