The Fourth Quarter Quell escrita por Izzy Figueiredo


Capítulo 19
Katniss Everdeen


Notas iniciais do capítulo

Desculpem novamente a demora para postar, mas eu estava sem ideias pessoal! Mas aí está o novo capítulo, espero que gostem e comentem!
P.S: Eu sei que tem muitas palavras, mas é que eu me empolguei escrevendo!



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Andamos por pelo menos 1 hora, sempre com as armas a postos, quando achamos... um corpo.

Quando um tributo morre, ele é retirado por um aerodeslizador, sempre... A menos que esse aí não esteja morto.

Olhei mais perto do corpo, era um menino, de pelo menos 14 anos. Foi difícil identificá-lo, pois o rosto dele estava horrível. Havia hematomas e cortes em seu todo o seu rosto, como se o tivessem torturado. Coitado.

Mas... depois disso, como ele não poderia ter morrido?

_Você acha que sabe quem é? - perguntei.

_Não, o rosto dele... - Bill começou a falar, mas parou. Chegou perto do tributo e verificou se ele estava respirando. - Cara, ele está vivo. Deve estar em uma espécie de coma, sei lá.

Billiam se levantou, fez um cumprimento bem formal para mim, apontando para o corpo, e falou, tentando imitar o povo da Capital:

_Faz as honras, minha querida?

Ah, ele queria que eu matasse o pobrezinho? Não tinha coragem! Prometi voltar para casa, matar sem escrúpulos, mas quando Bill me mandou enfiar a lança no menino, eu percebi que não era capaz disso. Eu não sou assim. Não sou só uma peca no joguinho estúpido da Capital, não mato sem razão. Simplesmente não consigo.

_Você foi o escolhido para esta tarefa, caro amigo. - disse, imitando o sotaque da Capital.

Ele levantou as sobrancelhas, pegou uma flecha e anunciou.

_Não posso fazer isso sozinho, você sabe. Juntos, então?

Argh, ele sabe que não quero fazer isso! Mas, eu também sabia que ele não queria. Pensava como eu. Que tudo isso era idiotice, assistir pessoas sofrerem até a morte. Então concordei.

_1... 2... 3! - Bill exclamou, e juntos, atiramos nossas armas. Bill acertou o pescoço do garoto, e eu, o peito. Olhei para o lado e esperei o som da morte. BOOM! Ele estava morto.

Bill olhou com dó para o menino e depois disse, desanimado:

_Andando, precisamos de mais gente para matar.

Tirei a lança ensanguentada do peito do garoto. Estava começando a andar, o aerodeslizador logo viria pegar o corpo (e, imagino que, de brinde, viriam tributos a procura de quem matou o menino) quando vi que ele estava com as mãos em baixo do corpo, e que estas seguravam um... machado. Um machado!

Sem pensar duas vezes, tirei o machado de suas mãos. Não deixei a lança para trás, mas agora eu tinha a minha arma. A arma certa para mim.

Corri para alcançar Billiam e lhe mostrei o machado.

_Onde achou isso? - ele perguntou, surpreso.

_Estava com o menino. Vamos?

_Hum, vamos. Mas... pra onde?

_Vamos seguindo até achar um lugar escuro, tipo uma caverna, onde possamos nos esconder...

_Beleza. Hey, agora que esta com a sua arma querida, vai matar com garra né? - ele levantou as sobrancelhas.

Baixei os olhos. A única coisa que eu mato com garra, pensei, são peixes. Porque sem eles, eu não tenho comida na mesa.

_Não, você sabe que não.

Ele revirou os olhos, brincando, e continuou andando.

Com mais meia hora de caminhada (com um silêncio estranho pairando no ar), resolvi puxar conversa com Bill.

_Quando essa Arena vai mudar de novo, ein?

_Sei lá. Mas não gostaria que mudasse, gosto desse jeito.

_Essas árvores me sufocam.

_Haha, eu sei... mas é úmida, e tem samambaias. Eu gosto de samambaias.

_Ai Bill... - ri dele, e disse. - já esta quase de noite, o dia está passando rápido, né?
_Pois é... pausa para o lanche?

Eu concordei e nos encostamos em uma árvore bem grande e escondida.

Peguei uma maçã, a dividi ao meio (com meu machado, Billiam riu) e um pedaço de coiote para cada um de nós. Dei meu primeiro pedaço no coiote, quando ouvi um barulho. De cima das árvores. Olhei assustada para Bill, ele me mandou ficar quieta, iria averiguar o que (ou quem) estava em cima das árvores. Peguei meu machado e me levantei.

Revistamos o lugar, mas nada encontramos. O que será que era? Alguém? Ou só um pássaro ou um animal? Não, não parecia... o barulho era como o de alguém afiando a espada, um som metálico. Ficamos na retaguarda por meia hora, mas ninguém apareceu.

Falando em revistar... ainda estávamos tentando achar comida ou algo na Arena, mas não tivemos sorte.

_Estranho. - conclui, e voltei a comer o coiote, com o machado ainda na mão.



Fiquei sentada, conversando baixo com Bill até que o hino da Capital me fez levantar o rosto para o mar de árvores. As mortes de hoje seriam anunciadas. Apenas uma morte, e eu e Billiam fomos responsáveis por parte dela (pois o pobre coitado já estava acabado, não?). Era um garoto do Distrito 7, Lud. Ele era bonitinho. Pena que está morto.

_Vou dormir um pouco, fica de guarda? - Bill perguntou, bocejando.

_Claro, relaxa aí.

Ele virou para o lado, com o arco em mãos, e cinco minutos depois começou a roncar.

Eu e que deveria estar dormindo, pensei, preciso ver Bárbare. E Flinn, e...

Mas de repente parei. Bill estava certo. Estava ficando paranoica para dormir, para sonhar com pessoas que não posso ver. “você tem que saber que ela não vai voltar”, ele disse para mim, dias atras.

Isso, ela não vai voltar. Ela não vai voltar. Ela não vai voltar... fiquei repetindo isso, para esquecer de Bárbare.

Precisava pensar em outra coisa... de repente lembrei de minha mãe, me contando histórias malucas e divertidas, com 7, 8 anos... mas essas memórias me causavam dor. Que saudades de casa!

Então, lembrei-me de uma história que meu pai havia me contado, havia tempos. Sobre uma garota, qual era o nome dela mesmo? Katniss, eu acho... Katniss Everdeen.

Eu tinha uns 10 ou 11 anos quando ele me contou, quando estava tentando dormir e pedi a ele que inventasse algo para me distrair.

_Essa é uma historia verdadeira, filha. - ele começou. - É sobre uma garota, o nome dela era Katniss. Ela participou das 74 e 75 edições dos Jogos, e causou uma baita confusão.

_Por que, pai?- eu, pequenina, perguntei.

_Por que ela não aceitava os jogos. Na primeira vez em que participou, fez ela e seu parceiro de Distrito saírem vivos. Na segunda vez, quando a Capital tentou matá-la novamente, mandando-a para a Arena novamente, fracassou. A Capital pensava que Katniss poderia estar incitando uma rebelião para acabar com os Jogos. E isso, para eles, não poderia acontecer, senão as coisas sairiam de controle, entende? Então eles fizeram de tudo para matá-la, ou fazê-la mudar de ideia. Mas ai a coisa só piora... os Distritos, junto com a garota e mais um bando de rebeldes, começam a se rebelar também. E começa um guerra.

Me lembro que ele parou, pensando se deveria contar o resto, e decidiu, continuando.

_Ela e todos os Distritos quase venceram a Capital, mas não conseguiram. Mataram o Presidente Snow, mas... não sei como, as forcas da Capital venceram-os. Katniss foi morta, em praça pública, na Capital, junto com todos os outros rebeldes, e as poucas pessoas que ficaram fora dessa terrível guerra viveram , como se nada tivesse acontecido, em paz. Isso foi há muito tempo, menina, mas quase terminou com os Jogos e com a mão de ferro da Capital.

Não era o tipo de historia que se gostaria de ouvir para dormir, mas agradeci a meu pai por ter me contado.

Voltei a realidade, me levantei e fiquei andando de um lado para o outro, apurando os ouvidos.

Nossa... imagina se não existissem mais os jogos? Eu não estaria aqui, Bárbare, Pamy, Josh, ninguém estaria morto; eu estaria em casa, com Flinn, pescando peixes e fazendo guerras de água... o que será que aconteceu para essa tal Katniss não conseguir derrotar a idiota da Capital? Acho, tenho certeza, que meu pai sabe o motivo, mas não quis me contar, por eu sei muito nova ou simplesmente porque não achava bom eu saber. Mas agora, relembrando o passado, seria bom ter perguntado...

TINK. Um barulho, o mesmo de antes, me faz pular. Metal raspando metal, vindo de cima das árvores. O que era aquilo? Ergui o machado e, escondida, fiquei observando... mas parece que aquela pessoa (tenho quase certeza de que era uma pessoa, afinal metal não se raspa sozinho) parecia me espionar, mas não saia da defensiva, não me atacava, e pelo visto se escondia muito bem... Quem será que era?

_Bill, acorde! - cochichei no ouvido dele.

_Quê?! - ele levantou, sobressaltado.

_Fica de vigília agora? Vou dormir um pouco.

Billiam me olhou, desconfiado.

_Dormir? Ou sonhar?

Revirei os olhos.

_Dormir, tá? Você estava certo, me toquei que ela não vai voltar... relaxa.

A verdade é que eu ainda queria ver Bárbare, mas agora vi que ela não voltaria, de jeito nenhum. Só que, hoje, não queria sonhar com ela, nem com ninguém. Queria ter paz, por pelo menos uma noite.

Me deitei e, cinco minutos depois, cochilei... e finalmente tive uma noite calma, certo? Errado.

Neste sonho, eu estava em uma lancha, bem chic, no meio do mar. Não havia terra à vista, mas então comecei a perceber movimentos na água. Um momento depois, vi uma pessoa emergindo, subindo a escada da lancha, pegando uma toalha e se sentando ao meu lado, como se fosse minha amiga.

_E aí? - ela falou, olhando em volta.

_Q-quem é você? - perguntei, olhando assustada para a estranha. Ela era alta, de aparência forte, com cabelos castanho em uma trança.

_Katniss. Everdeen.

Arregalei os olhos.

_Katniss? A que...

_Incitou uma rebelião e quase venceu a Capital. A própria. - ela levantou, entrou na cabina da lancha, e voltou 5 minutos depois, com um sanduíche e um suco de maçã.

Katniss? No meu sonho? Essa é nova.

Ela continuou comendo sua refeição, e, quando terminou, disse:

_Essa lancha é sua?

Pensei, porque nem sabia o que estava fazendo ali, como sempre.

_Não. Olhe, eu... - tentei começar a falar, mas reparei movimentos na água novamente. Katniss seguiu meu olhar e falou:

_Se esconda.

Não questionei, entrei na cabine do quarto e tentei achar alguma arma. Mas nem tive tempo. Um segundo depois ouvi um estrondo, e gritos. Me escondi em um armário, onde minhas roupas estavam guardadas, e deixei uma brechinha aberta, para poder ver.

Um minuto depois, três pessoas entraram correndo na cabine. Jerry, Divih, Gunt. Os três carreiristas.

Nenhum parecia estar muito machucado, apesar de Divih estar com as tranças chamuscadas. Me escondi mais fundo no armário, e eles começaram a me procurar.

Até que, cinco minutos depois, Katniss, molhada novamente e com sangue na cabeça, entrou, com uma adaga na mão.

_Cara, você é rápida, ein? - Jerry perguntou e sorriu, travesso.

Divih investiu nela, com uma maça (me pergunto de onde ela tirou aquilo).

Ambas lutaram, até que a Carreirista enfiou sua arma na perna esquerda de Katniss. Me assustei com o estrago que aquela arma pode fazer, e tropecei em minha mala, no chão do armário.

E os Carreiristas me ouviram. Gunt abriu a porta do armário, deu um sorriso radiantemente malévolo, e apontou a espada para mim. Fechei os olhos, me preparando para a morte.

E acordei, sobressaltada. Suor frio escorria por minha testa. Essa Katniss não saía da minha cabeça, não sei por que...

Olhei ao redor, a procura de Bill, mas ele não estava ali. Um silêncio mortal percorria o lugar.

_Billiam? - cochichei. Silêncio.

Levantei, peguei meu machado e fui procurá-lo. O sol ainda estava nascendo (mas eu não fazia ideia de que horas eram, já que os Idealizadores conseguem mudar a posição do sol e tal). Percorri entre as árvores, algumas samambais roçando meu cabelo. Até que um canhão me faz dar um salto e quase ter um ataque cardíaco. Será que era Billiam?

Comecei a correr, procurando meu aliado. Um vento incomum quebrou o sillêncio. O aerodeslizador estava vindo. O tributo morto deveria estar perto.

Procurei, procurei o mais rápido possível, quando ouvi uns barulhos de trás das árvores maiores.

Dei a volta, me preparando para atacar o que quer que estivesse ali, mas de repente encontrei Bill. Com o nariz sangrando e o braço com um corte. E, ao lado dele um corpo.

_BILLIAM! - gritei, sem pensar que gritar na Arena não era boa coisa a fazer. - Quer me matar de susto? Eu acordei e fui te procurar e não te achei e aí eu ouvi o canhão e pensei que você tinha morrido e aí ouvi o aerodeslizador e...

_EI! Relaxa! - ele disse, interrompendo minha tagarelice.

Revirei os olhos e olhei o corte em seu braço. Não era muito profundo.

_Vamos cuidar disso. - falei e o puxei de volta ao nosso esconderijo. Foi meio difícil encontrá-lo novamente, mas quando chegamos lá, não tinha nada.

A corda, as garrafas, a lança, o unguento... tudo tinha sumido.

Arregalei os olhos a Bill, que de repente olhou por cima do meu ombro e ergueu o arco e flecha. Olhei por cima de meu próprio ombro, me assustei e imediatamente me postei ao lado de Bill.

Estávamos olhando para Irmand, toda machucada, com um machado e uma lança nas mãos, e com nossos provimentos ao seu lado, no chão.


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Notas finais do capítulo

Espero que estejam gostando... comentem!



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