The Fourth Quarter Quell escrita por Izzy Figueiredo


Capítulo 28
Confuso (POV Billiam)


Notas iniciais do capítulo

FELIZ NATAL!!! Tenho um presente para vocês!!!
Sim, postei o capítulo mais cedo, como presente! Gostaram? Espero que gostem, e ainda é POV Billiam!
P.S: ele é meio... confuso (como já diz o título)



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_Vamos, Bill. - Cat me chamava havia um tempo, precisávamos partir pois já dava para escutar o aerodeslizador chegar. Mas eu não queria ir.

Eu sei que parece estranho. Pois eu acreditei nela, eu confiei nela, e ela me traiu; só que ela gostava de mim.

* * *

Eu me lembro de como ela havia prometido, na madrugada, enquanto eu cuidava dos ferimentos dela:

_Você vai... embora? - perguntei a ela. Estava muito confuso com sua declaração. Essa história de Catlyn ter "tomado" o lugar dela no começo não fez sentido, pois eu tentei conversar com ela às vezes quando virei amigo de Cat, e ela mudou. Se afastou cada vez mais, levando meus sentimentos por ela junto.

Eu gostava dela. Eu sempre a achei bonita. Me lembro quando estávamos lanchando na escola e ela se sentou um pouco perto de mim, e eu fiquei observando-a comer. Então ela me viu e sorriu. E aí eu me apaixonei por aquele sorriso.

Aí a Cat chegou. Mas não atrapalhou nada entre gente, quem atrapalhou foi a própria Irmand.

Porém, quando meus sentimentos por Irmand "se foram", chegaram novos em relação a Catlyn. Ela não conversava muito comigo, pois tinha o Flinn e suas amigas (principalmente o Flinn, eu achava que eles eram namorados antes de conhecê-la), mas quando conversava, era ótimo. Ela me fazia rir, e até me ajudou a melhorar na pesca. Ela me conquistou com o jeito dela... mas eu nunca me declarei. Nunca disse isso a ela, nem a ninguém. E me arrependo agora, pois ela tem um namorado e eu vou morrer (eu sei que vou morrer). Queria tanto voltar no tempo...

_Vou, e vou deixar vocês em paz. - Irmand me disse, se levantando e olhando para o céu escuro.

_Não! Porque você não...

_Eu prometo que deixo vocês quietos. Eu não quero atrapalhar.

_Você não atrapalha... - eu segurei sua mão. Ela me olhou e sorriu, como naquele dia na hora do lanche. O sorriso continuava lindo, mas agora eu vejo que a pessoa está diferente; mudou.

* * *

Me levantei, e me virei. Peguei a mochila e minha arma, e fui para o Norte. Nem esperei Catlyn, porém alguns segundos depois ela já estava do meu lado. Seu semblante estava difícil de ser decifrado, mas ela parecia feliz. E isso, estranhamente, me deixou com um pouco de raiva.

Parei de andar e perguntei-lhe:

_Você está feliz com a morte dela, não é? - ela me olhava, confusa.

_Eu... tá, eu sei que é difícil pra você porque você gostava dela, mas eu tentei te avisar que ela era perigosa, e aí ficou a prova. Mas eu queria saber...

_Eu já gostei dela, mas não gosto mais. Você sabe que eu amo outra pessoa... - a interrompi, mas me arrependi de fazê-lo. Catlyn imediatamente ficou séria.

_Eu gosto muito de você. - ela falava pausadamente. - Mas... o Flinn é... ele é... diferente.

Eu ia rebater, perguntando o que ele tinha de diferente, pois eu não entendia, eu a amava, e ele era melhor amigo dela; porém minha aliada olhou para baixo e deu um sorriso leve. Então eu vi: eu não a faria me amar. Eu percebi que ela e ele... eu não tinha chance contra o amor que Cat sentia por seu melhor amigo.

Ficamos em silêncio, parados, até que ela perguntou:

_Eu queria saber se você ficou feliz com a morte daquela traíd... da Irmand.

_Eu... - aquela pergunta me pegou. Eu ainda estava confuso com isso. - Eu...

Catlyn se sentou. Sarcasmo é com ela mesmo... me sentei ao seu lado e comecei a desabafar, rapidamente.

_Eu gostava dela, já gostei mas aí você chegou e ela se afastou e aí você... aí eu comecei a gostar de você. De como você me fazia rir, e de como você me ensinou a pescar porque eu era horrível com esse tipo de coisa e tal... Mas eu nunca disso isso a você porque eu sou um covarde. E agora é tarde demais porque eu vou morrer... e quando você sair daqui vai voltar para o Flinn... Eu não queria matá-la. Não queria matar ninguém aqui. Só que ela me prometeu que ficaria longe da gente e aí eu vi quem ela era... Não era culpa sua, você não chegou de propósito, mas ela te viu como uma ameaça, e queria te aniquilar por isso, é doentio... Mas eu não sei, quando eu enfiei a flecha e ela caiu e atravessou ela... Ninguém merece morrer assim... Mas...

_Chega de mas! - ela chegou perto de mim. - Eu acho que te entendo... Mas você tem que entender que ela era perigosa. Se nós estivéssemos no Distrito e nós começassemos a... namorar... ela faria de tudo para conseguir nos separar. Ela queria muito você, mas agora é tarde demais.

Isso ainda estava confuso, acho que todos conseguiam ver isso agora. Me levantei, não pudíamos bobear parados... me levantei, e percebi que o chão se "concretizava". Estava mais duro, e a grama estava menor.

_Acho que a Arena vai mudar novamente, não é?

Cat não disse nada, só continuou andando. Um silêncio se formou, mas tempo depois foi quebrado por ela.

_Você tem que entender que eu gosto muito do Flinn... nossa amizade é complicada porque nós brigamos mas nos divertimos enquanto brigamos, sabe? Ele sempre foi engraçado e sarcástico e meu... companheiro para todas as horas, acho que só ele e Eny me viram chorar... Eu confio muito nele... Quando ele foi para a Arena eu quase morri, não conseguiria viver sem ele, e ele me ajudou muito quando foi minha vez de vir para cá... E ele sempre vai ser meu melhor amigo, e agora um pouco mais... - ela novamente olhou para baixo e sorriu. Deu uma pausa e continuou: - Nos conhecemos desde pequenos, e eu realmente não sei quando esse sentimento forte começou a crescer dentro de mim, mas agora ele é grande. Eu acho que sempre esperei que por isso... Não pelo Massacre ou pelas mortes, mas por nós; por eu e ele. Eu acho que... Enfim, eu amo ele, entendeu?

Só fiz que sim com a cabeça. É, eu não tinha nenhuma chance. Ela amava ele, muitíssimo. E eu entendia isso. Quer dizer, entendo esse sentimento, e vi que ele é forte entre os dois.

_E quem disse que você vai morrer? - Catlyn me perguntando, ainda andando.

_É claro que eu vou, quem vai sair daqui é você. - Era óbvio. Ela precisava voltar para casa, para ele... não eu.

_Ah, eu acho que não! - ela disse, sarcástica, e percebi que ela estava tentando me animar. É por isso que eu a achava legal.

A empurrei levemente e sorri. Ela me empurrou de volta, e sorriu também. E por um momento, eu esqueci de Irmand e dos Jogos, e só sorri. "Até nos piores momentos, precisamos nos lembrar de sorrir" dizia a minha mãe. Eu estava morrendo de saudades dela. E dos meus irmãos, e até do Mat, o único amigo que me entendia e que morreu estranhamente. Nunca acharam o corpo dele, e isso me deixa intrigado até hoje.

Enquanto andava, comecei a pensar como ele havia morido: as probabilidades eram tantas... mas eu continuo achando que foram os malditos, idiotas e estúpidos paficadores que o fizeram. Algumas pessoas falavam que ele roubava peixe de um depósito, mas era mentira. Pelo menos era isso que ele me falava... eu já pesquei com ele, e até já lhe dei dinheiro para comprar algumas coisas, então por que ele roubaria? Ele era justo, sempre me devolvia o dinheiro que emprestava, sempre me ajudava... só ele me entendia. E a Cat, mas ela não falava comigo como ele.

Um canhão soou, o que assustou Catlyn. Ela pulou para meu lado e levantou o machado.

_Ei, relaxa. - a segurei pela cintura e a empurrei levemente para longe. Ela ficou meio séria, mas depois sorriu.

Olhei para baixo, sem querer, e percebi a grama. A grama não, o chão. Era um chão quase formado, em algumas partes tinha cimento, e em outras, mármore.

_Olhe. - falei a Catlyn, apontando o chão. Ela olhou e disse.

_No que a Arena vai se transformar agora? - ela perguntou, se sentando no chão, apoiada numa árvore (que eu tinha certeza que parecia opaca, como se estivesse sumindo.

_Vamos esperar e ver? - peguei a mochila e o resto de biscoito que tínhamos, mais a garrafa de água, que agora acabava (precisávamos repor nosso estoque) e sentei. Quando Cat olhou para nossa janta (estava no final da tarde, e logo as mortes seriam anunciadas; tentava não pensar nisso), ela imediatamente se levantou e começou a pegar cascas da árvore que sumia.

_O que você está fazendo?

_Eu conheço essa árvore, sua casca é comestível. Vamos, me ajude, precisamos de comida! - levantei e fui ajudar. Pegamos montes da casca, pelo menos esperava que tivesse um gosto razoavelmente bom, e então olhei para um pequeno arbusto ao lado da árvore (que eu também jurava que estava sumindo). Me dirigi até lá e peguei as folhas. Tinha certeza que essas folhas eram comestíveis. Tinham perto da minha casa.

_Agora você me ajuda! - disse, e ela pegou as folhas.

Pelo menos achamos comida... as sortes estavam finalmente a nosso favor, pelo menos nesse ponto. Mas a questão da água... não tivemos tempo de procurar, pois nossa vida estava meio... digamos que "agitada" (ou "arriscada"), mas ela estava acabando...

Enquanto comia e esperava o hino, só pedi para que no novo estilo de Arena tivesse um grande rezervatório de água e peixe frito.


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Notas finais do capítulo

Gostaram do presente? Espero que sim! Comentem aí gente, sobre o cap e sobre a ideia da segunda temporada com a Cat e o Flinn, eu quero muito escrever mas quero saber se vocês leriam/comentariam!!!



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